Fala galera! Bem vindos e bem vindas à “Coluna do Guga”!
Para sempre Nei D’Ogum!
Na semana que passou, perdemos uma das principais lideranças do Movimento Negro em nossa cidade, deixando um trabalho de luta contra o racismo e todas as formas de discriminação e opressão. Estou falando do santa-mariense, pobre, preto, puto, periférico e querido amigo Vilnes Gonçalvez Flores Junior, 53 anos, o Nei D’Ogum, que morreu na noite do último dia 23 de agosto.
Na “coluna do Guga” anterior, mudei a pauta , quando soube da coroação da terceira miss Brasil negra Monalysa Alcantara (espiem lá), vale destacar que estamos falando de 63 anos de concurso.
Para esta publicação, pensava em outra temática, quando infelizmente fui surpreendido por esta triste notícia, da morte do Nei (carinhosamente chamado por seus amigos e amigas). Faço questão de destacar sempre o feminino em meus discursos, pois essa é mais uma das grandes lições que aprendi com Nei, em sua trajetória de luta pela representatividade de gênero, identidade de gênero, orientação sexual e claro, no combate ao racismo e promoção da justiça social.
Falar em Nei d’Ogum, é falar de cidadania, luta, garra, representação social, liderança comunitária e diversas outras lideranças que objetivam uma sociedade mais justa e igualitária de fato. Nei foi uma figura essencial para o Movimento Negro de Santa Maria, para as comunidades LGBTTQ, para a religiosidade afro-brasileira com as casas de matriz africana e para as comunidades periféricas.
A trajetória de Nei foi reconhecida no documentário Pobre Preto Puto, dirigido por Diego Tafarel. No 44º Festival de Cinema de Gramado ano passado, foi selecionado para o Prêmio Assembleia Legislativa Mostra Gaúcha de Curtas, conquistando o prêmio de Melhor Produtor/Executivo para Alessandro Montelli.
Em 2016, ele concorreu à Câmara de Vereadores de Santa Maria pelo PT e fez 1.487 votos, ficando como segundo suplente do partido.
No dia em que nos despedimos do corpo de Nei, publiquei de coração em minha página no facebook o texto que segue abaixo:
Oyá guerreira faz sua homenagem para nosso irmão Nei D’Ogum neste dia triste para todos e todas nós, irmãos e irmãs deste querido amigo que fez sua passagem. Nossa mãe Oyá se manifesta hoje mostrando, que o vento nunca morre, ele está sempre percorrendo novos espaços.
Este preto, periférico, puto, pobre e tantas outras identidades representativas de justiça social que Nei fazia questão de acionar, passou por este plano para nos deixar lições de muita garra e coragem, tudo com muito brilhantismo e autoestima elevadíssima.
Nós negros e negras, nós lgbttq’s, mulheres, pobres, periféricos, filhos e filhas das casas de matriz africana, nós todos e todas perdemos um grande guerreiroUm salve com muito amor e axé para os irmãos e irmãs de carne e de religião do Nei.
Ogunhê Ogum ! Ogunhê Nei D”Ogum ! Ogunhê!.Poder para o povo poder.
PARA SEMPRE NEI D’OGUM!
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Vamos fazer aquela famosa “DR”? hehe calmem! prometo que vai ser rapidinho (rsrsrs) são somente algumas considerações, que acho pertinente expor.
Primeiramente!!!
Quero elucidar, que está sendo muito gostoso escrever aqui para o Sina. Ter um canal como este, onde tenho a oportunidade de expor minhas opiniões, juntamente um time tão rico e capacitado de colaboradores colunistas é muito satisfatório. Ao criar esta coluna, à convite da minha amiga jornalista e mentora deste projeto que é o Rede Sina (Melina Guterres), a proposta foi abordar sobre moda masculina e diversos outros retalhos, medidas e imbricações que permeiam essa temática. É justamente sobre todos estes detalhes que estou a cada nova postagem, propondo problematizar por aqui, obviamente com meu jeito Guga de ser. Espero que através de minha escrita, vocês possam conhecer um pouco sobre minha personalidade.
Este é um canal que propõe uma forma de comunicação fora do padrão e por isso, ao falar em moda aqui no Sina eu não posso falar de uma moda padrão. Os padrões sempre existiram e ainda existem para nos moldar, porém, eles podem e, tem sido rompidos.
Falar de moda, é abordar sobre comportamento, gênero, identidade de gênero, grupos étnicos, política, cultura, sociedade, indústria, economia, história e tantas outras temáticas, pois ignorar aspectos sócio-culturais ao falar sobre moda, é praticamente estar ignorando determinados grupos, que durante muito tempo, não eram visíveis aos grandes veículos de comunicação e indústria de mercado.
Na realidade estes grupos sempre existiram, com suas diversas formas e medidas. Devido às transformações sociais, culturais e políticas , e, principalmente aos avanços tecnológicos ( com advento da internet, redes sociais e mídias independentes) todos esses sujeitos tem ganhado voz.
Bom galera. Tudo isso, é para justificar, que a moda será como um espécie de passarela, onde a “Coluna do Guga” desfilará buscando conexões e principalmente propor reflexões.
Ah! Vale alertar, que as postagens irão surgindo de acordo com as inspirações, necessidades e divagações deste humilde ser que vos escreve aqui. Irei me puxar!
Obrigado pela paciência de vocês e até o próximo post.
Sigam me nas redes: @rocha_guga
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Gustavo Rocha ou “Guga Rocha” ou ainda, apenas “Guga” como é conhecido e gosta de ser chamado, é natural de Santa Maria/RS. Estudou Ciências Sociais na UFSM.
Apaixonado por assuntos que envolvem moda, como sentido de expressão e comunicação, o cara também é muito ligado em música, principalmente eletrônica, porém não dispensa um bom samba de raiz e adora dançar até pingar.
Guga, também simpatiza com as causas de diversos movimentos sociais, onde tem se engajado ultimamente, como militante no combate contra o racismo, o machismo e LGBTTQfobia.
Atualmente ele é comissário de voo e seguido, Guga aterrissará na página do SINA usando a moda como passarela para diversas reflexões.