O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, 25 de julho, marca o lançamento do livro Travessias de Amanaã de seis escritoras negras
No prefácio, Rudiléia Paré Neves, professora e coordenadora do Coletivo de Mulheres Negras Iyá Agbara, afirma “Essas seis escritoras, que também desempenham outras funções no dia a dia (não há uma só jornada para as mulheres) e que se entregam ao gozo – ou sofrimento? – do ato de escrever, neste livro falam do que e de quem precisa ser dito. Falam do que e de quem foi/é renegado. Falam do que e de quem foi/é esquecido. Falam de amor, de autoamor. Falam de alegrias e de dores”.
E prossegue na análise: “E eu me vejo nas mulheres desses textos. Me vejo um pouco em Farisa, a menina que não podia falar com espíritos de brancos; na menina de tranças, que renasce todos os dias e na bruxa, que renasce das cicatrizes; na mulher que rompe com um ciclo de dor e na que parte sem se despedir; na que sonha e acorda molhada e na professora cujo aluno não conseguiu fazer o trabalho solicitado; na que é perseguida pelo segurança da loja e naquela cujo corpo recebe a bala perdida; na resposta certeira e forte aos olhares preconceituosos que recebemos todos os dias. Vejo todas as que são atingidas – e mortas – pelo racismo, pelo machismo, pelas opressões todas.”
Autoras:
Ana Dos Santos
Poetisa, professora de Literatura e contadora de histórias, Ana é gaúcha de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Formada em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Participou de diversas coletâneas e publicou dois livros de poesia: Poerotisa (Editora Figura de Linguagem) e Pequenos Grandes Lábios Negros (Editora Venas Abiertas).
Carmen Lima
Natural de Porto Alegre, é professora licenciada em Pedagogia, atriz, bonequeira, brincante e contadora de histórias. Dos 30 anos de docência, há 20 atua na rede estadual de ensino, como alfabetizadora, oficineira e mediadora de leitura. Formou equipe de animação e empresa de teatro de bonecos. Esta é a sua primeira publicação, a qual assina também a capa.
Fátima Farias
Nasceu em Bagé e reside na capital Porto Alegre desde os anos 1980. É poeta, compositora e educadora social, tem como profissão também a gastronomia inspirada em temperos orgânicos. Participa de diversas coletâneas e lançou seu primeiro livro solo em março de 2020, Mel e Dendê (Editora Libretos), onde reúne poesia e prosa, dando um passeio pelos slams.
Delma Gonçalves
Nasceu em Porto Alegre, é poetisa, compositora, produtora cultural. Graduada em Letras com pós-graduação em Produção Textual, suas poesias estão em diversas coletâneas. Publicou Cinco Décadas de Samba no Bairro Santana (Editora Cidadela) e livro de poesias O Som das Letras. Produziu e é parceira de Bedeu no CD Na Poesia e na Canção Elas e Eles Cantam Bedeu & Delma.
Lilian Rocha
Natural de Porto Alegre/RS, é farmacêutica e analista clínica (UFRGS), especialista em Homeopatia (ABH), musicista (Liceu Palestrina), escritora. É autora dos livros A Vida Pulsa – Poesias e Reflexões (Editora Alternativa), Negra Soul (Editora Alternativa) e Menina de Tranças (Editora Taverna). Participante de inúmeras antologias poéticas brasileiras e portuguesas.
Taiasmin Ohnmacht
É psicóloga e psicanalista. Mestre em Psicanálise: clínica e cultura (UFRGS). Participou da organização do e-book Da Vida que Resiste – Vivências de Psicólogas(os) entre a Ditadura e a Democracia (CRP/RS). Publicou Ela Conta Ele Canta (Cidadela), com o poeta Carlos Alberto Soares, e a novela Visite o Decorado (Figura de Linguagem). Mantém o blog taiasmin.blogspot.com
Travessias de Amanaã (Libretos, 2021, 136 páginas, ISBN 978-65-86264-33-3, R$40,00)
Autoras: Ana Dos Santos, Carmen Lima, Fátima Farias, Delma Gonçalves, Lilian Rocha, Taiasmin Ohnmacht
Lançamento:
Dia 25 de julho (domingo), às 19h
Sala Libretos: Sarau Amanaã – Energia de raiz a semente, no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, com as autoras Ana Dos Santos, Carmen Lima, Fátima Farias, Delma Gonçalves, Lilian Rocha e Taiasmin Ohnmacht e a convidada Rudiléia Paré Neves, intelectual negra.