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Monumento criado em 1940 em homenagem aos descobrimentos. Foto: Tiéle Abreu

Aniversário em Lisboa por Tiéle Abreu

Trinta dias de Lisboa, um mês de imigrante, 34 anos.

Decidi que celebraria o meu aniversário de 34 anos em Lisboa, afinal, acho justo e mereço!
Minha viagem estava marcada para maio de 2020, porém, a pandemia chegou de forma violenta, incessante e, por sorte e cuidado,  foi o único malefício causado a mim:  a viagem dos sonhos postergada. E sim, sinto por todas as mazelas que ela causou, todos os projetos, os planos que precisaram ser engavetados e por todas as vidas que precocemente foram interrompidas. Dois anos após, ainda vivemos em meio aos resquícios e sequelas que essa doença nos trouxe, mundialmente.

O ano findando e com ele vem aquele momento de reflexão e das novas resoluções. E hoje, enquanto recordava que amanhã já  contam 30 dias que estou fora, lembrei na hora da canção do Biquíni Cavadão “Quanto tempo demora um mês pra passar?”.

Aqui as horas voam. O biológico ainda está no fuso horário brasileiro – num pestanejar o dia já está findando deste lado e não é só impressão minha, é a primeira coisa falada quando a brasileirada se reúne.

Ainda não tinha parado para escrever breves linhas sobre minha experiência de morar fora, de me tornar imigrante, de recomeçar a vida do zero aos 34. Tudo aconteceu no tempo certo. Não no que elegi, nem mesmo da forma que planejei, porque tem alguém lá em cima que traça tudo antes de nós, que só nos responsabiliza pelo plantio e avisa quando chega a hora da colheita. E eu sou tão grata porque Ele caprichou. Gratidão é palavra de ordem!

Mudanças exigem renúncias, exige deixar as nossas versões de lado e criar outras novas, não esquecendo da nossa essência, dos nossos valores e dos nossos propósitos.

Confesso que nos primeiros sete dias em terras lusitanas, tudo, exatamente tudo, aconteceu. Celebrei mais uma volta radiante ao sol, recebi muito afeto, ganhei bolo de chocolate com coca-cola no café da manhã da hospedagem, era a estreia do Brasil no mundial de 2022 e vi meu país ganhar junto a centenas de outros brasileiros fora de casa, encontrei uma “amiga” virtual com quem fiz conexão desde a pré-viagem até minha chegada aqui. Reisi, gratidão!

Ainda na hospedagem fui agraciada com uma indicação de jobs e arrumei trabalho no segundo dia. Recebi a visita do crush da Espanha, recusei um pedido de casamento porque não sou obrigada né, Brasil?! E tá tudo bem!
Consegui ter um “quartinho” para chamar de meu com uma senhora, brasileira, de 69 anos. Com todas as histórias contadas por ela, às vezes me enxergo daqui a alguns anos. Tem horas que ela me faz rir e chorar ao mesmo tempo, porque a vida é sobre isto: viver!

Não tenho uma opinião concreta sobre os portugueses porque alguns são uns amores, cordiais, gentis. Já outros o oposto de tudo isto, misericórdia!

A cidade é linda, toda cheia de prédios antigos, a maioria em tons pastéis que são uns amorzinhos, a arquitetura é incrível. Os parques, as praças a maioria são bastante arborizados, e é possível realizar atividades físicas ao ar livre, também é ponto de encontro de jovens e muitos moradores aproveitam para levar seus pets a passear.
Como apreciadora de um bom café, posso dizer que amei o país pelo fato deles consumirem este líquido precioso a qualquer hora do dia e por diversas vezes. Tudo é motivo para sentar e tomar um café. Outro dia, numa sexta à noite, escutei uma pessoa  dizer: “vou beber café, amanhã é sábado não preciso acordar cedo”. Isto eu falaria diante de uma garrafa de vinho, mas tudo bem.

A maioria da população, além de idosa, é fumante, assim como é muito comum encontrar adolescentes e jovens consumindo tabaco pelas ruas. Ainda sobre o consumo de nicotina é muito normal ver os estabelecimentos comerciais com cinzeiros em cima das mesas, por exemplo. Ou até mesmo nas lixeiras da via pública.

Os portugueses estão habituados a fumar em quase todos os lugares, em todos, até mesmo nos espaços não abertos que ainda o permitem. Então, se você sentar em uma padaria para fazer um lanche e na mesa do lado estiverem fumando, você irá fazer sua refeição e eles irão continuar fumando como se nada estivesse acontecendo. Paciência de Jó neste caso. Não respire e aceite que você é quem precisa se habituar, porque este não é o seu país.

O poder de compra realmente é notório. Algumas coisas são exorbitantes, como por exemplo, um par de havaianas a 30€, porém é possível comprar 500g de arroz por 90 cêntimos de €, entre outros itens perecíveis. Inclusive com 30€ é possível fazer a compra de uma cesta básica.

Os preços de bebidas alcoólicas como vinho e espumantes são de fácil acesso. Com 1,99€ é possível brindar até sem motivo. Comer queijo brie, um dos meus favoritos – no Brasil  já estava nem comprando porque encontrava-se a R$29,70 -, aqui sai por 1,99€. Tudo bem que França está mais perto de Lisboa do que do Brasil, mas né?!
Consigo ter acesso gratuito à Biblioteca Municipal, a mobilidade urbana é eficaz, a cidade é interligada por metro (metrô), autocarro (ônibus),elétricos (bondes), elevadores. Também há outros meios de locomoção
como barcas, tuk-tuk entre outros. A população maior de 65 e  menor de 23 anos tem acesso gratuito ao transporte público. Também é possível adquirir um cartão chamado navegantes, que por 40€ mensais te dá acesso até 18 estações fora da Capital por meio de nove tipos de locomoções.

Quase vésperas de Natal e eu já ganhei meu primeiro, talvez único, presente (simbólico) de Natal, mas mesmo que não ganhasse nada consigo me sentir a pessoa mais agraciada deste mundo porque estou quase findando o 2022 e ele foi muito melhor do que poderia ter imaginado.

Só consigo desejar aos meus os melhores sentimentos e que Jesus renasça em seus corações, porque é isto que precisamos ter vivo em nós! Feliz Natal, beijinhos!

 

 

Tiéle Abreu, natural de Rosário do Sul, é jornalista por fomação pela UFN, Santa Maria. Transitou por cinco países da América Latina e se apaixonou pela área hoteleira. Viveu  quatro anos em Florianópolis atuando no setor hoteleiro e gastronômico. Como boa sagitariana que é, adora uma mochila nas costas e resolveu, mais uma vez, desbravar novos horizontes. Agora experiencia a vida de imigrante em Portugal.

 

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