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Roger Baigorra Machado

COLUNA: CRÔNICAS DO ROGER

Roger Baigorra Machado é formado em História e com Mestrado em Integração Latino-Americana pela UFSM. Foi Coordenador Administrativo da Unipampa por dois mandatos, de 2010 a 2017. Atualmente trabalha com Ações Afirmativas e políticas de inclusão e acessibilidade no Campus da Unipampa em Uruguaiana. É membro do Conselho Municipal de Educação, do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico do Município de Uruguaiana e é conselheiro da Fundação Maurício Grabois. Em 2020 passou a compor o Centro de Operação de Emergência em Saúde para a Educação, no âmbito do município de Uruguaiana/RS. No resto do tempo é pai do Gabo, da Alice e feliz ao lado de sua esposa Andreia.

abril, 2023

  • 29 abril

    OS CAPINCHOS DA SANGA GRANDE*. por ROGER BAIGORRA MACHADO

    O Grande Capincho estava imóvel, parecia um tronco jogado no meio do junco. De tão grande que era, dava para ver a sua cabeça inteira repontando por cima das folhas amareladas do capim. Logo abaixo da queixada, no espesso pescoço, toda a sua tensão pulsava através de uma veia trêmula. …

março, 2023

  • 24 março

    O RACISMO REVERSO E O DESAPARECIMENTO DE DOIS HOMENS BRANCOS NO CALÇADÃO DE URUGUAIANA por ROGER BAIGORRA MACHADO

    Esse texto é sobre o desaparecimento de dois homens brancos, evento que ocorreu hoje, no calçadão de Uruguaiana. Mas para falar sobre isso, preciso antes, mudar de país e de época. Tudo começa em Doddsville, cidade estadunidense erguida sobre o delta do Mississipi, na região do Condado de Sunflower. Era …

  • 11 março

    O TRABALHO ESCRAVO EM URUGUAIANA OU SOBRE COMO ÀS VEZES OS POBRES PENSAM COMO RICOS. por ROGER BAIGORRA MACHADO

    Cheguei na rodoviária de Uruguaiana às seis da manhã. Eu estava vindo de Santa Maria, num quente sábado de 2004. Aproveitei um feriado na Universidade Federal de Santa Maria e me mandei para as bandas da Fronteira Oeste. Já fazia tempo que não via minha família. Como de costume, antes …

novembro, 2022

  • 11 novembro

    TODAS AS HORAS DO FIM por ROGER BAIGORRA MACHADO

    Uma crônica de Roger Baigorra Machado. Não sei se isso acontece com você, mas rola comigo de vez em quando. Talvez, por conta da minha idade, sei lá. É que conforme eu vou envelhecendo, de quando em quando, uma certa melancolia surge e senta do meu lado. Às vezes, acontece …

outubro, 2022

  • 21 outubro

    VOU JOGAR MINHA ALMA NO RIO por ROGER BAIGORRA MACHADO

    Entrei com o caiaque e remei uns duzentos metros para dentro do Uruguai, a correnteza era muito forte. Eu precisava dar cinco ou seis remadas para progredir uns dois metros. Descobri que remar longe da costa é sempre mais difícil, aprendi isso num domingo com vento, nunca mais cometi o …

maio, 2022

  • 21 maio

    MORTA NO SILÊNCIO DE CASA E NO ESQUECIMENTO DO MUNDO por ROGER BAIGORRA MACHADO.

    Era um dia normal na vida de Ana Paula. O despertador do celular, como sempre, vibrando ao lado da cama e lembrando que o dia já começara. Nem sete da manhã e a luz do sol já estava iluminando a louça limpa sobre a pia da cozinha. As contas do …

  • 6 maio

    A CADELA ROUBADA E A ILHA DE ARROZ por ROGER BAIGORRA MACHADO.

    Eu gosto de ouvir rádio. É que o rádio tem uma coisa que me atrai, acho que é sua dubiedade. Ao mesmo tempo em que é um espaço plural e de abertura, também é um lugar de fechamento e individualidade. Podemos encontrar nas rádios muito do que caracteriza uma determinada …

abril, 2022

  • 1 abril

    E ELES TORTURAVAM ALI, NA CABECEIRA DA PONTE, ENQUANTO OS FILHOS DORMIAM EM SEUS CAIXOTES. por ROGER BAIGORRA MACHADO

    Eu fui criança nos anos 80 e, como boa parte delas, cresci ouvindo histórias do tempo em que meu pai e meus tios eram militares do Exército, lá pelo período entre os 60 e 80. Estas narrativas de quando eles estavam no “quartel” continham histórias de todo tipo, umas engraçadas, …

fevereiro, 2022

  • 10 fevereiro

    E LA BOMBONERA ERA NUM BECO, por ROGER BAIGORRA MACHADO

    Uruguaiana, 1996. Cidade Alegria, subúrbio, zona leste, calor do inferno. Fim de tarde normal, gente voltando do trabalho, outros indo. Eu e meus amigos jogando bola e um cara, ao lado do campo, rindo do último tombo que alguém tinha levado. Enquanto a maioria de nós tinha entre treze e …

  • 4 fevereiro

    UMA BRUXA NA FOGUEIRA. por ROGER BAIGORRA MACHADO

    A pele gelada de Maria Simões era o aviso da náusea. O frio da pele contrastava com o morno do suor escorrendo pelo centro de sua testa. A gota salgada entrava no olho e sequer podia ser retirada, Maria estava amarrada num poste na Paróquia de Casas Novas, próximo a …