Bacharel em percussão pela Universidade Federal de Santa Maria, Mestre e Doutor em Educação pela Universidade de Passo Fundo, onde ajudou a criar o curso de percussão por lá, ao longo dos anos Sandro Cartier participou de inúmeros encontros por diversas cidades brasileiras, dos Estados Unidos e da Europa. Nessas andanças, participou de conversas, workshops, ministrou cursos, disseminou seu ofício e se apresentou em universidades, auditórios, casas de espetáculo e espaços populares, muitas vezes dividindo o palco com músicos de renome internacional. Entre seus feitos, também fez trilhas-sonoras para peças teatrais e para a TV, como o programa Mundo da Leitura (parceria entre o Canal Futura e UPF), laureado em vários prêmios estaduais e nacionais, entre eles, o troféu Açorianos de Literatura e três Galgos de Ouro no Gramado Cine Vídeo. Como percussionista colaborou em trabalhos de bandas e músicos nativistas como César Passarinho, Luiz Carlos Borges, Luiz Marenco, Pirisca Grecco, Joca Martins; além de tantos outros artistas nos mais diversos gêneros, nomes como Zé Caradípia, Estado das Coisas, The Hard Working Band, Ney Rosauro, entre tantos.
Só pela vida acadêmica e pela atuação musical já mereceria nossa atenção, mas Cartier vai além. Ele também lançou três livros infantis, sempre alçando a música e os instrumentos de percussão como mote para instruir jovens e estudantes. Além disso, o músico capitaneou diversas ações sociais gratuitas, utilizando a percussão em suas mais diversas formas, percutindo um despertar para o labor musical na garotada das periferias gaúchas. Nessa seara, o destaque fica por conta de O tambor Vai a Escola, projeto que leva curiosidades sobre o processo de composição de seus livros infantis até instituições públicas de ensino periféricas ou de difícil acesso. Para isso, durante o período pandêmico — com a ajuda do pai —, customizou uma Kombi e transformou-a em motorhome, criando um projeto itinerante que já passou por diversas cidades. Assim, busca conhecer lugares, pessoas, atores fora do círculo do mainstream, forjando uma reconexão com a diversidade das coisas e do mundo ao seu redor.
Foto: Ronald Mendes |
NOVA ETAPA EM SUA CARREIRA
À sombra de uma maturidade artística, aos 56 anos, Sandro Cartier resolveu partir para o autodesafio de abrir uma nova janela nessa trajetória. Apesar da estranheza de muitos em enxergarem o músico como um violonista – o violambau, instrumento híbrido de violão e berimbau, construído por ele – assim como o próprio violão, sempre estiveram presentes em suas atuações. Ao longo dos últimos anos, compôs canções com espírito pop, soltou a voz e jogou luz no violão. Alguns desses temas contém parcerias com letristas importantes da música feita no Rio Grande do Sul: Tulio Urach, Bianca Bergman, Carlos Omar Villela Gomes, Juca Moraes e Jaime Brum Carlos. O primeiro single, “Rosa Amarela”, previsto para chegar às plataformas de streaming no próximo dia 1º de maio, é uma composição com letra inédita de Luiz Coronel, um nome que dispensa apresentações. Além de cantar, tocar vários instrumentos, arranjar e fazer programações, “Rosa Amarela” traz participações de Guto Wirtti (baixo) e João Vitor Cembranel (piano). No segundo semestre, Sandro Cartier pretende lançar um EP com mais quatro canções, temas que antecipam um futuro álbum a ser lançado em 2025.
Foto: Guto Albuquerque |
Foto: Guto Albuquerque |