Arquivos filme - Rede Sina https://redesina.com.br/tag/filme/ Comunicação fora do padrão Tue, 19 Sep 2023 04:46:32 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://redesina.com.br/wp-content/uploads/2016/02/cropped-LOGO-SINA-V4-01-32x32.jpg Arquivos filme - Rede Sina https://redesina.com.br/tag/filme/ 32 32 22/09 – SEX – 15H | O longa “Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre” de Boca Migotto será exibido no Theatro Treze de Maio durante o SMVC https://redesina.com.br/22-09-sex-15h-o-longa-um-certo-cinema-gaucho-de-porto-alegre-de-boca-migotto-sera-exibido-no-theatro-treze-de-maio-durante-o-smvc/ https://redesina.com.br/22-09-sex-15h-o-longa-um-certo-cinema-gaucho-de-porto-alegre-de-boca-migotto-sera-exibido-no-theatro-treze-de-maio-durante-o-smvc/#comments Tue, 19 Sep 2023 04:44:14 +0000 https://redesina.com.br/?p=119953 Após ter lançado a adaptação da sua tese de doutorado em livro, Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre – ou como o cinema imaginou a capital dos gaúchos, que ocorreu no Festival de Cinema de Gramado ano passado, Boca Migotto apresentou no Festival, o segundo produto originado da sua pesquisa, o documentário: Um certo …

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Após ter lançado a adaptação da sua tese de doutorado em livro, Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre – ou como o cinema imaginou a capital dos gaúchos, que ocorreu no Festival de Cinema de Gramado ano passado, Boca Migotto apresentou no Festival, o segundo produto originado da sua pesquisa, o documentário: Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre.

O filme será exibido no Festival de Cinema de Santa Maria-SMVC, dia 22 de setembro, às 15h no Theatro Treze de Maio, logo após haverá bate-papo com diretor e às 17h ainda no teatro, Boca lança seu romance “A Última Praia do Brasil”, uma publicação da parceria da Rede Sina e editora Bestiário.

Sobre o documentário:

O documentário faz um recorte de aproximadamente 40 anos do cinema gaúcho. Seu ponto de partida é o filme Deu pra ti anos 70, de Giba Assis Brasil e Nelson Nadotti, longa-metragem de 1981, que inaugura a ruptura do incipiente cinema urbano porto-alegrense com o cinema que ficou conhecido como de “bombacha e chimarrão”, termo cunhado por Tuio Becker. Deste então, até, aproximadamente, 2016, com a chegada da Novíssima Geração – este termo criado pelo próprio Boca Migotto em seu estudo –, parte do cinema gaúcho ligado à Geração Deu pra ti concentrou-se em realizar filmes urbanos e que destoassem completamente da figura do gaúcho do Pampa e da Fronteira. Mesmo que alguns filmes desses realizadores ditos, “urbanos”, estabelecessem contato com o interior do estado, o universo do gaúcho – a cavalo ou a pé –, bem como uma reflexão sobre o mesmo, se manteve distante das telas desse “certo cinema gaúcho de Porto Alegre”.

Foi necessário aproximadamente 40 anos para que os herdeiros da Geração Deu pra ti retomassem o diálogo com o gaúcho através de filmes como Rifle, de Davi Pretto e Mulher do pai, de Cristiane Oliveira, ambos de 2016. No entanto, se por um lado essa ponte entre a capital e o interior do estado foi reestabelecida, da mesma forma, filmes dessa mesma geração, como Castanha (2014), do mesmo Davi Pretto, assim como Beira-mar (2015) e Tinta bruta (2018) de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, passaram a apresentar, nas telas, uma Porto Alegre bem menos convidativa que aquela constituída pelas câmeras super-8 da Geração Deu pra ti ou, mesmo, pelo longa-metragem em plano sequencia, Ainda Orangotangos (2007), de Gustavo Spolidoro.

Entre a primeira geração, Deu pra ti, que veio a formar a Casa de Cinema de Porto Alegre e a Novíssima Geração, que se caracteriza também por ser a primeira a aprender cinema nos bancos das universidades gaúchas, temos um ponto de virada representado pela Geração Clube Silêncio e os filmes realizados a partir dessa experiência do início dos anos 2000. A Clube Silêncio durou pouco tempo, no entanto, na sua intensa curta duração realizou filmes como Cão sem dono, de Beto Brant e Renato Ciasca, coproduzido pela Clube Silêncio, assim como os longas-metragens Ainda orangotangos – já citado – e Morro do céu, de Gustavo Spolidoro, Última estrada da praia, de Fabiano de Souza e Dromedário no asfalto, de Gilson Vargas, todos ex-sócios da produtora. Estes filmes, colocados na sua ordem de produção, não apenas simbolizam a transição entre a Geração Deu pra ti e a Novíssima geração como, também, explicitam que esta se deu em diversos níveis e de diversas formas, apresentando inúmeras novas leituras desse certo cinema gaúcho de Porto Alegre.

O documentário Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre, que já foi exibido no Festival de Vassouras, no Rio de Janeiro e no Santos Film Festival, em São Paulo, agora foi selecionado para a Mostra Gaúcha de Longas-metragens do Festival de Cinema de Gramado, e terá sua primeira exibição em terras gaúchas. O documentário em questão complementa o estudo de Migotto o qual, após a tese de doutorado, foi adaptado para o livro – praticamente esgotado – Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre – ou como o cinema imaginou a capital dos gaúchos. É, portanto, também um complemento audiovisual do livro através do qual é possível viajar não apenas pelo cinema gaúcho mas, da mesma forma, pela história do próprio Estado e sua capital. Além de propor que o Rio Grande do Sul, este estado marcado pelas guerras de fronteiras, é, na verdade, uma ponte entre o Brasil e toda a América Latina.

O documentário segue sua carreira em festivais, mas já está confirmado o lançamento da obra para o segundo semestre deste ano.

Sinopse:

                Este documentário aborda quarenta anos, e três gerações, de um certo cinema gaúcho. Portanto, é um filme sobre cinema. Mas não só. É também um filme sobre o Rio Grande do Sul e sua capital, Porto Alegre. Por isso, não deixa de ser, também, um filme sobre a América Latina e sobre a fronteira que aproxima e afasta a América de colonização espanhola do Brasil. Em nenhum outro lugar do país é possível vencer a fronteira em apenas um passo e isso diz muito sobre os gaúchos e sobre o cinema realizado nessas paragens. De um lado a Argentina, o Uruguai e toda a latinoamérica, do outro, o Brasil e, no meio, esse Estado esquizofrênico que, há séculos, busca compreender a si mesmo. Nessas andanças, o cinema gaúcho é quase como um espelho que reflete os inúmeros conflitos deste Brasil ora tropical, ora casi platino.

Sobre o diretor:

Boca Migotto é cineasta, pesquisador e escritor. Publicitário de formação, ao se graduar foi para Londres onde estudou cinema na Saint Martins College of Arts and Design. Ao regressar ao Brasil, cursou Especialização em Cinema e Mestrado em Comunicação, ambos pela Unisinos. Nesta mesma instituição, foi professor de Documentário no Curso de Realização Audiovisual, onde permaneceu por dez anos, atuando também em diversas outras disciplinas nos cursos de Jornalismo, Comunicação Digital e Publicidade. Também atuou como professor na Faculdade Cenecista de Bento Goncalves.

Boca Migotto concluiu, em 2021, o doutorado em Comunicação pela FABICO/UFRGS, com extensão na Sorbonne/Paris 3. Foi também na capital francesa que finalizou seu primeiro livro de ficção Na antessala do fim do mundo. Em 2022 lançou seu segundo livro, Um certo cinema gaúcho de Porto Alegre – ou como o cinema imagina a capital dos gaúchos e, agora em agosto de 2023, está lançando seu terceiro livro intitulado A última praia do Brasil. Desde seu primeiro livro, e por conta das dificuldades que o setor audiovisual passou nos últimos anos, decidiu levar a escrita mais a sério e também começou a escrever uma coluna quinzenal para o site Rede Sina. Recentemente ingressou como Bacharel em História na PUCRS.

Como diretor, roteirista, editor e produtor, realizou mais de 30 curtas e médias-metragens, séries de TV, além dos documentários em longa-metragem Filme sobre um Bom Fim (2015) – um dos títulos mais assistidos do cinema gaúcho – Pra ficar na história (2018), Já vimos esse filme (2017) e O sal e o açúcar (2013). Atualmente, além das aulas de História, em parceria com Gilberto Perin adapta seu livro, A última praia do Brasil, para vir a ser seu primeiro longa-metragem de ficção e também dedica-se a escrita do seu próximo livro, Dona Dora.

Créditos:
Co-produção: TEIMOSO FILMES E ARTES. CONVULTION EPICS
Produtoras Parceiras: PROSA FILMES, EFRAME, CROMAGATO, CAMPITO
Produção – BOCA MIGOTTO – NATÁLIA GUASSO – ALEXANDRE DERLAM. Direção Musical e Produção Musical de Copyright – PAOLA OLIVEIRA. Músicas – E AÍ, MAN? – Reverba Trio – Julio Cascaes – KILL SUMMERTIME – Space Rave – Eduardo Norman e Mariana Kirscher – CINEMA 180 – Plato Divorak & Os Exciters – Leonardo Bomfim Pedrosa e Plato Divorak – DETETIVE – Comunidade Nin-Jitsu – Mano Changes/Fredi Endres – O TINTUREIRO – Reverba Trio  – Julio Cascaes – PEGADAS – Bebeto Alves. Direção de Fotografia – PEDRO CLEZAR. Câmera adicional – BOCA MIGOTTO – GUILHERME NOVELLO – ISABEL ALVES PRUDÊNCIO. Imagens Drone – ALEXANDRE DERLAM DOS SANTOS. Conversão do Material Bruto – JONATAS RUBERT – JOANA BERNARDES. Montagem – EDUARDO PÚA. Som Direto e Desenho de Som – JUAN QUINTÁNS. Assistência de Som Direto – GABRIEL MUNIZ – HENRIQUE GARCIA SOMMER. Pós-produção e Colometria – JULIANO MOREIRA. Motion Graphics – NATÁLIA KOREN – DIOVANE RIELLA – GUILHERME CINTRÃO. Produção Motion Graphics pela eFrame Films and Arts – VOLTI BARBIERI. Design Título – VINI FONTOURA. Motion Design – NATÁLIA KOREN. Trailer – EDUARDO PÚA – Assessoria Jurídica – DANIELA DINIZ FREITAS. Identidade Gráfica – RODRIGO SANTANNA. Produção Executiva – BOCA MIGOTTO – Pesquisa, Roteiro e Direção – BOCA MIGOTTO
Depoimentos – ALEX SERNAMBI – ALICE DUBINA TRUSZ – ALICE URBIM – ANA LUIZA AZEVEDO – ARTHUR DE FARIA – BETO BRANT – BETO RODRIGUES – BIA BARCELLOS – BRUNO POLIDORO – CACÁ NAZÁRIO – CARLOS FERREIRA – CARLOS GERBASE – CRISTIANE OLIVEIRA – CRISTIANO TREIN – DANIEL FEIX – DAVI PRETTO – DIEGO OLIVARI MARTINEZ – EDUARDO WANNMACHER – ENÉAS DE SOUZA – FABIANO DE SOUZA – FATIMARLEI LUNARDELI – FEDERICO OLIVARI – FILIPE MATZEMBACHER – FLÁVIA SELIGMAN – GIBA ASSIS BRASIL – GILBERTO PERIN – GILSON VARGAS – GUSTAVO SPOLIDORO – HIQUE MONTANARI – IVONETE PINTO – JAQUELINE BELTRAME – JORGE FURTADO – JOSÉ PEDRO GOULART – LEO GARCIA – LEONARDO BOMFIM PEDROSA – LEONARDO MACHADO (in memoriam) – LILIANA SULZBACH – LUCAS CASSALES – LUCIANA TOMASI – MARIANA MULLER – MARCIO REOLON – MARCOS CONTRERAS – MARCUS MELLO – MARTA BIAVASCHI – MILTON DO PRADO FRANCO – NELSON DINIZ – NORA GOULART – OTTO GUERRA – PEDRO GUINDANI – ROGÉRIO FERRARI – ROGER LERINA – TABAJARA RUAS – VANISE CARNEIRO – VICENTE MORENO – WERNER SCHUNEMANN – ZÉ ADÃO BARBOSA – ZECA BRITO

SOBRE O FESTIVAL:

SMVC | 16º FESTIVAL DE CINEMA E VÍDEO DE SANTA MARIA ACONTECE DE 21 À 23 DE SETEMBRO NO Theatro Treze de Maio

 

SOBRE O LIVRO:

LIVRO: A ÚLTIMA PRAIA DO BRASIL DE BOCA MIGOTTO

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“Senhores juízes, nunca mais” por Rosana Zucolo https://redesina.com.br/senhores-juizes-nunca-mais-por-rosana-zucolo/ https://redesina.com.br/senhores-juizes-nunca-mais-por-rosana-zucolo/#respond Sat, 12 Nov 2022 01:15:14 +0000 https://redesina.com.br/?p=19536 Ninguém pode permitir que sequestro, tortura e assassinato constituam incidentes políticos ou “eventualidades de combate”. Agora que o povo argentino recuperou o governo e o controle das instituições, assumo a responsabilidade de falar em nome dele que o sadismo não é uma ideologia política, nem uma estratégia bélica, mas uma perversão moral. Julio Strassera A …

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Ninguém pode permitir que sequestro, tortura e assassinato constituam incidentes políticos ou “eventualidades de combate”. Agora que o povo argentino recuperou o governo e o controle das instituições, assumo a responsabilidade de falar em nome dele que o sadismo não é uma ideologia política, nem uma estratégia bélica, mas uma perversão moral.

Julio Strassera

A referência às palavras Julio Strassera, aqui transcritas, constituem o ápice de um filme  emocionante que captura boa parte dos incautos espectadores brasileiros, de modo a instigar a análise sobre os nossos obscuros processos nacionais e a provocar inveja diante da coragem dos vizinhos latinos, aquela que o Brasil não teve no final da ditadura.

Nestas duas últimas semanas, assisti ao filme Argentina, 1985 (disponível na Amazon Prime Vídeo) por duas vezes. A primeira foi no tenso dia que antecedeu o segundo turno da eleição para presidente; a segunda, nos  sucessivos e inquietantes dias após os resultados das urnas darem vitória a Lula, e quando o movimento de ultradireita ocupou a frente dos quartéis aqui e em muitas cidades país a fora.

O fiz  – e provavelmente o assista novamente – porque o filme, baseado em fatos reais, mostrou ser um norte poderoso e um fomento à memória histórica neste momento em que o mundo e o Brasil se debatem em meio ao esquecimento das atrocidades das ditaduras e de suas consequências.

A alma precisa ser lavada várias vezes e de diferentes formas.

Lançado no Brasil no dia 21 de outubro, às vésperas do segundo turno, o filme assinado pelo cineasta argentino Santiago Mitre é um drama histórico-político narrado a partir do protagonismo do promotor Julio César Strassera(interpretado pelo ator Ricardo Darín) e de sua jovem equipe no processo judicial que julgou e sentenciou a alta cúpula militar responsável pela ditadura argentina (1976-1983) e pelo desaparecimento de 13 mil pessoas, segundo dados oficiais. Movimento dos direitos humanos daquele país apontam 30 mil desaparecidos.

Integrante da Operação Condor, a Argentina passou pelo estado de exceção nos mesmos moldes do Brasil, cujas consequências ainda se fazem sentir. No entanto, a ditadura argentina foi muito mais sanguinária e apontada como uma das mais cruéis da contemporaneidade.

A principal diferença entre ambas talvez esteja no fato de que, enquanto no Brasil uma anistia conciliatória livrou os militares de serem investigados e julgados, na Argentina, logo após a eleição democrática em 1983, o então presidente Raúl Alfonsín, enviou um projeto de lei ao Congresso para revogar a lei de autoanistia estabelecida pelos militares e instaurou a Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (CONADEP).

Numa  Argentina pós-ditadura e ainda marcada pela herança da arbitrariedade, a lentidão do julgamento militar se arrastou pelo ano de 1984, o que levou o governo de Raúl Alfonsin a instaurar um processo civil contra o alto escalão militar que dirigiu o país por quase uma década. O processo se tornou conhecido como Julgamento das Juntas, e foi o primeiro tribunal civil a condenar uma ditadura militar por crimes contra a humanidade, algo considerado inédito desde o julgamento de Nuremberg (1947-1948).

Durante a instauração do processo houve inúmeras tentativas de abafar o julgamento militar e muita interferência da mídia conservadora. Mas à medida que a investigação prosseguia, vieram à público os fatos mais tenebrosos daquele período documentado na publicação do relatório Nunca más”, também conhecido como Relatório Sabato, emitido pela CONADEP.Organizado por uma equipe que teve à frente o escritor Ernesto Sabato, o relatório reúne as denúncias de desaparecimentos, sequestros e torturas acontecidas  no país.

O filme  de Santiago Mitre reconstrói boa parte desse momento numa impecável e imprescindível narrativa acerca do papel da claridade dos processos e do ritual judiciário, sem abrir mão das incertezas e contradições humanas numa “abordagem  adulta e matizada dos traumas políticos nacionais”, como bem situa José Geraldo Couto.

A narrativa fílmica se dá num movimento ascendente entre o tensionamento das vidas pessoais e a transformação social que se impõe  com força própria e à revelia das tentativas de contê-la.

Um dos momentos mais impactantes  e decisivos do filme  é traduzido  pela fala do dramaturgo  e membro da CONADEP, Carlos Somigliana ( representado pelo ator Claudio Dá Passano), parceiro de Strassera no processo. Somiglia afirma: ” É preciso evitar que a classe média exerça o seu papel histórico de sempre ser conivente com ditaduras militares.” 

Se de início nem mesmo Strazzera acreditava ser possível conduzir a ação na qual seus pares não desejavam se envolver, o fôlego foi dado por uma equipe de advogados mais jovens liderados pelo promotor adjunto Luis Moreno Ocampo, à época com 32 anos e representado no filme pelo ator Peter Lanzani. A equipe mapeou e levantou  mais de 4 mil casos de abusos e ilegalidades cometidas durante o governo militar, e arrolou testemunhas dispostas a falar, apesar do medo de represálias.

Libertador, o filme consegue trazer às telas a força daquele momento histórico argentino. O emocionado discurso de acusação de Strassera – no filme e na vida real – arrebatou os juízes e todos os presentes.

Sua frase final se tornou símbolo da retomada democrática na Argentina e um marco na luta pela democracia: ” Senhores juízes…quero utilizar uma frase que não me pertence, porque pertence a todo o povo argentino. Senhores juízes, nunca mais!”  

A Argentina, ainda hoje tão criticada e estigmatizada em suas crises políticas, conseguiu deter o que ainda nos ameaça em solo brasileiro: Ditadura nunca mais!

Embora não se pretenda neste texto analisar o complexo cenário da sociedade brasileira radicalmente polarizada nestes  últimos quatro anos,  cabe refletir a partir do filme de Mitre a necessidade de que a história seja mantida como uma memória viva, sob pena de termos, de tempos em tempos, a institucionalização da arbitrariedade.  Penso ser essa a função deste filme e o papel social do cinema e do audiovisual.

Democracia é uma construção recente na história da América Latina. E a exemplo do país vizinho, é necessário sim revisitar o passado – também o passado recente -, investigar a fundo as ações que tantos danos causaram  a uma grande parcela da população, responsabilizar a quem de direito para que nunca mais torne a acontecer.

ROSANA ZUCOLO

Jornalista, professora universitária aposentada, mestre em Educação(UFSM) e doutora em Comunicação(Unisinos). Nascida gaúcha, mora em Santa Maria, tem alma cigana, a Bahia como segunda terra e o mundo como casa. Se diz  ” parideira de jornalistas” e renasce com eles todos os anos. Descobriu ter uma certa predileção por pares: dois filhos, dois gatos, dois prêmios Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, dois empregos por muito tempo, dois projetos de cursos de comunicação, dois blogs,  duas casas, dois irmãos, dois cachorros, duas cachorras…

 

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‘OS SETE DE CHICAGO’: DRAMA DE TRIBUNAL EFICIENTE COM ELENCO FABULOSO https://redesina.com.br/os-sete-de-chicago-drama-de-tribunal-eficiente-com-elenco-fabuloso/ https://redesina.com.br/os-sete-de-chicago-drama-de-tribunal-eficiente-com-elenco-fabuloso/#respond Tue, 07 Dec 2021 23:39:48 +0000 https://redesina.com.br/?p=16850 por Daniela Nascimento “Isso é um julgamento político”. Essa afirmação feita por Abbie Hoffman (Sacha Baran Cohen), e notoriamente ignorada por seus companheiros de defesa nos fornece o tom de “Os Sete de Chicago”, filme de Aaron Sorkin disponível na Netflix. A produção se baseia em um dos julgamentos mais controvertidos e polêmicos da história …

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por Daniela Nascimento

“Isso é um julgamento político”. Essa afirmação feita por Abbie Hoffman (Sacha Baran Cohen), e notoriamente ignorada por seus companheiros de defesa nos fornece o tom de “Os Sete de Chicago”, filme de Aaron Sorkin disponível na Netflix. A produção se baseia em um dos julgamentos mais controvertidos e polêmicos da história dos Estados Unidos.

“Os Sete de Chicago” parte de um acontecimento ocorrido em 1968, quando grupos opositores à Guerra do Vietnã fizeram um protesto em Chicago, onde acontecia a Convenção Nacional Democrata. As coisas saíram do controle e o que era para ser um evento pacífico transformou-se em tumulto e mais um episódio de truculência policial norte-americana. O governo então acusou oito homens, líderes de movimentos sociais, de conspiração. Sorkin, que também assina o roteiro, usa esse evento como mote para seu drama de tribunal.

Aaron Sorkin usa a montagem rápida de Alan Baumgarten (como em A Grande Jogada”) para nos mergulhar em 1968 e nos fazer entender o contexto histórico e a instabilidade social que decorriam naquele ano. Martin Luther King e Bobby Kennedy haviam sido assassinados, o governo de Lyndon B. Johnson estava abalado por sua postura frente ao fracasso no Vietnã e as eleições presidenciais se aproximavam. Enquanto somos apresentados aos personagens principais, as coberturas jornalísticas desses fatos são sobrepostas e passamos a compreender o que levou cada um a estar presente na manifestação.

Igual fizera em “A Rede Social”, pelo qual venceu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, após encaixar cada peça na história, Sorkin foca no julgamento de tais figuras emblemáticas e retoma, por meio de flashbacks, momentos específicos para compor suas motivações. Tal escolha é importante para o crescimento de “Os Sete de Chicago”, tendo em vista todo drama do tribunal ser muito bem construída. A fotografia de Phedon Papamichael, alinhada à direção, é precisa em captar troca de olhares, incômodos e a tensão que vai se instaurando aos poucos, e, é neste momento que o elenco estelar ganha espaço para brilhar.

Richard Schultz (Joseph Gordon-Levitt), promotor do caso, começa sua arguição afirmando que os réus são extremistas, mas, que por participarem de movimentos sociais distintos, usarão isso para ludibriar o júri. No entanto, é justamente essa cosmovisão e posturas divergentes que dão a força necessária tanto para o tribunal como para que o elenco se destaque.

Por um lado, temos os líderes da contracultura – Abbie Hoffman e Jerry Rubin (Jeremy Strong) – que possuem uma postura mais radical, enquanto Tom Hayden (Redmayne um pouco menos caricato) e Rennie Davis (Alex Sharp) assumem um tom mais politicamente correto; a trinca é complementada pela conduta pacifista de David Dellinger (John Carroll Lynch). No entanto quem rouba a cena do lado dos acusados é Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II), co-fundador do Partido dos Panteras Negras.

Adbul-Mateen II protagoniza um dos momentos mais incômodos do cinema em 2020. Me arrisco a dizer que seja mais forte e aterrorizante do que as cenas racistas de “Lovecraft Country”, pelo menos, em mim, o efeito foi muito mais devastador emocionalmente. O racismo escancarado do juiz (Frank Langella), o tratamento diferenciado dado ao réu e aos Panteras Negras, tudo soa atual e emergente, mesmo que a produção se passe há cinco décadas. Isso evidencia o quanto o sistema penal é falho e não consegue enxergar minorias e nem movimentos sociais.

A narrativa se aproveita da capacidade de seu elenco e das diferenças entre os personagens para arregimentar seu drama. Enquanto drama de tribunal, funciona muito bem, no entanto, perde força conforme as cenas avançam para mostrar o que os levou a estar ali. As motivações, embora comecem bem, nunca ficam muito claras. Hayden e Hoffman, por exemplo, se digladiam o filme inteiro, mas não há um aprofundamento do porquê. O roteiro se prende as frases de efeito e discussões em círculo – como os usos de pronomes possessivos do personagem de Redmayne – e perde por não ampliar as discussões para problemáticas maiores como a truculência policial, representatividade política, as eleições e como a democracia deveria funcionar. Neste sentido, “Os Sete de Chicago” não aproveita todo potencial que tem.

Compreendo, no entanto, que num ano em que diversas manifestações com cunho político foram feitas nos EUA, mesmo em meio à pandemia, o filme ganha novos contornos e relevância, soando a sua história tão atual quanto o racismo latente do juiz, o preconceito e a opressão. Com atuações impressionantes, principalmente de Sacha Baron Cohen e Yahya Abdul-Mateen II, “Os Sete de Chicago” apresenta uma narrativa forte que traz luz a temas ainda frágeis para a nossa sociedade: o direito a manifestação e a construção da revolução. Não seria isso um indicativo da vulnerabilidade de nossa própria democracia? Deixo para o tempo responder.

 

Daniela Grieco Nascimento e Silva

Doutora em Educação (Linha de Pesquisa: Educação e Artes – PPGE/UFSM). Licenciada em Pedagogia – Mestre em Educação. Diretora da ONG Royale Escola de Dança e Integração Social. Integrante do GEEDAC (Grupo de Estudos em Educação, Dança e Cultura).

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“GIRL”: BELO E COMOVENTE DRAMA BELGA DISPONÍVEL NA NETFLIX por Daniela Nascimento https://redesina.com.br/girl-belo-e-comovente-drama-belga-disponivel-na-netflix-por-daniela-nascimento/ https://redesina.com.br/girl-belo-e-comovente-drama-belga-disponivel-na-netflix-por-daniela-nascimento/#respond Sat, 09 Oct 2021 07:19:44 +0000 https://redesina.com.br/?p=16242 O cinema independente europeu costuma dividir opiniões. Há aqueles que não o apreciam justamente por conta de sua rigidez narrativa e por seu distanciamento das fórmulas hollywoodianas, tão presentes em tempos que filmes de super-herói dominam as bilheterias mundiais. Entretanto, para outros, é essa obstinação em transpor para as telas o lado mais duro da …

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O cinema independente europeu costuma dividir opiniões. Há aqueles que não o apreciam justamente por conta de sua rigidez narrativa e por seu distanciamento das fórmulas hollywoodianas, tão presentes em tempos que filmes de super-herói dominam as bilheterias mundiais.

Entretanto, para outros, é essa obstinação em transpor para as telas o lado mais duro da trajetória de suas personagens o que cativa. Em “Girl”, o diretor estreante Lukas Dhont é eficaz em mostrar de forma delicada e inflexível, quando necessário, a jornada de Lara (Victor Polster), uma adolescente transexual de quinze anos, que se muda com seu pai Mathias (Arieh Worthalter) e irmão mais novo (Oliver Bodart) para uma nova cidade. Lá ela começa a estudar em uma das mais famosas escolas de dança da Bélgica. No entanto, a menina encontra dificuldades para adaptar-se aos movimentos executados nas aulas por conta de sua estrutura óssea e muscular, pois nasceu no corpo de um menino.

Uma das características que, particularmente, chama atenção nos dramas europeus é sua capacidade de traduzir o que é a vida. Nem sempre algo acontece, nem sempre quando achamos que o final chega, ele vem acompanhado de coisas boas e positivas. E este é um dos trunfos do trabalho de Lukas Dhont, que também assina o roteiro. O cineasta belga se aproxima muito da linguagem documental para contar a história de Lara. Na verdade, é o seu olhar que se apropria do documental para dar a obra um teor íntimo, já que ele oscila entre a sensibilidade e a crueldade.

A sensação que a construção fotográfica do filme nos passa é de que estamos invadindo o espaço de Lara e acompanhando descaradamente seus momentos pessoais, aqueles em que a personagem se esconde dentro do casulo à espera do instante certo para desabrochar. Talvez, esta metáfora seja a que melhor descreve a condição da protagonista de “Girl”: ela se esconde do mundo enquanto aguarda e se prepara para se tornar aparentemente quem realmente é.

Desse modo, o olhar de Lukas Dhont torna o público uma testemunha das dores físicas e emocionais da adolescente.  Aos poucos, vamos adentrando pelas brechas da porta de seu quarto e observamos consternados às reações silenciosas e violentas ao desprezo gerado pela constatação de fisicamente não se sentir apta.

Lukas Dhont aproveita essa atmosfera de aproximação e intimidade para transformar o ato de contemplar a vivência da personagem em uma agressão. O incômodo de Lara consegue quebrar a quarta parede e se instalar do outro lado da tela. Fotografia, iluminação e trilha sonora são importantes para a ambientação e angústia constante em seguir a rotina de Lara.

Os planos fechados nela, as cores a identificar seu estado de espírito e o som conduzem o espectador a quase tocar o seu sofrimento. Não é preciso palavras ou diálogos para compreender o quão dolorosa é a situação que a personagem se encontra e as escolhas que faz para sair de sua condição. E a dor que se estende a nós é semelhante a que cerca o pequeno núcleo familiar de “Girl”.

Esse norteamento que torna o filme uma referência na temática. As decisões narrativas dão um tom sensível à obra e sem a necessidade de maniqueísmo. Os dilemas internos de Lara se expandem para discussões maiores e com maior abrangência: eles expõem o fator humano. Lara é uma menina como outra qualquer e “Girl” se preocupa em apresentá-la desta forma e a transformar em um indivíduo que está a procura de sua identidade.

Outro ponto importante do roteiro é colocar Lara em diversas situações do cotidiano, como ir a festas ou parques, exterminando o preconceito sobre pessoas trans, normalizando algo que não deveria ser motivo para repulsa social. Ademais, a narrativa não precisa apelar para uma questão violenta ou que aborde a intolerância, muito pelo contrário. Seu foco é a obsessão de Lara pela cirurgia e pela dança, colocando esses dilemas frente a questões pertinentes a todos adolescentes, como se apaixonar por alguém. Basicamente, o filme se trata de um amadurecimento com a questão da transexualidade, oferecendo um prisma tridimensional sobre o tema cirúrgico por conta da fixação de Lara.

A jornada de Lara é ainda mais deslumbrante devido ao empenho de Victor Polster. O ator e bailarino belga conquistou o prêmio de interpretação da seleção “Un Certain Regard” no Festival de Cannes em 2018 pelo trabalho. Ele dá a personagem uma carga dúbia. Sua fisionomia nunca está plena, parece sempre a espera da próxima dor, mesmo que esteja pronto a aceitá-la.  Sua entrega para cenas emocionalmente difíceis como o ato final e a descoberta do que faz com seu corpo para dançar na companhia de balé é digna de aplausos.

Merecedora de destaque também é a interpretação de Arieh Worthalter que se doa e transpõe veracidade na troca de embates e carinho entre o pai e a filha. Apenas confirmando um dos fundamentos da magnitude da estréia do cineasta belga.

Muitos realizadores que procuram retratar a temática escolhida por Lukas Dhont deveriam se inspirar em “Girl”. O filme é sensível e afetivo, mas não deixa de ser tangível e cruel. Uma produção de profunda beleza e apuro estético. “Girl” está disponível no catálogo da Netflix e é, sem dúvida, um filme que precisa ser visto e sentido.

 

 

Daniela Grieco Nascimento e Silva

Doutora em Educação (Linha de Pesquisa: Educação e Artes – PPGE/UFSM). Licenciada em Pedagogia – Mestre em Educação. Diretora da ONG Royale Escola de Dança e Integração Social. Integrante do GEEDAC (Grupo de Estudos em Educação, Dança e Cultura).

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#44 GIRO DA MARIA CULT https://redesina.com.br/44-giro-da-maria-cult/ https://redesina.com.br/44-giro-da-maria-cult/#respond Fri, 01 Oct 2021 21:00:28 +0000 https://redesina.com.br/?p=16167 01/10 – Sexta-feira, 18h #44 Giro da Maria Cult Colaboradores: Deivid Pazatto e Paola Saldanha Nesta edição: SMVC, Arte nas Janelas, Esporas, Clube dos Ferroviários, Edmundo esta em casa, OSSM, CC Palco Online, CMPC, Eterno Rancor, DJ ONZE feat. Otaky, Nevoero, Agostta feat. Bruna Hevia, Raulzito, Godblack feat. Saucero e Wag Txai   Setembro não foi …

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01/10 – Sexta-feira, 18h
#44 Giro da Maria Cult
Colaboradores: Deivid Pazatto e Paola Saldanha
Nesta edição: SMVC, Arte nas Janelas, Esporas, Clube dos Ferroviários, Edmundo esta em casa, OSSM, CC Palco Online, CMPC, Eterno Rancor, DJ ONZE feat. Otaky, Nevoero, Agostta feat. Bruna Hevia, Raulzito, Godblack feat. Saucero e Wag Txai

 

Setembro não foi marcado, apenas, pelo começo da primavera e o nascimento das flores, em Santa Maria.  O mês também viu florescer diferentes ações culturais na cidade, que retorna, gradativamente, as atividades presenciais. 

 

ARTE PRA QUEM PASSA NA SALDANHA MARINHO

Na primeira quinzena de setembro, a Associação dos Amigos do Theatro Treze de Maio deu início ao projeto Arte nas Janelas.  A ação, com financiamento de instituições privadas, visa abrir as janelas frontais do Treze para ir ao encontro do público que, diariamente, passa e frequenta a Praça Saldanha Marinho. 

O Especial ABBA, apresentado por Tiane Tambara e Daiane Diniz – acompanhadas do tecladista Michel Wagner – abriu a programação de performances, no dia 14.  Já no dia 21, foi a vez de Fernando Ávila e Matheus Lopes levarem o Tangaço para quem passava pela praça. Por meio do acordeon e violão, o concerto foi composto por um repertório que mesclou tangos e milongas – entre clássicos da música latina e composições autorais.

As próximas atrações ocorrerão no dia 19 de outubro, com  Especial The Beatles – SM, com Magical Mystery,  e Recital de Canto Lírico e Piano, com Fernanda Junges e Charles Bernard, no dia 26.

Foto: Divulgação/Theatro Treze de Maio

 

AUDIOVISUAL | SANTA MARIA VÍDEO E CINEMA 

Pelo segundo ano consecutivo, o Santa Maria Vídeo e Cinema (SMVC) ocorreu de forma virtual. Entre os dias 14 e 18 foram exibidos mais de 50 obras, que concorreram nas mostras competitivas Fundação Eny de Curtas-Metragens Brasileiros e Sinprosm de Curtas-Metragens de Santa Maria.  Além da premiação das mostras, as produções também foram contempladas pelo Prêmio Clayton Coelho de Direitos Humanos, distinção especial do festival; Troféu Cineclube Lanterninha Aurélio, da Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (Cesma); Troféu Rede Sina, entregue ao melhor curta com temática social pelo site Rede Sina; Prêmio Diário de Santa Maria, concedido ao melhor curta eleito por votação popular no site do jornal; E Prêmio Jornalista Luiz Roese, sobre Justiça, juventude e prevenção, concedido pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM).

Juntamente com a exibição dos curtas, a programação também foi composta por bate-papos com convidados e homenagens ao pesquisador e professor Glênio Póvoas (homenageado nacional), a pesquisadora e jornalista Marilice Daronco (homenageada local) e a jornalista e cineasta Camila de Moraes, diretora convidada do festival.

Os vencedores foram divulgados no dia 19, após a seleção feita por meio de votação popular, avaliação de uma banca de jurados – formada por profissionais da área audiovisual – e por parceiros do festival. Com realização de Filmes de Junho Produtora, IdeiaAção Design e Planejamento e Padrinho Agência de Conteúdo, a edição 2021 teve como tema Lembro, logo existe. O intuito da proposta foi promover a reflexão sobre o papel do audiovisual na preservação, no resgate e no debate sobre a memória na sociedade brasileira.

O 14º SMVC é um projeto selecionado no edital Produção Artística e Cultural de Santa Maria, executado com recursos da Lei Aldir Blanc, e integra o Calendário Oficial de Eventos do Rio Grande do Sul.

Foto: Dartanhan Baldez

 

AUDIOVISUAL | VIDEODANÇA QUESTIONA AS MASCULINIDADES NA CULTURA GAÚCHA

No dia do gaúcho,  foi divulgado o projeto audiovisual Esporas.  A obra, uma videodança criada pelos bailarinos Helder Machado e Gustavo Dorneles, aborda a manutenção das masculinidades no contexto da cultura tradicional gaúcha.

As gravações ocorreram durante o mês de agosto, na localidade de Chiniquá, em São Pedro do Sul (RS). Para a produção da videodança, a equipe foi composta por artistas de Santa Maria de diferentes áreas, como a dança, moda, audiovisual, música e acessibilidade virtual.

Em dezembro, Esporas será levado para os palcos em forma de espetáculo de dança, no Theatro Treze de Maio. O projeto é executado através do Edital Criação e Formação – Diversidade das Culturas, realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul com recursos da Lei 14.017/2020 e está disponível no YouTube.

 

AUDIOVISUAL | FILME SOBRE EDMUNDO CARDOSO NARRA SUA VIDA DEDICADA À ARTE

O Ateliê do Comediante lançou, no YouTube, o filme Edmundo está em Casa. Com direção de Laédio Martins, o projeto é resultado de anos de investigação, elaboração e admiração pela trajetória pública do jornalista Edmundo Cardoso.

A produção, que traça o itinerário cultural de Edmundo – de uma vida dedicada à arte -, retrata a sua curiosidade pela vida urbana, a relação com o jornalismo, amizades e relações afetivas, o engajamento em causas públicas e na arte. E ainda aborda os sonhos compartilhados e os desafios de manter uma companhia teatral ativa no interior do Brasil.

A obra, que combina teatro e audiovisual, foi captada entre agosto e setembro, no Theatro Treze de Maio, no Largo Edmundo Cardoso e no Centro de Convenções da UFSM. A produção tem coprodução da Associação de Amigos da Casa de Memória Edmundo Cardoso, Casa Gabbi Arte Cultura e Ateliê do Comediante. O projeto foi executado através do Edital de Criação e Formação Diversidade das Culturas com recursos da Lei Aldir Blanc.

Edmundo Cardoso, além de conduzir por mais de quatro décadas a Escola de Teatro Leopoldo Fróes, também era entusiasta da sétima arte. O jornalista protagonizou o filme Os Abas-Largas, primeiro longa-metragem realizado em Santa Maria – hoje uma relíquia conservada na Cinemateca Brasileira.

Foto: Reprodução

 

AUDIOVISUAL | DOCUMENTÁRIO RETRATA OS 55 ANOS DE ATIVIDADE DA ORQUESTRA SINFÔNICA

Com a proposta de levar o espectador a uma viagem ao longo dos 55 anos de atividades da Orquestra Sinfônica de Santa Maria (OSSM), foi lançado, nessa quinta-feira (30/09), Memórias de uma Sinfônica.

O documentário retrata a trajetória da orquestra diferente, com características únicas, através de memórias, provocações e histórias de vidas que se cruzam nos bastidores de um eixo de formação, produção e construção artística.

Escrito e dirigido por Dilber Alonso, a obra audiovisual pode ser conferida em cinco capítulos, no canal da OSSM no YouTube e nas redes sociais, durante as próximas quintas-feiras. O projeto ainda conta com podcast, que traz uma série de episódios com alguns dos entrevistados.

Com produção executiva de Db Produções, co-produção da DCA Produtora, produção de videos e fotografia de Muti Produtora e produção e edição de áudio da Estúdio Chroma, o trabalho é financiado pela Lei Aldir Blanc, por meio do Edital Criação e Formação – Diversidade das Culturas, realizado pela Secretaria de Estado da Cultura em Parceria com a Fundação Marcopolo.

 

CLUBE DOS FERROVIÁRIOS SERÁ REVITALIZADO

O Clube dos Ferroviários, localizado na Vila Belga, será revitalizado por meio do projeto Iconicidades, do Governo do Estado. Santa Maria integra a lista de cinco cidades contempladas pelo edital.  

O governo irá fornecer os projetos conceituais, executivos e de viabilidade necessários para as obras de revitalização arquitetônica do prédio histórico. A Prefeitura de Santa Maria (PMSM)  ficará responsável pelos investimentos necessários — limitados a R$5 milhões — para a execução das intervenções. O município quer ter um centro de economia criativa no prédio do Clube dos Ferroviários.

Segundo o edital, Iconicidades se propõe a tornar os municípios gaúchos mais inovadores, criativos e empreendedores, por meio da revitalização de arquiteturas simbólicas que fazem parte da identidade local. Com ele, o Estado quer estimular a economia baseada no capital intelectual e contribuir para a criação de ecossistemas criativos e que estimulem novos negócios.

Foto: Alex Caceres/PMSM

 

2ª EDIÇÃO DO CC PALCO ONLINE CHEGA AO FIM

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), através da Coordenadoria de Cultura e Arte da Pró-Reitoria de Extensão (PRE), promoveu  a segunda edição do CC Palco Online. O projeto foi criado em 2020 e leva diferentes atrações artísticas para o palco do Centro de Convenções da universidade.

Neste ano, sete apresentações, entre dança, artes cênicas e  música, integraram a programação. Os espetáculos foram transmitidos ao vivo, no  canal da TV Campus UFSM no YouTube,e serão veiculados também na grade do canal 15 da NET Santa Maria e na TV Câmara SM, canal 18.2 da televisão aberta.

Nessa terça-feira (28/09), às 20h, ocorreu a última performance da iniciativa.  Eu em Rota, de Cinara Neujahr, trouxe o solo desenvolvido pela bailarina, após reviver os processos criativos da obra de dança Na Rota do Sentir, da Cia de Dança Alessandra Londero. O espetáculo da companhia teve inspiração nos poemas que circulam no transporte urbano de Santa Maria. O solo de dança de Cinara também é o resultado do seu Trabalho de Conclusão de Curso de Dança Licenciatura, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 

O CC Palco Online também contou com o apoio da TV Campus UFSM, da Coordenadoria de Tecnologia Educacional (CTE), do Centro de Processamento de Dados (CPD) e da Projesom. Confira todas as apresentações aqui

Imagem: Divulgação

 

CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA CULTURAL JÁ TEM SEUS REPRESENTANTES

A Prefeitura de Santa Maria, por meio da Secretaria de Cultura, apurou o resultado das eleições para o Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC), que escolheu os titulares e suplentes para a gestão 2021-2023. Ao todo, 260 pessoas comparecerem para escolher os representantes em até 20 segmentos culturais.

As pré-conferências foram realizadas ainda em agosto e, ao final do mês, foi realizada, virtualmente, a Conferência Municipal de Cultura. Em duas noites, os encontros somaram mais de 50 participantes e tiveram como pautas A Importância da Política de Cultura Viva para o Município e Economia Criativa.

Já as votações ocorreram nos dias 1º, 2, 3, 8 e 9 de setembro, com urna aberta na sede Secretaria de Cultura de Santa Maria. Confira, a seguir, os eleitos no CMPC:

 

MÚSICA | CONHEÇA OS NOVOS LANÇAMENTOS

A Eterno Rancor apresentou  seu segundo single. Intitulado Nulidade, o trabalho foi produzindo de forma, totalmente, independente pelos membros da banda. A canção irá compor o álbum Decadência. A obra, com previsão de lançamento para o final do ano, contará a história de um ser em busca das respostas a respeito de sua existência, com letras introspectivas e confusas, para evidenciar o sentimento de dúvida com relação a temas como fé, sentido e propósito do ser.

Foto: Reprodução/Tvhvinte

 

ONZE divulgou a música Felicidade. Segundo o DJ, a track é resultado de um trabalho que iniciou ainda em maio, logo após o lançamento de seu primeiro EP, Dark Side, e conta com a colaboração do também DJ e produtor Otaky, de São Vicente do Sul.

ONZE explica que o vocal do novo som é um sample da cena do filme Na natureza selvagem (In to the wild), em que o personagem Alex (Christopher McCandless) lê um trecho do livro Felicidade Conjugal (1859), de Tolstói, sobre a sua definição de “felicidade”.

Foto: Ego Bad See

 

Agostta apresentou SDDS DE NÓS. A segunda canção do EP Além de Love é uma colaboração – em letra e voz – com a artista portoalegrense Bruna Hevia, com produção, masterização e mixagem de Mati.

Conforme Agostta, o trabalho vem sendo planejado desde março e retrata uma relação de idas e vindas. O artista ainda destaca que a sonoridade traz elementos acústicos, passeando pelo Pop, Rap e R&B brasileiro. O clipe da música tem direção de fotografia e montagem de

 

Imaginando como seria a viagem de um gaúcho para tentar a carreira na música em São Paulo – e os desafios encontrados por lá – Raulzito lançou Voando Baixo. O trabalho é resultado de uma parceria entre o músico e o beatmaker paulista Brandio Lucas.

Conforme Raulzito, a história fictícia é baseada em experiências reais. A partir dos relatos de um amigo, o artista criou a narrativa, que está dividida em três partes. O desfecho da saga será contado em Voando Baixo 2 e Voando Baixo 3, ainda sem datas divulgadas.

O trabalho também marca a primeira produção audiovisual de Raulzito. O videoclipe foi captado por Marco Antonio Mello  e editado por Picasso

 

Godblack, Saucero e Wag Txai  divulgaram a música High Fashion. A canção dos artistas traz uma homenagem aos funkeiros MC Daleste e MC Kevin, falecidos em 2013 e 2021, respectivamente. A nova produção ainda foi apresentada com um videoclipe, com direção de Enzo Fischer.

Godblack, Saucero, integrante da BLVCK mob, e Wag Txai, membro da Txai Rap, gravaram o nova música no estúdio do DJ e produtor Yan Jacques. Algumas semanas depois, ocorreram as gravações do clipe, que também foi captado e editado por Enzo. 

 

Em homenagem ao Dia do Gaúcho, a Nevoero apresentou a releitura de Cambichos. A canção composta por Jorge Rodrigues e Luiz Bastos é um clássico do repertório gaúcho, com gravação original de César Passarinho e popularizada na voz do grupo Os Serranos. O tributo da banda santamariense ainda contou com a participação de um dos autores da obra, Jorge Rodrigues.

O grupo conta que a ideia de realizar releituras de músicas nativistas nasceu em 2020, após o lançamento de Blues do Pala Velho, uma nova versão da obra Romance Do Pala Velho, de Noel Guarany.

O clipe de Cambichos tem imagens de Alice Pozzobon e Michel Ribeiro– responsável também pela edição – e tratamento de áudio por Christian Guimarães, pela Mono Gravadora.

 

Colaboradores:

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Filme Legalidade estreia nos cinemas https://redesina.com.br/filme-legalidade-estreia-nos-cinemas/ https://redesina.com.br/filme-legalidade-estreia-nos-cinemas/#respond Wed, 11 Sep 2019 20:53:56 +0000 https://redesina.com.br/?p=7611 Dia 12 de setembro, estreia no cinemas o longa Legalidade. Saiba mais sobre: “LEGALIDADE” Longa-metragem – ficção – 120’ min. – 2018 Diretor: Zeca Brito Roteiro: Leonardo Garcia e Zeca brito Produção Executiva: Luciana Tomasi Produção: Prana Filmes – www.pranafilmes.com.br   Fan page  –  Eventos SINOPSE Em 1961, o governador Leonel Brizola lidera um movimento …

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Dia 12 de setembro, estreia no cinemas o longa Legalidade. Saiba mais sobre:

“LEGALIDADE”
Longa-metragem – ficção – 120’ min. – 2018
Diretor: Zeca Brito
Roteiro: Leonardo Garcia e Zeca brito
Produção Executiva: Luciana Tomasi
Produção: Prana Filmes – www.pranafilmes.com.br  

Fan page  –  Eventos

SINOPSE
Em 1961, o governador Leonel Brizola lidera um movimento sem precedentes na história do Brasil: a Legalidade. Lutando pela constituição, mobiliza a população na resistência pela posse do presidente João Goulart. Em meio ao iminente golpe militar, uma misteriosa jornalista pode mudar os rumos do país.

EQUIPE
Diretor: Zeca Brito
Produção Executiva: Luciana Tomasi
Direção de Fotografia: Bruno Polidoro
Direção de Arte: Adriana Borba
Direção de Produção: Glauco Urbim
Som: Gabriela Bervian
Figurino: Marcia Nascimento
Maquiagem: Nancy Marignac
Roteiro: Zeca Brito e Léo Garcia
Consultor de Roteiro: Hilton Lacerda

ELENCO
Cleo Pires- Cecília
Leonardo Machado- Brizola (1961)
Fernando Alves Pinto- Luis Carlos
José Henrique Ligabue- Tonho
Letícia Sabatella – Blanca
Fábio Rangel- Jango
Sapiran Brito – Brizola (2004)

Prêmios

– 42º Festival Guarnicê de Cinema

Prêmio de Melhor Direção;

Melhor Fotografia;

Melhor Direção de Arte e Melhor Ator – Leonardo Machado

Festivais

  • 21º Piriapolis de Película
  • 35th Chicago Latino Film Festival
  • 14º Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões
Legalidade estreia dia 12 nos cinemas

NOTA DA DIREÇÃO
Em Legalidade quis falar de meu país e das raízes políticas que ligam o Brasil à América Latina. A heroica façanha de Leonel Brizola liderando o povo em ato de coragem e civismo, garantindo a posse do presidente João Goulart e a soberania da nação. Através das ondas do rádio o despertar para a constituição, o respeito ao voto popular. Um filme que trama ficção e realidade. Um romance que une visões opostas de mundo. Política, espionagem e comunicação, temas que articulam um dos momentos históricos mais intrigantes do país.
Como referência cromática a inspiração foi o barroco missioneiro, presente nas raízes de Brizola. No movimento e nas sombras, nas cores da Catedral de São Miguel da Missões, e nas pinturas de Aldo Locatelli, que ornamentam o palácio do Rio Grande do Sul e apresentam uma iconografia e uma policromia presentes no filme. Planos longos alternados por sequencias ágeis e passagens musicais conduzem o público em uma trama que celebra valores universais.

ZECA BRITO
Zeca Brito é graduado em Realização Audiovisual pela Unisinos e Artes Visuais pela UFRGS. Dirigiu e roteirizou curtas e longas-metragens exibidos no Brasil e exterior. Seu curta “Aos Pés”, foi escolhido Melhor Filme Júri Popular no Festin Lisboa 2009, e o longa O Guri, foi exibido em festivais de Portugal e Brasil. Em 2015 lançou o longa “Glauco do Brasil” na 39ª Mostra Int. de São Paulo. Em 2016 dirigiu o longa “Em 97 Era Assim”, Melhor Filme Juvenil Estrangeiro no American Filmatic Arts Awards (Nova York, EUA), Melhor Filme no The Best Film
Fest (Seattle, EUA), Prêmio Especial do Júri no 8th Jagran Film Festival (Índia), Melhor Filme Júri
Popular e Melhor Direção no Festival dos Sertões (Piauí Brasil). Em 2017 dirigiu “A vida ExtraOrdinaria de Tarso de Castro” longa exibido no Festival do Rio e 41 Mostra Int. de São Paulo.

PRANA FILMES
A Prana Filmes foi criada em 2011 pelos cineastas Luciana Tomasi e Carlos Gerbase. Focando na realização de filmes e séries de TV, a empresa produziu o curta-metragem “Amores Passageiros”, dirigido por Augusto Canani, vencedor do prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Los Angeles Short Film Festival, e o longa-metragem “Menos que Nada”,
dirigido por Carlos Gerbase, que foi indicado na categoria de Melhor Roteiro Adaptado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e participou do Lé Marché du Film em Cannes.
Além das produções audiovisuais, a produtora administra desde 2012 a sala de cinema do Cine Santander Cultural e é responsável pelo Projeto Primeiro Filme e o Festival Primeiro Filme que realizou sua terceira edição em 2017.
Luciana Tomasi e Carlos Gerbase foram integrantes, por mais de 20 anos, da Casa de Cinema de Porto Alegre, onde participaram da produção de vários longas, curtas, programas e séries de TV, com títulos premiados nos festivais internacionais de Berlim, Havana, New York, Los Angeles, Hamburgo, Kerala (Índia), Santa Maria da Feira (Portugal) e Montevidéu (Uruguai), entre outros. The films, produced by Luciana Tomasi, have already garnered an
impressive 200 awards nationally and internationally.
Atualmente, a produtora está focada na inscrição em festivais do filme “Legalidade”, de Zeca Brito, contemplado na Chamada Pública PRODECINE 01/2014, e na distribuição da série “Turma 5B”, de Iuli Gerbase, vencedora do edital de Chamamento Público TVE 01/2014 (PRODAV 02/2013), e dos filmes “Bio”, de Carlos Gerbase, ganhador de 3 prêmios no 45º Festival de Gramado (Melhor Filme pelo Júri Popular, Melhor desenho de som e Menção
Honrosa pela Direção), e “Yonlu”, de Hique Montanari, contemplado no Edital FAC/SEDAC 11/2014 e vencedor do Prêmio ABRACCINE – Melhor Filme Brasileiro de Diretor Estreante na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Melhor Filme da Mostra Internacional de  Longas e Prêmio da Imprensa no 9º Festival Internacional de Cinema da Fronteira. Além disso, a produtora está captando recursos para a série “Todos Morrem no Fim”, de Carlos Gerbase, contemplada na Chamada Pública PRODAV 05/2013 e para o longa-metragem “Jepotá” de
Augusto Canani.
Em 2018, a Prana Filmes produziu, em parceria com a Rainer Cine, o longa-metragem “Mudança”, de Fabiano de Souza, que está agora em fase de pós-produção. Nós também produzimos o curta-metragem “A Pedra”, da diretora Iuli Gerbase, que teve sua estreia no 40ºFestival Internacional del Nuevo Latinoamericano, em Havana/Cuba, e participou também do 11º Jaipur International Film Festival, na Índia, em que ganhou Menção Especial do Júri na
Mostra Internacional. Agora, a Prana entra na fase de pré-produção do longa-metragem “A Nuvem Rosa”, de Iuli Gerbase, e desenvolve outros 7 roteiros entre longas e séries para a televisão.

 

 

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Filme Bio de Carlos Gerbase (live da pré-estreia em POA) https://redesina.com.br/filmebiodecarlosgerbase/ https://redesina.com.br/filmebiodecarlosgerbase/#respond Wed, 27 Mar 2019 07:34:08 +0000 http://redesina.com.br/?p=6005 Estivemos presentes em Porto Alegre na pré-estreia do filme “Bio”, uma ficção em forma de documentário com roteiro e direção de Carlos Gerbase (confira a live abaixo). O filme conta com uma série de depoimentos de pessoas que conviveram com um cientista que vive por mais de 110 anos (entre 1959 e 2070) e influenciaram a …

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Carlos Gerbase é roteirista e diretor do filme. Foto: Melina Guterres

Estivemos presentes em Porto Alegre na pré-estreia do filme “Bio”, uma ficção em forma de documentário com roteiro e direção de Carlos Gerbase (confira a live abaixo). O filme conta com uma série de depoimentos de pessoas que conviveram com um cientista que vive por mais de 110 anos (entre 1959 e 2070) e influenciaram a sua trajetória: familiares, professores, amantes, amigos, colegas desse homem singular.

Criativo e original, os depoimentos lembram uma linguagem de docudrama, onde breves cenas ilustram partes marcantes da vida do personagem. O espectador é transportado a cada acontecimento que fica mais intrigante por uma condição do personagem: ele não consegue mentir. “Mais que um documentário falso, ‘Bio’ é um documentário impossível, que usa a ficção para falar das verdades mais secretas das vidas de todos nós”, afirma Gerbase.

Maria Fernanda Cândido interpreta uma cientista a qual o protagonista se apaixona na fase final da vida. Foto: Divulgação

O elenco reúne 39 atores e atrizes, como Maria Fernanda Cândido, Marco Ricca, Tainá Müller, Werner Schünemann,Sheron Menezzes , Rosanne Mulholland e Bruno Torres. “Bio” recebeu os prêmios de Melhor Filme pelo Júri Popular, Prêmio Especial do Júri pela Direção de Atores e de Melhor Desenho de Som no Festival de Gramado. Também participou do Festival do Rio, da Mostra São Paulo e do Festival de Punta del Este.

Marco Rica interpreta o psicólogo que na infância do personagem observa que este não consegue mentir. Foto: Divulgação

Sinopse: O que aconteceria se um documentarista pudesse viajar no tempo e captar depoimentos sobre a vida de alguém ainda no calor dos acontecimentos, e não com aquele teor nostálgico de quem se recorda de fatos enterrados há muitos anos no passado? “BIO” responde a essa pergunta, propondo ao espectador uma narrativa fragmentada, mas muito emocional, sobre a longa e atribulada existência de um biólogo, que atravessa a segunda metade do século 20 e mergulha no século 21 com uma sede imensa de conhecimento sobre a vida em nosso planeta. Ou até fora dele.

LIVE:

A Mel Inquieta (Melina Guterres) esteve na pré-estreia do filme em Porto Alegre. “Bio já me chamou atenção pela publicidade onde apenas algumas frases eram colocadas nas redes sociais, o trailer intriga mais ainda. O suspense só aumenta durante o filme que traz um protagonista invisível, onde ficamos imaginando o tempo todo como seria. Este erra, acerta, sofre, faz sofrer, tem uma sina por pesquisa científica e o “drama” de não conseguir mentir. Bio é divertido, bem humorado, sensível, humano e ainda faz uma reflexão sobre o poder de decidir a hora de morrer”, observa ela.

Confira na live o bate-papo com Gerbase e alguns atores do elenco.

  • Ficha Técnica: Roteiro e Direção: Carlos Gerbase

    Produção e Produção Executiva: Luciana Tomasi
    Elenco: Marco Ricca, Maitê Proença, Maria Fernanda Cândido, Werner Schünemann, Rosanne Mulholland, Tainá Müller, Sheron Menezzes, Branca Messina, Bruno Torres, Zé Victor Castiel, Felipe Kannenberg, Carla Cassapo, Felipe de Paula, Gabriela Poester, Mateus Almada, Carla Cassapo, Artur Pinto, Roberto Oliveira, Mateus Almada, Luísa Horta, Lívia Perrone, Nadya Mendes, Milena Dalla Corte, Marco Ricca, Léo Ferlauto, Branca Messina, Enzo Petry, João Pedro Alves, Júlia Bach, Thainá Gallo, Gabriela Poester, Julio Conte, Girley Brasil Paes, Werner Schünemann, Felipe de Paula, Luiza Ollé, Elisa Heidrich, Carlos Cunha Filho, Felipe Kannenberg, Deborah Finocchiaro, Nadinne Oliveira, Fredericco Restori, Luciano Mallmann, Giulia Goes, Guilherme Cury, Zé Victor Castiel, Fernanda Carvalho Leite, Charlie Severo.
    Duração: 105 minutos
    Classificação indicativa: 14 anos

  • Em cartaz de 04/04 a 10/04

    PORTO ALEGRE – RS

    Guion Center: 20h45
    Espaço Itaú: 17h50
    Cine Farol Santander:
    4/4 (quinta): 19h
    5/4 (sexta): 16h
    6/4 (sábado): 14h
    7/4  (domingo): 17h
    9/4  (terça): 16h
    10/4 (quarta): 19h

    CURITIBA – PR

    Itaú Curitiba: 19h40 e 21h40
    Cine Guarani: 16h
    Cine Passeio: 14h15

    SÃO PAULO – SP

    Itaú Frei Caneca: 21h e 14h
    Caixa Belas Artes: 21h

    RIO DE JANEIRO – RJ

    Itaú Botafogo: 21h30
    Estação NET Rio: 17h20

    SALVADOR- BA

    Itaú Salvador: 17h
    Sala de Arte – Cinema do Museu:
    06/04 (sexta): 14h25
    07/04 (sábado): 14h25
    08/04 (domingo): 14h25

    ARACAJU – SE

    Cinema Vitória:
    05/04 (sexta): 14h
    08/04 (segunda): 14h

    MACEIO – AL

    Cine Arte Pajuçara: 18h25

    BRASÍLIA – DF

    Itaú Brasília: 18h

    PALMAS – TO

    Cine Cultura de Palmas: 18h30

    BALNEÁRIO CAMBORIÚ – SC

    Cineramabc Arthouse: 19h

 

Mais sobre o filme em: https://filmebio.com.br/

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BLONDIE (A Loira do Banheiro) https://redesina.com.br/blondie-a-loira-do-banheiro/ https://redesina.com.br/blondie-a-loira-do-banheiro/#respond Thu, 01 Nov 2018 00:26:33 +0000 http://redesina.com.br/?p=5430 O dia das bruxas está aí e trazemos para hoje dois curtas brasileiros, um deles inspirado na lenda urbana “A Loira do Banheiro” e outro no próprio dia das Bruxas. Ambos são de Rafael Baliú, que é roteirista audiovisual e de histórias em quadrinho. O curta acima Blondie (A Loira do Banheiro), levou o prêmio …

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O dia das bruxas está aí e trazemos para hoje dois curtas brasileiros, um deles inspirado na lenda urbana “A Loira do Banheiro” e outro no próprio dia das Bruxas. Ambos são de Rafael Baliú, que é roteirista audiovisual e de histórias em quadrinho. O curta acima Blondie (A Loira do Banheiro), levou o prêmio de Melhor Terror no My Rode Reel (online) em 2016 e o curta Um Estranho Bate a Porta (abaixo) recebeu os prêmios ABCs of Death 2 -Search for the 27th director – 3º lugar e Curta integrante da Antologia Internacional “ABCs of death 2.5”. O Curta foi lançado em 2012.

Mas e o que vocês sabem sobre a lenda brasileira da Loira do Banheiro?

Dizem que ela aparece em banheiros de escolas, geralmente após alguém realizar uma sequência de ações pré-determinadas: pode ser gritar seu nome três vezes na frente do espelho, chutar a privada e falar palavrões ou mesmo dar a descarga com um fio de cabelo no vaso sanitário. Dependendo da escola onde a lenda é contada, pode ser tudo isso junto.

loira2Quem conhece essa lenda imaginava que a loira pudesse existir de fato? Pois é andamos pesquisando e há quem acredite que ela se chamava Maria Augusta de Oliveira, nascida no final do século 19, em Guaratinguetá, São Paulo. Dizem que ela seria filha do Visconde de Guaratinguetá, que teria a obrigado casar-se aos 14 anos com um homem influente. Na época, isso ainda era considerado “normal”. Mas Maria parece que era uma mulher a frente do seu tempo, não satisfeita com o casório aos 18 anos vendeu todas jóias que tinha e resolveu fugir para Paris. Morreu aos 26 anos de causa desconhecida. Com a notícia da morte, sua família pediu que o corpo retornasse ao Brasil e fosse colocado em uma urna de vidro na casa da família até que o túmulo ficasse pronto. Mas, mesmo após a sepultura estar pronta para receber o corpo, a mãe de Maria Augusta não quis enterrá-la. Foi só após ser acometida por diversos pesadelos enquanto o corpo estava na casa que ela consentiu em sepultar a jovem. Algum tempo depois, em 1902, o casarão em que viviam deu lugar à escola estadual Conselheiro Rodrigues Alves, onde dizem que seu espírito vaga até hoje, aparecendo com frequência nos banheiros femininos. A história ganhou força após um incêndio misterioso acometer a escola, em 1916, fazendo com que o prédio tivesse que ser reconstruído.

Então se você ver a loira do banheiro por aí, fica com medo não, troca uma ideia com ela, que parece que ela tem muito o que ensinar. Só não vale deixar de apreciar os filmes de terror brasileiros, que por sinal estão muito bem produzidos, né?

ASSISTA TAMBÉM O CURTA “UM ESTRANHO NA PORTA”

Rafael Baliú – autor dos curtas

Seus longa-metragens são Asco, Drama da Paixão e O Diabo Mora Aqui. Seus curtas são Meta, Children of the Cosmos, Blondie – A Loira do Banheiro, Um Estranho na Porta e O Último Jokenpo. Também escreveu a web-série Nerd of the Dead e as HQs Ninja e Aranha. Trabalhou nos programas Conversa de Gente Grande e Quem fica em Pé, pela Rede Bandeirantes. Fez os cursos Story e Genre com Robert McKee pelo Programa Globosat de Roteiristas. Atualmente trabalha na Split Studio, escrevendo o desenho WeeBoom, para o canal Boomerang.

Saiba mais em: www.rafaelbaliu.com.br

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A excêntrica família de Antônia por ROSANA ZUCOLO https://redesina.com.br/a-excentrica-familia-de-antonia-por-rosana-zucolo/ https://redesina.com.br/a-excentrica-familia-de-antonia-por-rosana-zucolo/#respond Thu, 13 Sep 2018 23:06:59 +0000 http://redesina.com.br/?p=5156 A Excêntrica Família da Antônia, como foi traduzido no Brasil, ou apenas Antonia no original holandês, é um filme de 1995 co-produzido pela Holanda, Bélgica e Inglaterra. A direção e o roteiro são da cineasta holandesa Marleen Gorrys, uma voz conhecida naquele país pela produção de filmes que abordam os direitos das mulheres. Antonia recebeu …

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A Excêntrica Família da Antônia, como foi traduzido no Brasil, ou apenas Antonia no original holandês, é um filme de 1995 co-produzido pela Holanda, Bélgica e Inglaterra. A direção e o roteiro são da cineasta holandesa Marleen Gorrys, uma voz conhecida naquele país pela produção de filmes que abordam os direitos das mulheres.

Antonia recebeu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1996, derrotando o filme brasileiro O Quatrilho, do diretor Fábio Barreto. Se não tivesse concorrido ao Oscar, dificilmente ele seria um filme visto no Brasil, onde não se costuma acompanhar o que ocorre em outros festivais menores. Antonia recebeu prêmios como o Melhor Filme do Festival de Toronto, Melhor Roteiro no International Film Festival de Chicago e Melhor Diretor no Hamptons Film Festival.
Apesar das premiações, ele não é um consenso da crítica. Ao mesmo tempo em que é anunciado enquanto uma celebração sobre a morte, de grande intimismo e profundidade, ao retratar a força, a beleza e as escolhas que desafiam o regime patriarcal da época, no Brasil, críticos como Marcelo Coelho (FSP) e Marcelo Janot (Telecine Cult -2009) não fazem concessões ao filme.
Coelho em crítica publicada na Folha de São Paulo (1996) diz que o filme é “curioso, interessante, mas ruim”. Para ele não há tensão narrativa, o que contribuiria para que fosse um filme ingênuo e amador, “uma tolice feminista”.

Já Janot afirma que o filme só recebeu o Oscar porque integra uma linha de produções que explora o emocional, reunindo “crianças e velhinhos”, fórmula que, segundo ele, tem marcado as escolhas nos últimos tempos dos festivais de cinema.
Pouco se escreveu sobre o filme. Se a saga de Antonia não se enquadra dentro da narrativa clássica, com um evento central que leve ao ponto de culminância, o fator que parece ter desagradado aos críticos é traduzido numa das poucas análises mais aprofundadas do filme, feita pelo psicanalista argentino Jorge Helman . Segundo ele, Antonia não é uma escritura feminina. É sim um manifesto feminista, no qual as cenas reiteram continuadamente a independência em relação aos homens – secundarizados e caracterizados por sua brutalidade e degradação -, o que gera no leitor-espectador, reações muito claras da rejeição a tal identificação.

Discordando dele, é possível pensar que consiste exatamente nessa independência a força incômoda do filme. Ela sugere, ou mesmo induz, a reflexão sobre o poder nas relações de gênero, a sexualidade, a fantasia, a realidade, a imaginação, a loucura, enfim, sobre a vida e a morte.

É também nessa perspectiva que J’Nan Sellery, professora de literatura na Universidade de Stanford, afirma que o olhar feminino onipresente no filme através da experiência de mulheres de diferentes idades, educação e orientação sexual, perturbam as tradicionais expectativas masculinas que situam a mulher como um centro silencioso do seu universo.  Na proposta de mostrar a cotidianidade tal como ela é a partir do olhar feminino, a diretora reúne de uma só vez, mazelas vivenciadas secularmente e que não costumam ser expostas tão translucidamente. A alusão à violência aparece leve no pós-guerra que remete à lembrança de uma violência sistemática e massiva que não é o centro da narrativa; e surge forte em outras formas de violência, como a violência de gênero. Levada ao extremo ela se traduz na violação incestuosa de Deede, uma deficiente, pelo próprio irmão, e ainda, como vingança deste, no estupro da neta de Antonia, Therese, ainda menina. Também é presente na condição de pedófilo do padre do vilarejo.
De fato perturbador, o filme é como a vida, “um amálgama de qualidades dispares: alegria, beleza, feiúra, loucura, sanidade, violência, ingratidão, amor, amizade, dor e bondade” . E Marleen Gorris aborda estas questões numa ótica agradavelmente feminista e espírito aberto, com um delicado cuidado cenográfico, e em tom de tragicomédia. Afinal, como diz Antonia, o fim da vida é ser vivida.

ANTONIA’S LINE, Willeke Van Ammelrooy, Jan Decleir, 1995

A narrativa de A excêntrica família de Antonia é construída em ciclos que se fecham, marcados por sinais nítidos e cuja inspiração parecem remeter a F. Nietzsche e a A.Schopenhauer citados ao longo do filme através dos diálogos do personagem “Dedos Torcidos”, um referente filosófico, assim como a estética das cenas sugerem o contexto de origem de Marleen Gorris, numa alusão às telas do pintor holandês Vermeer .
O pintor é conhecido por ter desenvolvido o uso da luz difusa. “É de uma janela aberta para o dia que vem toda a luz e a delicadeza. Vermeer coloca seus modelos perto de uma janela e estuda o efeito dessa luz nos personagens e no cenário.” O resultado é a delicadeza e a difusão que aparecem nos contornos e nas cores. Além disso, sua composição é geométrica, com os elementos simetricamente equilibrados, o que emprestavam serenidade e estabilidade às suas telas. São estas características típicas da sua obra que já aparecem na tela “Moça lendo uma carta” (1657): o quarto fechado, a luz que entra pela janela, tapetes orientais e cortinas luxuosas. A luz é usada meticulosamente para ressaltar dada expressão, aprofundar ou criar atmosfera, na maior parte das vezes, intimista. Em A excêntrica família de Antonia o uso similar da luz e das janelas são uma constante, como molduras que destacam os personagens e os acontecimentos. As janelas sugerem o movimento contínuo do tempo já nas primeiras cenas do filme. Elas se abrem e deixam ver o tempo que passa. Um tempo interno e um tempo externo, em ritmos, muitas vezes, distintos, acentuados pelos efeitos de luz e sombra.
A exploração dos efeitos da luz marca a narrativa que tem início com a imagem da protagonista, acordando ao chegar aos 85 anos e ao seu último dia de vida, anunciado como um dia qualquer. O jogo de luz e sombra na janela do quarto de Antonia acentua a penumbra sugestiva de interiorização enquanto a câmera passeia pelas pinturas emolduradas que compõem simetricamente uma das paredes do quarto, enquanto sobem os créditos de apresentação. O movimento de câmera acompanha-a do interior da casa. Move-se como quem olha de dentro e vê o cotidiano lá fora. A câmera se funde com o narrador. E é também uma janela que emoldura o rosto de Antônia novamente no interior da casa, completando a atmosfera intimista que envolve quem está prestes a remexer em memórias. Eis como começa o filme.
A filósofa Carmen Eiterer ao analisar o filme, destaca os planos de câmera cuidadosamente escolhidos também sugerindo uma alusão ao trabalho de Vermeer como parte de uma decisão da diretora. Para ela, os jogos que marcam os planos de fora e de dentro dos ambientes onde as cenas se descortinam através das janelas, são apenas elementos cenográficos, e a diretora insiste em fazê-los percebidos pelo leitor-espectador por uma questão meramente estética.

Observando-se por outra perspectiva, vê-se nesta escolha da diretora uma ênfase à narrativa. Os enquadramentos simétricos, as janelas e a luz que vaza através delas presentes já nas primeiras cenas do filme, acentuam o aspecto interpretativo do filme. Elas enquadram e ligam os personagens ao mundo.

É assim com a louca Madona que uiva para a lua cheia e com o protestante que vive atormentado por ela no andar de baixo. Também o é com Dedos Torcidos que se exilou em casa desde a guerra em meio aos livros. Através delas sua vida e sua morte são narradas. É ainda uma janela que emoldura Sarah, a bisneta, no final do filme, a observar o tempo dos vivos e dos mortos.
A excêntrica família de Antonia é o relato de uma saga matrilinear ao longo de quatro gerações de mulheres em meio século de história de um anônimo vilarejo holandês castigado pela ocupação nazista na segunda guerra mundial. Antonia vê crescer e envelhecer sua filha Danielle, vê nascer e ficar adulta a sua neta, Therese, e ainda recebe Sarah, a bisneta, a quem “entrega” as suas memórias. Crônica de décadas de vida em família, as memórias de Antonia são narradas por Sarah, e começam com a chegada da protagonista ao vilarejo natal para o enterro da sua mãe, acompanhada de sua filha Danielle, logo após o final da II guerra mundial. A câmera se move, percorre o povoado e mostra os vestígios da guerra traduzidos nas imagens de prédios destruídos e veículos abandonados. Por entre os escombros, o indício de um fim e de uma chegada no grafite que anuncia na fachada de um prédio onde tremulam bandeiras aliadas ao lado da imagem das duas mulheres – “Bem-vindos os libertadores”. Desde o início, um sinal dos fundamentos do filme: as protagonistas são bem-vindas porque libertadoras. De fato, ambas subvertem a ordem patriarcal do pós-guerra no vilarejo, retomando o aspecto gregário e solidário do comunitarismo.
Logo na sua chegada, Antonia avisa à filha: “Nada mudou em 20 anos. O povo não será grande coisa, mas pelo menos é tranqüilo”. A recuperação do espaço comunitário é tecida pela presença de Antonia nos lugares de encontro e socialização da comunidade. Apesar de criticar abertamente a Igreja, ela vai à missa com a filha e participa dos seus rituais, do mesmo modo como ambas entram no pub freqüentado apenas pelos homens e solicitam uma bebida. Antonia representa, dessa forma, a sua presença em condição de igualdade a qualquer outro morador do local.
Na grande Casa Rosa, granja herdada com a morte da mãe, Antonia constrói uma comunidade onde reúne a sua família e todos os deserdados do lugarejo. São acolhidos nela as minorias, os rechaçados, os marginalizados ou os estigmatizados da sociedade local. Como agregados, lá estão os deficientes mentais Boca Mole, alvo de zombaria e humilhações pelas crianças da vila e Deede, a deficiente que era violada pelo irmão; um cura que abandona a Igreja porque “amava demais a vida” e casa com Letta que chegou com dois filhos e, mais do que a eles, amava o ato de parir. Ela morre ao dar a luz ao 13º, lamentando não poder dar continuidade à procriação. Há Olga, dona do pub, parteira e funerária; também para a Casa Rosa segue Lara, a professora de Therese, a neta de Antonia, e por quem a sua mãe, Danielle, se apaixona. Antonia acolhe ainda o granjeiro viúvo, Dan, e seus cinco filhos, mesmo tendo recusado a sua proposta de casamento. Ela não precisava de um marido e mais filhos, o que não impedia o afeto e as trocas recíprocas, numa alusão clara de quebra de paradigmas.
Antonia é representada por uma mulher grande e forte, uma “árvore” que reúne e celebra à mesa em sua sombra, familiares e amigos. O simbolismo da árvore que acompanha o cenário do filme e, é derrubada no final dele, representa a genealogia da família. A idéia de força também é representada pelo cavalo que Antonia monta – grande e sólido.
A narrativa deste universo “excêntrico” da família de Antonia tem outro traço marcante – a inserção de elementos mágicos e inesperados numa alusão implícita à capacidade de imaginar, intuir e deixar-se guiar por ela, habitualmente relacionada ao feminino. A presença do realismo mágico enfatiza a irreverência e a fantasia como forma de reavivar a realidade. Ela se manifesta inicialmente com Danielle que durante o funeral da avó (Allegonda), a vê sentar-se no caixão e cantar, em alto e bom tom, um trecho de “My blue heaven” (Meu céu azul) de Frank Sinatra, enquanto a imagem do Cristo crucificado move a cabeça, numa clara subversão aos rituais católicos da encomenda da alma, que para Antonia não passam de “bobagens”. Em outra cena no cemitério, a asa de uma estátua de anjo acerta o padre, depois que Antonia conta a Danielle sobre a sua negativa de fazer os últimos ritos na ocasião da morte de um dos membros da resistência pelos nazistas, por medo.
A mescla de humor e imaginação que caracteriza a personagem Danielle, uma pintora que se manifesta mais pelo silêncio das imagens do que pelos diálogos, se mostra ainda por ocasião da filha, Therese. É quando Danielle conhece Lara, a professora, e se apaixona por ela imediatamente. Ela a vê como a deusa do amor surgindo de uma enorme concha tal como foi representada por Botticelli no quadro “O nascimento de Vênus”.

É possível pensar que a diretora escolheu exatamente a imagem da Vênus de Botticelli pelo seu conteúdo pagão destoante da maioria das obras que representam temas católicos .

No filme, ela simboliza o início de uma nova realidade marcada pelo amor entre duas mulheres, e na qual a relação lésbica não surge como uma experiência problemática ou distinta das outras relações que vão se estabelecendo ao longo do filme. É com fluidez e naturalidade que a narrativa incorpora a questão.
Outra representação deste traço mágico está em Sarah, filha de Therese e neta de Danielle. A menina tem uma sensibilidade especial que sugere sua capacidade de antecipar o futuro. Ela dedica uma poesia a Dedee para que ela leia antes de morrer – e a partir do que começam a se suceder muitas mortes seguidas no vilarejo. Entre elas, o suicídio de Dedo Torcido que provoca uma profunda dor na família, sinalizando outro ciclo, o da finitude dos afetos.
Sarah, no final do filme, sentada no alto do celeiro, observa a família em torno da mesa e vê os vivos e os mortos, como se num instante observasse o tempo de uma vida. Dedo Torcido se aproxima do portão e lhe faz um sinal. O mesmo que, instante depois, Antonia lhe fará. O aviso de que é chegada a hora de morrer.

Trecho do artigo publicado no livro organizado por Maria Cristina Tonetto, O Olhar feminino no cinema, 2011

 

ROSANA ZUCOLO

Jornalista, professora universitária (UFN), mestre em Educação(UFSM) e doutora em Comunicação(Unisinos). Nascida gaúcha, mora em Santa Maria, tem alma cigana, a Bahia como segunda terra e o mundo como casa. Se diz  ” parideira de jornalistas” e renasce com eles todos os anos. Descobriu ter uma certa predileção por pares: dois filhos, dois gatos, dois prêmios Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, dois empregos por muito tempo, dois projetos de cursos de comunicação, dois blogs,  duas casas, dois irmãos, dois cachorros, duas cachorras…

 

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Café Com Canela de Glenda Nicácio (entrevista com roteirista Ary Duarte) https://redesina.com.br/cafe-com-canela-de-glenda-nicacio-entrevista-com-roteirista-ary-duarte/ https://redesina.com.br/cafe-com-canela-de-glenda-nicacio-entrevista-com-roteirista-ary-duarte/#respond Fri, 24 Nov 2017 00:06:35 +0000 http://redesina.com.br/?p=3499 O cotidiano do Recôncavo da Bahia é tema do filme Café com Canela, primeiro longa-metragem dirigido em parceria por Ary Rosa e Glenda Nicácio, recentemente premiado no Festival de Brasília por melhor roteiro e melhor filme pelo júri popular. Ary Rosa e Glenda Nicácio formaram-se em cinema pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e …

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O cotidiano do Recôncavo da Bahia é tema do filme Café com Canela, primeiro longa-metragem dirigido em parceria por Ary Rosa e Glenda Nicácio, recentemente premiado no Festival de Brasília por melhor roteiro e melhor filme pelo júri popular.

Ary Rosa e Glenda Nicácio formaram-se em cinema pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e fundaram a produtora independente Rosza Filmes, em Cachoeira. Ary assina roteiro e divide a direção com Glenda.

O filme se passa em Cachoeira e São Félix e trata da solidariedade feminina através do reencontro de duas mulheres, Margarida (Valdinéia Soriano) e Violeta (Aline Brunne), que se ajudam em momentos difíceis da vida de uma e outra.

Conversamos com Ary, que assina também a direção com Glenda, “Companheira de set e de vida”.

“Falar sobre encontros e afetos é algo que sempre me interessou (enquanto espectador), e poder escrever algo tão universal como é o encontro e o afeto trazendo pro Recôncavo da Bahia como particular e único, é um grande prazer.”, diz Ary Rosa.

O filme ainda não previsão de estreia no cinema, aguardemos!

Confira a entrevista em:

ABRA – CAFÉ COM CANELA. ENTREVISTA COM ARY ROSA DUARTE, PREMIADO EM BRASÍLIA POR MELHOR ROTEIRO

Page do filme:

https://www.facebook.com/cafecomcanela2015/

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