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COMO SUPERAR O FIM DE UM RELACIONAMENTO – POR SAÍLE BÁRBARA BARRETO

Não sou psicóloga, mas advogando há 18 anos, já fiz tantos e tantos divórcios, já ouvi tantos desabafos em meu escritório, que acredito que posso dar algumas dicas sobre como superar o fim de uma paixão. Arrisco também dizer, que muitas pessoas casam empolgadas com uma forte atração, que confundem esta atração com amor, porque o amor mesmo é artigo raro.

Mesmo assim, quando o relacionamento que acabou, não é um amor verdadeiro, dar a volta por cima (para quem foi abandonado) não é, nem de longe, uma tarefa fácil. Ainda que a pessoa que foi embora tenha sido o “grande amor da sua vida”, dói e dói muito ser jogado para escanteio.

Então, sempre que um cliente que acabou de ser abandonado, senta na minha frente e começa a chorar, conto uma história. Uma entrevista que assisti certa vez, faz muitos e muitos anos. Uma entrevista de um psicólogo, especialista em namoro cujo nome, infelizmente, não me recordo.

As palavras dele, estudioso no assunto foram uma lição. Ele disse o seguinte: a paixão, diferente do amor, não é demais lembrar, surge por três motivos: atração física, admiração e esperança de ser correspondido.

Eu concordo plenamente com esta tese. E conversando com qualquer pessoa apaixonada dá para perceber que realmente estes três motivos estão lá, tão presentes e tão visíveis, que é impossível não ficar comovido. A atração em primeiro lugar. É verdade. O apaixonado sempre acha o objeto de sua paixão muito atraente, que pode ser feio aos olhos do resto do mundo, menos para seu enamorado. Aos olhos de seu admirador, ele é perfeito. O apaixonado sente ciúmes, porque acredita piamente que muitas pessoas em volta sentem a mesma atração que ele. E o apaixonado pode até dizer, muitas vezes diz, que não o considera bonito, mas sente-se atraído. Muito atraído.

O segundo motivo, a admiração também é perceptível em uma simples conversa. Já fiz tantos divórcios em que ouvi “ele é inteligente, tem capacidade para tão mais, o problema é que não se esforça.” Isto deixa bem clara a admiração. Realmente, ninguém se apaixona por quem não considera inteligente e capaz de vencer obstáculos.

Então, é o terceiro motivo que precisa desaparecer. Já que a admiração e a atração não morrem do dia para noite, resta a quem “levou o fora” cortar a esperança de ser correspondido. Porque perdendo a esperança, a paixão logo se esvai. Mas como se perdem as esperanças?

Em primeiro lugar, parando de obter informações a respeito de seu (sua) ex. Corte as fofocas. Você não sabe (e não quer saber) com quem ele está saindo. Já diga para amigos e parentes não contarem mais nada. Não o siga em redes sociais. O ideal é excluí-lo, mas se não for possível, por ter filhos em comum, por exemplo, ou ainda por compromissos profissionais, pelo menos deixe de contemplar a imagem. Não olhe fotos. Não telefone. Não mande mensagens. Assim, você vai tirando esta pessoa do seu campo visual e isso é muito positivo.

Claro que quando existem filhos em comum, não é tão fácil, mas atenha-se apenas a conversar sobre assuntos que dizem respeito às crianças. E jamais, em hipótese alguma, as faça de “pombos-correios.” Não é bom para você e, principalmente, não é bom para eles. E, pode ter certeza, se era paixão, seguindo estas dicas, vai passar mais rápido. Se não for, infelizmente, não tenho uma receita. Acabar com o amor, o amor verdadeiro não é fácil. Amor é um sentimento nobre e, quando é verdadeiro mesmo, não acaba.

Estou falando daquele amor incondicional, como o que as mães sentem pelos filhos. Ele é tão raro, tão forte. Aquele amor que aconteça o que acontecer, para o que der e vier, não se acaba com o divórcio. Se é este o seu caso, a única coisa a fazer é se afastar, não se informar e deixar a porta aberta. Sem insistir, sem se humilhar, sem se rebaixar.

Se voltar ótimo, felicidades. Do contrário, pelo menos seu amado não vai perder o respeito por você. Porque nada faz uma pessoa se desvalorizar mais perante o ex do que ficar correndo atrás dele tentando reatar, passando por cima de seu amor-próprio. O amor-próprio é muito importante. E nada impede que você ame também outras pessoas.

 

SAÍLE BÁRBARA BARRETO é advogada, escritora e bruxa malvada nas horas vagas.

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