A natureza não apenas é bela, mas também poderosa e bastante influente na vida humana. E, dentre tantos poderes e bem-fazeres que a natureza possui, um dos mais inspiradores e vivificantes é o fato de que ela evoca do âmago da gente o ser não…
A natureza não apenas é bela, mas também poderosa e bastante influente na vida humana. E, dentre tantos poderes e bem-fazeres que a natureza possui, um dos mais inspiradores e vivificantes é o fato de que ela evoca do âmago da gente o ser não demandante, o ser satisfeito, o ser que está em harmonia com o seu entorno.
Por exemplo, quando observamos o mar, aceitamos sua grandiosidade e magnificência.
Ou quando entramos numa floresta, aceitamos o ecossistema local com toda a sua pluralidade e singularidade.
Ou quando nos encontramos apreciando a formosura de uma flor, aceitamos suas formas, suas cores e suas fragrâncias.
Similarmente, quando contemplamos a beleza de um jacarandá, o aceitamos como ele é, com seu tamanho, suas formas e suas cores, ou seja, não olhamos para um jacarandá esperando que suas flores tenham uma cor cinza.
Analogicamente, quando admiramos o infinito de uma noite estrelada, não olhamos para a lua esperando que ela tivesse outra forma ou que as estrelas fossem diferentes do que elas são.
E, nestes momentos de interação e conexão com a natureza, nos sentimos plenos, nos sentimos tranquilos, nos sentimos leves e livres, pois aceitamos plenamente o que está ao nosso redor.
E isto é muito bom, pois é um descanso do quotidiano onde, contínua e incansavelmente, estamos demandando mudanças de tudo, de todos e de nós mesmos.
Frequentemente, não nos aceitamos e, como consequência, nos julgamos e somos severos nas sentenças que emitimos para nós mesmos. A começar pela estrutura física, passando pelos nossos comportamentos e pelas nossas omissões e indo até uma miríade de outras observações que impactam desfavoravelmente a percepção que temos sobre nós mesmos.
E, seguindo nessa mesma trágica ladainha, estendemos este ser intolerante, demandante e insatisfeito para os nossos relacionamentos pessoais, amorosos, religiosos, políticos, econômicos e intelectuais, ou seja, frequentemente agimos de uma maneira ditatorial e litigiamos para que os outros mudem suas visões de mundo, suas personalidades e seus comportamentos com o prepotente anseio de que eles se adequem ao que eu julgo ser correto e aceitável.
E, como consequência, vivemos em conflitos, vivemos estressados e vivemos enclausurados em masmorras de insatisfações, frustrações e tristezas.
No entanto, todos estas limitantes e malogradas realidades, ainda que temporária e brevemente, desaparecem quando estamos em contato com a integridade, a perfeição e a magia que existem no contato com a natureza, seja ela com rios, montanhas, oceanos, flores, lagos, plantas, cavernas, estrelas, florestas, astros e o firmamento.
Então, que possamos ter mais tempo tanto para apreciar os transformadores néctares da natureza e, oxalá, transportar o ser natural e satisfeito que se manifesta no meio-ambiente para o ser quotidiano dos relacionamentos, dos desejos, dos aprendizados, das emoções e dos sentimentos.
Em essência, que o poder pleno, leve e livre da natureza impregne o ser natural que existe latente no âmago de nossas essências esperando para ser generosamente manifestado.
PS: Para citar este Pensamento:
Cargnin dos Santos, Tadany. O Poder da Natureza em Nossas EssÊncias.
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