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ENTREVISTA: ALEXANDRE BERSOT (ilustrador e cineasta de animação)

“Não aceito o mundo arte finalizado que nos empurram, então tento eu mesmo criar meu mundo ou pelo menos mostrar do meu jeito o que acho dele”

Alexandre Bersot é ilustrador e cineasta de animação, membro da ABCA – Associação Brasileira de Cinema de Animação, autor e diretor do curta Imagine uma Menina com Cabelos de Brasil o qual define resumidamente “O cabelo, a fronteira final. Entre caretas e escovas, as viagens em busca de aceitação.”

O curta que trata da diversidade, aceitação e bullying na escola foi lançado em 2010, recebeu diversos prêmios no Brasil e exterior. Em  2012, foi feito livro pela editora Prumo. Em 2013 através do projeto Maleta da Infância do Canal Futura professores e alunos de escolas públicas de ensino fundamental do país receberam diversos materiais didáticos criados pelo autor com os personagens do curta.
Neste ano, mais um livro será lançado, agora com 200 tiras de humor da personagem Aparecida que também serão publicadas nas redes sociais.

Confira a entrevista:

REDE SINA – Como foi o trânsito entre a educação artística e animação?
ALEXANDRE BERSOT -Ser professor foi uma oportunidade que surgiu logo após o término da faculdade, com o concurso para o magistério estadual do RJ. Achei que poderia fazer a diferença como professor, mas também descobri que não tinha a vocação para tal. Então levei todo esse conhecimento marxista sobre arte e trabalho, educação estética e do olhar para o que faço profissionalmente com audiovisual. E com a animação (ou desenho animado), um sonho de criança que só começou a se realizar nos anos 2000, não foi diferente.
REDE SINA – Quais as dificuldades de fazer animação hoje no Brasil?
O setor está voltado para a produção industrial em animação, ou seja, séries animadas. Acho que nesse campo a coisa está se desenvolvendo muito bem no Brasil. Mas a produção autoral vem sendo colocada de lado, não obstante o aviso de que é ela que mostra a identidade de um país, de um povo e também que forma mão de obra para a indústria. Por isso uma é tão importante quanto a outra. Só que a produção autoral só consegue se mostrar se houver fomento governamental em suas diversas esferas. Fica muito difícil, ou quase impossível, um realizador autoral viver de sua arte. Fazemos animação por teimosia e por amor à imagem em movimento.
 
REDE SINA – Como decide os temas? Questões sociais caracterizam seus trabalhos? 
Não tenho como foco questões sociais nos temas dos meus trabalhos, mas na verdade isso é uma coisa que já faz parte de mim, então não tem jeito, sempre acabo pensando por aí. Meu trabalho quase sempre terá algum tipo de engajamento, seja político, progressista ou com alguma mensagem “do bem”, como o pessoal hoje gosta de dizer. Quando trabalhamos com humor é claro que às vezes podemos dar a impressão de reforçar estereótipos e/ou preconceitos, mas sempre tenho muito cuidado com o tom a ser usado e até onde posso ir sem ferir as pessoas.
REDE SINA – Como é ver o curta “Imagine uma menina com cabelos de Brasil…” tomar outros formatos, livro, Maleta de infância do Futura e agora tirinhas?
É gratificante saber que um trabalho seu tomou novos rumos através de outras linguagens e que isso aconteceu (e acontece) pela empatia causada pelo tema abordado. É bom saber que Aparecida é uma personagem provocadora mesmo sendo uma menina comum: nem heroína nem covarde, nem arrogante nem vítima. As múltiplas camadas de leitura oferecidas pelo filme continuam proporcionando todos esses desdobramentos, acho que depois de tanto tempo posso dizer que se tornou uma obra problematizadora, e isso é muito bom.
REDE SINA –  Como foi a reação das pessoas ao filme?
O filme não foi feito visando o público infantil, mas foi incrível saber como as crianças gostaram e se identificaram com ele. Acabou agradando a todas as faixas etárias e os grandes prêmios conquistados nos festivais foram através do voto popular, sem dúvida um grande reconhecimento. Recebi muitos e-mails de pessoas que passaram a se aceitar e aceitar seus cabelos e até hoje encontro quem fale sobre o filme em blogs, redes sociais e sites especializados em cinema. Certa vez uma moça me enviou a foto de uma tatuagem que mandou fazer com Aparecida, a personagem principal.
REDE SINA – As tirinhas serão lançadas quando? Pode falar um pouco mais sobre esse projeto?

O livro já está editado e eu mesmo sou o editor. Agora estou na fase de negociações com as gráficas. Provavelmente será feito numa gráfica no RS ainda antes do meio deste ano. Será vendido pela internet e, se der certo, nas livrarias também, já que possui Ficha Catalográfica e ISBN.

REDE SINA – O que te incomoda e te faz criar? 

Tudo me incomoda. Tudo me faz criar. Não aceito o mundo arte finalizado que nos empurram, então tento eu mesmo criar meu mundo ou pelo menos mostrar do meu jeito o que acho dele. Mas admito que crio muito mais do que realizo. Queria realizar mais, porque gosto de todas as linguagens: cinema, animação, quadrinhos, escrita, tenho ideias para tudo, chegam quase a mil. Acabo usando as redes sociais para distribuir os “produtos” desse meu latifúndio criativo, mas gostaria de poder sobreviver do que crio; hoje a maior parte da minha sobrevivência ainda se deve a criar para os outros.

REDE SINA – Qual sua sina?

Sina é sinônimo de destino e em destino eu não acredito, apesar de o meio me querer fazer acreditar que existe. Então posso dizer que minha sina é achar sempre um jeito de não ser dominado pelo conformismo do destino!

Assista ao filme AQUI
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