Li agora uma reportagem sobre a Suécia. Na verdade, li várias. Resolvi pesquisar sobre o país depois de assistir a um vídeo que alguém dizia que lá não se usa “excelência”.
Realmente procede. Não se usa e desde os anos 60! Nem excelência, nem vários outros pronomes de tratamento para as autoridades. Siiiim! Todos são chamados de você e acham a coisa mais normal do mundo. Legal, né? Tem um livro sobre isso, acho que vou comprar.
Descobri também que os suecos são realmente pessoas mais evoluídas. Eles não costumam sonegar impostos. Não há noticias de casos de corrupção, os deputados usam transporte coletivo e não ganham nenhuma espécie de auxílio (moradia, paletó, etc). Ah! E os vereadores não são remunerados. É um trabalho voluntário. Realmente, um grande exemplo a ser seguido!
E tem mais, lá as mulheres representam 45% do congresso. Não existem diferenças entre homem e mulher na lei. Por exemplo, não há licença-maternidade e paternidade e sim licença-parental, para os dois! E por 480 dias! Não existe também pensão alimentícia. Adultos devem se manter sozinhos e a guarda das “crias” é compartilhada em caso divórcio, sem pensão e com custos divididos. Acho muito justo isso. Cada um com o filho metade do tempo e arcando com metade dos gastos. Já fiz alguns acordos assim. Acordos, porque sentença neste sentido ainda não tive o prazer de encontrar…
Estou aqui lembrando que tenho um divórcio litigioso em andamento que é muito curioso. De um casal sem filhos, um processo em que cada um deveria ir para o seu lado e tocar a própria vida, mas, a outra parte quer pensão alimentícia e metade de um bem que não colaborou com um centavo para adquirir.
Lendo sobre a Suécia e pensando neste casal, me dei conta de como nosso país é atrasado em comparação a boa parte do mundo.
Nos EUA, por exemplo, não existe a figura do herdeiro necessário. Quando morre, você pode deixar seu dinheiro para quem quiser. Até para o seu cachorro! Aqui existe não, violão. Aqui os ‘herdeiros necessários” (ascendentes e descendentes, recebem 50% dos seus bens. Mesmo que você não veja essa gente há anos.
Outro absurdo é a lei te considerar casado por morar com alguém. Ora, se o casamento é de graça, cada um que decida se quer ou não assumir um compromisso. Não é justa essa intromissão. Aliás, penso que Estado brasileiro mete-se demais na vida das pessoas. Quer proteger alguns em detrimento de outros. E o resultado é um número absurdo de processos de gente pleiteando direitos que não deveriam existir.
Ah, se o Brasil fosse um país moderno e não uma colônia do século XIX. Seria tudo tão mais fácil…
Bom, um dia a gente vira civilização. Vamos ter fé. Por enquanto, o que nos resta é argumentar na defesa dos nossos clientes e torcer para que o desfalque seja o menor possível.
SAÍLE BÁRBARA BARRETO é advogada, escritora e bruxa malvada nas horas vagas.
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