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“Oração” da Mulher

Mel Inquieta / Melina Guterres

“Oração” da Mulher

Que eu possa estar sempre atenta
A todo mal que possam me fazer
De ordem física e emocional,
No meu trabalho, nos meus relacionamentos, na rua, nos bares, baladas, metrôs, ônibus, táxis, espaços públicos e privados.
Que eu possa estar sempre informada, com a auto-estima elevada para perceber a tempo mansplaining, manterrupting, bropriating, e gaslighting que possa vir estar acontecendo comigo ou com outra mulher.
E que esteja forte o suficiente a ponto de interrompê-los e “meter a colher”.
Que eu nunca esqueça que para os abusos de ordem moral, psicológica, patrimonial, física, sexual há a Lei Maria da Penha. Que eu não caia no discurso do vitimismo masculino e entenda que a cultura de culpar as mulheres é mais antiga que a mim mesma.
Que eu jamais me despreze ou culpe a mim ou outra mulher por sofrer abuso de qualquer natureza.
Que esteja consciente que possivelmente julgamentos pelo meu gênero seguirão até o dia de minha morte, mas que eu nunca silencie sobre a injustiça que vivemos em meu tempo.
Que eu consiga ter cada vez mais discernimento sobre as culpas que são e as que nunca foram minhas afim de que eu mesma, minha geração e as futuras possam viver de forma mais humana e equilibrada.
Que eu lembre sempre que se o mundo nos divide como “mocinhas” ou “vilãs”, nunca esqueçamos que somos deusas e irmãs.
Que na minha luta, encontre outras mulheres que cerquem outras mulheres e construam juntas uma corrente de cuidado, zelo e proteção.
Que a nossa voz, a nossa luta sejam o nosso escudo.
Que possamos compartilhar nosso aprendizado
Orar, vigiar e se proteger desse sistema patriarcal, abusivo e machista.
E despertando-nos,
despertemos muitos outros.
Chega de silêncios!

Como nasceu essa “oração”…

Um dia refletindo sobre as orações que há anos são passadas por várias gerações e que sempre geram a crença de uma figura superior masculina à quem a todos devem se dirigir com respeito, medo e contraditoriamente “amor”. (Como se pode amar e temer alguém?). A figura gerada por uma crença tão antiga segue perdurando no imaginário coletivo como uma verdade e com ela velhos padrões valores que parecem estacionar no tempo.

Há pouco mais de 10 anos trabalhei em uma produtora que realizava filmes que tratavam sobre a violência contra mulher. Não era um tema que eu gostava na época, mas ali começava uma série descobertas que até hoje não parou. Alguns anos depois criei a fan page As mulheres que Dizem Não,  onde pude perceber e mostrar que todo dia uma mulher é vítima de violência nas mais diversas esferas, graus e universos sociais.

São anos analisando e percebendo-se numa estrutura machista, onde é preciso literalmente “orar e vigiar” para se desintoxicar dela. Enfim, neste dia em que me perguntei sobre quem escreve as orações, pensei em quem precisa, quem merece, na informação que era importante passar, no sentido de coletividade, em uma sociedade que pode se acolher, e decidi que naquele momento quem escreveria uma oração seria eu mesma. Foi uma disrupção com as estruturas, crenças. Escrevi em forma denúncia, uma ironia quanto a próprio termo “oração”. Quando eu vi algumas mulheres lendo, recitando ou escutando esta texto, senti como se as palavras fossem capazes de criar um novo chão.

Fé? Em um presente e futuro com menos violência, mais empatia, sororidade, mais humanidade!

 

Mel Inquieta (Melina Guterres)

Jornalista, artista, poeta, criadora da plataforma Rede Sina. Inquieta.

Mais sobre aqui.

 

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