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MAR ABERTO | Foi ao cinema e salvou a história

Por I. Boca Migotto*

Durante boa parte do século XX uma das principais atividades populares de lazer era ver um filme. No Brasil, os italianos sempre tiveram a tradição de investir no ramo do entretenimento e, por isso, consequentemente, também apostaram no cinema. Os irmãos Alfonso, Pasquale e Gaetano Segreto, por exemplo, oriundos de Nápoles, são até hoje referencias importantes para a história do audiovisual brasileiro do início do século XX. Em Porto Alegre, assim como ocorria em São Paulo e Rio de Janeiro, os italianos foram os pioneiros no negócio de exibição cinematográfica. Cedo ou tarde, consequentemente, os italianos também se envolveram com a produção dos filmes. Não por nada, o homem por trás da principal produtora gaúcha da primeira metade do século XX, a Leopoldis-Som, era um imigrante italiano, Italo Majeroni e outro produtor de sobrenome italiano, que marcou o cinema gaúcho daquele período, foi Itacir Rossi, da Interfilms. Ambos trabalharam com Vitor Mateus Teixeira, o Teixerinha.

No entanto, essa relação dos italianos com o cinema não começou no Brasil. É quase tão antiga quanto a própria história dessa arte – e indústria – que nasceu no final do século XIX, na França. Mas foi durante e após a Segunda Guerra Mundial que a Itália deu sua maior contribuição à história do cinema. O Neorrealismo Italianoinfluenciou europeus e americanos e contribuiu para com o surgimento de outro movimento determinante na história do cinema mundial, então na França, a Nouvelle Vague. Os principais realizadores do Neorrealismo, como Roberto Rossellini, Victorio de Sica, Michelangelo Antonioni e Luchino Visconti, influenciaram toda uma geração de diretores italianos que vieram a seguir como Pior Paolo Pasolini, Federico Fellini e Bernardo Bertolucci os quais, muitos, inclusive foram trabalhar em Hollywood.

É de Bertolucci, provavelmente, o filme que melhor explica a Itália pós-imigrações. Novecento (1976), é um épico que aborda a história da Itália desde o início do século XX até o término da Segunda Guerra e, ao longo desse período, contextualiza o nascimento e fortalecimento das lutas trabalhistas num país ainda desfragmentado o qual, apenas há alguns poucos anos, havia promovido uma das maiores diásporas do mundo moderno, obrigando milhões de italianos a buscar esperança em outras terras, principalmente nas Américas. Essa mesma miséria generalizada, que expulsou os imigrantes e, décadas depois, contribuiu para com a ascensão do Fascismo e do próprio Benito Mussolini, foi muito bem retratada por outro filme; L’albero degli Zoccoli (1978), dirigido por Ermanno Olmi. Ao compor todo o elenco por camponeses reais da província de Bergamo, Olmi dialogou com o Neorrealismo e chamou a atenção do mundo para a diáspora italiana ao ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1978.

Já na vida real, quando nossos antepassados aqui chegaram, foram apresentados a uma região montanhosa, de mata fechada e animais selvagens, no extremo sul do Brasil. Portanto, diferentemente daqueles italianos dos centros urbanos, pioneiros do entretenimento, os colonos que subiram a Serra Gaúcha não tinham como prioridade o cinema e o lazer. Ao contrário, o único objetivo era sobreviver.

Lembro do relato, para o meu documentário Pra ficar na História (2016), da historiadora da UCS – Universidade de Caxias do Sul – Loraines Slomp Giron, uma das primeiras a pesquisar e escrever sobre os imigrantes italianos na Serra Gaúcha, quando ela comenta, em uma conversa com o personagem principal do filme, o Luiz Henrique Fitarelli, que “ninguém se interessa pela história dos pobres e os imigrantes italianos que chegaram no Brasil, eram, na sua época, apenas miseráveis desgarrados, sem pátria, sem terras e sem posses”. Essa afirmação da professora e pesquisadora de Caxias do Sul ajuda a explicar um pouco o que pretendo contextualizar a seguir[1].

É facilmente perceptível que a produção de obras audiovisuais com temática acerca da imigração italiana e/ou que se utilizam das paisagens da Serra Gaúcha, é intensificada por volta, apenas, dos anos 2000. Antes dos anos 1990, por exemplo, a produção pode ser considerada tão efêmera ao ponto de conseguirmos citar apenas algumas poucas obras como, por exemplo, o curta-metragem As colônias italianas do Rio Grande do Sul (1975), de Antonio Carlos Textor, além de filmagens domésticas como aquelas realizadas por Oscar Boz, nos anos 1950, as quais renderam, em 2003, devido justamente à raridade de tais imagens, um curta-metragem homônimo dirigido por Jorge Furtado. A já citada Leopoldis-Som, conhecida pela realização de inúmeros cinejornais que revelam a sociedade e as cidades gaúchas ao longo da primeira metade do século XX, produziu um documentário sobre a Festa da Uva, em 1937. Inclusive, este foi o primeiro registro sonoro realizado no Estado. Além disso, é bem possível que existam inúmeros outros registros domésticos perdidos, destruídos ou até desconhecidos.

 Eu mesmo, dirigi meu primeiro curta-metragem na Serra Gaúcha, apenas em 2008. Rio das Antas – Vale da Fé, foi um episódio da série Na Trilha dos Rios, realizada para a RBS TV. A partir de então, entretanto, foram 13 obras entre curtas-metragens, séries de TV e um documentário longa-metragem, o qual nasceu como um projeto de curta-metragem para a mesma RBS TV e se ampliou a partir da parceria com a Globo Filmes e Globo News. Esse fenômeno pessoal ajuda a ilustrar um pouco a relação da Serra com a produção audiovisual. Por isso, se num primeiro momento a dificuldade é citar títulos anteriores aos anos 1990, num segundo momento, a quantidade de obras é tão vasta que um texto de 3000 palavras, como este, não é suficiente para elencar todos os inúmeros títulos realizados na região a partir da virada do século. E, para tal fenômeno, existe uma explicação.

Acontece que a relação entre a preservação do patrimônio arquitetônico, que faz parte também do que chamamos “paisagem da Serra Gaúcha”, e o resgate da história e da memória local, são elementos cruciais para a viabilidade turística que ganhou força, especialmente, a partir dos anos 1990. Foi o turismo, por uma necessidade de negócio, que ajudou a salvar a história dos colonos italianos. História a qual, por causa da vergonha do passado miserável, era preciso apagar da memória. Portanto, tal sentimento incentivou e justificou a destruição de milhares de documentos e fotografias dos imigrantes, bem como, contribuiu para com a demolição das primeiras construções dos italianos que aqui chegaram e, até, o esquecimento forçado do próprio dialeto vêneto. No entanto, quando as pessoas ligadas à produção vitivinícola perceberam que os turistas não se deslocariam para a região apenas para comprar uma garrafa de vinho, mas o que os atraia – e atrairia cada vez mais – era ver as velhas casas de pedra e de madeira erguidas na paisagem montanhosa da Serra, o jeito do descendente italiano falar, as comunidades rurais onde o passado parecia ter estacionado no tempo, ficou claro que o diferencial da região não era apenas a qualidade do bom vinho local mas, sobretudo, justamente aquilo que os descendentes tentaram apagar e destruir com a máxima força e rapidez possível ao longo das últimas décadas. O vinho, o turista poderia comprar em qualquer supermercado do centro do país, mas a experiência de viver um pouco daquela história, somente deslocando-se para a região da Serra Gaúcha.

Se dependesse apenas do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional –, que apesar do excelente trabalho, sempre esbarrou nas limitações orçamentárias, o processo de preservação não teria sido tão eficaz. Portanto, a percepção de que o sucesso econômico do turismo local estaria diretamente associado à preservação do patrimônio histórico-social contribuiu para com a desaceleração desse processo de destruição enquanto que, paralelamente, promoveu o inicio de um trabalho de resgate de todo o universo do imigrante italiano. É bem verdade, também, que o turismo patrocinou heresias em nome dessa “italianização” muitas vezes exagerada, mas foi essa conscientização, pelo bem e pelo mal, que despertou o interesse das produtoras em filmar as paisagens serranas inaugurando, assim, um circulo virtuoso que aproximou o turismo e a produção audiovisual. Esse processo, o qual se intensificou a partir dos anos 2000, teve início nos anos 1980, com o projeto de modernização e qualificação do vinho da região mas, também, com a realização do filme O Quatrilho, em 1995.

Para que o projeto vitivinícola do Vale dos Vinhedos – primeira Região de Denominação para o vinho brasileiro – surtisse efeito, além de melhorar a qualidade da bebida, era preciso também preservar a memória dos imigrantes, pois um conceito estava diretamente relacionado ao outro. No entanto, devido ao rápido processo de apagamento da memória, mais do que resgatar, era preciso salvar essa história. Um dado que ajuda a reforçar tal afirmação vem da própria UCS. Apesar da relação direta da instituição com a história da Serra Gaúcha, as primeiras pesquisas acadêmicas sobre a imigração italiana, ainda de forma incipiente, começaram apenas no final da década de 1970. Ou seja, até esse momento muita coisa já havia se perdido. O projeto ECIRS – Elementos Culturais da Imigração Italiana no Nordeste do Rio Grande do Sul, iniciado 1978 junto à UCS a partir de pesquisadores como Cleodes Maria Piazza, José Clemente Pozzenato e do fotógrafo Aldo Toniazzo, foi determinante para a preservação dos bens e valores culturais das comunidades rurais da região.

Os registros fotográfico, oral e videográfico do ECIRS, inclusive, fundamentaram a pesquisa da produção d’O Quatrilho, filme dirigido por Fábio Barreto a partir do livro homônimo de José Clemente Pozzenato. Essa obra se mostrou essencial no processo de reconhecimento dos valores culturais dos imigrantes italianos e, consequentemente, ponto de virada determinante naquele momento decisivo para a Serra Gaúcha. As filmagens mobilizaram várias cidades como Carlos Barbosa, Garibaldi, Bento Gonçalves, Farroupilha, Caxias do Sul, Antônio Prado as quais, de repente, passaram a receber artistas até então vistos apenas na televisão. Sem dúvida, isso despertou até o mais cético dos “gringos” para o fato de que havia alguma coisa na sua cidade – e naquela história – que merecia melhor atenção.

O Quatrilho é um dos filmes da chamada “Retomada do Cinema Brasileiro”, uma espécie de renascimento da produção nacional que ocorreu alguns anos após o Presidente Fernando Collor de Melo ter extinguido a EMBRAFILME – Empresa Brasileira de Filmes, praticamente aniquilando o setor cinematográfico brasileiro. A título de registro, é irônico pensar que exatamente no mesmo momento quando esse texto foi escrito, o Presidente Jair Bolsonaro atacava a ANCINE – Agência Nacional do Cinema Brasileiro, entidade que veio a ser criada após a “Retomada” e, desde então, passou a regular e incentivar a produção audiovisual nacional. Segundo o site da ANCINE, O Quatrilho fez uma bilheteria de 1.117,754 espectadores, gerou muita publicidade, teve veiculação televisiva, foi distribuído para o mercado de Home Video e foi indicado ao OSCAR de Melhor Filmes Estrangeiro em 1996. Não levou o tão esperado prêmio, mas a partir dessa experiência tudo mudou. Não apenas pelo retorno de imagem do filme, mas também porque o próprio mercado de cinema e televisão sofreu uma transformação radical com a chegada das novas tecnologias digitais as quais contribuíram, decisivamente, para com o aumento da produção, bem como proliferação das janelas de recepção de uma produção cada vez mais pujante. Esse fenômeno foi mundial mas, especificamente no Brasil, coincidiu com o desenvolvimento de uma política de incentivo à produção audiovisual estável e relativamente constante mantida pela ANCINE.

No Rio Grande do Sul, particularmente, também contamos com a experiência do Núcleo de Especiais da RBS TV o qual, ao longo de 15 anos, desde 1999, ajudou a viabilizar inúmeros projetos de curtas-metragens. Muitos foram filmados na região. Para se ter uma ideia, desde o primeiro programa realizado na Serra Gaúcha, Mundo Grande do Sul – Viagem à Terra da Fartura (2001), de João Guilherme Barone, passando por Brasile – 180 anos da Imigração Italiana (2005), de André Constantin, Sapore d’Italia (2011), a primeira série de ficção da RBS TV – e do Rio Grande do Sul – a ser filmada no exterior, dirigida por mim e pelo Rafael Ferretti em mais de 20 cidades entre a Serra Gaúcha e a Região do Vêneto, na Itália, até o último programa gravado na região, em 2012, Se milagres desejais, de Andre Constantin e Nivaldo Pereira, foram, segundo Gilberto Perin e Alice Urbin – responsáveis pelo Núcleo de Especiais – 21 programas produzidos e exibidos aos gaúchos, aos sábados à tarde, após o tradicional Jornal do Almoço. Tal projeto, além de mobilizar a economia das cidades onde as histórias se passavam, também contribuía para com um sentimento regional de valorização da própria cultura.

Então, durante esse período de pujança do audiovisual brasileiro – e gaúcho – inúmeras produções procuraram as prefeituras da Serra Gaúcha como parceiras. Não por acaso, a primeira Film Commission do Rio Grande do Sul – um órgão que existe em várias cidades, estados e países do mundo para receber e facilitar as produções audiovisuais – foi criada em Bento Gonçalves pela então Secretária do Turismo, Ivane Fávero. Tal iniciativa foi repetida também em Garibaldi e, essas duas Film Commissions foram responsáveis, desde então, por capitalizarem inúmeros projetos. Para citar apenas alguns, os longas-metragens Real Beleza (2013) e Saneamento Básico (2007), filmados em Bento Gonçalves, Santa Tereza e Monte Bello, além da série da Globo, Decamerão, a Comédia dos Sexos (2009), gravada em Garibaldi, todos os três dirigidos por Jorge Furtado. Segundo dados das próprias Film Commissions, além destas produções da Casa de Cinema de Porto Alegre, também vale destacar os longas-metragens O céu sobre mim(2012), uma produção da produtora caxiense Spaghetti Filmes, com direção do italiano Gian Vittorio Baldi; A Oeste do Fim do Mundo(2012), de Paulo Nascimento; Os Senhores da Guerra (2012), de Tabajara Ruas e O Filme da Minha Vida (2017), de Selton Mello. A paisagem e as características culturais da Serra Gaúcha também estiveram presentes em novelas, reportagens, comerciais de TV, DVDs como, por exemplo, o programa Estrelas, da TV Globo, gravado em 2017; o documentário Nas trilhas da imigração italiana, gravado em 2017, pela RAI italiana, a novela da Globo, Tempo de Amar, também de 2017; o comercial de Natal da Coca-Cola, de 2015; a novela Além do Tempo, também da Globo, gravada em 2015 e o DVD Chitãozinho & Xororó – Ao vivo em Garibaldi, dirigido por Paulo Nascimento e Gilberto Perin, ainda em 2003, muito antes da implantação da Film Commission, o qual vendeu mais de 40 mil cópias. Ali perto, a pequena cidade de Cotiporã serviu de locação para Os famosos e os duendes da morte (2009), longa-metragem de Esmir Filho, o qual foi filmado também em outras cidades da região, além do documentário Morro do Céu (2009) e do longa-metragem de ficção Os Dragões (2018), ambos de Gustavo Spolidoro. Para fugirmos um pouco da chamada Região da Uva e do Vinho, vale lembrar que Perin e Gustavo Fogaça dirigiram o DVD, Casa da Bossa – Especial Tom Jobim, produção que levou para Canela, em 2005, uma constelação de artistas da Música Popular Brasileira. Importante destacar, também, a inédita experiência ocorrida a partir de 2006, em Flores da Cunha, através de um programa da cidade com a Comunidade Europeia o qual viabilizou, financeiramente, a realização de 10 curtas-metragens sobre a valorização da identidade cultural e turística dos territórios colonizados por italianos na América Latina. Temáticas ligadas às heranças da imigração como a safra da uva, cotidiano das colônias, religiosidade, produção do vinho, dialeto, gastronomia, papel das mulheres, foram abordadas pelas produções locais que tiveram como coordenador – e diretor de alguns curtas-metragens – o realizador Juliano Carpeggiani.

Nem todas produções gravadas na Serra abordaram, diretamente, a história dos imigrantes italianos. Mesmo assim, o simples fato de as obras registrarem a paisagem – natureza, construções, pessoas e seus sotaques – já é, em si, um ato de preservação da memória. Assim, todas essas produções, e tantas outras impossíveis de listar nesse texto, contribuíram para com a divulgação da Serra Gaúcha. Não por acaso, as duas Film Commissions criadas na região nasceram de dentro das Secretarias de Turismo mas poderiam, também – e em muitos lugares do mundo é o que ocorre – terem sido alocadas junto às Secretarias de Indústria e Comércio pois, como já citado anteriormente, a economia dos municípios onde ocorre uma filmagem ganha muito com a chamada Indústria Criativa. Uma produção artística sempre demanda fornecedores como hotéis, para receber as equipes; restaurantes e/ou supermercados, para suprir a alimentação; postos de gasolina, para abastecer caminhões, carros e vans envolvidos nas filmagens, além de material de ferragem e marcenaria para cenários e costureiras para os figurinos. Tudo isso significa receita que permanece nas comunidades e incrementa a economia local. Tudo isso gera empregos, paga impostos e é necessário para que aquela obra artística, vista no cinema e na televisão, possa sair do roteiro e acontecer, através do trabalho exaustivo de milhares de profissionais de inúmeras áreas.

Mas, mais do que a chamada economia direta, essas produções também influenciam corações e mentes, ao mesmo tempo que divertem, educam, provocam reflexão, informam, valorizam e divulgam as regiões e culturas, além de contribuir para com a preservação da memória dos povos. E aqui percebemos o quanto isso é importante para a própria economia. Os Estados Unidos, sempre uma referência para nós, brasileiros, aprenderam desde cedo a importância do cinema e influenciaram o mundo, ao longo de todo o século passado, através das produções de Hollywood. A França, por outro viés, tem no cinema uma das suas principais ferramentas de integração cultural. Enquanto isso, Espanha, Canadá, Reino Unido, Japão, Argentina,  para citarmos apenas alguns países, vêm aumentando consideravelmente os incentivos para o desenvolvimento de suas indústrias do entretenimento e da cultura. Portanto, os países que investirem no audiovisual e suas inúmeras ramificações, certamente terão mais chances de não apenas sobreviverem ao futuro mas, principalmente, de se afirmarem culturalmente perante as demandas apontadas para as próximas décadas. Resta ao Brasil perceber aquilo que a Serra Gaúcha já descobriu. No final, parece que os italianos que vieram para o Estado com uma mão na frente e outra atrás também carregavam, no seu sangue, o DNA do entretenimento como negócio.

* Ivanir Migotto (nome artístico, Boca Migotto) é formado em Publicidade e Propaganda e estudou cinema na Saint Martins College, em Londres. É Especialista em Cinema e Mestre em Comunicação pela Unisinos, onde também foi professor e coordenador-adjunto do Cursos de Realização Audiovisual, além de atuar nos Cursos de Jornalismo e Comunicação Digital. Também foi professor no Curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Cenecista de Bento Gonçalves, onde coordenou o Núcleo de Produção Audiovisual e o Curso de Extensão É tutto vero. Está no último ano do Doutorado em Comunicação na UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Nouvelle Sorbonne – Paris 3. Como realizador, dirigiu e roteirizou mais de 20 curtas-metragens em ficção e documentário, além de séries de TV, comerciais e videoclipes. Os documentários longas-metragens Filme Sobre um Bom Fim (2015), Pra ficar na história (2008) e Já vimos esse filme (2018) são seus principais trabalhos. Atualmente, realiza seu quinto longa-metragem, sobre o Cinema Gaúcho pós-década de 1970, paralelamente à Tese de Doutorado.

BIBLIOGRAFIA

Brasil e Itália em tempo de cinema – RECINE – Revista do Festival Internacional de Cinema de Arquivo – Ano 8 – Número 8 – Arquivo Nacional – Novembro de 2011. Acessado em Agosto/2019 em: https://imigracaohistoricablog.files.wordpress.com/2016/12/brasil-e-italia-em-tempo-de-cinema-recine.pdf

CECÍLIA CORRÊA, Ricardo. O Acervo Leopoldis-Som. Trabalho de Conclusão de Curso – UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, 2013. Acessado em Agosto/2019 em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/88679

ZANIN, Luis Fernando Zanin Oricchio. A Presença Italiana no Cinema Brasileiro. Cinema Cultura & Afins, 18 de junho de 2017. Acessado em Agosto/2019 em: https://luizzanin7.wordpress.com/2017/06/18/presenca-italiana-no-cinema-brasileiro/

Site Casa de Cinema de Porto Alegre. Acessado em Agosto/2019 em: http://www.casacinepoa.com.br/

Site UCS – Universidade de Caxias do Sul/ ECIRS – Elementos Culturais da Imigração Italiana no Nordeste do Rio Grande do Sul. Acessado em Agosto/2019 em: https://www.ucs.br/site/instituto-memoria-historica-e-cultural/ecirs/

Site Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual – ANCINE – Agencia Nacional do Cinema. Acessado em Agosto/2019 em: https://oca.ancine.gov.br/

Sobre as produções citadas, as relações das obras e informações sobre as produções vieram do contato direto com as seguintes fontes (não sei como citá-las segundo ABNT):

– Gilberto Perin – ex-Coordenador do Núcleo de Especiais da RBS TV (ele não trabalha mais na RBS, então é um contato direto com ele e não com a empresa)

– Juliano Carpeggiani – ex-Coordenador do Núcleo de Produção Audiovisual de Flores da Cunha.

– Film Commission de Bento Gonçalves – RS

– Film Commission de Garibaldi – RS

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