A inveja é tão patética, tão ridícula e tão insustentável que sua irrelevância a tornou quase importante, brindou-lhe um pseudo status de significância, temporária importância. No entanto, apesar de ser efêmera e diminuta, ela tem certa delicadeza e sutileza no trato que a disfarça numa figura interessante. Principalmente quando ela se adorna em vestes teatrais e utiliza toda a sua charmosa fantasia para seduzir mentes inseguras, almas medrosas e corações acanhados. Então, quando se apodera destes frágeis indivíduos, ela se transforma, revela suas garras, cospe suas calúnias e constrói um desgraçado e destrutivo caminho por onde passa.
Desta maneira, sendo ela tão intensa e perigosa, é meritório saber que sua vivência possui estágios.
No início, ela é uma inócua larva que perambula sem destino, mas, quando a sorte lhe bate à porta e ela avista algum ânimo inseguro, se ajunta ao indíviduo e começa sua fase comensal, onde obtem nutrientes suficientes para desenvolver-se com vigor e astúcia. Depois, quando já está forte e segura, transformasse num parasita e, paulatinamente, começa a minguar as volições do seu hospedeiro enquanto planta daninhas sementes na cognição do mesmo. Mais tarde, quando ela já dominou toda a essência do obsequiador, ocorre sua tão planejada transmutação, o pináculo de sua existência, a sua razão de seu viver. Ela vira um monstro. Uma figura desnaturada, cruel e horrenda que utiliza de toda a sua sabedoria para combater algum desafortunado alvo que existe no ambiente do seu acolhedor. Enquanto isto, o fraco, ignóbil e dependente indivíduo, torna-se um mero fantoche, um títere vivendo à mercê de sua tirânica possessora.
Independente disto, também é imperativo entender que a inveja não é fiel, ou seja, quando satisfeita, ela parte, vai embora sem mesmo dizer um adeus e, no seu vácuo, deixa um indesejável rastro de rancor, de dores e de pesares no ambiente onde passou e, no coração de seu hospedeiro, deixa remorsos, arrependimentos e frustrações.
Portanto, é preciso entender que a inveja é indiscutivelmente fraca, mas os que a lhe permissão para adentrar suas essências, serão cúmplices na geração de um indecoroso, infiel e insensível monstro. Invejoso por natureza, cruel por medo e destrutivo por ignorância.(Tadany – 02 06 11)
Executivo Internacional. Cidadão Global. Palestrante. Poeta. Escritor. Pensador. Counsellor. Espiritualizado. Alegre. Curioso. Dinâmico. Profundo. Agradecido. Aventureiro. Tadany é formado em Administração de Empresas pela UFSM. Já trabalhou em muitos países ao redor do mundo e, atualmente, é Gerente de Globalização na IBM Índia. Ademais, por 3 anos, ele também estudou Advaita Vedanta num monastério nos Himalayas (Índia) com o Swamy Dayananda Sarasvati (www.dayananda.org).
PS: Para citar este texto:
Cargnin dos Santos, Tadany. Pensamento 889. www.tadany.org