O poema do amanhã
Nasceu no ontem
Na palavra que tomou cachaça
No suco que não prestou
No vomito à cabeceira
Nas horas não vistas
Nos olhares que se cruzaram pouco,
Na mão machucada,
No corpo, na alça, nos pés ao ar
Na tentativa de ir e não ir…
No relógio que parou
O tempo
Na formatura
Dos “desformados”
O poema do amanhã
Nasceu no ontem
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