“A vaidade intelectual somada ao mito do pequeno poder, são apenas dois exemplos das relações de poder abusivas e doentias que impõe aos alunos situações de submissão e constrangimento. Tais situações é que alimentam e dão segurança para que um grupo de acadêmicos idiotizados por esse mesmo sistema, que apenas cria burocratas acadêmicos, se sinta com o poder e a liberdade de manifestar seu ódio racial.”
Os casos recentes de racismo na Universidade Federal de Santa Maria não me surpreendem, pelo contrário, só reforçam algo que observo há muitos anos nesta instituição. Como aluno, ando pelos corredores, transito pelos espaços acadêmicos e observo.
A realidade é que uma Universidade que insiste em manter dentro dela o abismo social que põe em lados opostos o povo e uma pequena parcela social que desfruta desde sempre dos privilégios da nossa sociedade está de maneira explícita contribuindo para o racismo institucional e para a discriminação.
As relações internas nessa universidade só reproduzem o preconceito, o racismo, o machismo e a homofobia presentes em nossa sociedade. Pois nela se consolida um poder institucionalizado daqueles que desde sempre foram privilegiados, uma elite local que usa este espaço para consolidar seu status quo de intelectualidade intransponível. Para isso, usa dos mecanismos acadêmicos e de uma suposta intelectualidade que impõe aos alunos humilhações e desrespeitos de todas as formas. Reitoria, coordenações de curso e chefias de Departamentos explicitam suas posições contra uma disciplina de combate ao racismo, pois maquiam o verdadeiro problema e explicitam sua posição privilegiada de que o problema não é com eles.
A Universidade, que de universo não tem nada, pois é uma mera reprodutora de uma falácia universalista, que se dizendo de todos, não é de ninguém, ou melhor, é sim, de uma elite local provinciana que tudo pode.
O sucesso acadêmico só maquia de forma sutil a verdadeira intensão desta Universidade, que é servir ao mercado, onde, não agrada a elite que comanda esta instituição o surgimento entre os “Doutos” uma camada proletária emergente e pensante e crítica.
Essa Academia de excelência oprime, segrega e exclui. Com mecanismos requintados sob o controle dos detentores do poder, os professores, esse espaço torna evidente que não é para o povo, e que estes, podem ser tratados com os mesmos requintes de crueldade dos tempos da escravidão. O trabalho forçado foi substituído pelo produtivismo, pelas metas quantitativas, por um aparelho burocrático, que sob o controle dos professores “doutos’, que tudo podem, servem de chibata para os escravos acadêmicos, os alunos.
A vaidade intelectual somada ao mito do pequeno poder, são apenas dois exemplos das relações de poder abusivas e doentias que impõe aos alunos situações de submissão e constrangimento. Tais situações é que alimentam e dão segurança para que um grupo de acadêmicos idiotizados por esse mesmo sistema, que apenas cria burocratas acadêmicos, se sinta com o poder e a liberdade de manifestar seu ódio racial.
Os que vem debaixo, pretos e pretas, mulheres, homossexuais e indígenas é que são as vítimas deste processo, de uma universidade racista que agora mostra sua cara.
RACISMO INSTITUCIONAL VOCÊ VÊ AQUI NA UFSM!
JOÃO HEITOR SILVA MACEDO