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Divulgação/Netflix

O amor depois de um furacão chamado Rodolfo | por Rodrigo Ricordi

Este texto não contém spoilers sobre a série

Tenho minhas manias musicais. Sou interessado por histórias musicais, por histórias de artistas. Arrisco a dizer que gosto e desgosto de músicas conforme as histórias delas, de como e porque elas foram compostas. Sou curioso e busco essas informações. Há uns meses eu resolvi cavocar na música em língua espanhola, mas calcado no que já me era familiar. Fito Paez, Charly Garcia, Julieta Venegas, Alejandro Sanz, Shakira, Jorge Drexler, Gustavo Cerati, enfim… um monte de artistas comumente conhecidos por aí. Entre trocas com outras pessoas acabei descobrindo um monte de gente nova, novos ritmos. E, numa dessas conversas, fiquei sabendo pela minha amiga, e não menos grande artista, Paola Matos, sobre a proximidade da estreia de uma série sobre a vida do Fito Paez, no Netflix. Sentei e assiti até a metade. Foi um desses amores à primeira vista que nos ocorrem incontáveis vezes durante a vida.

Rodolfo “Fito” Páez, completa 60 anos, um de seus discos mais celebrados completa 30 (El Amor Después del Amor, 1992, o disco de rock mais vendido da Argentina), com turnê de celebração e o escambau (que terei o prazer de assitir em Porto Alegre, em 6 de maio). E junto dessa festança, a gente, que gosta de assistir a séries, ganhou um grande presente: a série que conta a trajetória artística e de vida desse gênio nascido em Rosário, da Argentina. A série é produzida pelo próprio Fito, baseada em relatos dele mesmo. Bem chapa branca, que fique claro. Mas ao espectador médio e pouco ciente da história, é uma grande e inspiradora viagem. E com a cereja do bolo da potencialidade visual que o cinema argentino consegue esbanjar.

El Amor Después del Amor (e o título preguiçoso em portugês: Amor e Música: Fito Paez) é um material nota 8. Explico: além de ser chapa branca, segue o formato campbeliano comum. Traz a narrativa da história mesclando a linha do tempo com flashbacks explicativos. Porém é impossível não se afetar e se envolver com aquele jovem bicancudo, cabeludo, magérrimo e enigmático. A história contada ali é inspiradora, envolvente e apaixonante, pelo menos a quem tem certa proximidade com o artista e sua obra. Mas tenho a tranquilidade de afirmar que Fito vai ganhar muitos novos fãs após esse lançamento.

El Amor Después del Amor fala sobre a vida, sobre amar a música, a musa, o ídolo. Sobre lidar com um alterego discrepante. Além de ser um breve catálogo do rock argentino a partir do fim dos anos 1970. E fica evidente a necessidade e expressividade de Fito em por muitas vezes falar e cantar sobre esse bichinho esquizito chamado amor. E Fito Paez é mestre em nos fazer refletir sobre esse sentimento que não tem cara, não tem forma, mas existe.

Nadie puede y nadie debe vivir sin amor

Una llave por una llave y esa llave es mi amor

Una llave por otra llave y esa llave es tu amor

 

 

Rodrigo Ricordi,

39 anos, é jornalista e fotógrafo. Apaixonado por cinema, música, quadrinhos e séries, busca na arte o sentido da vida.

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