No começo de 2017 escrevi algumas cenas para gravar como material experimental de atriz, entre elas um diálogo de duas amigas. Me recordei de uma reportagem que li sobre assédio nas agências de publicidade, onde os trabalho das mulheres eram menosprezados, piadas de cunho sexual e assédios eram constantes. Lembrei da apresentação dos colegas em que uma personagem se mutila por ser bonitas, das que morrem por ciúmes de companheiros, das que tem a face arrancada por ácido, facas, água fervente, das que tem a capacidade criativa e administrativa despreza por serem mulheres, das modelos que vivem reclamando de assédio ou preconceito, das múltiplas histórias que acompanham o universo feminino.
Certo dia em um grupo de mulheres no facebook uma moça em um desabafo comentou sobre a “pressão” que recebia do chefe, que claramente se tratava de assédio moral. Quando comentei que ela poderia processá-lo, diversas outras mulheres queriam saber mais sobre o que se tratava e pediam recomendações de advogados especializados. Foi então que percebi o quanto ainda estamos mal informados sobre nossos direitos. O post teve grande repercussão até que a moça, então o deletou.
Eu fiquei me perguntando até quando temos que viver com medo? ser tolerantes para não perder trabalhos? quantas vezes será preciso falar e falar sobre esse assunto até que deixe de existir?
Fato é que lendo, ouvindo tantas histórias e recordando das minhas, preferi usar o tempo e dinheiro que gastaria em um vídeo book qualquer para tentar contar um pouco desse universo que há tantas incomoda… em apenas 5 min.
Minha auto-crítica é feroz, não me considero ainda atriz (ainda estudo para ser) e como roteirista sinto que também tenho muito que melhorar, mas quem grita mais forte é a ativista e essa não tem como calar. E é isso que eu posso dar hoje…
Pretendo continuar escrevendo sobre esse tema, quem quiser compartilhar comigo suas histórias agradeço muito. Só chamar no insta @poesiacommel
Cena: Assédio
Texto: Melina Guterres
Elenco: Melina Guterres e Maíra Maciel
Produção: Multiversos / SP
Na page As mulheres que dizem NÃO, que criei e gerencio com outras pessoas, um pouco de tudo que lemos e compartilhamos sobre abusos contra as mulheres.
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Melina Guterres é proprietária e editora do site Rede Sina. Como roteirista teve argumento de longa-metragem contemplado no Programa Ibermedia, tem série de ficção infanto-juvenil concorrendo em editais, escreveu e dirigiu curtas de ficção e documentário. Faz parte da ABRA- Associação Brasileira de Autores Roteiristas. Foi Jurada do Rota Festival de Roteiros do Rio de Janeiro e I Festival de Cinema Estudantil – CINEST em Santa Maria-RS. Como repórter, foi frila da Folha de São Paulo, Estadão, UOL, etc. Foi sócia-proprietária da Essence Comunicação – assessoria e marketing. Em 2017 iniciou curso de interpretação para cinema no Studio Fátima Toledo, assistiu disciplinas sobre questões de gênero na pós-graduação da comunicação e teatro da USP. É gaúcha de Santa Maria, já morou na Bahia, Pará, Rio e SP. Também é poetisa, blogueira, ativista social, feminista em construção e com muito orgulho. No momento pesquisa sobre assédio para elaboração de novo projeto.
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