Rede Sina Comunicação fora do padrão
E quando eu não tiver mais o corpo?
Fiquei pensando nessa pergunta depois de ler a notícia de uma família que resolveu abrir o caixão de uma vítima de Covid 19 e cinco deles se contaminaram. Preocupante essa necessidade de certificação, também deve ser difícil se despedir sem poder ver pela última vez alguém querido. Por que não criar algo transparente para revestirem corpos? Já fica a dica para os empreendedores de plantão.
Todo mundo já deve ter se perguntado nesse período e se for comigo, e se eu vir a ser uma das vítimas? Há vida após a morte? Pra onde irei? Dormi com essas perguntas e acordei lembrando hoje de um ex-vizinho muito querido que já deixou esse mundo, o artista plástico e escultor Silvestre Peciar. Ele era uruguaio, mas viveu muitos anos no Brasil, foi professor do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria. Quando criança adorava ir no ateliê do fundo da casa do Peciar.
Quando eu crescer quero ter um espaço assim pra brincar.. Por que será que lá em casa meus pais não tem? – Eram alguns dos meus questionamentos da época.
E talvez o meu primeiro contato com um artista, sua arte, seu universo e a minha impressão que havia algo especial naquele mundo. Outra memória que tenho do Peciar, era em dias de jogos de futebol. Parecia o Galvão Bueno da vizinhança. “Gooool” ecoava aos quatros cantos. Lembro de dia de jogo do Brasil e Uruguai, ficava aguardando para ver a quem o Peciar iria torcer, devia sofrer com o coração dividido o tempo todo, mas no final, o grito de gol saia para o país de sua origem.
Alguns dias atrás sonhei que um homem em desenho animado vinha conversar comigo, quando acordei, desenhei-o. Não sou talentosa para esse tipo de arte, mas quando o lápis tocou o papel e as curvas foram fluindo eu sentia a mesma sensação de quando escrevo um poema, de alívio e preenchimento. É como se arte seja qual for a sua natureza tivessem processos semelhantes.
Nesses dias tão estranhos ter memórias como estar no ateliê no Peciar são reconfortantes. Acabei encontrando uma galeria virtual com algumas de suas obras. “São Jorge” é um dos quadros que estão na casa dos meu pais. Hoje me apeguei a esta que compartilho aqui com nome desconhecido e até então desconhecida para mim. Ver uma obra é como ler um poema com metáforas, parece sempre um desafio. Temos algumas luz do que podem ter inspirado o criador, mas jamais a certeza. A construção de significado é conjunta. Pesquiso imagens do Peciar, eis que encontro os óculos quadrados. Se comentar com a família, possivelmente alguns vão dizer que a alma dele andou me visitando, se falar com meu analista, certamente a visão será diferente.
No entanto, fato é que, hoje com mais de 202.998 contaminados, 13.944 mortos por Covid 19 no Brasil (confira dados aqui ), mais de 4 milhões de pessoas contaminadas e mais de 300 mil mortos no mundo (confira dados aqui) começa ficar difícil não divagar sobre uma possível morte seja a nossa ou de pessoas próximas. Então, como costumo dizer aos amigos, eu faço um planejamento em vida e um pós vida. E o primeiro pós vida, já tá decido, ir brincar no ateliê do Peciar, se ele assim permitir, é claro.
SEXTA-FEIRA INQUIETA
Há algumas semanas venho fazendo um bate-papo aberto nas madrugadas de sexta para sábado. Sexta é aquele dia que muita gente gostaria de sair para se reunir com amigos, trocar uma ideia, tomar uma cerveja num bar. Então nessa quarenta, criei esse espaço aberto pra troca de ideias. O link da reunião desta sexta está aqui: https://meet.google.com/mma-asmy-orq
Discussão de hoje:
Poema “Quarentena”
Vale a pena ver os comentários deste post…
BATE-PAPO SOBRE JORNALISMO EM TEMPOS DE PANDEMIA
O próxima será…
O último foi….
POETAS NO YOUTUBE DA REDE SINA
TODA TERÇA TEM!
VALE A PENA VER:
A conversa super importante e bonita desses dois amigos queridos Guga Rocha e João do Corujão
Bete-Papo de roteiristas
Últimas!!!
Cultura
Nesta quarta teve estreia da Série modernistas destaca obra de artistas brasileiros com o episódio sobre Tarsila do Amaral dirigida por Ricardo Elias. Modernistas vai ao ar às quartas às 22h45, Nas próximas quartas-feiras (20 e 27/5 e 3/6), vão ao ar a vida e obra de Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Victor Brecheret, respectivamente.
Política
Bolsonaro não consegue manter pessoas sérias em seu governo, agora é Nelson Teich a pedir demissão por sofrer pressão para apoiar o uso da cloroquina — remédio cuja eficácia contra o coronavírus não é comprovada — para pacientes com covid-19. Nesta tarde ele fala em coletiva de imprensa.
Ministro da Saúde Nelson Teich pede demissão menos de um mês depois de assumir
Inovação
Agittec promove painel “Como agir em momentos de crise” na segunda-feira (18)
Me segue lá?
Youtube: https://www.youtube.com/melguterres
Instagram: https://www.instagram.com/poesiacommel/
Segue a Sina?
Fan Page: https://www.facebook.com/redesina/
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCG53E7XlGG3TJRFsWkfS4jA
Instagram: https://www.instagram.com/redesina.com.br/
Grupo: https://www.facebook.com/groups/sinacultural
