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Foto: Lauro Bergesch no Teatro da Univates durante o I Festival de Cinema de Lajeado

MAR ABERTO | Homenagem merecida

O Derlam, meu amigo e parceiro de projetos de longa data, me pediu esse espaço para homenagear um amigo. Não vou revelar, aqui, quem é o amigo do amigo. Deixarei para o amigo fazer isso. Mas adianto que se trata de algo inédito. Esse espaço é voltado para a reflexão. Minha e de quem se propõe a me ler. Se há algo de bom em escrever para a Rede Sina é que não temos limites de caracteres e, por isso, se algumas vezes escrevo duas páginas de word, noutras passo das vinte. Tudo depende do tema, do tempo que tenho e do meu interesse em propor o desafio da leitura aos meus leitores. Nesse sentido, me soa natural, também, abrir espaços para homenagens como essa, pois essa é uma homenagem que nos permite refletir sobre a importância do investimento na cultura. Mas deixarei que o meu amigo Derlam apresente o seu amigo. Ao amigo do meu amigo, desde já, também agradeço. Boa leitura a todos.

 

Palavras de um rei

– Eu nasci para inventar, produzir, organizar e distribuir. 

Lauro Bergesch

Algumas pessoas possuem um dom capaz de nos fazer atravessar a fronteira do pensar. Bater mesmo as asas da imaginação e voar por aí. Obviamente essas pessoas serão raras em nosso caminho. E o segredo é compreendermos que o seu valor e significado, farão a diferença em nossas vidas. Se até aqui eu estou romantizando a minha introdução, asseguro que logo adiante vou citar os feitos triunfantes deste homem. Um tanto visionário. E olha não é pouca coisa que ele realizou. Começando pelo fato de que seus projetos sempre foram direcionados as comunidades. E nunca contaram com nenhum tipo de recurso público, ou foram cobrados. Além disso, ele nunca pediu algo em troca. Todos foram oferecidos gratuitamente e de bom grado. Com a melhor das intenções. Realizados com recursos próprios obtidos ao longo de sua longa e bela jornada profissional. Bom leitor é hora de detalhar melhor essa grandeza toda.  Considerando a regra máxima do texto jornalístico, obrigatoriamente teremos que apresentar as sete circunstâncias criadas por Aristóteles. Aquelas que foram livremente traduzidas em: Quem, o que, quando, onde, por que, como e por que meios.

Foto: Lauro Bergesch em sua casa/Arquivo Pessoal

 

Quem

Ele afirma ter descoberto seu maior talento aos 78 anos de idade (ou seja, nunca mesmo é tarde para se começar) e sempre confiou no lema que o trabalho edifica o homem. Isso já diz muito a seu respeito: Lauro exerceu sua atividade de diretor de vendas e hoje é acionista na Bebidas Fruki S/A. Foi um dos idealizadores em trazer a empresa de Arroio do Meio e se instalar em Lajeado, às margens da BR 386. O terreno onde hoje está localizada a sede, é um dos tantos legados de Lauro deixados à empresa. Ele trabalhou por mais de 457 municípios do Rio Grande do Sul, vendendo ainda seu produto por 5 anos no Uruguai. Em carroças, automóveis, caminhões e até aviões. Por décadas ele percorreu o estado vendendo e transportando as bebidas. Criou e expandiu mercados. Nestas andanças descobriu cenários incríveis. Verdadeiras maravilhas entre recursos naturais e paisagens gaúchas. Quando encerrou suas atividades, bem poderia ter ido viajar pelo mundo a fora com suas economias. Seria lógico e justo. Certo? Não. Acontece que este homem prefere desafiar a lógica. Bem meus caros leitores é aqui que começa a sua verdadeira história.

Foto: Lauro e Fernanda Carvalho em uma das viagens pelo RS/Arquivo Pessoal

 

O que

Ao se aposentar (na verdade eu prefiro imaginar que ele nunca se aposentou) pois jamais deixou que ócio e inércia o contaminem, fez justamente o contrário. Permitiu-se contagiar e também inspirar-se por poetas, musas, artistas e também alguns boêmios. Preferiu pegar a estrada de novo e foi rever/desbravar os mais remotos rincões do nosso Rio Grande.  Conheceu outros lugares, cultivou amizades e definitivamente se uniu as belezas naturais do nosso estado. Ocorreu então o encontro definitivo do empreendedor nato, que desde jovem lutou pelos seus sonhos e ideais, com a sua mente e principalmente o seu coração. Descobriu uma paixão. Ou uma missão. Promover essas belezas. Preservar costumes, culturas e tradições. Eternizar tudo isso em um projeto: o Exportado Belezas. O diretor comercial de bebidas, deu espaço ao visionário da cultura e turismo. Por anos, ao lado de sua equipe registrou grandiosas e tocantes imagens (fotos e vídeos) de paisagens e cidades. Aliando o seu desejo de contribuir para o desenvolvimento e avanço cultural da nossa sociedade, com iniciativas que promovem e valorizam os recursos
naturais. Sem esquecer jamais das pessoas e as necessárias relações afetivas que constroem as riquezas econômicas. A temática não poderia ser melhor: Natureza, tradição e cultura retratados em uma exitosa relação com o meio ambiente.

Foto: Lauro Bergesch durante o lançamento do Exportando Belezas

 

Quando

Concentrou esforços e avançou na busca pelo sonho de publicar suas intuições e desejos sob forma de notáveis publicações. E assim nasceram diversos livros. Primeiro sobre os Empreendedores do Vale do Taquari, outros 3 sobre o Turismo no Rio Grande do Sul, estes últimos em português e traduzidos para 4 idiomas. Fez diversos filmes e vídeos sobre o turismo, agroindústrias e também mais de 30 músicas sobre os mais variados temas. Detalhe: Sob seu comando ainda lá nos tempos de Fruki foram plantadas 5 mil mudas de árvores.

Assim prosseguiu em torno de seus projetos, iniciativas e crenças. Desenvolvendo obras com fôlego. De forma incansável. Os livros e DVD´s do projeto Exportando Belezas possuem versões com os idiomas inglês, espanhol, alemão e italiano. Nas palavras de Ronaldo Zarpellon – empresário do setor hoteleiro no Vale correspondem a “Um rico manancial de diversificados conhecimentos sobre a natureza, cultura e tradições do Vale do Taquari”.

Suas mãos cheias de vigor permitiram a centenas de pessoas sonhar e acreditar na força de seu pensamento, em seu movimento, suas ideias, em toda aquela poesia, beleza e inspiração que percebeu, contemplou e generosamente compartilhou. Provou ser possível ir o mais distante possível, mesmo sem saber voar. De tanto trilhar resolveu compartilhar o mapa gaúcho impresso na sua mão e muito claro no seu nobre coração. 

Foto: Monique Leotte Mendes, Lauro e Fernanda Carvalho no Palco do Teatro da Univates

 

Onde

São mais de 90 anos de vida. Boa parte percorrendo centenas de milhares de quilômetros pelas estradas do Rio Grande do Sul. Com olhos atentos. Registrando a variedade das culturas, comunidades e belezas naturais do estado gaúcho. 

Essa necessidade por descobrir e revelar proporcionou iniciativas um tanto ousadas. Em 2017, o Brasil já começava a viver aqueles tristes dias de retrocesso cultural. Mas isso não o intimidou. Que nada. Encabeçou o Primeiro Festival de Cinema de Lajeado, idealizou e patrocinou a primeira edição. O evento obteve divulgação e repercussão nacional. Foi realizado nas dependências do moderno teatro da Univates. Um cenário belíssimo e grandioso para os curta-metragistas. Reunindo cineastas de diversos estados do Brasil. Mais de 300 filmes se inscreveram. Premiações, homenagens, exibição de filmes ousados e necessários, apresentações musicais, debates, acesso à cultura… Um prato e tanto. Servido por ele sem restrições. Um sucesso de público e crítica que lotou o Teatro da Univates e fez história movimentando a cidade durante 4 dias. 

Ele ficou satisfeito? Pensem vocês… Queria e podia mais. E assim como um desbravador de belezas e fronteiras, ele foi levando a mares incalculáveis, o seu talento inspirando e investindo em filmes e produtos audiovisuais. Iniciativas que enriquecem a cultura e sustentabilidade da região, reveladas para o mundo. Deu luz a histórias, inclusive a sua própria em forma de livro e narrada por ele mesmo. Assim em 2020 publicou sua biografia.  Dividido em dez décadas recheadas de experiências, observações, descobertas, conquistas, contribuições e realizações. Um registro dos sonhos, do seu trabalho e de todo o legado empreendido pelo autor frente a sua longa e rica jornada de vida. Esse espírito empreendedor o fez se projetar aos 90 anos como um youtuber sênior, gerando conteúdos até neste momento, com cerca de um milhão e quinhentas mil visualizações no canal do projeto Exportando Belezas na conhecida plataforma.

Foto: Jones Fiegenbaum, Fernanda Scheneider e Alexandre Derlam na casa de Lauro Bergesch

 

Por que

Pela economia, educação, turismo, cultura, pelo conhecimento.

Tudo reunido com objetivo de apresentar e promover as potencialidades turísticas do RS, as obras impressas reúnem fotos, textos e mapas. Permitindo aos leitores descobrir nossos atrativos e valorizar nossas regiões. Ou nas suas próprias palavras:

– Não havia nada pensado ou dedicado neste sentido. Um livro ou um filme ou coisa parecida. Ali tinha era um vazio. Então porque não aproveitar este vazio? Porque não fazer algo importante para este povo? Então em 2010 eu convidei a Fernanda Rocha Carvalho para percorrer o Vale e fotografar todos os pontos turísticos possíveis.  Ela fez um curso de fotografia e saímos nos finais de semana fotografando nossa região. 

Foto: Lauro Bergesch e Júlia Lemmertz na homenagem para a atirz no Festival de Cinema de Lageado

 

Como

Verdadeiro alquimista por ideias e projetos com a temática ambiental, Lauro prossegue de olho na combinação tela e meio ambiente. Recentemente adotou uma nova temática: Um projeto exclusivo voltado aos nossos rios. A iniciativa ganhou forma com a produção audiovisual da Prosa Filmes através da série Rios do Sul: Os dois primeiros curtas apresentaram a Bacia Hidrográfica Taquari Antas e o rio Jacuí. Em forma de documentário reunindo depoimentos, recriações fictícias, material de arquivo histórico, recheados de cenas de paisagens, turismo, música e cultura. As receitas que trazem ao idealizador prazer e satisfação. Conteúdos disponíveis no canal do projeto no youtube.

– Qualquer família pode olhar em casa nossos filmes. Conhecer essas riquezas naturais tão essenciais em nossas vidas. 

Foto: Lauro Bergesch divulgando o projeto Exportando Belezas

 

Por que meios

Seus ideais e iniciativas já corresponderam bem além da sua modéstia e humildade.

– Se meus trabalhos doarem algo que possa contribuir para o desenvolvimento e avanço cultural da nossa sociedade, me torno um homem realizado.

Nem mesmo a falta de mobilidade e limitação física geradas por uma queda (Lauro faz uso de cadeira de rodas há dois anos) impediu a sua curiosidade e inquietação. A vontade por descobrir mais sobre os séculos de ocupação, os principais acontecimentos e fatos ligados a vida, obra e reflexões dos descendentes do Vale do Taquari, inspirou a produção do documentário Entrenias. O filme teve a sua etapa de filmagens concluída em novembro com previsão para lançamento em fevereiro de 2024. A obra será um retrato das etnias responsáveis pelo povoamento no Vale do Taquari.  Todos os povos formadores: Indígenas colonizadores, Europeus (Açorianos, trabalho escravizado, imigrantes alemães e italianos).  Assino a direção de cena, direção de fotografia. roteiro, pesquisa e produção ao lado do historiador e músico Jones Fiegenbaum e da jornalista e produtora Monique Leotte Mendes.  Ela em 2020 fez o desenvolvimento do projeto e toda a sua pré-produção.

– Vamos fazer uma coisa muito boa para mostrar toda essa gente que ajudou a povoar e construir o nosso vale.  Resume ele com a sua típica e singela maneira.

São muitas as lições, histórias e legados que todos nós já podemos presenciar ao lado de Lauro Bergesch. Ou de maneira mais afetiva, o senhor Lauro, como eu sempre tratei. Um ser humano nobre. Destemido, enérgico, um líder autêntico e muito valente. Um homem sábio em seu talento inexorável de ouvir e permitir aqueles (as) que convida a entregarem o seu melhor, seja qual a função ou atividade desempenhem. 

Ele sempre acreditou em minhas idéias e desenvolvimento dos projetos. E isso estabeleceu um vínculo de respeito e confiança definitivo entre nós. Eu o conheci em 2016, por intermédio da Monique com um convite para contribuir na época (ainda embrionário) Festival de Cinema de Lajeado que eles estavam desenhando. Nossas reuniões e trocas de ideias deram muito certo. Fizemos o evento com toda a força e potencial possível e ele encheu-se de orgulho. Eu vi os seus olhos brilhando em todos aqueles dias. Uma sensação que não tem preço.  A partir daí ele passou a ser muito mais que um cliente ou alguém com demandas de trabalho. Tornou-se um grande amigo. Daqueles especiais mesmo. E naturalmente vieram os nossos filmes, uns outros projetos, a minha proposta pelo site do Exportando Belezas e algumas conquistas que de certa forma, também mudaram o curso da minha vida. 

Foto: Alexandre Derlam e Lauro Bergesch em sua casa

 

Eu ganhei em Lajeado um parceiro para todos os momentos. Os bons e também os difíceis. Aquele amigo que te liga toda semana sabe? Apenas para saber se está tudo bem e o quanto já evoluiu a ideia do próximo projeto. E o detalhe é que ele sempre teve um próximo projeto. E eu sempre fui convidado. Percebem o valor e importância desta parceria? Eu sempre atendi com prazer, alegria e motivação as suas ligações. Ouvindo seus relatos. Sua vontade de fazer algo novo. O novo sempre vem não é mesmo? Ele sempre soube disso. E ensinou com louvor. 

Concluo este texto afirmando, sem sombra de dúvidas, o mundo, o Brasil e principalmente o Rio Grande do Sul merecem e precisam conhecer e aprender com essas iniciativas e os exemplos criados pelo senhor Lauro. Porque talvez… Quem sabe… estas pessoas também possam ser tocadas pelas palavras do rei

Foto: Lauro Bergesch durante o lançamento do projeto Exportando Belezas

 

Eu fui. Ah eu fui sim. Muito obrigado meu amigo. 

Alexandre Derlam
Diretor, roteirista, produtor audiovisual
Curador do Festival de Cinema de Lajeado e do Festival de Cinema de Canoas

 

I. BOCA MIGOTTO

I., de Ivanir, Boca Migotto é cineasta, pesquisador, fotógrafo e escritor. Publicitário formado pela Unisinos, cedo se deu conta que estava na área certa – a Comunicação – mas no curso errado. Formado, então, largou tudo e foi para Londres. Nos dois anos que permaneceu na Inglaterra fez de tudo: lavou prato, fez café, foi garçom e auxiliar de cozinha, estudou inglês e cursou cinema na Saint Martins College of Arts and Design. Ao regressar para o Brasil, fez Especialização em Cinema e Mestrado em Comunicação, ambos pela Unisinos. Nesta mesma instituição, foi professor de Documentário no Curso de Realização Audiovisual, onde permaneceu por dez anos, atuando também em disciplinas dos cursos de Jornalismo, Comunicação Digital e Publicidade. Finalizou seu Doutorado em Comunicação pela FABICO/UFRGS, com extensão na Sorbonne/Paris 3. Foi quando morou em Paris, aliás, que decidiu lançar seu primeiro livro de ficção “Na antessala do fim do mundo”. Como cineasta – diretor e roteirista – realizou mais de vinte curtas-metragens e séries de TV, além dos longas-metragens “Filme sobre um Bom Fim”, “Pra ficar na história”, “O sal e o açúcar” e “Já vimos esse filme”. Em 2021 lançou seu segundo livro “Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre”, resultado da sua pesquisa de doutorado. Neste ano de 2023 está lançando seu terceiro livro “A última praia do Brasil” pela editora Bestiário em parceria com a Rede Sina. Atualmente é graduando em História- Bacharelado na PUCRS.
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