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52º Festival de Cinema de Gramado - Sessão Infantil Abá e sua Banda | Foto: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto

CRÍTICA | Gramado em mês de agosto por Dario Pontes

Chega agosto e uma imagem vai tomando forma na tela da cabeça. Um belo gramado na serra, povoado com gente bonita elegante sincera e muitos filmes novos. Um festival de filmes … o Festival de Cinema de Gramado, ora pois.

Cheguei achar que não ia aontecer por conta do evento climático avassalador no estado, com aeroporto fechado na capital. Ledo engano. A rede de aeroportos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, associada à malha rodoviária da Serra Gaúcha e seu entorno, junto a uma grande vontade de fazer acontecer a tradição. E ela acontece. Taí. Promete ser histórico. Começa hoje. E eu já estou aqui desde as 7h da matina, tentando aproveitar de cabo a rabo.

A ideia é curtir o festival e pincelar nessa telinha várias letrinhas, palavras, frases, parágrafos … transmutar em texto o que é luz cor som e fúria, os filmes. Claro que é impossível, mas a gente sempre pode tentar, inventar, fazer.

Escrever sobre um filme é uma maneira de continuar assistindo a ele, perpetuando-o num lupin cíclico, que não acaba, volta a seu ponto de origem e recomeça. Afinal, um filme, antes de ter sido filmado, foi escrito. Foi um texto, e antes deste, uma ideia. A ideia é o ponto do recomeço. Pois, voltemos a ela.

A ideia é escrever para a Rede Sina uma série de textículos sobre Gramado, seus filmes, histórias e personagens. Sem pretensão de ser crítica cinematográfica e, já sendo, visto que a obsessão de comentar e escrever sobre o vivido conta dessa necessidade de permanência e recomeço que exige um “olhar crítico” sobre esse algo vivenciado. Ao mesmo tempo, revela o estado crítico deste ser que não suporta terminar, e recomeça a ideia.

Pois, a ideia é escrever. Mas as ideias são seres replicantes, que se multiplicam como larvas. Mutantes. A ideia da escrita se transmuta em vídeo. Em pequenos vídeo-larvas que se entremeiam a falas e textos também larvais. No terreno frio e fértil de Gramado, o que conseguiremos ?

O mais certo é que 52° Festival de Cinema de Gramado promete. E não é pouco. Vejamos.
Para hoje, 09 de agosto, só de aberturas já teremos três eventos. A Abertura Oficial que acontece tradicionalmente na Sociedade Recreio Gramadense às 16h. A Abertura do não menos tradicional Tapete Vermelho na Rua Coberta às 17h.
E na Sessão de Abertura vai ter MOTEL DESTINO, novo longa de Karim Aïnouz. Expectativa em altíssima voltagem.

Amanhã, no site do Festival, vai rolar a Mostra Sedac de Cinema Acessível, com filmes incríveis. Já pela manhã na Sociedade Recreio Gramadense começam as conexões do Gramado Film Market, com Mostra de Games, e os Painéis (Ecossistemas Audiovisuais, EBC, Ancine e Cota de Tela). Às 10h tem o debate com a equipe do filme de abertura.

Às 13h a maratona segue no Palácio dos Festivais com a Mostra dos Curtas Gaúchos. Às 18h, o primeiro longa brasileiro da Mostra Competitiva, O CLUBE DAS MULHERES DE NEGÓCIOS de Anna Muylaert, a entrega do Troféu Oscarito a Matheus Nachtergaele, e o lançamento da série CIDADE DE DEUS – A LUTA NÃO PARA, de Aly Muritiba. E é só o segundo dia.

Pelos próximos nove dias, o festival segue prometendo incontáveis emoções.

Eu sou Dario Pontes, médico psiquiatra e crítico de cinema bissexto. E a partir de hoje vamos estar aqui, junto a equipe Rede Sina, comentando, criticando, aprovando e aproveitando tudo e algo mais. Venham conosco!

 

DARIO PONTES

Crítico. Especialista em Cinema pela Fundação Getúlio Vargas. Médico psiquiatra e psicanalista no Rio de Janeiro. Paraibano de Campina Grande radicado há 36 anos no Rio.

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