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Tag Archives: uruguaiana

A HORA MORTA – Por Roger Baigorra Machado

Abril de 1923. No campo iluminado pela lua cheia, a sombra do imenso umbu estocava lentamente a ponta da coxilha. Como se fossem lanças, as negras pinturas dos galhos da árvore deslizavam pelo chão, escorrendo incólumes por sobre rosetas e guanxumas, cravando-se na elevação que iniciava trinta metros adiante. Do …

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A ENCHENTE DE SANT’ANNA. Por Roger Baigorra Machado

O jovem padre jesuíta cruzou o rio com pressa, ele já tinha feito aquela travessia dúzias de vezes, mas desta vez era diferente. Agora, no meio da mansidão do rio, havia muita preocupação rasgando as lágrimas do seu olhar, um medo gelado e cravado em seu peito. O Padre vinha …

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A NOITE EM QUE URUGUAIANA TREMEU E UM BRAVO RETORNOU – por ROGER BAIGORRA MACHADO

Uruguaiana, 17 de julho de 1994, a cidade toda estava em silêncio. Lembro-me que quando o Roberto Baggio partiu para a bola, eu segurei a respiração. Como se isso ajudasse em algo, mas segurei. O Taffarel, goleiro da seleção brasileira, deu um salto para a frente, já tinha feito isso …

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O RACISMO REVERSO E O DESAPARECIMENTO DE DOIS HOMENS BRANCOS NO CALÇADÃO DE URUGUAIANA por ROGER BAIGORRA MACHADO

Esse texto é sobre o desaparecimento de dois homens brancos, evento que ocorreu hoje, no calçadão de Uruguaiana. Mas para falar sobre isso, preciso antes, mudar de país e de época. Tudo começa em Doddsville, cidade estadunidense erguida sobre o delta do Mississipi, na região do Condado de Sunflower. Era …

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O TRABALHO ESCRAVO EM URUGUAIANA OU SOBRE COMO ÀS VEZES OS POBRES PENSAM COMO RICOS. por ROGER BAIGORRA MACHADO

Cheguei na rodoviária de Uruguaiana às seis da manhã. Eu estava vindo de Santa Maria, num quente sábado de 2004. Aproveitei um feriado na Universidade Federal de Santa Maria e me mandei para as bandas da Fronteira Oeste. Já fazia tempo que não via minha família. Como de costume, antes …

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VOU JOGAR MINHA ALMA NO RIO por ROGER BAIGORRA MACHADO

Entrei com o caiaque e remei uns duzentos metros para dentro do Uruguai, a correnteza era muito forte. Eu precisava dar cinco ou seis remadas para progredir uns dois metros. Descobri que remar longe da costa é sempre mais difícil, aprendi isso num domingo com vento, nunca mais cometi o …

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