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MOSTRA ANDORAR | POEMAS E OBRAS

MOSTRA ANDORAR

POEMAS DE MELINA GUTERRES/ MEL INQUIETA

CURADORIA ARTÍSTICA: SUSANE KOCCHANN

CURADORIA LITERÁRIA: MARIA ALICE BRAGANÇA

SAIBA MAIS SOBRE:  https://redesina.com.br/mostraandorar/

 

CONFIRA POEMAS E OBRAS:

Andorar

Obra Vestível de Susane Kochhann

Poema selecionado: Andorar 

ANDORAR

Tenho uma aventura
amarrada no cadarço
do meu salto alto

Pedras não suportam
o peso de mi alma
viram areia e amaciam
o andar

Pelo trilhos
voo com o trem
e levito como
o mendigo que de tudo se desfez

Pareço torta,
levo o velho rock na escuta,
toco minha gaita de boca imaginária
escrevo sobre doentes a duendes

tenho um lado escravo
um passado de luta e preguiça
tenho uma meia carteira
cartas a serem enviadas
personagens a escrever
histórias a contar e outras a criar

tenho um saco do tamanho da minha gaveta
e um cigarro de palha para não esquecer
que o campo é meu vizinho
a terra fria e seu inverno aquecido
a la lenha e chimarrão

tenho o voo da borboleta
em mãos
e desenho o mapa
de mi vida com
tinta óleo

crio cores e ventos
sou reflexo, espelhos
um balaio de fantasia
jogo pimenta
faço alquimia
saio livre
e parto do passado para o presente
com o voar das andorinhas…

 

 

R$ 860,00

Artista: Marilene Nunes

Título da obra: sem título

Linguagem ou técnica: Pintura em tela

Poesia selecionada: Todo dia

TODO DIA

Tem um poema na esquina
Na bolsa que gira
Tem um poema na louça suja
No jantar mais frio que carne crua

Tem um poema na mãe,
Na menina, na idosa
Tem um poema atravessando
O tempo

Tem um poema quebrando silêncios
Tem colheres sendo usadas
Tem uma nova sopa
Um sal ação
Uma mulher fazendo o próprio pão

Tem uma legião
Um país em mãos
Um Cristo morto na esquina
Todo dia um número ressuscita
Do pó à capa de notícias

Todo dia uma mulher é vítima
Um novo tempero soluça, implora, grita:
Empatia!

Está servido o jantar?

 

R$ 2.600,00

Artista: Ana Maria Assis Brasil

Título da obra: sem título

Linguagem ou técnica: Pintura em tela

Poesia selecionada: Pudera

 

 

PUDERA

Pudera ser dona
De tudo que sinto
De tudo que temo

 

 

R$ 1.200,00

 

Artista: Marilia: Chartune Teixeira

Título da obra: Abrigo

Linguagem ou técnica: Pintura em tela

Poesia selecionada: Amor Próprio

AMOR PRÓPRIO

cansou
dormiu
no calor
a melhor cia
amor próprio
e cobertor

 

R$ 2.230,00

Artista: Andrea Capssa

Título da obra: O sopro

Linguagem ou técnica: Óleo e verniz sobre tela

Poesia selecionada: Dedilhar

 

 

 DEDILHAR

Num vento
De dentro
O eco de
Meu tempo
Dedilhando

A canção que evapora
Num pulso
Que se forma

Na tensa boca
O tempero do voo
Quanto mais a vida tira
Mais longe vai o sopro

 

R$ 400

Artista: M.FLOWERS

Título da obra: CARNE CRUA, raízes das entranhas….

Linguagem ou técnica: Assembláge

Poesia selecionada: Carne Crua

CARNE CRUA

Crua carne nua
Na bandeja
A ser devorada
Pela incompetência
Do assassino
Que deveria ter sido
Salvador

Cruas carnes nuas
Em cortejo ao centro da terra,
Ao pó guardado em um quadrado
Ou jogado ao ar de uma
Paisagem memória
Nua verdade Crua
Carne

Artista: Crissalgado

Título da obra: Anima

Linguagem ou técnica: costura, colagem, pintura, desenho, encáustica.

Poesia selecionada: Cansei

 

 CANSEI

Cansei! Virei vampira, brinquei, gargalhei
Esqueci por alguns instantes que era mortal.
Me despi da dor no peito, dos lamentos
virei feiticeira, me enfeiticei de mim mesma
Dos sentidos que dou pra vida.

Que sigam os crentes com seus cristos pregados,
Que eu seguirei bem loba,
Uivando com a lua cheia.
Uma pantera em alta velocidade partindo
O tempo em ficção

Numa trincheira
Uma medusa
Assumindo
Todas suas Liliths

Todo seu sangue
Inflamado
De tanto patriarcado
Uma bruxa
Destemida das fogueiras

 

R$ 100,00

Artista: Jane Zofoli

Título da obra: Roda rodas

Linguagem ou técnica: : Desenho em bico de pena, Têmpera, caneta gel sobre papelão estéril

Poesia selecionada: Senhora Ansiedade

 

 

 SENHORA ANSIEDADE

O reflexo grita:
– Ansiedade domina
Eu grito:
– Farei minha amiga

Na palavra escrita
No passo dado
No peso levantado
Na força jogada
No corpo em disciplina

Em tempos de “corona”
Dispensarei rascunhos
Publicarei tudo

Se me dominas
Domine meu tempo
Disciplina minha língua
Intensidade bastante
Eu tenho
Pra ser tua amiga

R$ 100,00

Artista: Jane Zofoli

Título da obra: Labirintos

Linguagem ou técnica: : Desenho em bico de pena, Têmpera, caneta gel sobre papelão estéril

Poesia selecionada: Ardeu

 

 

ARDEU

Trovões lá fora
Dentro tempestade
Um mundo em 1 segundo
O tempo ardeu

Incomodará!

R$ 260,00

Artista: Ive Flores

Título da obra: Iemanjá #1

Linguagem ou técnica: Pintura em tela

Poesia selecionada: O espelho de Iemanjá

 

 

O ESPELHO DE IEMANJÁ

A rainha do mar
Tem a cor
Do povo
Que construiu com seu suor
Um país

Um povo
Arrancando
De sua mâe
Sua matriz,

Que carrega no significado
Do nome:
Ato grande de coragem

África! Corre em todas as veias,
Em todo sangue, todo suor,
De um país chamado Brasil.

Uma deusa,
Uma rainha que sobrevive
Poderosa, maternal..
Dona do mar

Águas onde seus filhos,
Transitaram acorrentados,
Humilhados.

Na fresta de um barco
Na fé de um escravizado
Iemanjá
Com seu espelho
Sobrevivia
Sentido-se bonita!

Na voz alta
Do silêncio de uma imagem
Que ora sussurra,
Ora grita em suas tempestades:

África!
África!
África!

Coragem!
Coragem!
Coragem!

Salve, salve Iemanjá!

R$ 1.300

Artista: Patrícia Felden

Título da obra: Fragmentos do Tempo

Linguagem ou técnica: Instalação

Poesia selecionada: Século de um segundo

 

 

Detalhe da obra

 

SÉCULO DE UM SEGUNDO

Livre da esperança
Da rua que desanda
Da margem estreita

Da palavra negada
Do rosto falso
Da dúvida

Da tua lua
E da minha impotência
Não sou alquimista
Do teu século passado
Não sou mulher do teu tempo

Temos séculos de distância
E o meu peito
Aprendeu a fazer do mau tempo
Um século por segundo

 

 

Duas fotografias R$ 2.600

 

Artista: Denise Wichmann

Título da obra: Amém

Linguagem ou técnica: Fotografia digital

Poesia selecionada: Oração da Mulher

 

 

ORAÇÃO DA MULHER

Que eu possa estar sempre atenta
A todo mal que possam me fazer
De ordem física e emocional,
No meu trabalho, nos meus relacionamentos, na rua, nos bares, baladas, metrôs,
ônibus, táxis, espaços públicos e privados.

Que eu possa estar sempre informada, com a auto-estima elevada para perceber a tempo
mansplaining, manterrupting, bropriating, e gaslighting que possa vir estar
acontecendo comigo ou com outra mulher.
E que esteja forte o suficiente a ponto de interrompê-los e “meter a colher”.
Que eu nunca esqueça que para os abusos de ordem moral, psicológica, patrimonial,
física, sexual há a Lei Maria da Penha.

Que eu não caia no discurso do vitiminismo masculino e entenda que a cultura de culpar as mulheres é mais antiga que a mim mesma.
Que eu jamais me despreze ou culpe a mim ou outra mulher por sofrer abuso de qualquer natureza.
Que esteja consciente que possivelmente julgamentos pelo meu gênero seguirão até o
dia de minha morte, mas que eu nunca silencie sobre a injustiça que vivemos em meu tempo.
Que eu consiga ter cada vez mais discernimento sobre as culpas que são e as que
nunca foram minhas afim de que eu mesma, minha geração e as futuras possa viver de
forma mais humana e equilibrada.

Que eu lembre sempre que se o mundo nos divide como mocinhas ou vilãs, nunca
esqueçamos que somos deusas e irmãs.
Que na minha luta, encontre outras mulheres que cerquem outras mulheres e
construam juntas uma corrente de cuidado, zelo e proteção.

Que a nossa voz, a nossa luta sejam o nosso escudo.
Que possamos compartilhar nosso aprendizado
Orar, vigiar e se proteger desse sistema patriarcal, abusivo e machista.
E despertando-nos, despertemos muitos outros.

Chega de silêncios!

 

 

Artista: Polin Moreira

Título da obra: Adiante

Linguagem ou técnica: Pintura em tela

Poesia selecionada: Século de um segundo

 

 

SÉCULO DE UM SEGUNDO

Livre da esperança
Da rua que desanda
Da margem estreita

Da palavra negada
Do rosto falso
Da dúvida

Da tua lua
E da minha impotência
Não sou alquimista
Do teu século passado
Não sou mulher do teu tempo

Temos séculos de distância
E o meu peito
Aprendeu a fazer do mau tempo
Um século por segundo

 

 

Artista: Miguel Vasques

Título da obra: O Grito

Linguagem ou técnica: Escultura

Poesia selecionada: Há silêncio que não me cabem

 

 

HÁ SILÊNCIOS QUE NÃO ME CABEM

Tem um rosto no teto
Ele grita dentro
Fora não cabe

Tem memórias
Belchior na vitrola
Tem laços de luz

No meio do quarto escuro
Tem receio sem recreio
A vida numa gangorra

Um passo de trapezista
A corda bamba
Teu olhar
Eu dentro

 

R$ 180

 

Artista: Tatiana Barrios Vinadé

Título da obra: AGBARRA

Linguagem ou técnica: Fotoperformance

Poesia selecionada: Seja Forte

 

SEJA FORTE

Seja Forte
Todo dia
Seja Forte
Noite
Dia

Seja Forte
Ontem
Hoje
Amanhã

Seja Forte
Numa tempestade
Numa travessia
Num desespero
No dia-dia

Seja Forte
Estimulam os fortes
E o que resta a nós, os fracos?

Poesia!

 

R$ 400
R$ 500

Artista: MRosalia

Título da obra: Metamorfose da Vida 

Linguagem ou técnica: Colagem de tecido, recortes de papel, linha, cola branca e tinta acrílica sobre papelão

Poesia selecionada: Amor Incondicional

AMOR INCONDICIONAL

Foram sorrisos
Foram alegrias
Foi um tempo vivido
Com paixão
Com amor
Com coragem
Com vida

Uma alma cruzou
O meu caminho
Me escolheu
Protegeu
E trouxe-me
Um espelho

Uma alma cruzou
O meu destino
E percebeu o que me
Fazia ter brilho no olhar

Uma alma
Acreditou em mim
Por ela me apeguei
Mandou-me seguir

Lutar…
Dizia que meus…
Sonhos eram bonitos
Demais para somente a ela
Encantar…

Uma alma
Viu minha alma
Sabia mais eu
Que sempre estive de partida
Que era essencial
Lembrar-me da
Necessidade de voar

Uma alma
Me fez ver
Me fez crer
Me abriu asas

Uma alma cruzou
O meu caminho
Conduziu-me

Já posso
Reconhecer-me
No espelho

Uma alma
Me tocou
Me fez sofrer…
Por perceber
Que apenas cruzou
Para em mim acreditar

Uma alma cruzou
O meu caminho
Fez-me feliz
E seguiu…
Dói aprender a voar…

Uma alma,
Amo e me ama incondicionalmente!
De uma alma,
A vida me separa…
Uma alma,
Carrego no meu olhar…

 

R$ 150

Artista: Luís Fleck

Título da obra: Lá se vai a criança…

Linguagem ou técnica: Pintura em tela

Poesia selecionada: Adultecer

 

 

ADULTECER

Lá se vai a inocente criança
Descobrir seus caminhos
Ao encontro das pedras
Das bruxas,
Demônios,
Monstros

Lá se vai a criança,
Enfrentar tempestades,
Vendavais,
Terremotos

Lá se vai a inocente criança,
Querer tomar banho de cachoeiras,
Mar, chuva

Lá se vai…
Persistente no seu sonho de bem viver

Lá se vai a criança…
Crescer

 

OBRAS QUE NÃO ESTÃO A VENDA:

 

Artista: Ana Dornelles Macedo

Título da obra: Obra 1: Todo dia

                        Obra 2: Todo dia

Linguagem ou técnica: Objeto Arte

Poesia selecionada: Todo dia

 

TODO DIA

Tem um poema na esquina
Na bolsa que gira
Tem um poema na louça suja
No jantar mais frio que carne crua

Tem um poema na mãe,
Na menina, na idosa
Tem um poema atravessando
O tempo

Tem um poema quebrando silêncios
Tem colheres sendo usadas
Tem uma nova sopa
Um sal ação
Uma mulher fazendo o próprio pão

Tem uma legião
Um país em mãos
Um Cristo morto na esquina
Todo dia um número ressuscita
Do pó à capa de notícias

Todo dia uma mulher é vítima
Um novo tempero soluça, implora, grita:
Empatia!

Está servido o jantar?

 

Artista: Kalu da Cunha Flores

Título da obra: sem título

Linguagem ou técnica: Origami

Poesia selecionada: Dedilhar

 

DEDILHAR

Num vento
De dentro
O eco de
Meu tempo
Dedilhando

A canção que evapora
Num pulso
Que se forma

Na tensa boca
O tempero do voo
Quanto mais a vida tira
Mais longe vai o sopro

 

Artista: Adéli Casagrande do Canto

Título da obra: Das profundezas do oceano

Linguagem ou técnica: Instalação

Poesia selecionada: O Espelho de Iemanjá

 

O ESPELHO DE IEMANJÁ

A rainha do mar
Tem a cor
Do povo
Que construiu com seu suor
Um país

Um povo
Arrancando
De sua mâe
Sua matriz,

Que carrega no significado
Do nome:
Ato grande de coragem

África! Corre em todas as veias,
Em todo sangue, todo suor,
De um país chamado Brasil.

Uma deusa,
Uma rainha que sobrevive
Poderosa, maternal..
Dona do mar

Águas onde seus filhos,
Transitaram acorrentados,
Humilhados.

Na fresta de um barco
Na fé de um escravizado
Iemanjá
Com seu espelho
Sobrevivia
Sentido-se bonita!

Na voz alta
Do silêncio de uma imagem
Que ora sussurra,
Ora grita em suas tempestades:

África!
África!
África!

Coragem!
Coragem!
Coragem!

Salve, salve Iemanjá!

 

Artista: Otto

Título da obra: Urubus

Linguagem ou técnica: Pintura s/papel

Poesia selecionada: Urubus

 

 

URUBUS

Tenho o coração afivelado com grades que lembram a escravidão
Vejo a democracia em desconstrução
A vaidade sobrevoando a justiça
Derrubando a nação

Petróleo e reservas florestais em leilão?
Cortes na saúde, na educação ?

Tenho o coração amordaçado
O meu grito sufocado
E ATE e-mail invadido por outra nação

Teoria da conspiração?
Vejo o olhar cansado dos humanistas
Uma luta em pequenas mídias

Gente que busca averiguar informação
E outra que se contenta com o que recebe
Não questiona, não critica, reproduz e reproduz
alienação !

Sinto que há problemas pra quem foge da cegueira.
Sinto um arrepio na espinha,
Sinto a bandeira em poucas mãos
E o sangue, o suor do brasileiro escoa, escorre, é roubado… em alguma lei “sangue-suga”
votada numa quarta-feira do futebol… Goll

Uma facada nas costas, um mordida do drácula, judas em reprodução ao plim plim
milionário Poderes sobre poderes, controles que nem sequer imaginamos… Nosso ouro,
nossa dignidade vai… se esvai..

Urubus rondam, urubus atacam, urubus…colonizam!

 

 

OBRAS EM VÍDEO / CONFIRA EM:

 

MOSTRA ANDORAR | POEMA DONA DE MIM INTERPRETADO POR JORDANA DE MORAES

 

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