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(ADVOGADA ESTRESSADA) UMA MÃO LAVA A OUTRA – POR SAÍLE BÁRBARA BARRETO

 É assim que funciona e vai continuar funcionando no poder judiciário, enquanto processos envolvendo magistrados não forem julgados por um órgão realmente isento.
A ideia do CNJ era boa. Na prática não deu certo, porque dos 15 membros, 9 são magistrados. O corporativismo impera. Infelizmente…
E nos tribunais estaduais então, a coisa é ainda pior. Vou dar um exemplo: um juiz é processado por um cidadão comum. Digamos que ele tenha plagiado um artigo, ou um livro (é só um exemplo). Ele não quer ser condenado. Então conversa com o colega juiz que vai julgar. O colega “livra a cara dele” e ainda condena o autor da ação em 20% de sucumbência.
Tempos depois, o tal colega que o ajudou a ferrar a pessoa que tinha razão (que nojo!) é processado. Ele precisa retribuir o favor. E retribui.
Segue o baile. O condenado não consegue nem levar seu pedido para fora do estado. Assim, nenhum deles é punido por nada. Nunca. Até denúncias de estupro e corrupção são arquivadas.
A certeza da impunidade é tão grande, que decidem o que bem entendem. Como se não existisse lei. Como se estivessem acima dela, ou como se para eles, existisse um tribunal próprio em que tudo é permitido e não existe demora.
Sim, passam os processos deles na frente daquelas pessoas que possuem real preferência. Confessam quando a gente reclama: “dei prioridade nesta ação do colega.” E sabem que nenhuma punição virá.
Duvidam? Então façam o teste: pesquisem nos sites dos tribunais os processos públicos de juízes. Vocês vão ficar chocados com os resultados. E com a rapidez dos andamentos…
Sentem-se intocáveis. E são mesmo. No Brasil, o pior que pode acontecer é uma condenação à férias eternas (aposentadoria proporcional).
Foi disso tudo que eu falei nos Causos da Comarca de São Barnabé. E estão me processando. Porque a carapuça serviu como uma luva.
O esforço que fazem para provar que o proibidão é real impressiona qualquer um que acompanhe minha saga. Não é necessário possuir formação jurídica.
Eles chegam a despachar três vezes (em menos de uma semana) qualquer ação em que um colega é mencionado.
Esquecem que a lei do retorno é infalível. Esquecem que Deus existe. Mas o que estou dizendo? Eles nem acreditam em Deus.
SAÍLE BÁRBARA BARRETO é advogada, contadora de histórias e bruxa malvada nas horas vagas.
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