A campanha “Estupro é tortura” nasce em Santa Maria-RS após um médico aposentado (Eduardo Rolim) em um programa de dedate ao vivo de uma rádio local (CDN 27/04/23) insistir em comentários que inocentam os homens, justificam e culpabilizam as mulheres vítimas de estupro.
Na ocasião, a única mulher presente, a advogada Ingrid Fuchs, alertou que o médico estava justificando o estupro e que para ela “estupro é tortura”, lembrando que este também é utilizando como arma de guerra, como foi na ditadura militar. O médico foi persistente em suas afirmações, revoltando e mobilizando a comunidade local que o criticou ferozmente, levando inclusive ao afastamento do programa.
Diversas entidades e coletivos que se reuniram em função da elaboração de uma nota coletiva de repúdio, entendendo que era preciso ir além para somar com o fim da banalização das palavras proferidas. Foi no grupo que nasceu a ideia de denunciar o médico ao Conselho de Medicina e exigir que as autoridades competentes investigassem a fala como apologia ao estupro. A denúncia foi protocolada pela OAB de Santa Maria no dia 4.
A frase “Estupro é tortura” dita pela advogada durante o debate passou a ser a chamada da campanha elaborada pela fundadora da Rede Sina Melina Guterres (a Mel Inquieta), que tem reunido em um vídeo diversas pessoas falando a mesma frase.
“A proposta é enfatizar o verdadeiro significado do estupro como bem colocou a advogada e evitar a banalização da temática. Vivemos no quinto país que mais mata mulheres no mundo, onde um estupro acontece a cada 2 minutos. Não dá para silenciarmos para discursos que insistem em ser violentos. A cultura do estupro tem que ter fim”, diz.
A campanha de vídeo tem sua primeira edição lançada em maio nas redes sociais com 3 min.
PELO FIM DA CULTURA DO ESTUPRO (Vídeo para Reels do Instagram) de Melina Guterres
Entenda mais sobre o acontecimento em Santa Maria-RS: