Se eu rebato o que você diz
Você me faz uma cicatriz
Para você não é nada mas para mim
É mais uma meio a tantas
Você diz não ser preconceituoso
Mas faz pessoas derramarem sangue
Ninguém escolhe o que sente ou por quem sente
Só queremos respeito
Respeito porque também somos gente
Não somos exigentes, mas ás vezes carentes
Carentes de amor e de carinho
Queremos seguir nosso caminho
Mas ás vezes somos interrompidos
Deixando lembranças e sonhos para trás
Não fizemos mal a ninguém
Mas vocês nos fazem reféns
Como se fossemos uma aberração
Como se fossemos machucar seus familiares
Assim como vocês que nos machucam
Quando só queremos ir ao nosso destino
Sendo de noite ou de dia
Nossos “modos” os incomodam
Mas não é preciso tirar nossa vida
Por que assim como vocês
Temos direito e estamos aqui por algum motivo
Que nem nós sabemos
Queremos felicidade
Queremos ser livres
Ao invés de vermos vocês com armas
Queremos sorrisos e vocês vestidos de paz
E nós mostraremos o amor
O amor pelo próximo que vocês não sabem o que é
Assim como nós que vocês ouvem falar
E já se acham no direito de julgar
Sem se quer nos dão o direito de falar
Interromper nossos sonhos querem!
Mas pessoas assim não são capazes de amar
Incomodam-se por assumirmos o amor pelo “próximo”
Por assumirmos o amor próprio
Queremos amor, carinho e poder seguir nosso caminho
Queremos poder andar sozinhos
Sem ser interrompido por uma arma ou por uma faca
Seja capaz de amar, pois, sem amor a vida se torna amarga
Sem amor a vida deixa muitas marcas
Se não quer ser a ponte saia de minha frente.
Kaue Fabiano da Silva, tem 18 anos, é estudante, cuidador de idosos e integrante do Coletivo Homens Trans de Santa Maria – HTA SM.