Arquivos cinema brasileiro - Rede Sina https://redesina.com.br/tag/cinema-brasileiro/ Comunicação fora do padrão Sun, 27 Aug 2023 11:11:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://redesina.com.br/wp-content/uploads/2016/02/cropped-LOGO-SINA-V4-01-32x32.jpg Arquivos cinema brasileiro - Rede Sina https://redesina.com.br/tag/cinema-brasileiro/ 32 32 FESTIVAL DE GRAMADO 2023 ROMPENDO FRONTEIRAS por Beto Rodrigues https://redesina.com.br/festival-de-gramado-2023-rompendo-fronteiras-por-beto-rodrigues/ https://redesina.com.br/festival-de-gramado-2023-rompendo-fronteiras-por-beto-rodrigues/#respond Sun, 27 Aug 2023 11:08:27 +0000 https://redesina.com.br/?p=100098 Algo curioso e instigante é que já estive em 31 edições neste festival, entre as 51 já realizadas, evento que se tornou a principal referência para o cinema brasileiro. Algumas vezes ficando ali em Gramado uns poucos dias, assistindo parte da programação ou indo a algum encontro de cinema e, porque não, às festas. Mas …

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Algo curioso e instigante é que já estive em 31 edições neste festival, entre as 51 já realizadas, evento que se tornou a principal referência para o cinema brasileiro. Algumas vezes ficando ali em Gramado uns poucos dias, assistindo parte da programação ou indo a algum encontro de cinema e, porque não, às festas. Mas na maior parte das vezes ficando a semana inteira ou mais dias, dependendo de sua duração.

A primeira delas foi em 1989, ano marcado pelo emblemático e impactante curta-metragem “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado. Agora, 34 anos depois, Jorge, um dos nomes mais relevantes do RS por detrás das câmeras, aparece na tela do festival como personagem em um longa documental sobre Luis Fernando Veríssimo. Ou melhor, buscando o rigor do vocábulo, como participante depoente. Mas isso é só um gancho para começar esse artigo, meu primeiro, aliás, sobre o Festival de Gramado.

Entretanto, não se trata de minha primeira elaboração sobre o festival, considerando que em 1995 realizei um programa especial de TV inteiro sobre sua 23ª edição. Fazia minha pós-graduação em Producción Audiovisual na tradicional Universidad Complutense de Madrid e, ao mesmo tempo, em julho daquele ano, estagiava no Departamento de Televisão da Agencia EFE, em Madri. Ali, pude fazer contato com uma das emissoras públicas transcontinentais que operava em colaboração com a agência, a TEI – Televisión Educativa Iberoamericana. Consegui convencer a direção da emissora, sediada em Madri e viajando por meus próprios meios, a vir como representante de imprensa credenciado para cobrir o festival e, a partir do evento, produzir um programa de 45 minutos, que se intitulou “Iberoamérica a 24 Fotogramas”.

O festival, após a profunda crise do cinema brasileiro, iniciada com a extinção da Embrafilme em março de 1990, e da quase absoluta ausência de fomento público, estava em sua 4ª edição depois de se converter, no ano de 1992, em Festival de Cinema Ibero-americano de Gramado. Naquela edição, 19 anos depois de sua fundação como “Festival do Cinema Brasileiro”, pela primeira vez premiava filmes, profissionais e elencos estrangeiros, marcada pela forte presença mexicana como o filme de Jorge Fons, “Callejon de los Milagros”, obra que praticamente lançou Salma Hayek, cuja carreira decolou após este filme, indo rapidamente parar em Hollywood, começando pelo filme de Robert Rodriguez, A Balada do Pistoleiro. Pois bem, meu programa especial para a TEI, contou com entrevistas, trechos de trailers dos filmes concorrentes e com a apresentação de Carolina Calderón, minha colega colombiana no pós-graduação da Complutense, ela que tinha o tipo e o pendor para ser apresentadora de TV, tudo gravado em Betacam no estúdio de TV da Agencia EFE.

Junto estes dois fragmentos do tempo porque de alguma maneira, em minha disposição de fazer livres analogias, esses momentos se encontraram em meu universo subjetivo nesta 51ª edição do Festival. Primeiro porque me faz recordar nitidamente o cenário onde pisei pela primeira vez o espaço festivaleiro, em agosto de 1989, vindo como credenciado pela Prefeitura de Porto Alegre, onde havia começado a trabalhar, 7 meses antes, como Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia na gestão do saudoso Luis Pilla Vares, à frente da Secretaria Municipal de Cultura da capital gaúcha. O cenário era de um cinema brasileiro em ladeira descendente no mercado, com o modelo de produção da Embrafilme dando sinais de esgotamento e, naquele momento, com a maior parte dos grupos exibidores de cinema no Brasil, havendo ganho na justiça o direito de não atender à obrigação de cumprimento da cota de tela para o cinema brasileiro. Em suma, conseguir espaços de exibição em salas era difícil ou quase impossível, muito semelhante, por outra razão, mas que não deixa de ser similar aos dias de hoje. Neste momento, não se trata de ações na justiça pelos exibidores reivindicando o direito de não se obrigarem a ocupar suas telas em um percentual de dias do ano com obras brasileiras, como estava estabelecido legalmente naquela época, cujo cumprimento era fiscalizado pela Embrafilme. No corrente ano de 2023, se trata, isto sim, da ausência de cota de tela, após 4 anos de um governo federal que quase asfixiou o cinema e audiovisual brasileiros, tendo como uma de suas anti-metas não dar continuidade às ações políticas vitais existentes até o começo do desgoverno, a exemplo do cumprimento de cota de tela para o cinema brasileiro.

Entramos na edição do festival deste ano, com uma participação de nosso cinema no mercado – conhecida como market share – de menos de 1% das bilheterias no todo do primeiro semestre. Podendo chegar, quem sabe, com uma boa dose de otimismo e confiando nas produções a serem lançadas no segundo semestre, a cerca de 4% do mercado. Número que seria levemente superior ao que alcançamos entre 1992 e 1995, época que podemos chamar de o fundo do poço.

Nesse sentido, o que trouxe de novo o festival e que possa nos dar algum respiro? Talvez a principal novidade seja a (quase) quebra de paradigma, tendo uma comédia, aliás potente, como grande vencedora: Mussum, o Filmis, dirigido pelo ator, produtor, diretor e dramaturgo Silvio Guindane.

Não que seja a primeira vez que uma comédia é premiada, cabendo aqui lembrar o filme de Mauro Farias que, seguindo os passos de seu pai, Roberto Farias, também ganhou o prêmio de melhor filme em Gramado, justamente em 1991, último ano como Festival do Cinema Brasileiro. Uma comédia suburbana estrelada por Evandro Mesquita, Não Quero Falar Sobre Isso Agora. Evandro que depois irá nos brindar com sua veia cômica – que já aparecia nas performances da Banda Blitz – com o incorrigível e hilariante personagem do mecânico Paulão, em A Grande Família.

Ganhar a estatueta de melhor filme, desconstruindo preconceitos, estereótipos e resgatando a riqueza do personagem de Mussum, através de uma dramédia afiada, não só nos permite sair do lugar-comum de que comédia não dialoga com o cinema de autor ou “de arte”, conforme reza o jargão, como lança esperanças de que possamos ganhar novamente o coração das plateias de preferência que seja em breve. Segundo dados do OCA – Observatório do Cinema e Audiovisual, ligado a ANCINE, a comédia é o gênero mais popular no cinema brasileiro, havendo conquistado 12 entre as 20 maiores bilheterias na história do cinema brasileiro. Mussum o Filmis, é uma obra que transita com leveza e a densidade necessária nos momentos dramáticos, sendo capaz de contentar até críticos empedernidos e que rejeitam o valor artístico do gênero. Mesmo estudiosos acadêmicos que se debruçaram sobre A Poética, de Aristóteles, consideram que suas citações à comédia em nada a diminuem em relação à tragédia, antes o contrário, tendo em vista a capacidade da comédia em universalizar dramas humanos. Segundo Pierre Destrée, por exemplo, em seu ensaio A Comédia na Poética de Aristóteles, “duas passagens importantes mostram muito claramente que Aristóteles considerava que a comédia tem tanto valor quanto a tragédia” (Organon, Porto Alegre, nº 49, julho-dezembro, 2010, p.69 – 94).

É o que vemos com maestria no filme sobre Mussum, capaz de provocar nosso riso espontaneamente, sem deixar de levar-nos à reflexão sobre as ambivalências da fama e do êxito na TV, com o êxtase e a dor que carrega. Também pincela brevemente, em seu recorte histórico, sobre como esse meio foi capaz de absorver e manejar as mazelas da sociedade brasileira, sendo o humor uma de suas principais ferramentas na aderência do público espectador.

Considero um resultado muito feliz o júri ter se despido de eventuais preconceitos e superado alguns narizes torcidos pelo filme ter estado no seleto grupo de apenas 6 filmes em competição, dentre as centenas de longas-metragens que se inscreveram. Agora é esperar para ver, mas, nesse meio tempo, é claro, teremos que lidar com a luta pela aprovação da volta da cota tela ao cinema nacional. Pois assim como outras obras neste segundo semestre, que podem contribuir para reconquistar o público para nossa cinematografia, Mussum também precisará ter um tempo em cartaz, para que o boca à boca possa criar um caudal longo de espectadores.

Por fim, a outra grande novidade do Festival de Gramado deste ano, além do já mencionado acima, que foi o fim, depois de 30 anos, da mostra competitiva estrangeira, ou melhor, ibero-latino-americana, é o fato desta ter sido substituída por uma mostra competitiva de documentários, ficando esta inclusive com o horário nobre de exibição, depois da 9 da noite. A mostra já havia acontecido no ano passado pela primeira vez, mas ainda como uma espécie de “patinho feio” do evento e apenas transmitida pelo Canal Brasil, sem direito a plateia presencial. Neste ano não só ganhou grande relevância, como trouxe à tela do Palácio dos Festivais, 5 longas-metragens com grande diversidade de temáticas, abordagens e linguagens, todos com significativo valor artístico e criativo. Destes, dois filmes são notáveis cinebiografias, um deles, Luis Fernando Veríssimo, o Filme, dirigido pela gaúcha  Luzimar Stricher, consegue a proeza de revelar não só a admirável e singular trajetória do escritor, como, de maneira sensível, sua recatada vida pessoal, marcada pela timidez e pelo mais refinado senso de espírito, que o posicionou, durante anos, como um dos escritores mais lidos no Brasil. Além de sua significativa trajetória como criativo e roteirista na TV Globo. Também o filme Roberto Farias – Memórias de um cineasta, dirigido por sua filha, Marise Farias, não só traz à luz a imensamente relevante trajetória deste cineasta, um dos primeiros brasileiros a competir em Cannes, como desvela o turbulento período em que esteve à frente da Embrafilme, deixando momentaneamente de lado sua carreira, em plena ditadura. Filme imperdível para quem desejar conhecer melhor a atmosfera que permitiu que o cinema nacional mobilizasse grandes plateias no que já se convencionou chamar de “Era Embrafilme”, que durou 21 anos.

Mas além desses dois filmes, de narrativa clássica e linear, outros 3 filmes retratam um país em eterno conflito consigo mesmo. País cheio de aforismos que tentam nos ditar condutas e traçar linhas entre certo e errado, em geral apoiados em uma moralidade conveniente de ocasião, sem uma alteridade e substância. Temos aqui o drama e a resiliência dos motoboys de Brasília durante a pandemia, no filme Da Porta Pra Fora, que além de retratar o universo e dilemas pessoais de 3 motoboys e uma motogirl, desmascara a hiper exploração e a escandalosa falta de legislação protetiva a essa profissão, que foi vital durante a pandemia. Na outra ponta do hemisfério social, foi possível apreciar o contundente documentário do cearense Wolney Machado, Memórias da Chuva, relato pungente que acompanha durante anos o doloroso drama da população do pequeno município de Jaguaribara, no Ceará profundo, que se vê obrigada a aceitar a inundação de sua cidade para a construção da polêmica, desnecessária e ineficiente Barragem do Castanhão. O filme consegue, sem ceder à tentação do viés panfletário, desvelar a matriz da tradicional política daquele estado, onde desfilam “coronéis” como Paes de Andrade e Tasso Jereissati, que não pouparam esforços e manipulações, na mídia e no universo da política local, para literalmente afundarem esse pequeno município, onde para quase todos significava destruir os laços de várias gerações. É um filme com legado de memória precioso e exemplar sobre capacidade de abandono do Estado brasileiro quando lhe cabe considerar populações em estado de vulnerabilidade.

Por fim, o quinto documentário e grande vencedor como melhor filme documentário, Anhagabaú, produção paulista bastante outsider e dirigida por um gaúcho, Lufe Bollini, traça um inusitado paralelo entre a comunidade Guarani Mbya, do Jaraguá, distante bairro de São Paulo e população nômade do centro da Paulicéia. Aqui em ação os “ocupas” de um tradicional edifício na Rua do Ouvidor e o exercício artístico de seus moradores, assim como sua relação próxima com o Teatro Oficina Uzyna Uzona e Zé Celso Martinez, que tem breves aparições registradas. Enquanto os Guarani resistem e lutam, tentando garantir seu direito ancestral, por quinhão daquelas terras, na borda dos resquícios de Mata Atlântica no Parque Estadual do Jaraguá, os ocupas do Ouvidor buscam retomar um espaço urbano abandonado e sem função social. É do cruzamento dessas duas lutas que o filme, um pouco desordenado e anárquico em seu começo, cresce e termina de maneira potente, como um retrato e reflexão indispensáveis na contemporaneidade brasileira.

A Maratona cinematográfica valeu cada minuto dentro da sala escura do tradicional Palácio dos Festivais, que nasceu como Cine Embaixador em 1967. Ofereceu aos participantes credenciados e convidados e ao público transitório, uma ampla mostra da riqueza criativa do cinema brasileiro, que ainda incluiu, além da cinebiografia de Mussum, mais 5 longas-metragens de ficção na competição nacional, os quais não abordei, pelo propósito desse artigo, assim como 5 longas-metragens gaúchos, com a vitória de Hamlet, do cineasta Zeca Brito; 12 curtas-metragens nacionais e 18 curtas-metragens gaúchos, desta vez espraiando a seleção para 8 municípios. E assim o festival, que contrasta a opulência do turismo e da atmosfera gramadense com o ambiente de diversidade, genuinamente cinematográfico do evento, segue sua jornada, se reafirmando a cada ano que passa, como uma das mais importantes referências e vitrine indispensável para o cinema brasileiro.

 

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Beto Rodrigues é graduado em História pela UFRGS e pós-graduado em Producción Audiovisual, pela Universidad Complutense de Madrid. É produtor, diretor e colaborador de roteiros, já com 26 longas-metragens em sua carreira e 8 séries de TV.

 

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#SINAEMPAUTA: BATE PAPO COM WILLIAN COSTA LIMA https://redesina.com.br/sinaempauta-bate-papo-com-willian-costa-lima/ https://redesina.com.br/sinaempauta-bate-papo-com-willian-costa-lima/#respond Wed, 17 Aug 2022 22:35:37 +0000 https://redesina.com.br/?p=18999 18 DE AGOSTO – QUINTA – 20H SINA EM PAUTA: APRESENTAÇÃO: MEL INQUIETA / MELINA GUTERRES CONVIDADO:  WILLIAN COSTA LIMA    Nesta quinta, às 20h, a Mel Inquieta vai bater um papo ao vivo com William Costa Lima, roteirista e diretor do curta Engenho de Dentro, vencedor do prêmio Rota/Rede Sina de Melhor Curta com …

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18 DE AGOSTO – QUINTA – 20H
SINA EM PAUTA:
APRESENTAÇÃO: MEL INQUIETA / MELINA GUTERRES
CONVIDADO:  WILLIAN COSTA LIMA 

 

Nesta quinta, às 20h, a Mel Inquieta vai bater um papo ao vivo com William Costa Lima, roteirista e diretor do curta Engenho de Dentro, vencedor do prêmio Rota/Rede Sina de Melhor Curta com Tema Social.
O curta está concorrendo a Festival e vai ficar disponível para o público da Sina até 30 de setembro.
Acompanhe esse bate-papo no YouTube, fan Page e site da Rede Sina.

William Costa Lima cursou dramaturgia e direção na Escola Livre de Teatro de Santo André e é formado em Pedagogia pela USP. Cursou a Roteiraria e atualmente cursa a pós-graduação em Roteiro Audiovisual no SENAC. Foi premiado no concurso Filma Brasil com o média metragem “O silêncio não está morto, querida vó Helena” e com esse mesmo filme foi premiado em importantes festivais de cinema como o Festival Nóia(Ceará) e Festin(Portugal). Em 2021 roteirizou e dirigiu o curtas metragem: “Engenho de Dentro”, indicado na mostra de curtas do ROTA 2022 na categoria Roteiro de Ficção e premiado na categoria TOTA/SINA de “Temática Social”. Em abril de 2021 participou da edição do BR LAB SP com o projeto “Fugindo de Fusca”.

Saiba mais sobre o filme:

O curta “Engenho de Dentro” vence o Prêmio Rota/Rede Sina de Melhor curta com tema social em 2022

 

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ULEMÁ GUSTAVO por Marcílio Moraes https://redesina.com.br/ulema-gustavo-por-marcilio-moraes/ https://redesina.com.br/ulema-gustavo-por-marcilio-moraes/#respond Mon, 06 Jul 2020 00:40:15 +0000 https://redesina.com.br/?p=9545 Um conto de Marcílio Moraes Nunca tive dúvidas sobre Deus. Desde pequena, quando minha mãe falava e me mostrava as imagens coloridas, aprendi que sem Ele somos iguais uma folha que se solta e o vento leva embora, desorientada, até cair numa poça de lama e apodrecer. Deus era um amigo que eu procurava a …

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Um conto de Marcílio Moraes

Nunca tive dúvidas sobre Deus. Desde pequena, quando minha mãe falava e me mostrava as imagens coloridas, aprendi que sem Ele somos iguais uma folha que se solta e o vento leva embora, desorientada, até cair numa poça de lama e apodrecer. Deus era um amigo que eu procurava a qualquer hora, porque sabia onde encontrar e tinha certeza de que o coração Dele estava aberto para me dar consolo e carinho.

Falando desse jeito, que Deus ‘era’, até parece que deixei de acreditar. Não. Fiquei foi confusa com tudo que vem acontecendo na nossa terra.

Comecei a perceber as mudanças aqui mesmo na vila onde moro. E se a situação não tivesse chegado aonde chegou, nunca passaria pela cabeça me fazer de escritora para botar no papel esses garranchos. (Podia usar o telefone, mas tenho medo). Não que nunca tivesse pensado nisso. Quando pequena, costumava sonhar que escrevia livros e era famosa. Maluquices de criança, todo mundo sabe como é. Tinha esse sentimento, mas o que me empurrou mesmo a juntar as palavras e começar foi a solidão que bate todos os dias. Não tenho mais com quem conversar, quer dizer, trocar ideias como fazia antigamente, sem preocupação, sem medo de dizer o que não devo. Josefina, que era, ainda é?, minha amiga do peito, com quem eu falava até os segredos mais de dentro da alma,  anda com jeito estranho, parecido com o de certo pessoal por aí. Chega dar arrepio. Ela diz que continua a mesma, mas cada dia que passa, fico convencida de que está escorregando devagarinho para o lado de lá, como tanta gente.

Quando digo ‘lado de lá’, estou me referindo às novas modas que o governo recomenda – certo, não obriga ninguém, como não cansam de repetir – e diz que são o melhor caminho para o nosso povo. Pode até ser – quem sou eu para duvidar das autoridades? –, mas é esquisito. Vestir aqueles paramentos, rezar a Deus com aquelas palavras engrouvinhadas…

Estou indo à frente sem explicar direito o que veio em antes. O melhor é contar desde o começo, embora não saiba muitos detalhes, porque nunca me importei com política, governo, coisas que não são da minha ossada. E não é que esses assuntos acabaram me enredando numa teia que aflige e me deixa perdida nos afazeres e nos pensamentos! Pode uma coisa dessas? Nunca imaginei, mas pode.

Não vou negar que a decisão de escrever este caderno carrega a esperança de que, de algum jeito – queira Deus! –, encontre um caminho, nem digo de salvação, que pelo menos me permita ir adiante, sem entregar os pontos ou virar uma criatura diferente por fora daquilo que sou por dentro. Deus queira! ‘Deus’ – me recuso a pronunciar aquele outro nome que eles gostam e que garantem que é a mesma pessoa. Será? Dizem que Ele prefere o nome como é chamado em países distantes, que eu conheço de ouvir falar, mas como coisa deles, outro Deus. Sem mais nem menos vêm os figurões com a conversa de que é a mesma divindade! Eu, hein!

O povo diz que tudo começou a mudar quando do tal golpe de Estado. Mataram muita gente. Até um pessoal aqui do bairro. E um – nem posso falar disso, está proibido – que morava na vila. Era um sujeito esquisito, tenho que dizer, mas que eu saiba nunca fez mal a nenhum de nós. Ficava na dele. Só olhava de cara feia quando via alguém enrolado na bandeira ou de pano na cabeça. Pesou contra, disseram. O que tem isso a ver com Deus, quem puder que explique.

Voltando ao fio da meada. Depois das mudanças em Brasília e das encrencas que vieram, parecia que as coisas iam voltar ao normal. Não foi o que se viu. O Presidente, que toda hora aparecia na televisão gritando e fazendo piada sem graça, desapareceu. Dizem que está recolhido em profunda meditação e que um dia vai reaparecer, para glória de todos nós. Escrevi ‘dizem”, mas não é todo mundo. Quem diz são os três filhos, os únicos no mundo que têm contato com ele. Nem o tal Gustavo chega perto, o que não dá para entender, porque é esse Gustavo que agora diz como tudo deve ser.

Gustavo. Tenho tanto medo. Só doida de pedra para escrever esse nome. Mas já que resolvi, vou até o fim, com a graça de Deus. Nunca ninguém vai ler esses escritos mesmo. Quando as folhas acabarem, queimo tudo. Quero ver me pegarem!

Só vi esse Gustavo na televisão, Deus me livre de chegar perto. Ele veio aqui na cidade um dia. Juntou gente de perder de vista. Dei desculpa da minha mazela para não ir. Ficar na frente dele, mesmo que no meio de todo mundo – credo! Podem dizer que sou boba, mas tenho certeza de que ele ia roubar minha alma, não sei como nem se isso é possível. É o que sinto aqui dentro, fazer o quê?

Tagarelo, de novo, e não explico quem é o Professor Gustavo, que não é mais ‘Professor’, é bom deixar claro.  Não se deve chamar ele assim, foi decidido por quem manda. Agora é ‘Ulemá Gustavo’. Para você ver.  (Falo você porque na minha cabeça estou contando a história para uma pessoa, mesmo sabendo que nunca vai ter ninguém para ler as garatujas. Faz bem pensar que estou conversando e não falando sozinha, igual maluca. Não tem mal nisso, ou tem?)  Nunca tinha ouvido essa palavra, ‘Ulemá’. De primeiro, pensei que era brincadeira, até ria quando alguém falava. Um dia tomei uma bronca, meu Jesus… Acabei de escrever ‘Jesus’ e veio um frio nas costelas. Você vai perguntar: o nome de Jesus te dá frio nas costelas, que pessoa afinal é você? Pois é isso que você ouviu e não porque eu seja uma criatura maligna. O nome de Jesus hoje em dia no nosso país tem que ser pronunciado com cuidado. Para não misturar os assuntos, vou deixar este para mais adiante. Agora, é melhor terminar a história do Ulemá.

Tudo que sei dele, além do que sai na propaganda, foi dito por uma pessoa especial, o homem mais inteligente que conheci. Para continuar com ordenamento a minha apresentação, tenho que explicar quem é ele e que fio puxa na trama da minha vida. Não vou dar o nome, porque desde o começo a gente combinou de nunca contar nossa história. Segredo. Sei que estou traindo o juramento, mesmo que ninguém nunca vá ler o que escrevo. Não devia sequer mencionar a existência dele, mas também tenho compromisso com a minha resolução de escrever esse caderno com toda a verdade. Vou fazer assim: em vez de falar o nome, invento um de mentira. Para todos os efeitos, meu amigo – é mais que amigo, mas fica de bom tamanho assim – vai se chamar Hilel (nome de um estudioso de outros tempos de quem o meu amigo gostava de contar as histórias).

Senhor Hilel. Nunca deixei de chamar ele de ‘Senhor’, ‘Seu Hilel’, embora a gente tivesse uma certa intimidade, como se diz. Foi meu senhorio, numa residência que morei. Saí de lá por conta da nossa amizade. Ele me disse: melhor você ir morar em outro lugar, antes que a cambada (adorava essa palavra) comece a fuxicar. Aí mudei aqui para a vila. Minha casinha fica bem na ponta, de forma que, nas visitas, ele podia entrar sem ninguém se intrometer. (Muita gente não gostava dele, a começar pelo pessoal que está por cima. Todo cuidado é pouco, ele dizia). Com nós dois, tudo sempre correu direito. A gente se dava muito bem. Às vezes, ele passava a noite inteira contando histórias e explicando coisas que tenho dificuldade de entender, como o tal de Gustavo, ou melhor, Ulemá Gustavo.

Seu Hilel (ia ficar danado comigo se soubesse do apelido) explicou que, em antes de vir esse governo que está hoje, Ulemá Gustavo era cristão fervoroso, de guardar dia santo e se benzer quando passava na frente de igreja. Vivia com o nome de Jesus na boca, tendo mesmo convertido muitos ateus e crentes de outras religiões. Foi assim que se tornou conhecido e fez a cabeça dos filhos do Presidente, virando o homem mais importante da República (Seu Hilel falava assim).

Tudo falso. Ele era cristão coisa nenhuma. Fiquei tão admirada, que perguntei: como é possível uma pessoa fingir durante anos que segue uma religião sendo que dentro da alma é crente de outra? Seu Hilel deu um gritinho animado, como costumava fazer, quando gostava do quelelê (parecia risada, mas não era): rá rá! É mais comum do que pode imaginar, ensinou.  A história está cheia de exemplos.

Então contou o caso de um homem chamado Sabbatai Zevi, que viveu mais de 300 anos atrás, na terra dos turcos – não sei pronunciar o nome do fulano, como Seu Hilel, mas escrevi certinho, porque tinha anotado, não lembro por que.

Você sabe que os judeus até hoje esperam pelo Salvador, não sabe? Jesus para eles não passa de um arruaceiro. Seu Hilel que falava assim, não eu. Pois esse tal Sabbatai acordou certa manhã dizendo que era o messias que o povo esperava. E convenceu um monte de gente, não pergunte como, Seu Hilel não explicou esse pedaço. O caso é que fez a cabeça da turma e foi procurar o chefe do lugar, o Sultão, esperando que fosse reconhecido e venerado. O Sultão não deve ter achado graça e botou ele em cana. Ainda por cima, disse assim: se não largar tua religião e vir para a minha, mando te jogar na fogueira. Quer dizer, tinha que deixar de ser judeu para seguir o Islão. Te dou até amanhã para resolver. Imagina a noite miserável que o homem passou.  No dia seguinte, todo mundo esperando, chega o Sabbatai e diz que não era mais messias de Jeová nenhum, que a partir dali se entregava a Alá – olha eu falando o nome, mas é diferente, não é?, estou contando uma história, não sou eu que.

O mais maluco veio depois. Os seguidores do Sabbatai, na cabeça deles, acharam que a conversão do líder era artimanha para enganar o Sultão e que eles tinham que agir do mesmo modo: fingirem que passaram para o Islão e continuarem devotos do Messias Sabbatai, por baixo dos panos. Diz que essa turma existe até hoje, naquelas paragens.

O que tem a ver essa história com a gente aqui no nosso país, perguntei. Seu Hilel olhou de esguelha e perguntou: ainda não adivinhou? Eu disse que não e ele arrematou, com cara de safado: foi o que aconteceu com Ulemá Gustavo, só que invertido. Fingiu devoção a Jesus, mas no fundo era do Mahmud – Seu Hilel pronunciava Mafoma, ele explicou por que, mas esqueci.

Fiquei embasbacada. Como pode? Seu Hilel disse para prestar atenção. Quando jovem, Ulemá Gustavo, embora de família cristã, entrou para uma Tariqa, que é um lugar onde um punhado de gente, sob o governo de um Mestre, se junta para estudar os mistérios e os segredos da religião. Um culto complicado, que não é para todo mundo, só alguns especiais. A religião é diferente para esses escolhidos do que é para o povo. Seu Hilel destrinçou, mas quase não entendi nada. O que sei é que, na tal Tariqa, encarregaram Ulemá Gustavo da grande missão da vida dele. Sabe qual? Converter a nossa terra inteirinha para o Islão. Mas para isso, ele não podia sair pregando as crenças deles, não. Ensinaram que tinha que fingir de cristão até se tornar um homem poderoso. E aí, virar o jogo – Seu Hilel falava assim: virar o jogo. Ulemá Gustavo seguiu a prescrição direitinho. Se afastou da Tariqa, voltou a ir à igreja, a confessar, comungar, botou escapulário no peito, tudo nos conformes dos regulamentos de Jesus.

Agora imagina a tormenta que acontecia na cabeça do homem. Seu Hilel era muito impressionado com essa situação. Na fé dele, do Ulemá Gustavo, era como se tivesse botado o próprio demônio para dentro da consciência e segurasse preso. Rezar o Padre Nosso da boca para fora e no coração cantar o Magarebe (nome de uma reza, já aprendi várias). É como viver caindo no abismo e nunca se arrebentar embaixo, dizia Seu Hilel. Sofrimento horroroso.

Pois o convertido-que-nunca-se-converteu aguentou o castigo por muitos e muitos anos. Essa era a razão, explicou Seu Hilel, de Ulemá Gustavo, em antes de tirar a máscara, falar tanto palavrão. Diz que tinha sempre uma blasfêmia na ponta da língua, debochava das pessoas, imprecava, coisa triste de ver e de ouvir. Devia de ser o caldeirão que borbulhava no fundo da alma do sonso. Tanto é verdade que, depois que virou – não aconteceu de um dia para o outro, ele é muito esperto, depois conto como foi essa parte -, Ulemá nunca mais falou nome feio nem praguejou. Você ouve na televisão, é manso como um querubim. O demônio está guardado nas cavernas daquele espírito, dizia Seu Hilel, me deixando arrepiada. Credo! (Tenho que dizer que o próprio Ulemá e o governo não dizem que foi assim, não, Seu Hilel é que, nas caraminholas, garante que aconteceu desse jeito).

Foi na confusão política, quando veio o tal golpe de Estado, que Ulemá começou a ficar poderoso como precisava. Toda hora aparecia na televisão, ao lado do Presidente e dos filhos. Até eu, com a minha dificuldade e que só assisto novela, sabia quem era.

Abro um parêntesis para explicar. Sou cadeirante, como se diz, por culpa da política também. Eu vinha andando para casa, quando dei de cara com uma arruaça contra o Presidente – isso em antes do golpe. Tentei desviar, mas veio um carro a toda velocidade e me pegou. Nunca mais andei. De muletas, dou uns passos, senão só de cadeira. Tive que me aposentar. Hoje vivo de pensão bem mixuruca. Por sorte, tinha essa casinha que meu pai me deixou. Mas não é de mim que estou aqui para falar.

Depois do golpe, como ia dizendo, Ulemá Gustavo, que ainda atendia pelo título de professor, conseguiu finalmente se tornar muito poderoso. ‘Grande Conselheiro da República’, ‘Chefe dos Chefões’ e honrarias desse tipo, assim que era chamado. A engrenagem do governo caiu no colo dele, explicou Seu Hilel, e aí pôde virar o jogo.

Não foi do dia para a noite que o jeitão da nossa terra mudou. Devo dizer que Ulemá nunca falou mal de Jesus, nem negou que Ele era enviado de Deus. Não, justiça seja feita. Só disse que, depois de Jesus, ainda veio mais um enviado de Deus, o último, Mahmud, ou Mafoma, na voz de Seu Hilel. Se era o último, o que é que se podia pensar? Que tinha trazido o recado mais importante, não é mesmo?

Apesar disso, ninguém é proibido de frequentar a igreja, Ulemá gosta de repetir. É verdade, mas tem um caso que preciso contar. Um tempo atrás, logo depois que Seu Hilel sumiu – pois é, sumiu, já vou falar disso -, minha sobrinha passou aqui para me ajudar a ir à missa. Tudo aconteceu como sempre – não tinha quase ninguém, o que não é novidade nos últimos tempos, aquela nave vazia, sem santos! -, mas quando nós saímos uns guardas olharam com cara esquisita. Fiquei gelada, juro. Desde aquele dia, tenho medo de que algum mal me aconteça.

O sumiço de Seu Hilel já tinha piorado tudo, como é fácil imaginar. Não sei se ele fugiu ou se foi pego, embora ele garantisse que não era procurado. (Pode ser que tenha se cansado de mim e arranjado outra, o que duvido muito). Sempre vinha nas quintas-feiras, mas às vezes falhava – tinha os assuntos dele -, tanto que não me preocupei. Semana que vem está aqui, é até bom, a gente fica com mais vontade e tudo é mais gostoso, pensei. Na quinta seguinte, fui deitar nuazinha – desculpe, nesta altura, que mal tem falar isso? que se dane! – e fiquei esperando. Não deu as caras. Aí fiz o que ele tinha recomendado só em caso extremo: liguei para o celular. Não atendeu.

Não demora, eles batem aqui, pensei. Que é que eu podia fazer? Para amansar a agonia, comecei a escrever este caderno, sabendo que é para nada, porque na hora H vou destruir. Já devia ter feito, eu sei, mas fico com pena de não deixar nenhuma memória. Imprudência, concordo. Se encontrar um lugar seguro, talvez esconda. A ver. Se você estiver lendo – e não for daqui a cinquenta anos – é que acharam o esconderijo ou não deu tempo de queimar. De um jeito ou de outro, fique sabendo que me dei mal.

Marcílio Moraes / 07/06/20

 

Considerações sobre o conto “Ulemá Gustavo”

O surgimento dessa “nova direita”, Trump, Bannon, Orbán (da Hungria), etc, e principalmente Bolsonaro, claro, me levou a ler os autores que dão fundamento às ideias dessa gente: René Guénon, Frithjof Shuon, etc, que desenvolvem aquele papo, que nada tem de novo, sobre a decadência da civilização ocidental, a superioridade da sabedoria tradicional sobre a filosofia, a valorização do Oriente, por aí vai.
Confesso que gosto de ler esses textos. São interessantes, literariamente falando. A coisa alucina quando gente como o guru dos poderosos de hoje no Brasil e outros resolvem criar uma ideologia política baseada nisso. Loucura total. Os caras acham, por exemplo, que a degeneração do Ocidente começou no Renascimento. A partir dali, nada de bom foi criado. Então a ideia é restaurar uma Idade Média que só existiu na cabeça deles. O que explica, em boa parte, os desvarios do governo Bolsonaro, que funciona como ponta de lança desses doidos, mesmo sem entender – é muito burro para isso – o que está por trás.
O curioso – e o que me inspirou a escrever o conto – é que esses pensadores, de formação cristã, converteram-se ao Islã. E mesmo gente de origem na esquerda entrou nessa. Havia um intelectual comunista, na década de sessenta, Roger Garaudy, membro do Partido Comunista Francês, inclusive, que tinha uma conversa de fazer a ponte entre o cristianismo e o comunismo, escreveu vários livros nesse sentido. Pois ele também se converteu ao Islã.
O Islã exerce grande atração em gente afeita a misticismos radicais. O guru do atual grupo dirigente do Brasil fez parte de uma Tariqa durante muitos anos. Ou seja, converteu-se ao Islã, depois voltou ao cristianismo, pelo menos segundo o que ele diz. Foi inspirado neste fato específico que construí a minha distopia irônica.

Marcílio Moraes
Marcílio Moraes nasceu em Petrópolis, RJ. Contista, romancista, dramaturgo, autor-roteirista. Publicou seu primeiro conto em 1969, na revista “Cadernos Brasileiros”. No início da década de 70, escreveu contos e, sob pseudônimo, livros de aventura vendidos em bancas de jornal. Em 1974 começou a escrever para teatro. Entre suas peças estão “A Vaca Metafísica”, “Sonata sem dó”, “Correntes”, “Aracelli”. Ganhou prêmios do antigo Serviço Nacional de Teatro e prêmio de “Revelação de Autor”, da Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA. Na década de 80, passou a escrever para televisão. Iniciou sua carreira na Rede Globo, numa minissérie de Ferreira Gullar e Armando Costa, chamada “A Juíza” (inédita). Depois fez “Roque Santeiro”, com Dias Gomes. E continuou nas telenovelas. Escreveu “Roda de Fogo”, “Mandala”, “Mico Preto”, “Sonho Meu” e o remake de “Irmãos Coragem”, além das minisséries “Laércio é Nosso Rei”, “Noivas de Copacabana”, “Dona Flor e Seus Dois Maridos” e “Chiquinha Gonzaga”, e especiais, “A Grande Família”, “O Dia Mais Quente do Ano”, “Aventuras de um Barnabé”.Em 2005, foi contratado pela TV Record, onde escreveu as novelas “Essas Mulheres”, “Vidas Opostas” (com a qual ganhou o Troféu Imprensa) e “Ribeirão do Tempo”, além dos séries “A Lei e o Crime”, 2009, “Fora de Controle”, 2011 e “Plano Alto”. Site: http://marciliomoraes.com.br/

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Depois do fim estreia em São Paulo e segue em cartaz em Porto Alegre https://redesina.com.br/depois-do-fim-estreia-em-sao-paulo-e-segue-em-cartaz-em-porto-alegre/ https://redesina.com.br/depois-do-fim-estreia-em-sao-paulo-e-segue-em-cartaz-em-porto-alegre/#respond Thu, 27 Jun 2019 15:59:34 +0000 http://redesina.com.br/?p=6962 O documentário Depois do Fim de Álvaro de Carvalho Neto depois de lotar a sala de cinema mais que produções internacionais em Santa Maria-RS (onde fez sua pré-estreia devido a íntima relação da cidade com as ferrovias) estreia hoje, 27, às 15h40 no Petra Belas Artes na Consolação em São Paulo. O filme é baseado nas …

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O documentário Depois do Fim de Álvaro de Carvalho Neto depois de lotar a sala de cinema mais que produções internacionais em Santa Maria-RS (onde fez sua pré-estreia devido a íntima relação da cidade com as ferrovias) estreia hoje, 27, às 15h40 no Petra Belas Artes na Consolação em São Paulo.

O filme é baseado nas memórias de Evaristo de Moraes, um ex-ferroviário, comandante de trem, personagem nonagenário que vive entre memórias e ruínas, e relembra o período áureo do mais importante meio de transporte terrestre do século XX. Ao revisitar o passado, o personagem traça um paralelo entre a história de abandono das ferrovias e sua própria história, e conclui: “Como pra tudo, o fim chegou.”

Conta ainda com Arcolau Bender, que poeticamente através do olhar do diretor se torna um sensível ícone de finitude do patrimônio e da vida.

Leitores da Rede Sina podem imprimir sua meia-entrada.

São Paulo:
27 de junho a 3 de julho – 15h40 – Petra Belas Artes (Rua da Consolação, 2423, Consolação). Confira o evento no facebook.

Porto Alegre:
20 de junho a 3 de julho – 19h30 – Exceto segunda-feira (24)  – Cinemateca Paulo Amorim– Casa de Cultura Mário Quintana na nova sala Eduardo Hirtz (Rua das Andradas, 736, Centro Histórico). Confira o evento no facebook.

3 de julho tem sessão com debate!

Confira também sobre a estreia em SP:
Saiba mais sobre o filme:

DOCUMENTÁRIO “DEPOIS DO FIM” NOS CINEMAS

ENTREVISTA: ALVARO DE CARVALHO NETO

 

Crítica: Bianca Zasso (Bia na Toca) sobre filme DEPOIS DO FIM

Ingresso SINA: Meia-entrada para sessões do filme DEPOIS DO FIM

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Filme Bio de Carlos Gerbase (live da pré-estreia em POA) https://redesina.com.br/filmebiodecarlosgerbase/ https://redesina.com.br/filmebiodecarlosgerbase/#respond Wed, 27 Mar 2019 07:34:08 +0000 http://redesina.com.br/?p=6005 Estivemos presentes em Porto Alegre na pré-estreia do filme “Bio”, uma ficção em forma de documentário com roteiro e direção de Carlos Gerbase (confira a live abaixo). O filme conta com uma série de depoimentos de pessoas que conviveram com um cientista que vive por mais de 110 anos (entre 1959 e 2070) e influenciaram a …

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Carlos Gerbase é roteirista e diretor do filme. Foto: Melina Guterres

Estivemos presentes em Porto Alegre na pré-estreia do filme “Bio”, uma ficção em forma de documentário com roteiro e direção de Carlos Gerbase (confira a live abaixo). O filme conta com uma série de depoimentos de pessoas que conviveram com um cientista que vive por mais de 110 anos (entre 1959 e 2070) e influenciaram a sua trajetória: familiares, professores, amantes, amigos, colegas desse homem singular.

Criativo e original, os depoimentos lembram uma linguagem de docudrama, onde breves cenas ilustram partes marcantes da vida do personagem. O espectador é transportado a cada acontecimento que fica mais intrigante por uma condição do personagem: ele não consegue mentir. “Mais que um documentário falso, ‘Bio’ é um documentário impossível, que usa a ficção para falar das verdades mais secretas das vidas de todos nós”, afirma Gerbase.

Maria Fernanda Cândido interpreta uma cientista a qual o protagonista se apaixona na fase final da vida. Foto: Divulgação

O elenco reúne 39 atores e atrizes, como Maria Fernanda Cândido, Marco Ricca, Tainá Müller, Werner Schünemann,Sheron Menezzes , Rosanne Mulholland e Bruno Torres. “Bio” recebeu os prêmios de Melhor Filme pelo Júri Popular, Prêmio Especial do Júri pela Direção de Atores e de Melhor Desenho de Som no Festival de Gramado. Também participou do Festival do Rio, da Mostra São Paulo e do Festival de Punta del Este.

Marco Rica interpreta o psicólogo que na infância do personagem observa que este não consegue mentir. Foto: Divulgação

Sinopse: O que aconteceria se um documentarista pudesse viajar no tempo e captar depoimentos sobre a vida de alguém ainda no calor dos acontecimentos, e não com aquele teor nostálgico de quem se recorda de fatos enterrados há muitos anos no passado? “BIO” responde a essa pergunta, propondo ao espectador uma narrativa fragmentada, mas muito emocional, sobre a longa e atribulada existência de um biólogo, que atravessa a segunda metade do século 20 e mergulha no século 21 com uma sede imensa de conhecimento sobre a vida em nosso planeta. Ou até fora dele.

LIVE:

A Mel Inquieta (Melina Guterres) esteve na pré-estreia do filme em Porto Alegre. “Bio já me chamou atenção pela publicidade onde apenas algumas frases eram colocadas nas redes sociais, o trailer intriga mais ainda. O suspense só aumenta durante o filme que traz um protagonista invisível, onde ficamos imaginando o tempo todo como seria. Este erra, acerta, sofre, faz sofrer, tem uma sina por pesquisa científica e o “drama” de não conseguir mentir. Bio é divertido, bem humorado, sensível, humano e ainda faz uma reflexão sobre o poder de decidir a hora de morrer”, observa ela.

Confira na live o bate-papo com Gerbase e alguns atores do elenco.

  • Ficha Técnica: Roteiro e Direção: Carlos Gerbase

    Produção e Produção Executiva: Luciana Tomasi
    Elenco: Marco Ricca, Maitê Proença, Maria Fernanda Cândido, Werner Schünemann, Rosanne Mulholland, Tainá Müller, Sheron Menezzes, Branca Messina, Bruno Torres, Zé Victor Castiel, Felipe Kannenberg, Carla Cassapo, Felipe de Paula, Gabriela Poester, Mateus Almada, Carla Cassapo, Artur Pinto, Roberto Oliveira, Mateus Almada, Luísa Horta, Lívia Perrone, Nadya Mendes, Milena Dalla Corte, Marco Ricca, Léo Ferlauto, Branca Messina, Enzo Petry, João Pedro Alves, Júlia Bach, Thainá Gallo, Gabriela Poester, Julio Conte, Girley Brasil Paes, Werner Schünemann, Felipe de Paula, Luiza Ollé, Elisa Heidrich, Carlos Cunha Filho, Felipe Kannenberg, Deborah Finocchiaro, Nadinne Oliveira, Fredericco Restori, Luciano Mallmann, Giulia Goes, Guilherme Cury, Zé Victor Castiel, Fernanda Carvalho Leite, Charlie Severo.
    Duração: 105 minutos
    Classificação indicativa: 14 anos

  • Em cartaz de 04/04 a 10/04

    PORTO ALEGRE – RS

    Guion Center: 20h45
    Espaço Itaú: 17h50
    Cine Farol Santander:
    4/4 (quinta): 19h
    5/4 (sexta): 16h
    6/4 (sábado): 14h
    7/4  (domingo): 17h
    9/4  (terça): 16h
    10/4 (quarta): 19h

    CURITIBA – PR

    Itaú Curitiba: 19h40 e 21h40
    Cine Guarani: 16h
    Cine Passeio: 14h15

    SÃO PAULO – SP

    Itaú Frei Caneca: 21h e 14h
    Caixa Belas Artes: 21h

    RIO DE JANEIRO – RJ

    Itaú Botafogo: 21h30
    Estação NET Rio: 17h20

    SALVADOR- BA

    Itaú Salvador: 17h
    Sala de Arte – Cinema do Museu:
    06/04 (sexta): 14h25
    07/04 (sábado): 14h25
    08/04 (domingo): 14h25

    ARACAJU – SE

    Cinema Vitória:
    05/04 (sexta): 14h
    08/04 (segunda): 14h

    MACEIO – AL

    Cine Arte Pajuçara: 18h25

    BRASÍLIA – DF

    Itaú Brasília: 18h

    PALMAS – TO

    Cine Cultura de Palmas: 18h30

    BALNEÁRIO CAMBORIÚ – SC

    Cineramabc Arthouse: 19h

 

Mais sobre o filme em: https://filmebio.com.br/

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BLONDIE (A Loira do Banheiro) https://redesina.com.br/blondie-a-loira-do-banheiro/ https://redesina.com.br/blondie-a-loira-do-banheiro/#respond Thu, 01 Nov 2018 00:26:33 +0000 http://redesina.com.br/?p=5430 O dia das bruxas está aí e trazemos para hoje dois curtas brasileiros, um deles inspirado na lenda urbana “A Loira do Banheiro” e outro no próprio dia das Bruxas. Ambos são de Rafael Baliú, que é roteirista audiovisual e de histórias em quadrinho. O curta acima Blondie (A Loira do Banheiro), levou o prêmio …

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O dia das bruxas está aí e trazemos para hoje dois curtas brasileiros, um deles inspirado na lenda urbana “A Loira do Banheiro” e outro no próprio dia das Bruxas. Ambos são de Rafael Baliú, que é roteirista audiovisual e de histórias em quadrinho. O curta acima Blondie (A Loira do Banheiro), levou o prêmio de Melhor Terror no My Rode Reel (online) em 2016 e o curta Um Estranho Bate a Porta (abaixo) recebeu os prêmios ABCs of Death 2 -Search for the 27th director – 3º lugar e Curta integrante da Antologia Internacional “ABCs of death 2.5”. O Curta foi lançado em 2012.

Mas e o que vocês sabem sobre a lenda brasileira da Loira do Banheiro?

Dizem que ela aparece em banheiros de escolas, geralmente após alguém realizar uma sequência de ações pré-determinadas: pode ser gritar seu nome três vezes na frente do espelho, chutar a privada e falar palavrões ou mesmo dar a descarga com um fio de cabelo no vaso sanitário. Dependendo da escola onde a lenda é contada, pode ser tudo isso junto.

loira2Quem conhece essa lenda imaginava que a loira pudesse existir de fato? Pois é andamos pesquisando e há quem acredite que ela se chamava Maria Augusta de Oliveira, nascida no final do século 19, em Guaratinguetá, São Paulo. Dizem que ela seria filha do Visconde de Guaratinguetá, que teria a obrigado casar-se aos 14 anos com um homem influente. Na época, isso ainda era considerado “normal”. Mas Maria parece que era uma mulher a frente do seu tempo, não satisfeita com o casório aos 18 anos vendeu todas jóias que tinha e resolveu fugir para Paris. Morreu aos 26 anos de causa desconhecida. Com a notícia da morte, sua família pediu que o corpo retornasse ao Brasil e fosse colocado em uma urna de vidro na casa da família até que o túmulo ficasse pronto. Mas, mesmo após a sepultura estar pronta para receber o corpo, a mãe de Maria Augusta não quis enterrá-la. Foi só após ser acometida por diversos pesadelos enquanto o corpo estava na casa que ela consentiu em sepultar a jovem. Algum tempo depois, em 1902, o casarão em que viviam deu lugar à escola estadual Conselheiro Rodrigues Alves, onde dizem que seu espírito vaga até hoje, aparecendo com frequência nos banheiros femininos. A história ganhou força após um incêndio misterioso acometer a escola, em 1916, fazendo com que o prédio tivesse que ser reconstruído.

Então se você ver a loira do banheiro por aí, fica com medo não, troca uma ideia com ela, que parece que ela tem muito o que ensinar. Só não vale deixar de apreciar os filmes de terror brasileiros, que por sinal estão muito bem produzidos, né?

ASSISTA TAMBÉM O CURTA “UM ESTRANHO NA PORTA”

Rafael Baliú – autor dos curtas

Seus longa-metragens são Asco, Drama da Paixão e O Diabo Mora Aqui. Seus curtas são Meta, Children of the Cosmos, Blondie – A Loira do Banheiro, Um Estranho na Porta e O Último Jokenpo. Também escreveu a web-série Nerd of the Dead e as HQs Ninja e Aranha. Trabalhou nos programas Conversa de Gente Grande e Quem fica em Pé, pela Rede Bandeirantes. Fez os cursos Story e Genre com Robert McKee pelo Programa Globosat de Roteiristas. Atualmente trabalha na Split Studio, escrevendo o desenho WeeBoom, para o canal Boomerang.

Saiba mais em: www.rafaelbaliu.com.br

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#AJUDE a realizar documentário “Corpos Invisíveis” sobre mulheres negras https://redesina.com.br/ajude-a-realizar-documentario-corpos-invisiveis-sobre-mulheres-negras/ https://redesina.com.br/ajude-a-realizar-documentario-corpos-invisiveis-sobre-mulheres-negras/#respond Tue, 16 Oct 2018 23:56:38 +0000 http://redesina.com.br/?p=5400 Projeto propõe a discussão da invisibilidade da mulher negra na sociedade e na história A realidade da mulher negra é atravessada pelo racismo e machismo diários. Em seu cotidiano, lida com discriminações, apagamentos, violações de direitos e violências dos mais diversos tipos: é a principal vítima de violência contra a mulher e essa violência cresceu …

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Projeto propõe a discussão da invisibilidade da mulher negra na sociedade e na história

A realidade da mulher negra é atravessada pelo racismo e machismo diários. Em seu cotidiano, lida com discriminações, apagamentos, violações de direitos e violências dos mais diversos tipos: é a principal vítima de violência contra a mulher e essa violência cresceu 24% em 10 anos; é a principal vítima de violência obstétrica e de morte no parto por negligência; é quem tem menos acesso à escolarização e quem ganha os menores salários; é uma das principais vítimas de violações de direitos e vulnerabilidade social e econômica.

Trazer à tona essa realidade, frequentemente ignorada, invisibilizada e apagada, é a proposta do documentário “Corpos Invisíveis”, da diretora e roteirista Quézia Lopes.

“Nossa proposta é discutir o quanto a invisibilidade desses corpos na sociedade, nos espaços públicos, contribui para essas situações de violência e violação. Nesse contexto, nosso projeto tem também uma perspectiva social, trata-se de trazer essas questões para o centro do debate a fim de contribuir com o combate a essas violências, interdições e invisibilidades”, explica a jovem realizadora audiovisual.

O filme Corpos Invisíveis se propõe a discutir o racismo (herança do passado escravagista brasileiro) como estruturante da invisibilização e inviabilização dos corpos negros femininos – somando-se a isso o machismo e a misoginia, que também são estruturantes das relações sociais da sociedade brasileira.

Desse modo, no filme, ao discutir a invisibilidade social dos corpos negros femininos, o corpo da mulher negra é tomado como espaço de resistência, de enfrentamento e afrontamento, na medida em que ele resiste em existir, mesmo hostilizado, discriminado, vilipendiado, invisibilizado. 

O projeto foi contemplado pela chamada do canal Negras Potências, idealizado pela plataforma coletiva Benfeitoria e Fundo Baobá, para o enfrentamento da violência, racismo e machismo que atingem meninas e mulheres negras. Desse modo, neste momento, a equipe do filme está realizando uma campanha de financiamento coletivo na plataforma da Benfeitoria para viabilizar economicamente a produção do filme.

A campanha de financiamento coletivo do filme é “tudo ou nada”, o que significa que, se a meta inicial da campanha não for inteiramente arrecadada, todas as contribuições já realizadas até então serão devolvidas aos benfeitores e benfeitoras que apoiaram o projeto, inviabilizando sua realização. O ponto forte da campanha é que se trata de financiamento coletivo pormatchfunding, ou seja, a cada R$ 1,00 (um real) que a campanha recebe de colaboração de benfeitores e benfeitoras, o Movimento Coletivo, coloca mais R$ 2,00 (dois reais), triplicando a arrecadação e ampliando o alcance do projeto.

“A relevância em discutir a temática e realizar este projeto está no fato de que mulheres negras jovens, de 15 a 29 anos, têm o dobro de chance de serem mortas, em comparação com mulheres brancas em todo país [Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência 2017]. Essas estatísticas demonstram que a violência contra a mulher negra está associada ao racismo, à misoginia e à invisibilidade social dessas mulheres. Toda essa violência é cotidianamente naturalizada e exatamente por isso precisa ser denunciada, discutida e enfrentada”.

Para conhecer mais sobre o projeto e colaborar com sua realização, acesse a página da campanha na plataforma Benfeitoria: https://benfeitoria.com/corposinvisiveis

 

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Curta: BAMBAS https://redesina.com.br/bambas/ https://redesina.com.br/bambas/#respond Tue, 14 Aug 2018 02:38:39 +0000 http://redesina.com.br/?p=4679 Indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro deste ano, Bambas é um curta-metragem documental que dá voz a mulheres sambistas de São Paulo de diferentes idades, classes e ideias. O filme desenha um panorama da vida destas mulheres, mostrando as dificuldades e situações que o samba impõe às que se aventuram em suas rodas. Com …

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Indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro deste ano, Bambas é um curta-metragem documental que dá voz a mulheres sambistas de São Paulo de diferentes idades, classes e ideias. O filme desenha um panorama da vida destas mulheres, mostrando as dificuldades e situações que o samba impõe às que se aventuram em suas rodas. Com Bernadete Cantora, Samba De Roda Nega Duda, Raquel Tobias, Geovana – A Deusa Negra do samba rock, Fabiana Cozza, Paula Sanches, Roberta Oliveira, Maíra Da Rosa e Verônica Borges.

FICHA TÉCNICA
Anná
Roteiro/Direção/Produção

Catarina Balbini
Assistente de Direção

Isabella Bergo
Direção de Arte

Rafaela Petean e Jose Antonio Pine
Direção de Fotografia

Julinha Cerione e André de Souza
Direção de Som

Tania Campos
Produção/Montagem

A imagem pode conter: 1 pessoa, noite e close-upSOBRE A DIRETORA: ANNÁ

Anná é cantora, compositora, produtora culutral e cineasta formada pela FAAP e pós-graduanda pela Faculdade Santa Marcelina. Destaca-se na cena do samba atual, já tendo se apresentado ao lado de mestres como Nelson Sargento e Wilson das Neves. É cantora no Bloco Afro Ilú Obá de Min e em 2017 lançou seu primeiro EP “Pesada”.

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Protagonismo feminino vira tema em festival de roteiro – FRAPA – https://redesina.com.br/protagonismo-feminino-vira-tema-em-festival-de-roteiro-frapa/ https://redesina.com.br/protagonismo-feminino-vira-tema-em-festival-de-roteiro-frapa/#respond Wed, 08 Aug 2018 09:41:01 +0000 http://redesina.com.br/?p=4634 Por Melina Guterres Os números da ANCINE (Agência Nacional do Cinema) revelam: faltam mulheres roteiristas e diretoras no mercado audiovisual brasileiro. Das 2.583 obras audiovisuais registradas na agência em 2017, somente 17% foram dirigidas por mulheres e 21% são de autoria feminina. O Boletim GEMAA 2: Raça e Gênero no Cinema Brasileiro (1970-2016) mostra que histórias …

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Por Melina Guterres

Os números da ANCINE (Agência Nacional do Cinema) revelam: faltam mulheres roteiristas e diretoras no mercado audiovisual brasileiro. Das 2.583 obras audiovisuais registradas na agência em 2017, somente 17% foram dirigidas por mulheres e 21% são de autoria feminina. O Boletim GEMAA 2: Raça e Gênero no Cinema Brasileiro (1970-2016) mostra que histórias narradas nos filmes nacionais de grande público têm protagonismo maior de homens (62%), quase todos brancos (50%). As mulheres somam apenas 39% desse resultado, que cai dramaticamente numa proporção de 18 para 1 se considerarmos as protagonistas negras.

O tema foi levantado em diversos momentos durante o maior Festival de Roteiros da América Latina – FRAPA, que ocorreu em julho deste ano em Porto Alegre-RS. Na mesa de debate apresentada pela Imprensa Mahon  “Tudo que você quis saber sobre canais e nunca teve coragem de perguntar” com Krishna Mahon (A&E Television e Imprensa Mahon) , Diogo Gardoni (GNT), Julia Prioli (FOX), Marina Pompeu (Canal Brasil) Ramiro Azevedo (Prime Box Brasil) o tema foi bastante discutido (confira vídeo acima). 

Maria Pompeu do Canal Brasil lembrou que as mulheres se encontram muito ainda na produção e que há homens querendo escrever e dirigir sobre temas feministas “é seu o projeto? tudo bem, mas chama uma mulher para roteirizar dirigir com você”, diz. Ela ainda disse que apenas 2 mulheres negras conseguiram fazer um longa chegar as telas na história do cinema brasileiro. Khrishna, que também é uma das administradoras do grupo Mulheres do Audiovisual Brasil no facebook, hoje com mais de 18 mil membras, lembrou que o cooperativismo entre as mulheres tem crescido, Julia Prioli afirma que a Fox tem buscado por diversidade inclusive em suas sala de roteiristas. Gardoni comentou que na GNT há uma série de ficção sobre sexo pelo ponto de vista da mulher onde a maior parte da equipe é feminina. Ramiro Azevedo lembrou que a Prime Box Brasil está entre os canais brasileiros que mais possui diretoras mulheres. 

Além de surgir nas mesas de debates, o protagonismo feminino também foi comentado durante os pitchings, bastidores, corredores, pausa para café e bares. Entre esses intervalos, conversamos com as roteiristas e diretoras Vera Egito,  Carolina Kotscho  e também Sylvia Palma, representante da GEDAR (veja matéria sobre aqui).

Vera Egito que já tem oito projetos como roteirista e diretora sabe que é uma exceção. “Ainda há muita falta de diversidade e é claro que essa falta se reflete nos produtos, nas obras”, diz lembrando pesquisa que revela o quanto as figuras femininas estão estereotipadas.  “quando as lideranças mudam, essa lógica se inverte”, diz.  Carolina Kotscho que no momento escreve uma série sobre a Hebe Camargo lembra que também é importante não limitar a arte. “Adoro de me apropriar de universos que não são meus”.

Também esteve presente a idealizadora do Prêmio Cabíria de Roteiro, Marília Nogueira, “Em 3 edições do prêmio recebemos mais de 300 roteiros de longa-metragem com protagonistas femininas, mais de 2/3 escritos por roteiristas mulheres. Então pergunto: faltam profissionais mulheres no mercado? Não. O que falta é oportunidade para que ocupemos esse espaço. Um primeiro passo importante que já começou a ser dado é garantir paridade de gênero nas comissões de seleção de fundos, editais e festivais.”, afirma.

Para Letícia Bulhões Padilha, roteirista e administradora do grupo Mulheres do Audiovisual Brasil “O protagonismo feminino, tanto na frente das câmeras quanto atrás delas, é algo em constante processo de construção por meio de muita luta e, principalmente, sororidade. Não há o hábito de se pensar em mulheres como protagonistas. Um exemplo disto vimos na mesa sobre personagens fortes, ocasião em que não foi citada sequer uma mulher, ainda que com muitas como exemplo.”, afirma.

Confira mais do que rolou no Frapa nos vídeos a seguir:

 

 

VERA EGITO é nascida em São Paulo, é formada pelo Curso Superior do Audiovisual da ECA-USP. Estreou seu primeiro curta-metragem, “Espalhadas pelo Ar”, no Festival de Brasília de 2007, e seu segundo curta-metragem, “Elo”, na Semana da Crítica do Festival de Cannes de 2009. Em ambos foi roteirista e diretora. Vera trabalhou nos roteiros dos longa-metragens “À Deriva” (2010), “Serra Pelada” (2014), ambos de Heitor Dhalia, e “Elis” (2016), de Hugo Prata. Em 2016 lançou seu primeiro longa-metragem como roteirista e diretora, “Amores Urbanos”. O filme estreou no Festival Internacional de Miami e foi exibido nas salas comerciais do país. Vera também escreveu e dirigiu videoclipes para diversos artistas brasileiros como Céu, Arnaldo Antunes, Thiago Pethit e Tiê. Seu último clipe lançado foi “Lalá”, de Karol Conká. Atualmente, Vera se dedica ao desenvolvimento de sua primeira série de ficção como diretora e roteirista geral em uma produção da HBO Originals.

CAROLINA KOTSCHO é roteirista, formada em Artes Visuais, escreveu ao lado de Patrícia Andrade o roteiro de “Dois Filhos de Francisco” (2005), de Breno Silveira, uma das maiores bilheterias do cinema brasileiro da retomada, com mais de 5 milhões de espectadores. Depois disso, trabalhou no roteiro do longa “Paraísos Artificiais”, de Marcos Prado, e escreveu o quadro “Te quiero América”, série de 11 episódios exibidos no “Fantástico” (Globo), protagonizados por Denise Fraga e João Miguel e dirigidos por Luiz Villaça. Em 2009, escreveu o roteiro de “Flores Raras”, longa de Bruno Barreto com Glória Pires. Também roteirizou o documentário “Quebrando o Tabu” (2011), de Fernando Gronstein; “Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho” (2013), de Daniel Augusto, e a série “A Teia” (2014) da TV Globo. Como produtora executiva, participou dos filmes “Albatroz” (2017) e “Não Pare na Pista”.

Mais vídeos do que rolou no Frapa:

SYLVIA PALMA. Roteirista de cinema, TV e outras mídias, diretora de documentários, editora e jornalista. Mestre em Comunicação, Cultura e Educação, é diretora da Associação Brasileira dos Autores Roteiristas (ABRA) e Secretária Geral da Gestão de Direitos Autorais dos Autores Roteiristas (GEDAR). Sylvia também é docente do curso de pós-graduação em Roteiro de Cinema, TV e Documentário da Faculdade Hélio Alonso, da Academia Internacional de Cinema (AIC) e do Espaço Telezoom. Foi roteirista de seriados como “A Lei e o Crime” (TV Record) e “A Dona da Banca” (Cinebrasil). Assinou ainda o roteiro de documentários como “Caminho das Pedras”, “Uruguai”, “Vidigal Pop”, “Angel Vianna” e “Top Model”. Participou da criação da telenovela “O Sétimo Guardião”, de Aguinaldo Silva (TV Globo), que estreia em 2019. Autora do musical infantil “Meu Amigãozão” e do espetáculo infanto-juvenil “Resende Evil”, Sylvia atualmente escreve o seriado “Pigmaleão do Brejo” (TV Record). É consultora da área de documentários do Canal Futura/Rede Globo desde 2014.

 

Para saber sobre o Festival em:  https://frapa.art.br/

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Hamartia – Ventos do Destino https://redesina.com.br/hamartia-ventos-do-destino/ https://redesina.com.br/hamartia-ventos-do-destino/#respond Thu, 05 Jul 2018 04:57:51 +0000 http://redesina.com.br/?p=4398 O longa Hamartia-Ventos do Destino estreia nesta quinta-feira, 05 de julho, no NET NOW O filme, produzido e gravado em Santa Maria-RS, trata da vida de um piloto de caça que busca reconstituir a vida após a inesperada morte da esposa. O personagem encontra no trabalho e na amizade um caminho para o seu reinício, porém …

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O longa Hamartia-Ventos do Destino estreia nesta quinta-feira, 05 de julho, no NET NOW

O filme, produzido e gravado em Santa Maria-RS, trata da vida de um piloto de caça que busca reconstituir a vida após a inesperada morte da esposa. O personagem encontra no trabalho e na amizade um caminho para o seu reinício, porém uma misteriosa mulher surge em sua vida e lhe coloca um desafio que o faz repensar a própria existência.

A trama é um híbrido de momentos intimistas do protagonista com cenas de ação e mistério.
A cultura é uma das formas de levar para além muros os hábitos, costumes, arquitetura e cenários da região central do Rio Grande do Sul que estão no filme. O elenco do filme é composto por atores conhecidos no cinema e no teatro gaúcho e nacional. Emersom Peixoto (Ten. Martim), Cândice Lorenzoni, André Assmann e Leonardo Machado são os principais nomes do estado do RS. Arlete Heringer, Lúcia Romano e Rodrigo Veronese são os convidados do cenário nacional na composição do elenco. Muitos atores e atrizes de Santa Maria, como Denise Copetti, Helquer Paez e Jader Guterres contribuíram com diversos papéis das tramas paralelas ao enredo do roteiro. 
Hamartia é o longa de estreia do roteirista e diretor Rondon de Castro (veja a entrevista), professor, que desenvolveu o projeto do filme junto à Universidade Federal de Santa Maria-UFSM. Através do seu projeto surgiu a parceria com a Força Aérea Brasileira, que permitiu o desenvolvimento de pesquisas para a elaboração do roteiro. O longa foi desenvolvido pela Khine Produções Ltda, produtora cultural da cidade de Santa Maria-RS. As novas parcerias institucionais foram indispensáveis para a realização do filme, como a Universidade Franciscana.
Em breve o filme será lançado em outras plataformas de VOD, como google mais, Vivo e Youtube.

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Siga o filme no Instagram: @hamartia.filme

Ficha técnica: 
Produção: Khine Produções
Roteiro e Direção: Rondon de Castro
Elenco principal: Emersom Peixoto, André Assmann, Cândice Lorenzoni, Arlete Heringer,
Rodrigo Veronese, Leonardo Machado e Lúcia Romano.
Produção Executiva: Márcio Negrini
Direção de Fotografia: Jorge Henrique Boca
Direção de Arte e Figurino: Adriana Borba
Som Direto: Gabriela Bervian
Direção de Produção: Tamara Mancuso
Montagem: Maurício Canterle
Finalização: Fernando Codevilla

 

 

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