A cidade basca de Bilbao possui um dos cinco museus, no mundo, pertencentes à Fundação Salomon Robert Guggenheim. Salomon ( 1861 – 1949 ) nasceu na Filadélfia, nos Estados Unidos e foi educado em escolas públicas e privadas, tanto na sua cidade natal, quanto na Suíça, país de origem de Meyer Gugenheim, seu pai.
O pai deixou-lhes uma grande e sólida empresa – a Guggenheim Brothers – dividida entre seus seis filhos. Os irmãos multiplicaram a herança. Salomon passou a colecionar obras de arte abstrata da década de vinte. A par disso, continuou com os trabalhos filantrópicos, que eram uma marca forte da empresa. Com o intuito de atingir um grande público e de divulgar a arte moderna, criou a Fundação Guggenheim, responsável hoje por museus mundialmente conhecidos.
Até este ano, são cinco os Museus mantidos pela Fundação, sendo o de Nova Iorque e o de Bilbao os mais famosos . Os dois exibem arte moderna e pós – moderna. O museu americano foi construído por Frank Lloyd Wright; o espanhol, por Frank Gehry.
A Fundação é reconhecida por contratar arquitetos famosos e por construir edifícios fantásticos e singulares, que fogem aos padrões já estabelecidos. Em razão dessa característica , existe uma crítica bastante divulgada de que os edifícios são mais famosos e mais conhecidos do que os trabalhos artísticos neles expostos.
Outra perspectiva do Museu de Bilbao |
Interessantes combinações… |
Verdade que o Museu Guggenheim projetou Bilbao no panorama cultural mundial e tornou-se um ícone da Espanha do século XX. A ideia de um grande museu na cidade nasceu no final dos anos 80, quando o governo basco, face aos problemas com a extração de ferro, decidiu diversificar as atividades econômicas através de uma requalificação da área portuária. O país atravessava um momento bastante difícil com a crise da indústria siderúrgica.Era preciso abrir novos caminhos – tornar-se atraente para o turismo seria um deles.
Jeff Koons |
Assim como a construção do Museu Guggenheim de Bilbao, surgiram muitos – e arrojados – projetos na cidade – aeroporto, metrô, ponte pedonal, centro cultural. Se o objetivo era a revitalização de Bilbao, pode-se afirmar que foi plenamente alcançado. Mais de um milhão de visitantes, no ano passado, viram a cidade e comentaram o Guggenheim – valeu para toda a região. Além de tudo isso, uma cidade que tem um povo hospitaleiro, gentil, agradável.
Puppy – Jeff Koons |
Ouve-se , com frequência, um comentário brincalhão de que Puppy , imperdível pelas sua dimensão e colorido, foi o primeiro cachorro que ganhou uma grande casa antes mesmo de nascer. Com um sistema interno de manutenção do que seria um grandioso jardim, essa obra de Jeff Koons, à entrada principal do Museu, encanta adultos e crianças, especialmente pela originalidade e engenhosidade.
Esculturas na parte externa do Museu |
Em 1992, a construção do Guggenheim de Bilbao foi iniciada. Foi concluída cinco anos mais tarde. Trabalharam, em conjunto, na elaboração do projeto, duas equipes, uma em Bilbao; outra, em Los Angeles. A grande dificuldade estava nos cálculos estruturais. Muitos especialistas questionaram sua execução em razão das formas bastante complexas. As discussões foram longas e complexas.
Contrastes |
” Externamente, o museu é coberto por superfícies de titânio curvadas em vários pontos, que lembram escamas de um peixe, mostrando a influência das formas orgânicas presentes em muitos trabalhos de Gehry. Do átrio central, que tem 50 metros de altura e lembra uma flor cheia de curvas, partem passarelas para os três níveis de galerias. Visto do rio, o edifício parece ter a forma de um barco, homenageando a cidade portuária de Bilbao que teve bons anos de festa marítima”…www.guggenheim.org/bilbao
Interatividades |
As exposições , neste museu, mudam frequentemente, mantendo, entretanto , a característica de terem sido feitas ao longo do século XX. Predominam as instalações artísticas, sendo as obras tradicionais de pintura e de escultura bem minoritárias. Somente a exposição de esculturas de aço, desenhadas por Richard Serra, é permanente.
Aço,cores,luzes |
Impressiona e encanta a localização do museu. Está num terreno alongado, na curva do rio, ocupando os 32.500 m2 de uma antiga fábrica abandonada, O espaço interior, ocupado por exposições, tem 11.000m2. A revitalização proposta pelo Governo Basco procurou tornar o rio Nervion o foco do visual da cidade. A construção do museu nesse local foi ponto de partida para recuperação e valorização dessa área.
Proximidade com o rio Nervion |
” O projeto do prédio segue o estilo de Frank Gehry. Inspirado nas formas e texturas de um peixe, pode ser considerada uma escultura, uma obra de arte em si. As formas não têm nenhuma razão geométrica ou governado por qualquer lei. O museu é essencialmente um shell que evoca o passado industrial e do porto de Bilbao vida , suas indústrias tradicionais , metalurgia e construção naval estão presentes nos materiais e formas: de titânio e aço , velas , barcos e peixes imenso ….”www.guggenheim.org/bilbao
Vista do lado oposto do rio |
Construído em calcário , vidro e titânio, foram usadas 33 mil peças de titânio, a metade com um milímetro de espessura , cada uma com forma única de acordo com o seu lugar. Essas peças tão fina encaixam-se perfeitamente nas curvas necessárias . O vidro usado teve um tratamento especial para deixar passar o sol, mas não o calor, e evitar que a luz natural pudesse danificar as exposições.O calcário usado , em tom ocre, veio de Granada. Foi, de fato, uma obra de arte delicada e complexa.
ludicidade e cor |
Os Museus Guggenheim, especialmente os de Bilbao e Nova Iorque já foram concebidos para a função que exercem. Eles albergam obras de arte constituem motivo para visita às cidades onde se situam e – mais ainda – ilustram a filosofia da Fundação: “A Arquitectura em prol das Artes.”
Visitantes refletidos na escultura |
“Por outras palavras, a ideia e um dos principais objectivos da fundação, para além de coleccionar peças de arte contemporanea e promover a sua divulgação, é fazer rodear a arte de mais arte, na forma do próprio museu.” Material de divulgação do Museu
Arte que acolhe arte |
ALDEMA MENINI MCKINNEY
Nasceu em propriedade rural no interior do Rio Grande do Sul. Saiu do campo com 15 anos. Foi professora por mais de quarenta anos. É aposentada da UFSM – Universidade Federal de Santa Maria, onde desenvolveu atividades em pesquisa, ensino, extensão e administração. Trabalhou durante sete anos em Salvador/BA. Elaborou o projeto global da FSBA – Faculdade Social da Bahia. Aldema diz que sempre gostou de viajar “com o tempo, tornei-meandarilha. Escrevo para que meus netos saibam das aventuras, ideias e ideais de sua avó”. Seu blog teve seu início em 2006, que para ela não tem outra pretensão além de estimular familiares e amigos a percorrer “este mundo, redondo, bonito e fácil de andar.”. Entre seu motivos de orgulho, ela afirma “meus filhos, meu trabalho e as árvores que plantei”. Conheça o blog: http://www.correndomundo.blogspot.com.br/
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