Tenho um medo horripilante de relacionamentos conjugais.
Suas imprevisibilidades me assustam.
Suas flutuações me atormentam.
Seus devaneios ilusórios me…
Tenho um medo horripilante de relacionamentos conjugais.
Suas imprevisibilidades me assustam.
Suas flutuações me atormentam.
Seus devaneios ilusórios me afligem.
Suas incoerentes demandas me angustiam.
Seus delírios de eternidade me apavoram.
Suas batalhas por poder e afirmação me amarguram.
Acho tudo isto aterrorizador.
Talvez esta perspectiva seja uma herança solitária adquirida no firmamento como uma estrela que anseia por vagar livre pelo espaço da vida.
Ou quiçá seja alguma memória assombradora e inconsciente de observações pretéritas.
Honestamente, não sei, só sei que ainda me assusta a visão de um relacionamento perene.
A pintura de uma tela imutável.
A vivência de um cenário repetitivo e enfadonho.
A experiência de uma senda previsível e limitante.
Mesmo assim, existem poucos prazeres tão intensos e profundos como as delícias do conjugar e a magia do compartilhar toques, beijos e prazeres.
Então, certamente impelido pela excitante nobreza do doar-se, assim como pela fascinação de superar minhas incertezas, com deliberada coragem e uma natural inspiração estou sempre pronto para adentrar a gloriosa senda pavimentada pela arte do amor relacional, independentemente de sua duração.
E assim, a vida segue seu incessante e majestoso ritmo
Entre pavores e amores
Entre dúvidas e esplendores
Entre solidões e sabores
Entre angústias e humores
Apesar disso, oxalá um dia o temor mingue e desapareça para que a plenitude aconteça.
E enquanto isto, o amor e suas gloriosas substâncias são um poderoso antídoto para este desconhecido medo.
PS: Para citar este Poema:
Cargnin dos Santos, Tadany. Relacionamentos – Um Desconhecido Medo.
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