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Boca de Lobo – Criolo

As  vésperas das eleições, no domingo 30/09, um dia depois das manifestações #EleNão em todo país, o rapper paulista Criolo lançou o clipe de música Boca de Lobo no Youtube. A canção de protesto retrata o caos social e político vivido pelo Brasil nos últimos anos. O vídeo impressiona pela cinematografia e efeitos especiais, mostrando bichos gigantes atacando uma São Paulo apocalíptica. A faixa foi escrita em parceria Nave e Ganjaman e clipe faz série de referências a acontecimentos recentes da história do Brasil é dirigido por Denis Cisma. 

Diversos blogueiros estão identificando as críticas que o clipe traz. Na sequência duas seguem duas análises e a letra do clipe. Se você identificar mais alguma, conta pra gente (sinarede@gmail.com).

A dica desse som veio do Marcelo Cabala, nosso parceiro, proprietário da Rádio Bloco“Potente som e trabalho audiovisual “Boca de Lobo”, diz. Ele também indicou a análise da Beatriz Brito para o site Tenho Mais Discos que Amigos.

Confira!

Análise da Beatriz Brito para o site Tenho Mais Discos que Amigos:

O primeiro quadro do vídeo já mostra um prédio pegando fogo, em referência ao incêndio num edifício no Largo do Paissandu, em São Paulo, que fez nove vítimas. O prédio, que abrigava cerca de 150 famílias, desabou após ser engolido pelo fogo. E, se você prestar atenção, verá também que, numa das janelas, aparece uma figura indistinta com uma panela na mão — representação máxima dos “paneleiros”, pessoas que protestaram contra o governo de Dilma Rousseff e o PT batendo panelas nas janelas de edifícios.

Fotos: Reprodução/YouTube
O caos nas ruas sugere as manifestações de 2013, sob forte repressão policial. Uma cena rápida de uma lanchonete, apinhada de pessoas na porta, mostra a televisão noticiando o triste incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que devastou o histórico palácio e milhões de itens de seu acervo.
Aos 30 segundos de vídeo, a imagem de um prato com apenas um biscoito (ou bolacha?) e um copo de suco faz menção ao escândalo das merendas de São Paulo. A verba destinada às merendas das escolas públicas foi desviada por um cartel em diversos municípios do estado. Geraldo Alckmin, então governador de São Paulo, foi chamado de “ladrão de merendas”, e a Justiça chegou a pedir dados de usuários do Twitter que o acusaram dessa forma.
O paramédico que corre com uma criança até a ambulância traz a inscrição PEC 55 nas costas, projeto que congela gastos públicos da saúde e educação durante 20 anos, e que foi aprovado pelo governo no fim de 2016. O menino veste o uniforme das escolas públicas do Rio de Janeiro, e o plano faz referência à imagem do menino sírio resgatado num dos bombardeios na cidade de Aleppo que rodou o mundo.

(P.S: Na análise de Osmar Padilho do Uol o menino de uniforme escolar do Rio de Janeiro faz referência ao episódio com o estudante Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, morto no Complexo da Maré, em junho.)

No meio do pandemônio, pessoas fugindo de ratos imensos que saem do subterrâneo: a representação dos políticos e o esquema de propina e formação de cartel do metrô de São Paulo, o chamado trensalão.
Na próxima cena, uma família esbanja sua riqueza, fruto da corrupção. Uma das mulheres veste uma blusa da grife Gucci com a frase “recatada e do lar”. Esses foram os adjetivos usados pela revista Veja, em 2016, num perfil sobre a primeira-dama Marcela Temer. Os guardanapos de pano na cabeça também se referem à farra dos guardanapos, festa do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em Paris, promovida com dinheiro público desviado do estado.
Um avião cruza o céu, caindo, em uma rápida referência aos acidentes do presidenciável Eduardo Campos, morto em 2014, e do ministro Teori Zavascki, que faleceu em 2017. Os dois foram vítimas de acidentes aéreos que repercutiram nos noticiários e fomentaram inúmeras teorias sobre sabotagem.
As manifestações se intensificam. Uma fogueira feita de carteiras escolares queima, simbolizando o levante de estudantes secundaristas, que ocuparam inúmeras escolas entre 2015 e 2016.

No topo de uma refinaria de petróleo, um mosquito pousa e começa a sugar nosso combustível. Embaixo, a palavra “hell”, que remete à marca Shell e o interesse internacional na exploração do petróleo no pré-sal. O mosquito também representa as epidemias de dengue, zika e chikungunya.

Em poucos segundos, a câmera registra uma mulher rodopiando um tecido enquanto grita, e um homem de terno brandindo um livro. A mulher representa Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma, no infame discurso na USP, em 2016. O homem seria a representação da bancada evangélica, exaltando a Bíblia e seus dogmas, e o fanatismo religioso que nos cerca.
As cenas seguintes são bem claras: o cenário mostra um gigantesco porco chafurdando na lama do desastre de Mariana, que devastou o município do interior de Minas Gerais em 2015, enquanto uma figura feminina se destaca no meio do pandemônio da cidade representando Marielle Francovereadora do Rio de Janeiro assassinada em Março.
O incêndio do Museu da Língua Portuguesa, localizado na Estação da Luz, em São Paulo, é visível, enquanto um enorme tucano destrói um helicóptero que vira pó. A analogia é gritante, já que o tucano é o animal-símbolo do PSDB, e o helicóptero foi o ponto principal do escândalo em que a Polícia Federal apreendeu 450kg de cocaína no veículo que pertencia à família do senador Zezé Perrella. Sua proximidade com o também senador Aécio Neves, membro do PSDB, trouxe Aécio para o radar do caso “helicoca”.
A sequência de imagens sobre propinas traz elementos que o olhar desatento pode não perceber. Um dos computadores em cena mostra a frase “Não fale em crise, trabalhe” do presidente Michel Temer como fundo de tela, enquanto um calendário de mesa diz “Agro é tóxico” — slogan que contraria a campanha “Agro é pop”. A cena logo recai na imagem das malas e caixas de papelão cheias de dinheiro, encontradas num apartamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima, em 2017. O político teria guardado num “bunker” cerca de R$51 milhões em espécie.

O videoclipe termina com um enorme morcego sobrevoando Brasília, uma clara cutucada no presidente Temer. Não é a primeira vez que o político tem sua figura associada à de um vampiro, tendo sido caracterizado dessa maneira no desfile da escola de samba Paraíso do Tuiuti, no carnaval de 2018. O samba-enredo deste ano, assim como Criolo, trazia uma crítica de viés político e social.

Além das inúmeras referências em vídeo, a letra da música também cita o Grajaú, bairro de origem do rapper que fica na zona sul de São Paulo, e traz à tona o caso de Rafael Braga com o verso “Um litro de Pinho Sol pra um preto rodar” — Rafael foi preso em meados de 2013 por estar com uma garrafa do produto de limpeza e água sanitária. Foi o único condenado durante as manifestações daquele ano.

Confira agora a sequência de críticas sociais identificadas no clipe pelo jornalista Anderson Silva para o Huffpost

00:03 – Logo no início, aparecem retratados os incêndios no prédio do Largo do Paissandu, que ocorreu em maio deste ano, e o que atingiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, no mês passado.

00:30 – A sequência que mostra um prato com bolachas em uma sala de aula faz referência à máfia das merendas, que teria ocorrido nos anos de governo do agora candidato à Presidência Geraldo Alckmin.

00:49 – Para retratar a “PEC do Teto”, a roupa de um enfermeiro é estampada com o número 55, o mesmo do Projeto de Emenda Constitucional que criou um teto para os gastos públicos, muito criticada por “congelar” os investimentos em educação e saúde.

00:55 – Ainda nesse plano da ambulância, temos a referência ao assassinato do menino Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, baleado a caminho da escola no Rio de Janeiro em junho deste ano, e a foto que correu o mundo do garoto sírio Omran Daqneesh envolvido com sangue e poeira após um ataque no país, em 2016.

1:30 – Neste trecho, vários ratos emergem das ruas em uma referência ao escândalo do Metrô de São Paulo.

1:46 – Em meio ao caos, um grupo de homens e mulheres aparecem festejando com bebidas, charutos e notas de dinheiro ao vento. As imagens fazem referência ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e outros políticos que gastaram dinheiro público em hotel de luxo em Paris, episódio que ficou conhecido como a “Farra dos Guardanapos”.

01:59 – Mais adiante, a luta dos moradores do bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, em 2012, é representada na tela. Outro fato recente retratado em sequência é a violência contra o protesto de alunos do Ensino Médio, que ocuparam diversas escolas em 2015 como resposta ao fechamento de unidades escolares.

02:44 – Os escândalos envolvendo o petróleo brasileiro também aparecem no vídeo: um enorme mosquito sugador faz referência ao chamado “petrolão” e também ao lobby que o ministro do Comércio do Reino Unido teria feito para defender empesas como a Shell, retratada como “Hell” no clipe.

02:52 – Outro episódio marcante que aparece no clipe é a representação do famoso gesto da advogada Janaína Paschoal ao girar a bandeira do Brasil em um evento pró-impeachment da então presidente Dilma Rousseff, seguida por homens pregando com a bíblia em punho – clara referência à bancada evangélica do Congresso.

02:59 – Uma das imagens mais impactantes é a da tragédia em Mariana, representada na figura de um enorme porco em meio ao mar de lama. O trecho remete à situação de caos em que a cidade mineira ficou após o rompimento da barragem gerenciada pela Samarco.

03:19 – Na sequência, aparece a imagem de um tucano (referência ao símbolo do PSDB) derrubando um helicóptero (“helicoca”, como retrata a música). As imagens se relacionam com o helicóptero que foi interceptado pela polícia com cerca de 450 quilos de cocaína.

03:28 – Por último, há uma referência ao caso do apartamento lotado de dinheiro do ex-ministro da Secretaria de Governo de Temer, Geddel Vieira Lima, no qual um homem com aparência semelhante ao político foi visto enchendo as malas.

BOCA DE LOBO (LETRA)
“Agora, entre meu ser e o ser alheio
a linha de fronteira se rompeu”Aonde a pele preta possa incomodar
Um litro de Pinho Sol pra um preto rodar
Pegar tuberculose na cadeia faz chorar
Aqui a lei dá exemplo: mais um preto pra matar
Colei num mercadinho dum bairro que se diz “pá”
Só foi meu pai encostar pros radin’, tudin’ inflamar
Meu coroa é folgado das barra do Ceará
Tem um lirismo bom lá, louco pra trabalhar
Num toque de tela, um mundo à sua mão
E no porão da alma, uma escada pra solidão
Via satélite, via satélite
15% é Google, o resto é Deep Web
A guerra do tráfico, perdendo vários ente
Plano de saúde de pobre, fi, é não ficar doente
Está por vir, um louco está por vir
Shinigami, deus da morte, um louco está por vir
Véio, preto, cabelo crespo
Made in Favela é aforismo pra respeito
Mondubim, Messejana, Grajaú, aqui é sem fama
Nos ensinamentos de Oxalá, isso é bacana
Na porta do cursinho, sim, docim de campana
Lsd, me envolver, tem a manha
Diz que é contra o tráfico e adora todas as crianças
Só te vejo na biqueira, o ativista da semanaLa La Land é o caralho
Sp é Glorialândia
Novo herói da Disney
Craquinho, da Cracolândia
Máfia é máfia e o argumento é mandar grana
Em pleno carnaval, fazer nevar em Copacabana
1 por rancor
2 por dinheiro
3 por dinheiro
4 por dinheiro
5 por ódio
6 por desespero
7 pra quebrar a tua cabeça num bueiro
Enquanto isso a elite aplaude seus heróis
Pacote de Seven BoysNem Pablo Escobar, nem Pablo Neruda
Já faz tempo que São Paulo borda a morte na minha nuca
A pauta dessa mesa “Coroné” manda anotar
Esse ano tem massacre pior que de Carajá
Ponto 40 rasgar, sujar, roubar
Só não mata mais que a frieza do teu olhar
Feito rosa de sal topázio
És minha flecha de cravo
Um coração que cai rasgado nas duna do Ceará
Albert Camus, Dalai Lama
A nós ração humana, Spok, pinça vulcana
Clarice já disse, o verbo é falha e a discrepância
É que o diamante de Miami vem com sangue de Ruanda
Poder economicon, cocaine no helicopteron
Salário de um professor: microscopcon
Papiro de papel próprio
Letra com sangue do olho de Hórus
É que a industria da desgraça pro governo é um bom negócio
Vende mais remédio, vende mais consórcio
Vende até a mãe, dependendo do negócio
Montesquieu padece, lotearam a sua fé
Rap não é um prato aonde cê estica que cê qué
É a caspa do capeta, é o medo que alimenta a besta
Se três poder vira balcão, governo vira biqueira
Olhe, essa é a máquina de matar pobre!
No Brasil, quem tem opinião, morre!La La Land é o caralho
Sp é Glorialândia
Novo herói da Disney
Craquinho, da Cracolândia
Máfia é máfia e o argumento é mandar grana
Em pleno carnaval, fazer nevar em Copacabana
1 por rancor
2 por dinheiro
3 por dinheiro
4 por dinheiro
5 por ódio
6 por desespero
7 pra quebrar a tua cabeça num bueiro
Enquanto isso a elite aplaude seus heróis
Pacote de Seven Boys

Compositor: Criolo / Daniel Ganjaman / Nave

Dirigido por Denis Cisma Direção criativa: Pedro Inoue Cinematografia: Will Etchebere Edição: Paulo Augusto Diretor de efeitos visuais: Luciano Neves Direção de Arte: Ale Maestro Figurino: Tica Bertani Produção: Saigon Filmes Produtor Executivo: Marcelo Altschuler Pós produção: Clan VFX Desenho de Som: 1927 Audio “Boca de Lobo” (Criolo, Daniel Ganjaman e Nave) Voz: Criolo Nave – Programação e Samples Daniel Ganjaman – Synths e Bass Synth Citação de Waly Salomão em Câmara de Ecos Produzido por Nave e Daniel Ganjaman Gravado e mixado por Daniel Ganjaman no estúdio El Rocha Masterizado por Fernando Sanches no estúdio El Rocha Capa / Direção de arte: Pedro Inoue Ilustração: Luciano Neves Direção geral: Beatriz Berjeaut Produção Executiva: Kler Correa Gravadora e Editora: Oloko Records Oloko Records: Direção geral: Beatriz Berjeaut Direção criativa e de conteúdo: Pedro Inoue Direção de comunicação e storytelling: Tino Monetti Coordenação administrativa e jurídica: Kler Correa Coordenação de operações e logística: Giovanna Scarano Consultoria imagem e conteúdo: Gil Inoue Fotografia e edição: Fred Siewerdt Site: Henrique Sarhan Comunicação: Codex Uqbar & Perfexx Assessoria Ficha técnica completa em criolo.net Gravadora e Editora OLOKO RECORDS

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