Lançamento nacional do livro “A história do fogo”, de Andrea de Barros, acontece no sábado, 29 de novembro, a partir das 19h no Patuscada Livraria, bar & café, em São Paulo.
O segundo livro de poemas da escritora reúne 25 textos que, nas palavras do escritor Francisco Ramires, no prefácio da obra, suscitam no leitor “aquela estranha sensação que todos sentimos no instante em que cruzamos o limiar em direção ao interior de uma casa onde jamais havíamos estado antes”.
Os poemas breves, marcados por musicalidade própria, transitam por uma temática diversa, que reúne a perda e o resgate de si mesmo – como nos primeiros versos de Sementeira:“Saí à rua / atrás de mim” -, a prática da escrita como resistência, em De tudo o que não dissemos: “Eu grito suspiros num corredor de vento / trovões, tempestades, tormentas / Eu sopro socorros” -, a construção/desconstrução do feminino em seus múltiplos espaços de ação no mundo contemporâneo.
O lançamento será realizado no dia 24 de novembro (sábado) a partir das 19h no Patuscada – Livraria, Bar e Café – Rua Luís Murat, 40 – Vila Madalena – São Paulo – SP. A entrada para o evento é gratuita e o exemplar estará à venda por R$ 38,00 (pagamentos em dinheiro e cartões de débito e crédito). Leitoras e leitores de qualquer cidade do país que realizarem a compra pelo site da editora, antes do lançamento, receberão o exemplar autografado após o evento.
Andrea de Barros é também autora do livro de poemas “Para seus olhos de vidro” (2012, Editora Patuá), de “As Copas da Copa” (2014, independente) e tem poemas incluídos nas antologias Senhoras Obscenas (2016, Benfazeja) e Damas entre Verdes (2017, Senhoras Obscenas).
Publicitária, professora universitária e poeta, é Doutora em Teoria e História Literária pela UNICAMP, Mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP, idealizadora e editora do site Letras Fêmeas (www.letrasfemeas.com), sobre literatura de autoria feminina, e do “Primeiro Parágrafo”, canal de incentivo à leitura no YouTube.
Poesia:
De tudo o que não dissemos
Minha voz é pequena.
O mundo interrompe, sem responder.
Eu digo em tons baixos – si-bemól / lá sustenido –,
versos poucos, sem percussão.
Minha voz é pequena, é marulho de outono.
Reverbera em microconchas acústicas,
Retorna no repuxo das ondas,
ouvida, talvez, por sereias.
Eu grito suspiros num corredor de vento,
trovões, tempestades, tormentas.
Eu sopro socorros
Mas minha voz… que pena.