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8 POEMAS DE PAULA VALÉRIA ANDRADE

As MAISCARAS máscaras                                            

As muitas faces que temos – e não vemos.

Representam o que muito desejamos – e não revelamos
E o que muitas vezes não queremos – mas no fundo somos.

Não importa por que porta se adentram,
mas de fato caminham juntos esses sentidos – por dentro
os dois lados – contraditoriamente múltiplos –
assim mesmo em duo, multifacetados

Somos o que podemos ser – ou o que apenas conseguimos e seguimos

Somos o que não desejamos,
obscenos,
medíocres, desconfiados,
pequenos …

Recalcados, e assim fazemos de tudo e o que não queremos, mas sim o que conseguimos

(por semi-inercia)

Somos o que criamos –fantasia
desapontamentos
iludidas expectativas aterrissam.

Não executamos
abortamos
sabotamos
por egoísmo ou qualquer ismo surtamos

Usamos 10% do cérebro

Simplesmente negligenciamos
E continuamos pálidos e invernos, vivemos

Trocando as máscaras de cada dia
sacaneamos as mais divinas possibilidades
de felicidades, de pura e total chance de vivacidades

De boas oportunidades …de sinceridades,
um coração aberto? Quem é o ser humano de boa vontade?

Interessado saber executar com fineza e sabedoria
o afinar diferentes instrumentos – fase de ensaio no inicio estridentes, destoantes,

Incompatíveis – quase impossíveis

Com bom senso, doamos amor aos pedaços com talento
transformamos – enfim
o estrago outrora feito no balaio

Tudo aquilo que fez destruir / corroer /desmoronar
deixamos cair, ir embora.

Escoar esgoto subterrâneos afora.

Tentamos autodomínio
no ato da compulsão exercício ralado
de não confusão,
busca pelo encaixe perfeito
das multimáscaras
múltiplas polifonias caras alternâncias da quase

  • Multiplicação E por opção
    ou intuição de autoproteção
    daquele lado

        Que não se agrada nunca
sem os brios

Da controlada
razão

Explodir em segundos

O que se demora um tempo de vida
para construir, sem máscaras ruinas de
sentido entre
céu e ar
terra chão

Chuvas perdidas

Desacertos

Liquido rio dos olhos
faz mente fluir

Filtrar pedaços
do potencial natural

E coisa e tal, de aceitar o existir.


VICIOS URBANOS – HUMANOS*

peixe no aquário
pássaro na gaiola
nem o céu,
nem o mar,
Cabem enquadrados.


VISTA 22 Paulicéia Desvairada

O vai e vem sobre trilhos
Bondes por toda a cidade
Vejo via viaduto moderno
O urbano concreto e a quebra do terno
Anita Mafaltti inaugura a vanguarda modernista
Após seus diversos estudos parisienses e cubistas
E assim, chega Tarsila na sequência
Imortaliza e diviniza a pincelada do Abaporú
Entre tantas outras essências para construir em 33
Os operários, que ficam para sempre no retrato.

E se Mário é hoje um gigante, como será que era de fato Mario, na sua vida de antes?
O benefício da dúvida anuncia, sem saber como expressar
Que a Semana de 22 também trouxe na escadaria,
Presenças inúmeras a se lembrar.
E ressalvo na cena que acena,
Entre o profano e o sagrado das verdades que vem, do lado de lá.
Acesso à memória da presença de Eugênia, atriz que por um triz
Não se sabe esquecida. Figura marcante e hoje redimida.

E a Oswald de Andrade, coube à grande verve à porta do Teatro Municipal
Escadaria, tumulto, gente e coisas e tal. Tudo improvisado e triunfal.
A eloquência e a ambivalência de uma arte moderna brasileira, saía da prateleira.

E assim cem anos se completam de tamanha façanha
A antropofagia que nos une, mastiga e engole, atrevida grita e estabelece,
A liberdade de pintar e escrever, sem as bases de um formato ou padrão,
Ou de um estilo ou conceito europeu que nos faça prescrever.
Salve o Modernismo e a ruptura de um mundo pré-formatado.
E hoje, seguimos em frente avançando num Brasil pós-moderno, de fato.


LIBERDADE CIRCUNDANTE

Aqui agora
ali lá fora
dentro no centro acolá
fora em torno no lado de cá
o círculo não tem esquinas
(seus cantos de quinas)
para encontrar
por que o quadrado
insiste em enquadrar
suas retas meninas.


Espelho ReVerso

A imagem distorcida no espelho
Vislumbra noutro,
O outro que não trago dentro
Imagem insana
Ótica e fluxo do meu pensamento

Bruxas, monstros, lobos e sapos
Medusas, medeias e lagartos
Lágrimas e venenos invisíveis

Visão elucidada das coisas
Alegoria que resiste e insiste
Ilusão nas dobras do tempo

Loucura de projeção
Não-conexa, se revela avessa
Ao pulso do coração

Enlameada lona da emoção

Viagens cavernosas
Estradas perigosas
Percursos da imensidão
Do mar que habita dentro e secreto

Discursos em devaneios
Alinham imagens distorcidas
Buscam caminhos sem partida
Ou fins que tenham meios

Limbo onírico do delírio e da utopia
Languido amor que se esvazia
Douradas cavernas e mitos da fantasia,
Faz um bloco inteiro sair,
E cantar sem carnaval

Fica na lenda o espelho quebrado
Maldição de amor mal-amado
Imagens da covardia e distopia

Farelos de sonhos e utopias
Desmanche de sonhos e alegorias

E o que não foi dito,
Deixou de ser bendito

O tempo reverso da imagem
Nunca criou coragem
Para refletir um amor bonito,
De encaixe pleno na colagem,
E vento azul de crina celeste,
Na garupa do destino.

Invertido sentido do sonho
Reverso espelho transgressor
Alento de um voo sensível
Na busca incessante do amor.


DESMANCHE

Muito triste tudo isso junto.
Muito triste tudo isso.
Muito triste tudo.
Muito.

Triste que dói, bate e vai.
Uma tristeza avalanche.
Mas parece, um terremoto.
Pedras que rolam e destroem tudo.
Palavras bombas, a tudo explodem, tudo.

Triste demais
Forte demais
Louco demais.
Pessoas partindo.
Despedindo-se daqui.
E, ponto final. A palavra final.
Triste demais. O final.
Muito triste tudo isso.
Muito.
Pedras rolando
Dores rolando
Perdas descabidas. Perdas.
Pedras rolam perdas.
Tristeza.


A Cidade, Escangalho da Retina.

A carne pura. A carne dura. A carne atura, o trabalho | que vaza o vazio das mãos. Sem comer,
seco de beber. A carne cura | a falta de sono ou afeto, que a vida dura sutura. A carne aguenta
loucuras | de violências | ou querências dos jogos de guerra, na face sombria da Terra. A carne
fraca emperra | e empurra. o que a vida não cura. Apura sofrimentos sedentos. Agrura de
rebentos | caminhando em desalento | entre carros parados do transito lento. A carne arde,
covarde. Boiando no vácuo do asfalto | no engarrafamento, vapor do calor do cimento. Uma
dose de chuva | diz toda a tempestade |. Inunda cidades. Fiapos de recomeços | nos viram do
avesso. A voz, olha o que morde | foge. A retina escuta | a força bruta. Ruptura | liberta da
agrura, da dita dura. Outubro 2019


Alguns poemas (1)

 

PAULA VALÉRIA
Poeta, escritora, professora, artista audiovisual, diretora de arte e criação. Publicou mais de 25 livros de: poesia, arte-educação, didáticos, antologias, prosas e livros infantis. Conquistou prêmios literários em: Portugal, Itália, Alemanha, EUA-NY, e no Brasil: Jabuti, UBE, PROAC-SP e APCA. É “Menção Honrosa Poesia” 2016, na FALARJ*. É escritora e poeta laureada na Casa França-Brasil, pela APALA**RJ, 2018. Livros de poesia: “Amores, líquidos e cenas”, Ed. Laranja Original, 2018, “A Pandemia da Invisibilidade do Ser”, 2019 – Prêmio Guarulhos de Literatura – Livro do Ano | 2020 e “Seios da Face”, Ed. Venas Abiertas, Projeto Mulherio das Letras, 2022. Recebeu Prêmio PROAC-SP 2020 com “O Novo no Ovo” livro e criação de poesia transmídia. Em 2022, conquistou o PROAC LAB SP no Prêmio Histórico em Literatura – conjunto de obras – para realizar sua “Trilogia Poética Urbana” no selo SPVI BOOKS. Participa do coletivo Imersão Latina.  É idealizadora, curadora e organizadora do coletivo Feminino Infinito, há 5 anos, em São Paulo.
*(Federação das Academias de Arte e Literatura do Rio de Janeiro).
**(Academia Pan-americana de Letras e Artes do Rio de Janeiro)
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