Dentro de inúmeras memórias, destaco a primeira que me veio na cabeça. Confesso que, titubeio entre memórias que são verdadeiras lembranças, e outras que fazem parte apenas de um imaginário criativo e inocente da minha criança interior.
Nesta oportunidade, venho homenagear a cidade Santa Maria pelos seus 163 anos. Há 34 anos resido aqui, e escrevo daqui para regressar numa saudosa memória da minha infância.
Todos os domingos, após o almoço e a sesta, era hábito passear de carro com minha mãe e meu pai. Daí então, tive o privilégio de conhecer minha cidade de todos os ângulos.
Num domingo de outono, nos anos 90, nos dirigimos até o bosque da UFSM com a intenção de recolher pinhas para o inverno. Na minha casa, sempre utilizamos pinhas para facilitar o início do fogo da lareira.
O objetivo do passeio era preencher 3 ou 4 sacos de ráfia com pinhas. Mas confesso que, a melhor parte do passeio era a que incluía um lanche no posto de gasolina e uma parada na Fruteira do Carlinhos.
Inspiro e, posso sentir o aroma gelado das árvores do bosque da UFSM, e também o cheiro dos sacos de ráfia cheios de pinhas úmidas – risos. Memória que remete ao gosto leve da infância, livre, cheia de expectativas e competições.
A breve nostalgia aponta um sorriso de um passado intenso e acolhedor, bem vivido, cercado de contato e respeito com a natureza.
Obrigada pela oportunidade de reviver, Santa Maria.