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A guerra é um cão sem coleira por Mel Inquieta

por Mel Inquieta (Melina Guterres) / Impressões sobre guerra

 

Quem segura esse cão? 

Estava passeando com a Flor, minha cocker de 12 anos. Um pastor alemão desgovernado andava pela rua. Ele tinha fugido de uma casa. Seu dono tentava levá-lo, mas ele não respondia aos seus chamados. Eu tentava esconder a Flor atrás de um carro e outro, ao mesmo tempo, tinha pressa para chegar no pet e comprar um remédio antes que a loja fechasse. Estava na esquina da Visconde com a Venâncio Aires. Do outro lado da rua, o Zeppelin Bar Santa Maria recém abrindo as portas com alguns guris na frente. Na esquina seguinte era o Pet.

Ao atravessar a rua, visualizo o pastor correndo em nossa direção, sem se preocupar com os carros do cruzamento. Já chego na frente do Zeppelin gritando por socorro e passando pelos guris, tentando chegar na porta. O cachorro foi muito rápido. Quando vejo, a Flor está caída, chorando. Eu empurrando tudo que estava atrás de nós até ela ficar segura dentro do bar. Os guris chutaram o cachorro e conseguiram impedir algo pior. Fiquei com coração na boca por quase uma hora ainda. Não conhecia os novos donos do bar, mas me sinto com uma dívida impagável. Muito agradecida mesmo. Não sei como seria se eles não estivessem ali naquele momento.

No fim, estamos todos bem. Flor, o cachorro, os guris, eu. O dono do cachorro, depois, pediu mil desculpas. Eu ainda estou no susto aqui, escrevendo e agradecida por estarmos bem e lidando apenas com os instintos dos nossos animais e não de seres humanos chefes de estados capazes de gerar guerra.

Ontem vi uma imagem de um homem correndo com uma criança ferida no colo. Israel teria atacado crianças na Palestina. Vi ataque da Rússia a um prédio na Ucrânia que matou 70 de uma só vez. Lembrei das tantas outras guerras e da sensação de impotência diante delas.

Quem segura esse cão? Esse cão da guerra? Tem coleira pra isso? Que sensação horrível ter que pedir socorro numa esquina de Santa Maria por causa de um cachorro. Imagina numa situação de guerra.

Como o inconsciente processa as imagens de uma guerra?

Sonhei que estava em pequeno barco, navegava por um rio com um bloco de notas, uma câmera. Alguém parecia ajudar na condução. À minha frente, o Caronte remava, fazendo a travessia dos mortos. Um de cada vez. À direita, sentados numa enorme montanha, uma multidão aguardava, jogando moedas para a  passagem.

Eu apavorada, pensava: Como um único Caronte vai fazer a travessia de toda essa gente? Quanto tempo os mortos permanecerão no limbo? A sobrecarga ao Caronte não tinha sido gerado por circunstâncias naturais. O sistema de travessia estava em colapso. Queria ajudar, mas não tinha nenhum poder sobre a situação. A mim só cabia registrar, só tinha a visão, a palavra escrita e uma sensação imensa de impotência. Ontem me emocionei após acompanhar as notícias, entre elas, um ataque da Rússia à Ucrânia que matou 70 de uma só vez, um ataque de Israel à crianças na Palestina. Um homem correndo com uma criança ferida no colo. A população desesperada em volta. Pessoas passando frio e fome.

Como dormir com todas as imagens que nos chegam diariamente? Eu lembro das mesmas sensações em outros ataques e guerras civis. Iraque, Afeganistão, Síria, etc. O povo não tem culpa, toda guerra é estúpida.

Óbolo ateniense cunhado c. 454−404 a.C.. Nele há a efígie de Atena e a coruja. Óbolo de Caronte é um termo alusivo para uma moeda colocada em ou sobre a boca de um defunto antes de seu sepultamento. As fontes literárias gregas e romanas especificam a moeda como um óbolo, e explicam-o como um pagamento para Caronte, o barqueiro que conduzia as almas através do rio que dividia o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Exemplos arqueológicos destas moedas, de várias denominações na prática, tem sido chamados “os mais famosos bens mortuários da Antiguidade”

 

O fim da indústria bélica e do seu capital de morte

Confesso que ainda me sinto bem ignorante para comentar sobre esta guerra. Pra mim, nenhuma se justifica. No entanto, o que tem me chamado atenção são as sanções econômicas como forma de arma, até apelidada como Bomba Nuclear Financeira. A minha estranheza é por que só estou ouvindo esse termo agora que a Rússia ataca a Ucrânia e não nas outra tantas vezes que os EUA invadiam outras nações? Por que cometendo os mesmos crimes contra a vida civil, uns são vistos como heróis e outros vilões? Lamentável ter que ver tanta devastação outra vez. Talvez a maior sanção pela paz que possa haver definitivamente é o fim da indústria bélica e da sua moeda de morte.

Perguntas que não calam e só aumentam.

Eu poderia escrever sobre a invasão da Rússia na Ucrânia, dizer que Putin sentindo-se ameaçado resolveu agir com a mesma ignorância americana e que, por isso, recebeu sanções jamais vistas. Dizer que lembrei das aulas de cinema e de ter ficado chocada ao saber que o governo americano investia bilhões na indústria cinematográfica em roteiros que exaltavam seus heróis, patriotismo e interesses.  Que toda guerra tem seus Joseph Goebbels, para quem não sabe, o antigo Ministro da Propaganda na Alemanha Nazista. Sempre há uma sociedade que adora comprar ideias absurdas. Fiquei com mais medo do que alívio quando vi que republicanos e democratas levantaram para aplaudir as novas sanções anunciadas recentemente por Joe Biden à Rússia. Pensei: – Pronto, agora os russos vão explodir tudo com suas armas nucleares para provar que os americanos não são os donos no mundo. Que, na verdade, todo mundo sabe que são, afinal quantas guerras realizadas, nações invadidas, mortos e quantas sanções? Alguém já tinha ouvido falar em bomba nuclear financeira? Nunca o mundo todo se uniu contra os EUA em seus ataques como está acontecendo agora contra a Rússia. Também nunca ficou tão evidente que vivemos numa sociedade xenofóbica e racista. As vítimas brancas de olhos azuis tomam as notícias e solidariedade do mundo também de forma não vista em outras guerras e povos. Negros e estrangeiros tem mais dificuldade de sair da Ucrânia. As medidas acalmarão ou ativarão os ânimos? Putin pretende matar o presidente comediante que não abandona seu país?  E este pretende seguir convocando civis para lutar? Por que aviões russos sobrevoam agora a Suécia? Por que meus amigos que estão nessas regiões não respondem? Se Putin queria só um pedaço da Ucrânia, onde estavam os separatistas, por que invadir toda? Hoje vi a cena uma barreira humana de homens civis (todos de 18 a 60 foram convocados para defender o país) para impedir o avanço das tropas russas por terra em uma das cidades da Ucrânia. Se alguém tinha alguma dúvida sobre a soberania deste país, seu povo prova que não. E isso não é marketing pago com impulsionamento.  É orgânico, pago com sangue. Numa guerra é impossível não contar com a morte. Lembrei do sonho que tive esta noite . É tão triste acompanhar estas imagens. É tão preocupante esta situação. Impossível não se perguntar se uma terceira guerra mundial pode estar começando. O que esperar de uma guerra nuclear? A humanidade em extinção?

A guerra é um cão sem coleira!

Caronte: quem é o barqueiro do submundo na mitologia grega?
Na mitologia grega, Caronte (em grego: Χάρων, transl.: Chárōn) é o barqueiro de Hades, que carrega as almas dos recém-mortos sobre as águas do rio Estige e Aqueronte, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos

 

Tudo que está acontecendo hoje m fez lembrar do meu texto de minha  estreia numa extinta plataforma de blog (comunique-se) em 2004.
2004:
Ciranda Americana Quando “os poderes” invertem
Ciranda, cirandinha vamos todos cirandar vamos dar a volta meia, meia volta vamos dar. O anel que tu me destes era de vidro e se quebrou o amor que tinha nele era pouco e se acabou. Portanto seu Iraque entre dentro desta roda diga um verso bem bonito diga adeus e vá embora….
– Não sou perfeito. Sou pobre, mas tenho petróleo. Querem me expulsar do meu território?
Ciranda, cirandinha vamos todos cirandar vamos dar a volta meia, meia volta vamos dar. O anel que tu me destes era de vidro e se quebrou o amor que tinha nele era pouco e se acabou. Portanto Dona “ONU” entre dentro desta roda, diga um verso bem bonito diga adeus e vá se embora…
– Até quando os anéis serão de vidro? Até quando se quebrarão? Até quando não me ouvirão? O mundo paga o teu erro. O meu amor foi você que não aceitou… faço o que posso, mas o fim foi você que iniciou.
Ciranda cirandinha, vamos todos cirandar vamos dar a volta meia, meia volta vamos dar. O anel que tu me destes era de vidro e se quebrou o amor que tinha nele era pouco e se acabou. Portanto seu jornalista entre dentro desta roda diga um verso bem bonito diga Adeus e vá se embora…
– Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a volta meia, meia volta vamos dar. Até quando vamos dar a volta meia e a meia volta e parar no mesmo lugar? Já era hora de ir embora, volta doida, volta maluca, volta estrangeira, volta americana, até quando matarás?
Pá, pá , pá …..
No dia 3 de maio, 14ª Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), divulgou em seu relatório anual de 2003, que cerca de um terço da população mundial viveu privada da liberdade de imprensa. Segundo ela, 501 veículos de comunicação foram censurados em todo o mundo, 766 jornalistas foram presos, mais de 1.460 foram agredidos ou ameaçados e 130 estão presos neste momento. Os índices aumentam na região da Ásia e do Oriente Médio. Por que será? Ninguém sabe…. Todo mundo sabe, por causa desta guerra miserável, inútil, que só mostra que o ser humano se assemelha cada vez mais com um monstro, sem piedade, compaixão. Grande roda, grande ciranda. Porra de roda, porra de ciranda, me surpreende como existem pessoas que ainda glorificam os Estados Unidos da América. Engraçado seu nome né? Unidos da América? Estados ,,, América.
A América é só os Estados Unidos? Essa ciranda é muito fechada, só pensa em si. Pra que o diferente? Quem a critica, quem a instiga é morto! Quanto será o número de jornalistas mortos pelo governo americano. Oh, oh, oh, não os americanos jamais cometeriam tal crime. Eles jamais passaram esta imagem, só que agora pegaram um presidente diferente, que não consegue organizar o que fica “por trás dos panos”. Um presidente que quer ser herói mas planta ódio. E o povo americano é inocente? Será só culpado seu presidente? a maioria votou a favor da guerra. O anti-americanismo cresce e os americanos justos ou não, corruptos e crianças, estudantes e doentes, a favor e contra a guerra…todos, todos, todos sofrem e sofrerão as consequências da ciranda americana.
Mas, enfim, o que mais me surpreende é a evolução da mídia americana, finalmente atacando o próprio governo. Nos últimos dias jornais americanos noticiaram a violência e a humilhação que sofrem os presos iraquianos nas mãos dos soldados dos Estados Unidos da América.
Oh, oh, oh, os americanos não são tão bonzinhos assim? Oh, oh, oh, quem é o herói agora?
A minha dúvida é o que aconteceu com a mídia americana, será que endoideceu? Sempre fora vista como grande auxiliar do governo – a população tinha que buscar informações fora para saber os verdadeiros fatos da guerra. Pobre povo americano, tanta liberdade de imprensa, tão democrático, tão confuso, tão perdido, sem rumo, sem sentido e agora sem herói. Será a mídia o mocinho ou o vilão? Ou será que jornalistas americanos também estão sendo mortos, presos, ameaçados, violentados?
Ciranda, cirandinha vamos todos cirandar, vamos dar a volta meia, meia volta vamos dar, o anel que tu me destes era de vidro e se quebrou. O amor que tinha nele era pouco e se acabou, portanto, Presidente Bush, entre dentro desta roda diga um verso bem bonito, diga adeus e vá embora!

Paz!

 

(Melina Guterres / Mel Inquieta)

Jornalista, poeta e criadora da Rede Sina.

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