SINOPSE:
AQUELES ANOS (sem dourados)
Rogério, morando no interior do RS, filho de uma família abastada, esforça-se por ter um envolvimento consciente no ambiente político brasileiro. Decide, então, participar dos eventos políticos do país, na primeira metade da década de 60. Entretanto, em razão de tragédias familiares e traços de sua personalidade, não consegue se envolver plenamente, não
conseguindo também ser feliz em suas experiências pessoais. Acaba sendo obrigado a abandonar o país e por fim é pego pela repressão.
O adendo do título “sem dourados” refere-se aos eventos pessoais e históricos desse jovem, cuja infância e adolescência transcorrem entre meados de 1950 a meados de 1960. São marcantes para a história da personagem: a campanha da legalidade, a renúncia do Jânio Quadros, a formação dos CPC, dos Grupos dos 11 e o golpe militar de 1964. Em sua vida
afetiva também se vê meio à separação dos pais, e a namorada se envolver com outro rapaz, com o qual começa a participar de um grupo artístico de CTG (novidade que se espalhava pelo RS no período) e que serve de contraponto ao ideário dos Centros Populares de Cultura. Em suas idas e vindas, nos descaminhos de sua jornada pessoal à margem das tragédias políticas, busca recompor a vida dos escombros.
SOBRE O AUTOR:
– Orlando Fonseca
Orlando Fonseca nasceu em Santa Maria, em 7 de outubro de 1955. Professor Titular aposentado da UFSM, onde atuou por 31 anos, na área de produção textual nos Cursos de Comunicação Social e Letras. Doutor em Teoria da Literatura, pela PUCRS, 1997, e Mestre em Literatura Brasileira pela UFSM, 1991. Exerceu o cargo de Secretário da Cultura de Santa Maria, no período de 2001-2004; Pró-Reitor de Graduação na UFSM, 2010-2013. Patrono da Feira do Livro de Santa Maria em 2005. Cronista do Jornal Diário de Santa Maria e Site claudemirpereira.com.br. Presidente do Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC – 2018-2019); Presidente do Coletivo Memória Ativa (2018-). Autor colaborador no site da Rede Sina.
Prêmios:
Destaque para o Prêmio Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores, pela novela Da noite para o dia, WS Editor, em setembro de 2002; Prêmio Revelação Literária – Prêmio Apesul/IEL, em 1978, com o poema Acalanto. Menção Honrosa no Prêmio “Murilo Mendes”, da Universidade de Uberlândia-MG, em 1985, com o poema Anti-Ode Triunfal. Primeiro Lugar no Concurso Felippe d’Oliveira, promovido pela Prefeitura Municipal de Santa Maria, em 1980, com o poema Angélida. Finalista no Prêmio Açorianos, da Prefeitura de Porto Alegre, pela novela Da noite para o dia, em 2002; também finalista do Prêmio Açorianos pelo livro de contos-coletivos A frase do doutor Raimundo, Ed. Movimento, em 2009.
Obras:
Dossiê do abstrato, poemas. Santa Maria: LGR Editora,1985.
Coração Ralado, crônicas, com Humberto G. Zanatta. Santa Maria: Edição dos autores,1981.
Poço de Luz, novela. Porto Alegre: IEL/Igel, 1989.
O quadrado da hipotenusa, romance. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1997.
Na vertigem da alegoria, Santa Maria, Mestrado em Letras/UFSM, 2000.
Da noite para o dia, novela juvenil. Porto Alegre: WS Editor, 2001.
O fenômeno da produção poética, ensaio. Santa Maria: Editora UFSM, 2001
Sangue no último ato, novela juvenil. Porto Alegre: WS Editor, 2005.
Estrelinha de Natal, musical infantil, com Marcelo Schmidt. Porto Alegre: Movimento, 2008.
Berinjelo, infantil. Porto Alegre: Movimento, 2009.
O segredo dos sapatos novos, infantil, Porto Alegre: WS Editor, 2010.
Na marca do pênalti, novela juvenil, Porto Alegre: WS Editor, 2011.
Estojo vazio, novela juvenil, Porto Alegre: WS Editor, 2013.
Trocando em miúdos – 40 anos de crônicas – Rio das Letras, 2017.
Participação em antologias: poesia: Quarteto in verso, e Quarteto in prosa e verso, junto com os poetas Prado Veppo, Humberto Zanatta e Vítor Biasoli, em 1996 e 1998, respectivamente; O maquinista daltônico, em 2007; livros com crônicas, Coração Ralado, com H.G. Zanatta, 1981, Recortes do cotidiano, 1989, Da boca do monte, 2000, O apito do trem, 2002, Trem dos onze, 2004, Tudo haver, 2005, Nada a ver, 2006; Riso Grande do Sul – temas do sul, com o Grupo de Risco, 2006; livros com narrativa de ficção: Os dez mandamentos, romance coletivo (com mais 9 autores). Porto Alegre: Movimento, 2007. A frase do doutor Raimundo, contos coletivos (com mais 3 autores). Porto Alegre: Movimento, 2009. Com a Turma do Café já são 21 obras publicadas, desde 2005, sendo a última: Todo amor vale um conto, Rio das Letras, 2022 (contos); 1973 – um ano que conta (no prelo – 2023).
Peças de teatro e musicais: Marinheiro em Pessoa, uma montagem de textos de Fernando Pessoa; Santa, comédia musical com letras musicadas por Otávio Segala, e Swing and Blues, drama, todas as montagens produzidas, entre 91 e 93, pelo Grupo Ditirambos, dirigido por João Pedro Gil. Dois musicais: Musical Ymembuy, com músicas de Otávio Segala, em 2008, e Estrelinha de Natal – musical infantil, com músicas de Marcelo Schmidt, em 2009.
Também integrou o Grupo de Risco que editou a Revista Garganta do Diabo, com textos de humor e cartuns, entre 1992 e 2004.
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TRECHO DA APRESENTAÇÃO:
Rogério, o estudante engajado nas demandas democráticas do seu tempo, tanto encarna o projeto das forças progressistas do seu tempo quanto sofre a dura investida da reação conservadora e de seus agentes repressores. Sem indicar o desfecho da trama, adianto que o romance apresentado por Orlando Fonseca é uma narrativa sobre esse tempo de esperanças, anseios generosos e o duro embate com as forças conservadoras, reacionárias mesmo (o Brasil profundo), que sempre espantam alguns de nós. Uma narrativa ficcional sobre um período da vida brasileira de grande dinamismo político-cultural, mas sem o glamour que muitos emprestam a este tempo. Um romance sobre aquilo que mais vale à pena sonhar: a construção de uma sociedade democrática e justa do ponto de vista social. E também, e principalmente, a respeito da fragilidade desses projetos e sonhos.
(prof. de História, escritor e colunista da Rede Sina)
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