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MAR ABERTO | Insônia

por Boca Migotto

Insônia é uma merda. A gente acorda, sei lá por quê, no meio da madrugada, e perde o sono. Gira para um lado, gira para o outro, os pensamentos passam em velocidade cada vez maior pela cabeça e, determinado momento, demora um pouco, cai a ficha: a noite acabou pra ti.

Ao longo deste último ano de eleições, confesso, perdi o sono várias vezes. Isso mudou depois do dia 31 de outubro, quando voltei a dormir melhor. Mesmo assim, algumas vezes o sono custa a aparecer ou se esvai na carona de alguma moto aloprada que passou acelerando na rua lá embaixo. A solução, nesses casos, é: 1) seguir me remexendo na cama, na esperança de reencontrar o sono antes do dia amanhecer ou 2) levantar e fazer algo produtivo. Se a madrugada é boa para dormir, quando isso não é possível, a mesma madrugada também é excelente para escrever. Foi o que eu fiz ontem, ao me dar conta que não publicava minha coluna há semanas.

Minha inconsistência na Rede Sina, no entanto, tem motivo. Uma boa desculpa, espero, que ajude a me absolver. Estou escrevendo meu terceiro livro. Por enquanto, ele se chama “Chuí”, porque, justamente, se passa na fronteira com o Uruguai. Mas já se chamou “Duas cadeiras no fim do Brasil” e nada impede que eu venha a descobrir um título mais apropriado para essa narrativa que nasce como livro, mas é também parte do processo de um futuro – e espero, realizável – longa-metragem.

A ideia, portanto, nasceu para ser filme, foi estruturada como argumento cinematográfico, e agora passa por um tratamento literário para, posteriormente, então, ser adaptado para um roteiro. Estou curioso para saber que samba vai dar todo esse vai-e-vem criativo. Por enquanto, como prova da minha honestidade, adianto que o livro narra a história de um professor de história que, junto com a esposa, decide largar a cidade grande para viver uma vida mais simples e isolada na Barra do Chuí. Ao chegarem lá, estoura a pandemia e o que era para ser um isolamento a dois adquire inúmeras outas nuances que eu, ainda, não posso revelar. É interessante saber, no entanto, que a escolha pelo Chuí não é aleatória. Quero discutir o conceito de fronteira, algo que já havia iniciado com um projeto de documentário sobre o portunhol – que acabou não acontecendo pelas minhas mãos – mas que abriu as portas para refletir o cinema gaúcho no meu segundo livro, Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre e que, agora, quero aprofundar através da ficção.

Como andava pesquisando muito sobre os temas que permeariam a história dos meus personagens, andava um tanto travado na escrita. Li vários livros sobre a história do Uruguai, sobre a constituição da fronteira, sobre Colonia de Sacramento, Argentina, as Missões, Guerra do Paraguai enfim, uma pá de autores. Nas últimas semanas, entretanto, isso mudou. De repente a história foi saindo e tingindo a tela do meu computador de palavras quase vomitadas. Quando isso ocorre, é aconselhável dar uma pausa nas leituras, abrir mão de todo o resto, e concentrar-se no fluxo criativo.

Mesmo assim, precisava definir um tema para a minha coluna. Mais do que isso, precisava escreve-la. E publicá-la. Talvez a insônia tivesse um pouco a ver com a culpa de nada ter publicado ao longo de semanas, pois acordei com essa cobrança pairando sobre minha incapacidade de relaxar e reencontrar o sono perdido. Então levantei e vim para o escritório, decidido a definir um tema que não fosse essencialmente política, sobre o que escrevi minhas últimas duas colunas, e que despertasse algum interesse nesse espaço-tempo onde tudo já foi escrito, lido, dito e comentado à exaustão.

Páginas em branco, cursor piscando a minha frente, nada que me motivasse a escrever, resolvi acessar a Folha de São Paulo. Ainda eram 4:30 da madrugada e a edição do dia não havia sido publicada. Ainda sem saber sobre o que escrever, tive a ideia de voltar trinta dias no tempo e rever as manchetes desse que é o único grande jornal que eu assino. Resgatei a data de 31 de outubro de 2022, dia seguinte ao resultado das eleições presidenciais e segui acessando todas as edições até o dia 30 de novembro. Um mês de manchetes.

Manchete, como bem sabemos, é a principal chamada do jornal para o dia. Hoje, com as constantes atualizações que os veículos realizam nas suas versões digitais, as manchetes se alteram ao longo do mesmo dia. Por isso busquei as versões impressas, onde estas, definidas pelos editores-chefes dos jornais, apresentam o tema de maior importância jornalística e, obviamente, apelo comercial.

Nas edições impressas as manchetes não mudam. Portanto, ao defini-las é preciso levar em conta os temas mais relevantes para os leitores naquele momento. Como os jornalistas não têm a capacidade de prever o futuro, ou seja, o que acontecerá ao longo do dia quando o jornal já estiver circulando pelas cidades e embrulhando peixes, as manchetes são definidas também em função do passado, do que ocorreu no dia anterior. O que não deixa de ser um certo paradoxo. Hoje, claro, isso diminuiu com a internet, mas em essência, as manchetes são uma espécie de ponto de equilíbrio entre as notícias de um passado (bem) recente com aquelas que, se imagina, importarão no presente, tentando, assim, manter-se o mais atual possível no futuro – até o meio da tarde, pelo menos, enquanto durar o estoque nas bancas.

Ao mesmo tempo que (ainda) precisa vender o jornal, as manchetes apresentam determinados temas caros aqueles que fazem a empresa lucrar. Como falamos de uma mídia corporativa, é sempre preciso levar em conta que toda notícia, bem como a forma como ela é escrita, em maior o menor escala, visará um efeito sobre o leitor. Há vários motivos para isso, mas o pensamento e os interesses do dono do jornal e seus acionistas, bem como dos seus anunciantes e daqueles com quem essas pessoas todas pactuam os mais diversos interesses, sempre pesará mais nessa equação.

Essa semana, por exemplo, o jornal O Globo utilizou a imagem de uma mão negra segurando uma arma para falar dos assassinatos cometidos em duas escolas do Espirito Santo. O adolescente de 16 anos que cometeu os crimes não é negro. No entanto, ao utilizar a imagem de uma mão negra, O Globo reproduziu seus preconceitos, que são também os preconceitos da sociedade brasileira no geral, bem como, possivelmente, seus interesses em manter vivo o racismo estrutural introjetado naqueles que consomem o periódico. E qual é a classe social, bem como em qual estado do país, o Globo é mais consumido? Fica a provocação para que o leitor possa refletir. Aliás, essa coluna não é sobre respostas mas, ao contrário, sobre perguntas.

Deixando O Globo de lado, retomando a Folha de São Paulo e a minha rápida pesquisa acerca das suas manchetes nos últimos trinta dias, imaginei, ingenuamente, que poderia me deparar com inúmeras chamadas sobre a resistência golpista ao resultado das urnas, sobre os bloqueios nas rodovias do país, bem como sobre os manifestantes em frente aos quartéis. Também imaginei que a Copa do Mundo estamparia algumas edições do jornal.

Quando leio a Folha – e qualquer outro periódico hoje em dia – acesso através da sua versão digital que, como disse anteriormente, vai se alterando ao longo do dia. Por isso, embora leia todos os dias, a percepção sobre o tratamento que o jornal dispensa sobre as notícias que mais importam não é tão precisa, embora extremamente eficaz em sua construção de imaginário. Por isso, como é possível conferir a partir da reprodução das manchetes abaixo, me surpreendi ao dar-me conta que nada disso citado acima mereceu destaque na sua versão impressa. Vejamos:

31/10 – Lula é eleito pela terceira vez
1/11 – Bolsonaristas bloqueiam vias para pedir golpe militar
2/11 – Bolsonaro inicia transição e condena bloqueio de vias
3/11 – Vacinas são importantes em todas as fases da vida
4/11 – Equipe de Lula vai propor PEC que permita gasto extra
5/11 – Lira ganha espaço com PT para votar PEC da transição
6/11 – Elite brasileira capturou até 65% dos ganhos com educação
7/11 – PT quer deixar correção do IR para 2023
8/11 – Lula quer equipe de transição que vá de liberais a Boulos
9/11 – Lula põem Arida, Lara Resende Barbosa e Mello na transição
10/11 – Gal Costa, que deu voz à contracultura, morre aos 77 anos em São Paulo
11/11 – Discurso de Lula sobre teto de gastos derruba mercados
12/11 – Gasto fora do teto pode ir a R$ 198 bi se for usada receita extra
13/11 – Crise faz da classe C frustrada é motor para o bolsonarismo
14/11 – Ministro de Bolsonaro dá apoio a PEC limitada a 2023
15/11 – Polícia vê fraude em controle de munição a cargo do Exército
16/11 – Inflação para quem tem mais de 50 anos ultrapassa o IPCA
17/11 – Governo Lula entrega PEC que tira Bolsa Família do teto
18/11 – Lula tensiona mercado, Mantega sai e PT revê PEC
19/11 – Após carta de economistas, Lula diz ouvir conselhos
20/11 – Há duas décadas, queda no equilíbrio racial é tímida
21/11 – Ilan Goldfajn será o primeiro brasileiro a comandar o BID
22/11 – Transição diz que excedente de R$ 136 bi não traz risco
23/11 – PEC trava, corre risco de desidratar, e PT monta força tarefa
24/11 – Congresso vê limite de dois anos para PEC; PT já admite ceder
25/11 – PT quer dobradinha de Haddad e Persio na área da Economia
26/11 – Lula vai a Brasília para tentar destravar PEC no Congresso
27/11 – Transição inchada revela entraves para Lula compor governo
28/11 – Mais pobres se endividam para comer e pagar contas
29/11 – PEC entregue com Bolsa Família fora do teto por 4 anos
30/11 – Lula convida MDB, União Brasil e PSD para base do governo

Rever as manchetes de um mesmo jornal em uma sequência de apenas trinta dias é revelador sobre inúmeros aspectos. Este, aliás, deveria ser um exercício comum. Não apenas por trinta dias, não apenas de um mesmo jornal. Da mesma forma, ler os editoriais, algo que a maioria das pessoas, mesmo aquelas que mantém o hábito da leitura de periódicos, não fazem, é sempre igualmente revelador. Eu diria que é a parte mais importante de qualquer jornal, pois é ali que descobrimos, minimamente, como as pessoas por trás de determinado veículo enxergam o país.

Quando estudante de Comunicação Social – embora eu tenha cursado Publicidade e Propaganda muitas disciplinas do início do curso eram comuns ao Jornalismo – uma das cadeiras que mais me impressionou foi “comunicação comparada”. Como o título já deixa claro, a disciplina tratava, essencialmente, de analisar diferentes veículos de similar envergadura como, por exemplo, uma mesma edição do Estadão com o Globo e a Folha de São Paulo, ou o Jornal Nacional com o Jornal da Band, a IstoÉ com a Veja ou a Época. Dessa forma, ao colocar lado a lado estes veículos e analisa-los sob diversos prismas, um universo de percepções se abria a nós, adolescentes, projetos de pequeno-adultos, que estávamos enveredando pelo universo acadêmico e descobrindo os meandros da Comunicação Social.

Infelizmente a população brasileira mal lê jornal. E, aqueles que leem, a grande maioria não sabe lê-los. Nos falta capacidade para analisarmos, criticamente, as notícias que nos são oferecidas. E isso implica nos perguntarmos porquê determinadas notícias chegaram até nós, em detrimento a outras, além de tentarmos perceber como estas são escritas, qual o possível objetivo real de terem sido publicadas e qual o direcionamento que tentam nos infligir. Mais do que absorver uma informação, ler é fazer perguntas, nos questionarmos sobre o que há por trás de cada frase escrita para, assim, podermos melhor questionar os próprios veículos. Esta é a base para exigirmos, também, um jornalismo de melhor qualidade, algo que é fundamental para a construção social de um país.

Infelizmente não é o que ocorre e isso, certamente, ajuda a explicar o cenário distópico no qual estamos imersos desde que as fake news ganharam espaço e repercussão nas redes sociais. Todo mundo quer parecer inteligente, quer demonstrar que está por dentro de determinado assunto. O problema é que nem todo mundo está disposto a estudar o tema em si, afinal, mais do que tempo, estudar demanda esforço. E, este, como a história nos mostra, (quase) nunca foi um hábito praticado nessas terras tropicais.

Dito isso, convido o leitor a reler a lista de manchetes reproduzida acima para, comigo, tecer algumas reflexões. Uma tese de doutorado poderia ser escrita apenas aprofundando os trinta dias de manchetes da Folha de São Paulo. Embora não precisemos ir tão longe. Assim como uma tese, também aqui o que mais importa são as perguntas, não as respostas.

Observemos que o tema do mês foi a PEC do teto de gastos. Dos trinta dias relacionados, este aparece doze vezes. Já Lula – e a transição de governo –, para além das manchetes que abordam o estouro do teto de gastos, é manchete outras sete vezes. Somando tudo, de trinta dias, temos dezenove manchetes relacionadas diretamente ao Lula, ao futuro governo e à economia como principal “preocupação”. Se levarmos em conta que nesses trinta dias contamos com algumas manchetes que soam um tanto quanto aleatórias – embora, certamente, não sejam – como a importância das vacinas, crise da classe C, fraude no (des)controle da munição por parte do Exército, eleição de Ilan Goldfajn para o BID, inflação e dívidas dos mais pobres – além, claro, da inevitável morte da Gal Costa – perceberemos o quanto o jornal já antecipa o tom da sua cobertura ao futuro governo Lula nos próximos quatro anos.

Em trinta dias, a Copa do Mundo, esta que tanto nos mobiliza, não mereceu uma única manchete. Já o Presidente da República foi citado apenas três vezes. Segundo a Folha, Bolsonaro teria dado inicio à transição e solicitado o fim dos bloqueios nas rodovias. Quanta integridade, não é mesmo? Infelizmente, sabemos que nada disso ocorreu de fato. Aliás, com exceção ao primeiro dia de novembro, os atos golpistas, a conspiração dos militares, os ataques à democracia – certamente a coisa mais importante que ainda nos resta defender – não chamaram a atenção dos editores do jornal e, consequentemente, não estamparam a capa de nenhuma edição ao longo de todo o mês embora, como também sabemos, faz um mês que o Brasil foi sequestrado por manifestações que pedem intervenção militar.

Rei morto, rei posto! Será que Bolsonaro já foi esquecido? Ora, o Brasil é o país do esquecimento. Sabemos bem, este é justamente um dos principais motivos que nos impede de evoluirmos para um conceito real de nação.

Esquecemos a escravidão e tudo que se originou dessa tão desumana prática, esquecemos os golpes militares e as consequências destes para a sociedade brasileira, esquecemos que Bolsonaro ameaçou a democracia tantas vezes ao longo da vida e esquecemos, inclusive, o que almoçamos ontem. O resultado disso tudo é que o racismo segue vivo e escalando para uma intolerância neo-nazifascista. Os militares estão ai de novo, como fantasmas de um passado não resolvido, nos ameaçando com seu silêncio golpista. Ao esquecermos que Bolsonaro, um dia, ameaçou de morte FHC, então Presidente da República, ou homenageou um torturador, ou ameaçou uma deputada, mulher, em frente às câmeras da TV, permitimos que o próprio viesse a ser eleito presidente. E destruísse o país, como bem estamos comprovando desde que a transição de governo iniciou. Por fim, a metáfora do almoço esquecido de ontem nos cabe bem, afinal, aqui estamos fritando sempre o mesmo pastel de vento. Repetindo os mesmos sabores e desabores, os mesmos erros históricos, as mesmas tragédias e as mesmas farsas. De trinta em trinta anos, desde a Proclamação da República, nossa democracia é interrompida por um golpe militar que nos faz regredir décadas no tempo. É como jogar o Jogo da Vida e ser obrigado a voltar ao início da partida. Quanto muito, avançamos três, voltamos nove.

A pergunta que fica, portanto, é a quem interessa esquecermos do passado? A quem interessa cobrar mais um presidente que ainda nem diplomado foi e amenizar todas as manhas e artimanhas do mandatário há quatro anos em exercício? A quem interessa tensionar tão intensamente a tentativa de aprovar a PEC do teto de gastos, que visa, na sua essência, nesse momento de emergência orçamentária, garantir o mínimo de investimento para um governo que recebe, agora sim, uma herança maldita? Interessa aos 30 milhões de brasileiros que passam fome diariamente? Aos milhões de desempregados? Aos vulneráveis que perderam o acesso aos medicamentos mais básicos? Ao mesmo tempo, por que o ataque à democracia não recebe o devido destaque? Fazem trinta dias que os atos antidemocráticos ocorrem nas rodovias do país e em portas de quartéis com o consentimento velado do atual Presidente da República e o apoio silencioso das Forças Armadas. Por que a Folha de São Paulo, nesses trinta dias, não chamou a atenção da sociedade para o perigo dessas manifestações?

Como escrevi – e repeti – ao longo desse texto, saber ler é aprender, acima de tudo, a fazer perguntas. Uma das primeiras coisas, aliás, que a educação básica moldada pelos militares tentou apagar. Nossa capacidade de questionar. Ainda quando eu era um estudante no primeiro grau, hoje ensino fundamental, perguntas nunca eram bem vindas. Aprendi a faze-las na marra, na teimosia, passando vergonha por temer fazer a pergunta errada. Foi isso que meus professores me ensinaram no ensino médio. A ter medo de perguntar.

Também por isso, o objetivo desse texto não é dar respostas, mas provocar perguntas. E propor algumas reflexões sobre como somos levados a acreditar em verdades inquestionáveis. Se as fake news funcionam com maestria nesse processo, através de mentiras e teorias da conspiração, a imprensa institucional constrói suas verdades a partir dos fatos. Não mente descaradamente, é verdade. Mas, ao longo de meses e anos, pode nos manipular e acaba por nos convencer de qualquer coisa E está ai a Lava Jato para nos lembrar disso.

Portanto, sejamos mais criteriosos ao acessarmos as informações que recebemos, sejam elas as escrachadas fake news, sejam elas construídas a partir dos fatos. O objetivo daqueles que estão por trás tanto de uma quanto da outra é o mesmo, convencer corações e mentes que não sabem perguntar. Só isso, por si só, já é motivo suficiente para perdermos o sono. Que ao menos transformemos nossa insônia em algo produtivo.

I. BOCA MIGOTTO

I., de Ivanir, Boca Migotto é cineasta, pesquisador, fotógrafo e escritor. Publicitário formado pela Unisinos, cedo se deu conta que estava na área certa – a Comunicação – mas no curso errado. Formado, então, largou tudo e foi para Londres. Nos dois anos que permaneceu na Inglaterra fez de tudo: lavou prato, fez café, foi garçom e auxiliar de cozinha, estudou inglês e cursou cinema na Saint Martins College of Arts and Design. Ao regressar para o Brasil, fez Especialização em Cinema e Mestrado em Comunicação, ambos pela Unisinos. Nesta mesma instituição, foi professor de Documentário no Curso de Realização Audiovisual, onde permaneceu por dez anos, atuando também em disciplinas dos cursos de Jornalismo, Comunicação Digital e Publicidade. Finalizou seu Doutorado em Comunicação pela FABICO/UFRGS, com extensão na Sorbonne/Paris 3. Foi quando morou em Paris, aliás, que decidiu lançar seu primeiro livro de ficção “Na antessala do fim do mundo”. Como cineasta – diretor e roteirista – realizou mais de vinte curtas-metragens e séries de TV, além dos longas-metragens “Filme sobre um Bom Fim”, “Pra ficar na história”, “O sal e o açúcar” e “Já vimos esse filme”. No momento está lançando seu novo livro “Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre”, resultado da sua pesquisa de doutorado, defendida em 2021. Com essas duas últimas obras, Boca pretende fechar mais um ciclo de vida e de produções. A partir daí, o destino apontará novos caminhos e, quem sabe, o convide para escrever uma coluna quinzenal para a Rede Sina seja um indício de para onde seguir.

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