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POEMA QUASE INFANTIL

Como duas crianças
Após longas férias da escola
A mesma inocência
O abraço mais sincero
O sorriso mais puro,
A felicidade plena
O reencontro.

Voltou assim, na vida adulta,
Quebrando muros, gelos, inverno.
Tomando conta, aquecendo, transformando
Primavera!

Até parece romance, conto de fadas,
Ele pergunta “tem medo?”
Eu penso “medo”?
Coisa de gente grande,
Preocupada em não sentir nada.
Eu to criança!

Avante!
Loucura ou não,
Sensato e distante da razão,
Pra que pensar,
Se o coração pulsa.

Mas confesso, a pergunta
Mexeu nas estruturas
Por um instante
Me sinto adulta
Senti o coração esfriar
Um passo atrás ficar,
Ele teria medo?
E se eu me entregar?
Criança ficar
E ele “adultecer”?
Medo!

Se a idade me permite
Envelhecer, que o tempo
Me permita reencontrar
O desejo de se aventurar
Sem pensar nos calos e feridas que possam ficar 

Se a vida é uma escola,
Eu ando cansada de estudar,
Que toque o sinal,
É recreio,
Eu quero brincar!

Medo é coisa de jogador,
Melhor nem jogar.
Se é pra perder ou ganhar,
Prefiro bons amigos,
Um carteado,

Canastra, ou truco.
Flor, vale quatro, retruco,
Em verso em prosa, a risada,
A amizade que nada cobra.

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