Rede Sina https://redesina.com.br/ Comunicação fora do padrão Thu, 11 Apr 2024 13:35:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://redesina.com.br/wp-content/uploads/2016/02/cropped-LOGO-SINA-V4-01-32x32.jpg Rede Sina https://redesina.com.br/ 32 32 Sandro Cartier levará sua música autoral para palcos da capital e de Santa Maria https://redesina.com.br/sandro-cartier-suas-musicas-e-shows-na-capital-e-santa-maria/ https://redesina.com.br/sandro-cartier-suas-musicas-e-shows-na-capital-e-santa-maria/#respond Thu, 11 Apr 2024 13:12:13 +0000 https://redesina.com.br/?p=121025 Bacharel em percussão pela Universidade Federal de Santa Maria, Mestre e Doutor em Educação pela Universidade de Passo Fundo, onde ajudou a criar o curso de percussão por lá, ao longo dos anos Sandro Cartier participou de inúmeros encontros por diversas cidades brasileiras, dos Estados Unidos e da Europa. Nessas andanças, participou de conversas, workshops, …

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Foto: Ronald Mendes

Bacharel em percussão pela Universidade Federal de Santa Maria, Mestre e Doutor em Educação pela Universidade de Passo Fundo, onde ajudou a criar o curso de percussão por lá, ao longo dos anos Sandro Cartier participou de inúmeros encontros por diversas cidades brasileiras, dos Estados Unidos e da Europa. Nessas andanças, participou de conversas, workshops, ministrou cursos, disseminou seu ofício e se apresentou em universidades, auditórios, casas de espetáculo e espaços populares, muitas vezes dividindo o palco com músicos de renome internacional. Entre seus feitos, também fez trilhas-sonoras para peças teatrais e para a TV, como o programa Mundo da Leitura (parceria entre o Canal Futura e UPF), laureado em vários prêmios estaduais e nacionais, entre eles, o troféu Açorianos de Literatura e três Galgos de Ouro no Gramado Cine Vídeo. Como percussionista colaborou em trabalhos de bandas e músicos nativistas como César Passarinho, Luiz Carlos Borges, Luiz Marenco, Pirisca Grecco, Joca Martins; além de tantos outros artistas nos mais diversos gêneros, nomes como Zé Caradípia, Estado das Coisas, The Hard Working Band, Ney Rosauro, entre tantos.

Só pela vida acadêmica e pela atuação musical já mereceria nossa atenção, mas Cartier vai além. Ele também lançou três livros infantis, sempre alçando a música e os instrumentos de percussão como mote para instruir jovens e estudantes. Além disso, o músico capitaneou diversas ações sociais gratuitas, utilizando a percussão em suas mais diversas formas, percutindo um despertar para o labor musical na garotada das periferias gaúchas. Nessa seara, o destaque fica por conta de O tambor Vai a Escola, projeto que leva curiosidades sobre o processo de composição de seus livros infantis até instituições públicas de ensino periféricas ou de difícil acesso. Para isso, durante o período pandêmico — com a ajuda do pai —, customizou uma Kombi e transformou-a em motorhome, criando um projeto itinerante que já passou por diversas cidades. Assim, busca conhecer lugares, pessoas, atores fora do círculo do mainstream, forjando uma reconexão com a diversidade das coisas e do mundo ao seu redor.

Foto:  Ronald Mendes

NOVA ETAPA EM SUA CARREIRA

À sombra de uma maturidade artística, aos 56 anos, Sandro Cartier resolveu partir para o autodesafio de abrir uma nova janela nessa trajetória. Apesar da estranheza de muitos em enxergarem o músico como um violonista – o violambau, instrumento híbrido de violão e berimbau, construído por ele –  assim como o próprio violão, sempre estiveram presentes em suas atuações. Ao longo dos últimos anos, compôs canções com espírito pop, soltou a voz e jogou luz no violão. Alguns desses temas contém parcerias com letristas importantes da música feita no Rio Grande do Sul: Tulio Urach, Bianca Bergman, Carlos Omar Villela Gomes, Juca Moraes e Jaime Brum Carlos. O primeiro single, “Rosa Amarela”, previsto para chegar às plataformas de streaming no próximo dia 1º de maio, é uma composição com letra inédita de Luiz Coronel, um nome que dispensa apresentações. Além de cantar, tocar vários instrumentos, arranjar e fazer programações, “Rosa Amarela” traz participações de Guto Wirtti (baixo) e João Vitor Cembranel (piano). No segundo semestre, Sandro Cartier pretende lançar um EP com mais quatro canções, temas que antecipam um futuro álbum a ser lançado em 2025.

Foto: Guto Albuquerque
Contudo, antes de colocarmos a mão nesse conjunto de músicas autorais, teremos chances de ouvi-las ao vivo em uma série de apresentações em Porto Alegre, a começar pelo show Tudo ao seu tempo, que acontece no dia 8 de maio na Sala Álvaro Moreyra (Av. Érico Veríssimo, 307 – Azenha), espaço localizado no Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues. Cartier e sua banda também tem shows aprovados em outros dois editais: Teatro de Câmara Túlio Piva (com data a ser definida ainda para o primeiro semestre), além da Casa de Cultura Mario Quintana (em 20 de julho). Em Santa Maria, sua cidade natal, o músico fará apresentação no Auditório da Cesma (em data a ser anunciada). Ao longo das próximas semanas o músico informará o serviço e o calendário completo de shows.
Foto: Guto Albuquerque
Tudo a seu tempo traz no setlist o resultado da maturidade de um artista que há mais de 30 anos é conhecido e reconhecido como percussionista, mas que aqui retorna a matriz de compositor, violonista e cantautor. As composições de Cartier são moldadas em poemas, melodias e parcerias, transpondo para o violão sua bagagem percussiva e rítmica. As relações dos ritmos são sincrônicas com o universo da música pop, que mesmo transitando pelo popular, traz refinamento e uma rara riqueza musical. Além de Sandro Cartier (voz e violão), Arthur Reckelberg (baixo), João Vitor Cembranel (teclados) e Arnildo Pedroso forjam a banda que o acompanha nos palcos.

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Documentário sobre Boate do DCE será lançado nesta quinta-feira https://redesina.com.br/documentario-sobre-boate-do-dce-sera-lancado-nesta-quinta-feira/ https://redesina.com.br/documentario-sobre-boate-do-dce-sera-lancado-nesta-quinta-feira/#respond Wed, 10 Apr 2024 05:46:13 +0000 https://redesina.com.br/?p=121017 O lançamento de “Clube Universitário – A Boate do DCE”, seguido de debate, será no dia 11 de abril, às 19h, no Auditório da Cesma (Rua Professor Braga, 55). A entrada é gratuita. A Boate do DCE está no imaginário de milhares de pessoas que, sendo estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ou …

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O lançamento de “Clube Universitário – A Boate do DCE”, seguido de debate, será no dia 11 de abril, às 19h, no Auditório da Cesma (Rua Professor Braga, 55). A entrada é gratuita.

A Boate do DCE está no imaginário de milhares de pessoas que, sendo estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ou não, encontraram neste lugar uma amálgama de liberdade, convivência, paixões, contestação política e muita música boa. O documentário em curta-metragem “Clube Universitário – A Boate do DCE”, produzido e dirigido pelo designer gráfico Luciano Ribas, traz de volta a cor, o clima e o cheiro de um “lugar do caralho” com depoimentos e fotos de arquivo de pessoas que viveram e conviveram com este local histórico, em diferentes momentos, durante mais 30 anos.

“Esse documentário é sobre afetos, sobre um tempo e um lugar compartilhados por muita gente. E também é uma provocação, pois o resgate e a preservação dessa memória são urgentes. Mais de quarenta anos de histórias não podem ser apagados pela omissão de quem os viveu”, explica Luciano Ribas.

Com depoimentos reais, “Clube Universitário – A Boate do DCE” se concentra entre a conformação da Boate do DCE, na primeira metade dos anos 80, e os anos 90. Mas, também, faz referência aos anos anteriores, quando tinha um funcionamento esporádico, e ao fechamento da boate, em 2013.

Entre as vozes que remontam a história, estão o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta; Magrão, que atuou como DJ da Boate do DCE; Mauren Pacheco, que foi coordenadora do DCE da UFSM; o professor historiador Diorge Konrad; Alex Monaiar, que era presidente do DCE em 2013, quando a boate foi fechada; entre outras pessoas que tiveram envolvimento com a boate durante o passar dos anos.

Luciano Ribas explica que o recorte histórico entre 1983 e 2013 se deu porque foram os anos durante os quais a arrecadação da Boate ajudou a fazer do DCE a entidade mais importante de Santa Maria. O fim da Boate teve um impacto evidente, ao lado de outros fatores, em um certo refluxo do movimento estudantil em Santa Maria.

“O documentário é “pessoal e intransferível”, pois quase tudo o que aconteceu de importante durante a minha adolescência e juventude está ligado à Boate do DCE, onde fui o que hoje se chama de DJ entre 1990 e 1991 e entre 1992 e 1994, e/ou à entidade, da qual fui coordenador e secretário geral, entre o final de 1992 e 1994”, conclui.

Para entrar no clima, ou mesmo relembrar aquela energia, Ribas criou uma playlist no Spotify com músicas que ele costumava tocar quando animava as noites de DCE nos anos 1990.

Para acessar a playlist: https://spoti.fi/4auMyf9

O documentário “Clube Universitário – A Boate do DCE” é um projeto realizado com recursos da Lei nº 14.017/2020”, com apoio da Secretaria de Cultura / Prefeitura de Santa Maria e do Ministério da Cultura / Governo Federal.

 

SERVIÇO

O QUÊ? Lançamento do documentário “Clube Universitário – A Boate do DCE”

QUANDO? Quinta-feira, 11 de abril de 2024, às 19h

ONDE? Auditório da Cesma (Rua Prof. Braga, 55)

QUANTO? De graça

 

Sinopse

Por mais de 30 anos, existiu, no subsolo da casa do Estudante Universitário I, da Universidade Federal de Santa Maria, um espaço de lazer, música, contestação, convivência e efervescência cultural e política conhecido como Boate do DCE. Único, sem igual, diferente de tudo, mágico. Um lugar do caralho, como ficou conhecido pela última geração que o frequentou.

Ficha técnica

Argumento, roteiro, direção e montagem: Luciano do Monte Ribas

Produção: Luciano do Monte Ribas e Wilson Machado Júnior

Imagens e fotografia: Marcos Borba e Rafael Rigon

Drone: Alexandre Pergher

Imagens enviadas e adicionais: Cacá Martins, Diorge Konrad, Elis Morais, Fernando Pigatto, Luciano do Monte Ribas, Mauren Pacheco, Sérgio Kapron

Som direto: Luciano do Monte Ribas, Marcos Borba, Rafael Rigon

Finalização: Finish / Evandro Rigon

Consultoria de roteiro e de direção: Luiz Alberto Cassol

Design gráfico: Luciano do Monte Ribas

Trilha sonora composta: Duca Duarte

Trilha sonora punk rock: You Can’t Fail – Density & Time

Fotografias: Arquivo da UFSM; arquivos pessoais: Cristina Strohschoen do Santos, Luciano do Monte Ribas; fotografias obtidas nas páginas do Facebook “Fotos da antiga Boate do DCE” e “Resistência”

Trechos de clipes musicais reproduzidos do YouTube

Agradecimentos: Cassio Corbelini, Clayton Hillig, Cristina Strohschoen do Santos, DCE-UFSM, Finish, PRAE-UFSM, Quati Gelato & Baguete, Raquel Correa, Rose Carneiro, TV OVO.

Texto e assessoria de comunicação: Rodrigo Ricordi

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“Cartas de Felippe” documentário sobre poeta Felippe D’Oliveira é lançado nesta quarta-feira https://redesina.com.br/cartas-de-felippe-documentario-sobre-poeta-felippe-doliveira-e-lancado-nesta-quarta-feira/ https://redesina.com.br/cartas-de-felippe-documentario-sobre-poeta-felippe-doliveira-e-lancado-nesta-quarta-feira/#respond Wed, 10 Apr 2024 05:38:54 +0000 https://redesina.com.br/?p=121014 A arte e a política na vida do poeta santa-mariense Felippe D’Oliveira são abordadas no novo documentário da TV OVO. O filme ‘Cartas de Felippe’ será lançado na próxima quarta-feira (10/04), às 19h, no retorno das atividades de 2024 do Cineclube da Boca, que ocorre no auditório do prédio 67 da Universidade Federal de Santa Maria. Com direção …

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A arte e a política na vida do poeta santa-mariense Felippe D’Oliveira são abordadas no novo documentário da TV OVO. O filme ‘Cartas de Felippe’ será lançado na próxima quarta-feira (10/04), às 19h, no retorno das atividades de 2024 do Cineclube da Boca, que ocorre no auditório do prédio 67 da Universidade Federal de Santa Maria.

Com direção de Marcos Borba, o documentário recupera parte da trajetória do santa-mariense que participou ativamente da articulação da revolução de 1930.

“Durante as entrevistas, foi muito interessante descobrir que um poeta nascido aqui, em Santa Maria, participou de um momento decisivo para a história do país. Além de ter uma obra literária importante, a atuação dele também foi política, por isso que essa história nos pegou tão forte. Felippe não foi um grande revolucionário, mas ele esteve ao lado daqueles que fizeram a mudança do país em uma determinada época, saindo de um país agrário, com uma herança colonial, para um país mais moderno,  com todas as contradições do período, mas diferente daquele Brasil escravocrata”, analisa Borba.

O documentário conta com depoimentos dos professores e pesquisadores Pedro Brum dos Santos e Lucas da Cunha Zamberlan, que têm se dedicado a estudar o poeta nascido em Santa Maria. Também traz uma entrevista com o escritor e jornalista Juremir Machado, profundo conhecedor da história de Getúlio Vargas, e autor do livro “1930: Águas da revolução”, que trata sobre esse fragmento da história retratado na narrativa do documentário.

“Cartas de Felippe” agrega às celebrações da memória, biografia e obra literária do poeta ao compor o calendário cultural da cidade em 2024. Ainda no primeiro semestre, durante a Feira do Livro de Santa Maria, serão lançadas as obras completas de Felippe em uma nova edição completamente revisitada, organizada por Lígia Militz da Costa, Maria Eunice Moreira e Pedro Brum dos Santos. O calendário também será marcado pela publicação inédita da biografia ‘Felippe D’Oliveira: o poeta da Lanterna Verde’, escrita por Brum e Zamberlan.

“As expectativas são as melhores para o lançamento do curta-metragem. O lançamento soma-se ao próprio Centenário do Lanterna Verde que vai acontecer em 2026, além de toda a discussão que existe sobre o centenário da semana da arte moderna, que foi celebrado em 2022”, comenta Zamberlan ao citar o segundo livro de poesia lançado pelo poeta em 1926.

Além dos depoimentos, o filme conta com cenas ficcionais. Quem dá vida à Felippe é o ator santa-mariense Guilherme Senna dá vida. Morando em São Paulo, Guilherme comemorou a oportunidade de voltar a Santa Maria para desenvolver o projeto que resgata a trajetória de um dos principais expoentes culturais da cidade.

“Eu acho que esse projeto tem uma relevância muito grande para fazer com que as pessoas conheçam, entendam e vejam a importância dessa figura, que poderia ter sido muito mais valorizada durante todos esses anos. Acho que esse projeto é um primeiro passo, é a ponta do iceberg do que a gente pode fazer para mostrar para a sociedade de Santa Maria e para a sociedade brasileira quem era o Felippe D’Oliveira. Trazer a potência artística que ele tem e a potência política que ele influenciou num momento de tanta importância no nosso país. Por isso, é uma honra poder ter dado vida a ele”, salienta o ator.

Finalizado no primeiro trimestre de 2024, a trilha sonora do filme ficou a cargo do músico bajeense Márcio Echeverria Gomes. Nascido na fronteira, Márcio também retoma o seu trabalho em Santa Maria, em mais uma parceria com a TV OVO, que já se estende por mais de cinco produções. Ele morou na Espanha por dois anos, onde fez mestrado em composição para meios audiovisuais, e teve seu trabalho reconhecido por diversas premiações. O compositor classifica a experiência de desenvolver a trilha sonora de ‘Cartas de Felippe’ como enriquecedora para o atual momento da sua carreira.

“Escrever a música para esse documentário representa não apenas uma oportunidade de homenagear uma personalidade importante da nossa cidade, mas também de conectar meu trabalho internacional e os estudos que realizei fora do país. Na Espanha, aprofundei meu conhecimento em orquestração e gravação de música para cinema. Aprendi a compor para a história antes da imagem. Em todas as etapas, desde a composição de um sketch no piano até a mixagem de uma gravação orquestral. Isso foi essencial para a realização desse projeto”, explica.

O processo de composição partiu de alguns pontos apresentados na narrativa e de uma conversa de Echeverria com Borba. O fator principal para a composição é o momento de tensão política que permeia a vida de Felippe desde o seu nascimento até o seu exílio em Paris.  Dessa forma, para o tema principal do Felippe, Echeverria optou por usar intervalos dissonantes. Outra vertente foi o interesse do poeta e de outros intelectuais da sua geração pela modernidade, pelo crescimento econômico do país e pelo progresso.

Essa é mais uma peça que o coletivo audiovisual acrescenta na preservação e difusão da memória santa-mariense. Há quase um ano, em 8 de maio de 2023, Santa Maria passou a se perguntar onde estaria o busto do escritor Felippe D’Oliveira. No mesmo período, o curta-metragem estava na fase de gravação, que previa registros na Praça Saldanha Marinho, junto à peça esculpida pelo escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret. Apesar do fatídico sumiço – que se estende até hoje, a TV OVO reafirma o seu compromisso constante com a valorização do legado cultural da cidade.

“Cartas de Felippe” faz parte do projeto ‘Por Onde Passa a Memória da Cidade’, aprovado na Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria (Lic/SM).

 

SERVIÇO

O quê: Lançamento de Cartas de Felippe

Onde: Cineclube da Boca – auditório do prédio 67 da UFSM

Quando: 10 de abril (quarta-feira), às 19h

Quanto: gratuito

Texto: Nathália Arantes (TV OVO)

Fotos: Alan Orlando (TV OVO)

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Sangue e Pudins por Cátia Castilho Simon https://redesina.com.br/sangue-e-pudins-por-catia-castilho-simon/ https://redesina.com.br/sangue-e-pudins-por-catia-castilho-simon/#respond Wed, 10 Apr 2024 05:28:46 +0000 https://redesina.com.br/?p=121011 Sangue e Pudins – Apresentações no Teatro Renascença até 28 de abril “Não quero saber quem sou, morro de medo” Sangue e Pudins – Fagner e Fausto Nilo Assisti na noite de 05 de abril a aguardada peça Sangue e Pudins do Luciano Alabarse. Explico. Havia comprado ingressos em janeiro, por ocasião do Porto Verão …

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Sangue e Pudins – Apresentações no Teatro Renascença até 28 de abril

“Não quero saber quem sou, morro de medo”

Sangue e Pudins – Fagner e Fausto Nilo

Assisti na noite de 05 de abril a aguardada peça Sangue e Pudins do Luciano Alabarse. Explico. Havia comprado ingressos em janeiro, por ocasião do Porto Verão Alegre. Na semana da estreia fomos surpreendidos por um temporal que alagou ruas e o teatro Renascença, inviabilizando o espetáculo nos dias seguintes. Em seguida viajei para o Canadá e, durante minha estada por lá, soube que a peça estaria em cartaz em fevereiro, lamentei porque só retornaria em meados de março. No entanto, recebo na minha chegada o folder de divulgação do Luciano. E mais, que ao final da apresentação haveria uma conversa sobre a peça com os experts Liana Tim, Francisco Marshall e Júlio Conte. Imediatamente fui comprar os ingressos, torcendo para que o tempo ajudasse dessa vez. Sim, de tanto ignorarmos as forças da natureza, ela mostra estar farta de nossa arrogância, vem e nos mostra quem é que manda.

A Matinal entrevistou o Alabarse na semana da estréia e já anunciava o conjunto de violências que permeavam o espetáculo, bem como a referência a adaptação de textos Mark Ravenhill (Shopping and Fucking) e Brontez Purnell (Johnny, você me amaria se o meu fosse maior?). No elenco estão Ângela Spiazzi (Lulu), Pingo Alabarce (Brian) e Elison Couto (Gary), Jaques Machado (Robbie) e Li Pereira (Mark), Alexei Goldenberg e Vítor Stifft (Os Querubins).

Em janeiro saiu uma bonita crônica do Túlio Milman sobre o espetáculo e a experiência de assisti-la enquanto o teatro era inundado pela torrencial chuva.

Alabarse deu uma entrevista para o Correio do Povo, em fevereiro, pois houve a retomada da exibição do espetáculo interrompido pelos estragos do temporal. Nela, revela que o título da peça surgiu enquanto ouvia a gravação de Simone da música Sangue e Pudins, do Fagner e Fausto Nilo e que há tempos não escutava. E aí quero me deter na seleção musical impecável e que equilibra com o desmantelamento da sociedade do espetáculo, linha de apoio determinante para a sociedade de consumo que nos consome.

“Não quero saber quem sou, morro de medo (…)” ouvimos pela voz aveludada da Simone como um afago que nos leva justamente na contracorrente do que entoa. Há muita coragem no desvelamento das inquietações e tormentos das personagens. A perversidade de uma sociedade sustentada por autoflagelos e massacres indiscriminados de outros, dos que são considerados abaixo do humano.

O cenário em um misto de luxo, pobreza e ostentação dão conta dos artifícios humanos e materiais que nos paralisam. Muito dinheiro, muitas mercadorias, muitos traumas e submissão ao status quo.

Ao final, Luciano na conversa com seus convidados nos diz das molduras que compõem o cenário, que por serem artificiais, revelam verdades. Tal afirmação, na forma de raio, me remete ao que Walter Benjamin escreveu sobre Baudelaire inquirindo-nos quanto ao valor da ‘ilusão útil’, citando-o: “Prefiro olhar alguns cenários de teatro, nos quais encontro tratados habilmente em trágica concisão, os meus mais caros sonhos. Estas coisas porquanto absolutamente falsas, estão por isso mesmo infinitamente mais próximas da verdade; nossos pintores paisagistas, ao contrário, são em sua grande parte mentirosos porque descuidam de mentir”(1991: W Benjamin, vol 3, pag 143). Enfim, a peça não se esgota no palco, é corajosa, instigante, nos moldes do irreverente dramaturgo e diretor de teatro, Luciano Alabarse.

Não percam, às sextas-feiras com convidados e um ótimo bate-papo após o espetáculo. Elenco afinadíssimo com o texto, um espetáculo que nos desacomoda como deve ser a melhor arte.

 

Cátia Castilho Simon

Doutora em estudos da literatura brasileira, portuguesa e luso-africanas/UFRGS

e escritora.

 

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30/03: CESMA reestreia seu auditório com show nacional da Hurricanes https://redesina.com.br/30-03-cesma-reestreia-seu-auditorio-com-show-naciona-da-hurricanes/ https://redesina.com.br/30-03-cesma-reestreia-seu-auditorio-com-show-naciona-da-hurricanes/#respond Thu, 21 Mar 2024 16:33:30 +0000 https://redesina.com.br/?p=120994 Arte sobre foto de Adriana Moraes por Diego De Grandi | Por Elmo Köhn | A Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria — Cesma — (Rua Professor Braga, 55), começa o ano com novidades. Os produtores culturais Paulo Teixeira e Márcio Grings serão responsáveis pela produção artística e curadoria do Auditório João Miguel de Souza. As boas novas começam pelo reinício …

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Arte sobre foto de Adriana Moraes por Diego De Grandi

Por Elmo Köhn |

A Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria — Cesma — (Rua Professor Braga, 55), começa o ano com novidades. Os produtores culturais Paulo Teixeira Márcio Grings serão responsáveis pela produção artística e curadoria do Auditório João Miguel de Souza. As boas novas começam pelo reinício dos espetáculos musicais com show agendado para o final de março. Entre as ações de retomada, o destaque está no retorno do Lanterninha Aurélio, um dos cineclubes mais antigos do Brasil. Fundado em 1978, prosseguirá em 2024 no objetivo de popularizar e facilitar o acesso ao cinema, à informação e à cultura em geral. Com reinício previsto para abril, a programação completa será divulgada em breve. Além disso, o auditório também deve receber peças de teatro e continuará fornecendo palco e estrutura para eventos culturais.

Foto: Adriana Moraes
A reestreia do ambiente com apresentações musicais será no dia 30 de março, sábado, às 19h, — na estreia do Concertos para a Juventude —, com show da banda Hurricanes. Promoção Cineclube Lanterninha Aurélio. Oferecimento Casa do Pastel, SM Medical e Viação Centro Oeste. Apoio Beltex e Climaster. Produção Grings Tours e 70. Realização Cesma. Ingressos R$ 30 (Tíquetes físicos na Cesma (somente em dinheiro) ou via PIX pela chava CNPJ 26019724000170 (Grings) – descrição Hurricanes Ingresso.
Leia o review do álbum de estreia da Hurricanes
Surgida em Santa Maria no ano de 2016, dois anos depois Rodrigo Cezimbra (voz) e Leo Mayer (guitarra) se mudaram para São Paulo, onde conheceram Henrique Cezarino (baixo) — e mais tarde Lucas Leão (bateria) veio do Rio de Janeiro. Em 2023 lançaram um autointitulado álbum de estreia (ouça AQUI), relacionado como destaque do ano em vários sites especializados. Nas oitos canções do disco o grupo resgata o espírito do hard rock feito na conjunção nos anos 1960/70, batendo de raspão no blues e outras afluências, isso sem se desconectar de uma sonoridade contemporânea.
Reprodução presskit Hurricanes
Entre suas conquistas recentes pode-se destacar o show de abertura na última passagem da banda norte-americana The Black Crowes pelo Brasil, em São Paulo, o que rendeu a Hurricanes uma série de matérias que propagaram seu trabalho por todo o país. A grupo prepara novo álbum a ser lançado em agosto, e o primeiro single, “Penny in my Pocket“, foi lançado em dezembro do ano passado.
Veja o clipe.
Hurricanes no show de abertura para o Black Crowes em março de 2023. Foto: Camila Cara
A primeira vez que soube da existência da Hurricanes foi quando assisti ao show que fizeram como atração de abertura da apresentação do Black Crowes em São Paulo (14.03.23). Fiquei muito impressionando! Ainda mais quando ouvi o autointitulado álbum de estreia. Southern blues rock de primeira qualidade, a ponto de eu ter incluído o disco na minha lista de ‘Melhores de 2023’. Recomendo muito!“, disse o jornalista Regis Tadeu sobre o grupo.
Antes de Santa Maria a Hurricanes toca em Porto Alegre no Gravador Pub (28) e no Festival Pira Rural em Ibarama (29). Mais informações sobre o show em Santa Maria em breve.
Veja o clipe de “Devil’s Deal”, uma das faixas do álbum de estreia da Hurricanes.

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Graxelos une músicos da cena de Santa Maria e de Porto Alegre https://redesina.com.br/graxelos-une-musicos-da-cena-santa-mariense-com-capital/ https://redesina.com.br/graxelos-une-musicos-da-cena-santa-mariense-com-capital/#respond Thu, 21 Mar 2024 15:55:30 +0000 https://redesina.com.br/?p=120988 | Graxelos: Vítor, Grings, Petracco, Telles, Murilo e Vini. Arte sobre foto de Zé Carlos de Andrade por Diego De Grandi | | Por Elmo Köhn | Ao longo da história, muitas pessoas têm procurado criar, encontrar ou imaginar O PARAÍSO TERRESTRE, um lugar onde haja paz, harmonia e que ofereça alívio para todo o esforço …

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| Graxelos: Vítor, Grings, Petracco, Telles, Murilo e Vini. Arte sobre foto de Zé Carlos de Andrade por Diego De Grandi |

| Por Elmo Köhn |

Ao longo da história, muitas pessoas têm procurado criar, encontrar ou imaginar O PARAÍSO TERRESTRE, um lugar onde haja paz, harmonia e que ofereça alívio para todo o esforço e a dor que atormentam a existência humana. James Hilton fantasiou essa égide no romance “Horizonte Perdido“, lançado originalmente em 1933. O oásis do escritor inglês está nas cadeias montanhosas dos Himalaias, próximo à fronteira com o Tibete, um povoado conhecido como Shangri-la. Aqui no Brasil, a obra até inspirou uma cidade homônima, Xangri-lá (com x), destino turístico localizado no Litoral Norte gaúcho. Ao lado de milenares “cidades perdidas” — como Shambhala, Atlântida e El Dorado — no mesmo sentido da alegoria utópica imaginada por Hilton, Shangri-la passou a fazer parte do léxico popular como sinônimo do paradisíaco. Na música, Aretha Franklin, The Kinks, Mark Knopfler, The Waterboys, ELO e dezenas de outros artistas e bandas, criaram temas onde esse refúgio edênico é mencionado. Nos anos 1960, um grupo feminino formado por irmãs assim se intitulou e, aqui no Brasil, Rita Lee também almejou um retiro semelhante: “Se me der na telha sou capaz de enlouquecer/ E mandar tudo pra aquele lugar/ E fugir com você pra Shangrilá“. E ainda nesse contexto, surge a lembrança de certo local em Malibu (CAL) nos anos 1970, onde The Band fez casa e gravou “Northern Lights” (1975) e “Islands” (1977), estúdio comprado pelo produtor Rick Rubin, ainda hoje utilizado por diversos artistas do nosso tempo.

Somando-se a essa mítica, ao ouvirmos Shangri-lá (com hífem e com acento, de acordo com as regras da língua portuguesa), estreia discográfica dos Graxelos, podemos afirmar que o olimpo musical sonhado pelo grupo gaúcho encontra irmandade e afluências com o folk, country rock, gospel, blues, soul e o som setentista, além de oferecer batidas de raspão na MPB, isso sem deixar de nos entregar uma identidade sul-brasileira. 

NOME DA BANDA 

O nome da banda advém de uma corruptela da palavra graxaim (ou zorro [lê-se sôrro]), canídeo com hábitos crepusculares e noturnos que vive no Sul do Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai. Tolerante à perturbação humana, é comum vê-lo em áreas rurais (e até próximo aos centros urbanos), acusado por muitos de predação aos animais domésticos, sendo perseguido por essa má fama, e que, segundo alguns estudos e observações, não é verídico. De todo o modo, se de fato o animal é adepto a esse modo e vida, entre a ficção e a realidade, o grupo propaga a crença na bem-aventurança do bicho. 

Grings, Petracco, Vítor, Vini, Telles e Murilo. Arte de Diego De Grandi baseada em foto de Zé Carlos de Andrade.

AS CRENÇAS E A VIAGEM LÍRICA 

Como numa fantasia idílica, ungidos pelo espírito indômito de redenção do graxaim como símbolo de sobrevivência, os Graxelos buscam o ideário artístico em algumas das qualidades e características do zorro gris pampeano, nutrindo um desejo profundo de imersão no seu fabulário. Parte das letras do álbum encontra na natureza e na fuga dos grandes centros essa aventura bucólica e escapista. A viagem lírica do personagem — no que se refere ao conteúdo das narrativas de Márcio Grings —, traça uma espécie de jornada do herói, que, mesmo sem ter uma aparente ligação temática, produz um percurso com início, meio e fim, tomando por base a ordem das faixas e o que é narrado. Nessa busca, Shangri-lá surge como templo de reflexão e campo de força contra a ordem das coisas, concepção desenhada em canções como “Nos olhos de quem vê”, “Água límpida”, “Força superior”, “Jornais e açúcar”, “Desde que perdi a minha fé” e na faixa-título. O fracasso como domo de aprendizado para um novo recomeço versa em “Tropica, mas não cai”; a solidão, as privações e as ondulações da existência são exploradas em “Copos de plástico”; assim como o romance desencaixado é tema da valsa caipira “Naipe de metais”. Já em “O viajante”, o personagem central que gira o Sul do mundo por tantos lugares, aparentemente um espírito livre de tudo e de todos, ao final, confessa que não passa de um homem preso aos grilhões de um amor distante ou inatingível. Se fizermos o exercício de separar as letras das canções, boa parte das narrativas funcionam como poemas, denotando um propósito literário nessas criações. Confira as 10 letras de Shangri-lá AQUI

O INÍCIO DE TUDO E A FORMAÇÃO 

Alocados em extremos opostos do mapa rio-grandense, o sexteto que materializa esse trabalho reúne esforços e artistas de três cidades gaúchas: Porto Alegre, Santa Maria e Vacaria, o que demandou um esforço logístico para os encontros e ensaios. A faísca dessa reunião musical se deu inicialmente em janeiro de 2022, quando Gustavo Telles e Márcio Grings começaram a compor um tema pelo WhatsApp (Jornais e açúcar). Sete meses depois, em Porto Alegre, a dupla se juntou para finalizá-lo. De lá, partiram para Vacaria e, durante cinco dias, ora na casa de Telles, no centro da cidade, ora isolados numa propriedade na zona rural, sete novas composições foram forjadas. Depois rumaram para Santa Maria, cidade natal de Grings, onde arrebanharam Vinicius Brum, Vítor César e Felipe Quadros — banda base dos primeiros ensaios no Bairro Chácara das Flores. Em 2023, mais encontros ocorreram em Santa Maria (na casa da família Saurin), e outros dois em Porto Alegre (Estúdio Cegonha), já com a presença de Marcio Petracco e Murilo Moura. A banda também fez sua estreia ao vivo no Rock and Blues Festival, em 15 de julho de 2023, no Espaço Mainz, em Santa Maria. Assim, em cerca de dois anos, com 13 temas na pauta, 10 foram empacotados para essa estreia discográfica. 

 Arte de Diego De Grandi baseada em foto de Zé Carlos de Andrade.

ENSAIOS, GRAVAÇÃO E FICHA TÉCNICA 

Ao raiar de 2024, a formação atual dos Graxelos conta com o ex-Pata de Elefante Gustavo Telles — voz, violão, bateria e voz de apoio, detentor de uma carreira solo expressiva sob a escuderia d’Os Escolhidos, além do ex-TNT e Cowboys Espirituais, atual Conjunto Bluegrass Porto-Alegrense, Marcio Petracco — pedal steel, violão Weissenborn, guitarra slide, bandolim e voz de apoio, dupla que empresta sua experiência, credibilidade e selo de qualidade ao projeto. Ainda no time está Murilo Moura — piano, teclados e vozes de apoio, requisitado e talentoso instrumentista vacariense residente na capital gaúcha; mais Vinicius Brum — voz, baixo, violão e voz de apoio e Vítor Cesar — voz, guitarra, violão e voz de apoio. Márcio Grings — harmônica — é o letrista e parceiro de composição de Telles em todas as faixas, exceto “Tropica, mas não cai”, também escrita pela dupla, mas baseada em uma demo do guitarrista Vítor Cesar. O trabalho conta com participações especiais do ex-Cascavelletes Luciano Albo (baixo, violão de 6 e 12 cordas, guitarra, percussão e voz de apoio), do integrante da Pata de Elefante Daniel Mossmann (guitarra) e de Eliézer Moreira (trompete). 

A maior parte de Shangri-Lá foi captado por Luciano Albo em apenas 10 dias   entre 25 de setembro e 4 de outubro de 2023  , no Estúdio Cegonha, em Porto Alegre. A exceção está no piano, gravado por Murilo Moura no Estúdio Tabuleiro, de Diego Lopes (Acústico & Valvulados), além da participação de Daniel Mossmann, criadas no seu home studio. A mixagem e a masterização, realizada entre outubro de 2023  e fevereiro de 2024, tem a assinatura de Luciano Albo. A produção musical une forças entre Gustavo Telles, Márcio Grings e Luciano Albo. 

STREAMING, LANÇAMENTO, CD e LP 

Já disponível em streaming, o disco chegará no formato físico — em CD, com show de lançamento no Bar do Alexandre (Rua Saldanha Marinho, 120 – Menino Deus, Porto Alegre), e no Auditório da Cesma (Professor Braga, 55 – Centro, Santa Maria), respectivamente nos dias 5 e 6 de julho. Já o LP estará disponível até o final de 2024. A imagem da capa é baseada em uma foto de Zé Carlos de Andrade, com arte de Diego de Grandi, responsável pelo desenho gráfico do álbum. 

AS MÚSICAS 

A influência do rock feito na conjunção dos anos 1960/70 é um dos signos solares da obra. É o caso de TROPICA, MAS NÃO CAI, tema com a digital de Vítor Cesar, autor da melodia e motor de propulsão com sua guitarra operando em alta octanagem. A voz de apoio de Murilo Moura — na volta do solo — surge como o agitador no fundo da sala. 

Veja o clipe de “O Viajante”.

Primeiro single do trabalho, O VIAJANTE está impregnado de referências comuns ao rock dos anos 1960/ 70, isso sem omitir o DNA gaúcho. Temos aqui o espírito das canções estradeiras, pois são nominados diversos lugares e as visões de um andarilho (ou vários viajantes em um só). A trip percorre cidades como Santa Maria, Vacaria, Uruguaiana, Porto Alegre, Passo Fundo e Bagé, todas no Rio Grande do Sul, além de costear o Rio da Prata até Buenos Aires. Conduzidos pela voz principal de Gustavo Teles — em dado momento Vini Brum e Vítor Cesar assumem estrofes e invertem os papeis. Assim “O Viajante” coloca o ouvinte no volante de um automóvel, avançando por BRs e estradas de chão, apreciando as paisagens, ondulando frente às vicissitudes e deslumbramentos de cada trecho. 

Embalada nos floreios do violão Weissenborn de Marcio Petracco e pelo piano honky-tonk de Murilo Moura, NAIPE DE METAIS apresenta um romance aberto e sem final feliz. Em alguns trechos temos vocais combinados de Gustavo Telles e Vinicius Brum, até ouvirmos a frase derradeira: “Me despeço, e por favor maestro, que venha o naipe de metais“, anúncio da entrada do trompetista Eliézer Moreira, participação que despeja melancolia nos segundos finais do tema. A contemplação da natureza como antídoto frente à confusão urbana está em NOS OLHOS DE QUEM VÊ, faixa mais curta do álbum com 3min18. A espinha dorsal acústica, onde pulsa o talento de Luciano Albo no baixo, rejunta simplicidade e sofisticação. O pedal steel e a harmônica jogam no time do folk rock, assim como os vocalizes do refrão adesivam ares de MPB. 

Arte de Diego De Grandi baseada em foto de Zé Carlos de Andrade.
O violão, muitas vezes na linha de frente, atesta o viés cancioneiro buscado pelo grupo. Inspirado em asilos voluntários e na busca pela natureza intocada — ao feitio de alguns escritos de Matsuo Bashō, Robert Louis Stevenson e Henry David Thoreau —, a escapista ÁGUA LÍMPIDA emerge como uma fuga premeditada do convívio social. Os vocais de Telles, Moura e Vini flertam com o country rock e vislumbram o horizonte perdido dos misantropos: “Por que não poderia rever as belezas e usufruí-las/ (…) Beber da água mais límpida/ E rir na cara dessa vida estúpida“. Cada estrofe condensa um microcosmo, como se fossem haicais interligados. No refrão, a viagem do balde indo e voltando do fundo do poço se assemelha  ao exercício de um ermitão refletindo sobre a vida, sempre satisfeito por usufruir deste manancial. Nessa busca está o desejo do encontro com o Éden: “Até Shangri-lá leva um tempo/ Mas mesmo assim eu vou chegar”. 
E o almejado oásis perdido está desenhado na FAIXA TÍTULO, segundo single da obra, onde a viagem sonora incorpora um provável DNA stoneano, com o riff da guitarra e a batida da bateria ditando a ordem das coisas. Aqui o romance entra em ação: “A lua cheia alumia/ E os grilos a cricrilar/ Uma só sombra chinesa/ Na cabana — nosso Shangri-Lá“. Atente para o solo de guitarra slide de Petracco, trata-se do mais puro rock dos anos 1970, assim como o piano de Murilo Moura oferece um martelar digno dos grandes mestres do gênero. COPOS DE PLÁSTICO coloca na linha de frente a climática dos violões de aço e do bandolim. O tema aperta na moleira e nos fala da urgência em celebrarmos a vida sem nos importarmos com qual taça esse brinde será feito. O contrabalanço do drama solfeja a expectativa frente à realidade, colocando em xeque contradições e dúvidas: “Eu não tenho medo da morte/ Mas a fornalha arde”. Climatizando a ambiência folk rock, Petracco novamente flutua pela música, seja com o bandolim ou com o violão.
Arte de Diego De Grandi baseada em foto de Zé Carlos de Andrade.

Muscle Shoals, Alabama? Não, Estúdio Cegonha, Porto Alegre! Sim, foi lá onde também foi registrada a ecumênica FORÇA SUPERIOR, quando, sem versar sobre o evangelho, o gospel  o soul são invocados. À sombra de uma natureza triunfante, a voz confiante de Gustavo Telles (um dos destaques do álbum) fala do encontro com o divino, : “Lá do céu/ Uma força superior/ Joga estrelas nos homens/ E as bençãos numa flor“. JORNAIS E AÇÚCAR apresenta uma harmonia complexa e curvilínea, reforçando a condição de isolamento do ator principal. O backing de Vini Brum potencializa a mensagem do refrão, assim como Daniel Mossman sobrepõe uma impressionante camada de guitarras na segunda metade da música.

Com seus quase 6 minutos, o álbum termina numa suíte em quatro atos, DESDE QUE PERDI A MINHA FÉ, ideário acústico-elétrico que condensa os mitos e crenças dos Graxelos, como se fosse um recorte zipado do conteúdo geral do álbum. Carregada pelo folk, blues e rock, mas influindo na mítica regionalista do graxaim e do exílio voluntário do personagem, os Graxelos apresentam aqui uma epopeia musical repleta de climas e profundidade. No início, violões (o de 12 cordas é tocado por Luciano Albo), mas logo depois ouvimos as blue notes de uma gaita de boca e o frigir do rock com as guitarras cruzadas de Mossmann e Vítor, além de uma bateria repleta de quebradas. No epílogo, o protagonista conclui que mesmo ao encontrar seu destino, nada está definido dentro dele, pois as mesmas dúvidas ainda valsam: “Será um grito de socorro/ Ou é o lamento desse zorro?/ Não sei se fico ou se corro?/ A lua morre bem atrás no morro”.
A impressão é que o tão almejado Shangri-la imaginado pelo grupo não fixa residência ou morada entre quatro paredes ou até mesmo em algum refúgio, pois talvez essa busca esteja atrelada à condição humana de estar em constante movimento. Em suma, a mesma lua tropega na faixa de abertura segue testemunhando tudo, como uma guardiã desse personagem nômade que afirma da boca pra fora ter perdido a sua fé, mas que na verdade nunca desiste de seguir em frente.
Em seus 43 minutos de duração, Shangri-lá se sustenta pelo conjunto de forças reunidas, corporificado como voz uníssona, mantenedora de um brilho melódico à frente dos arroubos instrumentais. Quase sempre é a canção que rege as ações, mesmo que muitas vezes os instrumentistas naturalmente sobrepujem essa intenção. O fato é que ao final da audição do álbum de estreia do grupo gaúcho, é inevitável não exaltarmos a proficiência artística reunida aqui, um feito que possui todas as credenciais para pular dessas gravações direto para o coração dos ouvintes. 

Longa vida aos Graxelos. 

Graxelos fotografados por ZCA na Rua Edmundo Bastian, Cristo Redentor (Porto Alegre/ RS), quase em frente ao estúdio Cegonha.
OS PERSONAGENS 
GUSTAVO TELLES | Vacaria

 

Compositor, cantor, produtor e multi-instrumentista, Gustavo Telles integrou a Pata de Elefante. Desde 2010 começou uma trajetória solo com a escuderia d’Os Escolhidos, gravando quatro álbuns de estúdio e um registro ao vivo.
 

 

MARCIO PETRACCO | Porto Alegre

 
Integrante do Conjunto Bluegrass Porto-Alegrense, multi-instrumentista, cantor e compositor, Márcio Petracco fez parte do TNT, com quem gravou uma série de clássicos. Também integrou os Cowboys Espirituais, Locomotores, Trem 27, entre outros grupos e projetos musicais.
 

 

 

MURILO MOURA | Porto Alegre

 

 
Sempre se utilizando da influência do blues, jazz, funk e da música dos anos 1960/70, Murilo Moura é pianista, tecladista e compositor. Já trabalhou com artistas como Alemão Ronaldo, Gustavo Telles, Dingo, Júpiter Maçã, entre outros.
 

 

VINI BRUM | Santa Maria

 
Baixista, violonista, cantor e compositor, Vini Brum gravou álbuns e ainda se apresenta com a Rinoceronte e Poços & Nuvens. Além de protagonizar o projeto itinerante Cantigas do Rock, acaba de lançar “Sereno” (2023), seu primeiro álbum solo.
 

 

VÍTOR CESAR | Santa Maria

 
O guitarrista e compositor Vítor Cesar participou de diversos projetos musicais no Centro do RS. Gravou e fez shows com a banda Inseto Social. É um dos fundadores da Kingsize, grupo de blues que é destaque na cena santa-mariense.
 

 

MÁRCIO GRINGS | Santa Maria

 
Escritor, radialista, jornalista, compositor e produtor cultural, Márcio Grings publicou diversos livros e é criador do selo literário Memorabilia, onde também editou outros autores. Como gaitista, gravou álbuns com a Red House, Gustavo Telles, Gérson Werlang, entre outros.
 
 
Baixe o release AQUI Siga os Graxelos na Redes:

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Ouça uma prévia de Shangri-lá no player abaixo ou a obra completa no LINK.

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15ª SINA POÉTICA | FLORIPA https://redesina.com.br/15a-sina-poetica-floripa/ https://redesina.com.br/15a-sina-poetica-floripa/#respond Fri, 15 Mar 2024 04:19:33 +0000 https://redesina.com.br/?p=120965 TRADICIONAL SARAU DE POESIA ACONTECE NA PRÓXIMA TERÇA EM FLORIANÓPOLIS COM LANÇAMENTO DE LIVROS Na próxima terça, 19, a partir das 19h30, no Ponto Bar & Piadina, acontece a 15ª edição do tradicional sarau de poesia, Sina Poética, que desde 2018 reúne diversos escritores e artistas em livres manifestações literárias e artísticas.  O sarau que …

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TRADICIONAL SARAU DE POESIA ACONTECE NA PRÓXIMA TERÇA EM FLORIANÓPOLIS COM LANÇAMENTO DE LIVROS

Na próxima terça, 19, a partir das 19h30, no Ponto Bar & Piadina, acontece a 15ª edição do tradicional sarau de poesia, Sina Poética, que desde 2018 reúne diversos escritores e artistas em livres manifestações literárias e artísticas.  O sarau que nasceu em Santa Maria-RS, já teve edições em Porto Alegre-RS, Rio de Janeiro-RJ e terá sua primeira edição em Florianópolis.

O evento e o microfone são abertos para o público. As inscrições para leituras de poemas e apresentações artísticas são realizadas no local. Cada um tem média de 5 min para sua apresentação. Conforme o número de inscritos, são realizadas duas rodadas com intervalo de 15 min entre estas.

O evento também conta com o lançamento dos livros de poemas “Engasgos” de Mel Inquieta, idealizadora do sarau, e de “A Triste Balada dos Herculóides contra as Leis Terrenas” de Odemir Tex. Jr. Ambos da região de Santa Maria-RS.

Saiba mais sobre as obras e autores:

 

LIVRO: ENGASGOS

Engasgos é dividido em três partes onde os temas sociais se transformam em versos/manifestos. A primeira parte traz temas e referências a determinadas pessoas ou situação política do país. Na segunda parte, a abordagem é a arte, artistas suas esperanças, ruínas e resistência. Na terceira parte, a autora reflete sobre o universo feminino, suas dores e lutas. Engasgos é um livro de poemas, “manifestos longe do oco”.

Mel Inquieta (Melina Guterres). Foto: Dartanhan Baldez Figueiredo

SOBRE A AUTORA: MELINA GUTERRES (MEL INQUIETA)

É formada em jornalismo pela Universidade Franciscana-UFN. Já morou na Bahia, Pará. Rio de Janeiro, Sâo Paulo. Trabalhou para Uol, Folha de São Paulo, Estadão, Revista Istoé.  É fundadora e CEO da Rede Sina.  Engasgos é seu primeiro livro individual. Mais sobre ela em: https://redesina.com.br/melinaguterres/ Mais sobre o livro: https://redesina.com.br/livro-engasgos-de-mel-inquieta/

 

LIVRO: A TRISTE BALADA DOS HERCULÓIDES CONTRA AS LEIS TERRENAS

Anos 80, a proliferação dos televisores coloridos impondo a ascensão da idade da informação. A geração de baixinhos da Xuxa. O fim do Estado comunista da União Soviética. O renascimento da democracia por aqui. Imagem de um país à margem, mas atento às mudanças do mundo. Esse livro busca encontros, onde a reflexão sobre o tempo resgata o leitor de suas dívidas com os idos.  Há acolhimento afetivo e incômodo nessa poemática. O leitor mergulha em seu próprio passado mítico com um tom provocativo e desafiador de quem afia suas facas.

Odemir Tex Jr. no sarau Sina Poética. Foto: Dartanhan Baldez Figueiredo.

SOBRE O AUTOR: ODEMIR TEX JR.

O último da turma a aprender a andar de bicicleta.  Em 2013, lançou a obra poética Para Uma Nova Didática do Olhar (Estrela Cartonera), além de textos esparsos e dispersos em revistas, jornais etc. Formado em Letras pela UFSM, também estudou Geografia na mesma instituição. Ajunta vários prêmios literários, espalhados por vários estados brasileiros. Escreve para não cair. Mais sobre: https://redesina.com.br/livrotex/

 

 

15ª SINA POÉTICA

19/03/2024 – TERÇA-FEIRA – A PARTIR DAS 19H30

SARAU DE POESIA EM FLORIPA COM LANÇAMENTOS DOS LIVROS DE POEMAS “ENGASGOS” DE MEL INQUIETA E “A TRISTE BALADA DOS HERCULÓIDES CONTRA AS LEIS TERRENAS” DE ODEMIR TEX JR.

Ponto Bar & Piadina | R. VICTOR MEIRELLES, 138. FLORIANÓPOLIS.

ENTRADA GRATUITA

MICROFONE ABERTO | INSCRIÇÕES NO LOCAL

RESERVAS DE MESA: 48 9-9615-6859

REALIZAÇÃO: REDE SINA | www.redesina.com.br

 

 

MAIS SOBRE SARAU SINA POÉTICA:

https://redesina.com.br/sinapoetica

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DOCUMENTÁRIO RESGATA HISTÓRIA DE WALTER ILHA E A PALEONTOLOGIA NA REGIÃO DE SÃO PEDRO DO SUL https://redesina.com.br/documentario-resgata-historia-de-walter-ilha-e-a-paleontologia-na-regiao-de-sao-pedro-do-sul/ https://redesina.com.br/documentario-resgata-historia-de-walter-ilha-e-a-paleontologia-na-regiao-de-sao-pedro-do-sul/#respond Fri, 15 Mar 2024 01:34:47 +0000 https://redesina.com.br/?p=120955 Documentário aprovado em Lei Paulo Gustavo conta história de vida de pesquisador As gravações do documentário “Walter Ilha – Vestígios de uma vida” de Silnei Scharten Soares iniciaram nesta segunda, 11, em São Pedro do Sul. O documentário que narra a vida de Walter Ilha (professor, tipógrafo, paleontólogo e paleobotânico autodidata), nome do Museu Paleontológico …

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Documentário aprovado em Lei Paulo Gustavo conta história de vida de pesquisador

As gravações do documentário “Walter Ilha – Vestígios de uma vida” de Silnei Scharten Soares iniciaram nesta segunda, 11, em São Pedro do Sul. O documentário que narra a vida de Walter Ilha (professor, tipógrafo, paleontólogo e paleobotânico autodidata), nome do Museu Paleontológico e Arqueológico de São Pedro do Sul, destaca o período em que ele se empenhou pela preservação do patrimônio paleontológico da cidade.
Walter Ilha foi membro honorário da Sociedade Brasileira de Paleontologia e da Sociedade Brasileira de Paleontologia Botânica, com trabalhos prestados para o escritório regional da Unesco para a América Latina e Caribe, autor de artigos publicados em periódicos científicos, jornais e revistas do país e do exterior, palestrante em congressos nacionais e internacionais e incansável defensor da preservação dos fósseis paleontológicos do município. Também colaborou com a UFSM por meio de pesquisas e convênios. Suas ações incentivaram a criação de uma lei que tornou obrigatório o ensino introdutório de paleontologia nas escolas municipais.
O documentário deve contar com depoimentos de 14 pessoas. De acordo com o diretor, a lembrança dos fósseis é uma memória de infância. “É uma grande satisfação poder contar essa história hoje. Valorizar e não deixar ser esquecida”, afirma.
As gravações também devem ocorrer em Porto Alegre, Santa Maria e Pelotas. O projeto é financiado pela Lei Paulo Gustavo. A previsão de lançamento é julho.

Confira mais informações sobre o filme:

SINOPSE:
Walter Ilha, tipógrafo, paleontólogo e paleobotânico autodidata, era uma pessoa obstinada. A certa altura da vida, tomou para si a missão de preservar o patrimônio paleontológico e arqueológico de São Pedro do Sul, no interior do Rio Grande do Sul. Dedicou tempo e energia vital para um combate incansável à extração e transporte ilegal de fósseis paleobotânicos (madeira petrificada) do município. Nessa empreitada, fez amigos, criou uma rede de proteção aos fósseis, tornou-se internacionalmente reconhecido como pesquisador e, também, gerou resistências. Após anos de esquecimento, “Walter Ilha – Vestígios de uma vida” esfossiliza sua memória e resgata sua jornada.

ARGUMENTO:
Documentário sobre a vida de Walter Ilha, destacando o período em que se empenhou pela preservação do patrimônio paleontológico de São Pedro do Sul. Fundador do Museu Paleontológico Municipal de São Pedro do Sul – que se chama hoje, em sua homenagem, Museu Paleontológico e Arqueológico Professor Walter Ilha –, paleontólogo autodidata e membro honorário da Sociedade Brasileira de Paleontologia e da Sociedade Brasileira de Paleontologia Botânica, com trabalhos prestados para o escritório regional da Unesco para a América Latina e Caribe, autor de artigos publicados em periódicos científicos, jornais e revistas do país e do exterior, palestrante em congressos nacionais e internacionais e incansável defensor da preservação dos fósseis paleontológicos do município, Walter Ilha é um ilustre cidadão são-pedrense. A defesa veemente da preservação das jazidas e fósseis de São Pedro do Sul e da região lhe rendeu a admiração de conterrâneos, que se tornaram seus colaboradores na batalha contra o transporte e comércio ilegais da “madeira petrificada”, denunciando os crimes. As peças eram levadas clandestinamente para fora do município em caminhões lotados, com a intenção de abastecer o mercado local e internacional de objetos de decoração, que usavam os fósseis como matéria-prima. Suas constantes denúncias da depredação do patrimônio arqueológico levaram o então Departamento Nacional de Produção Mineral – atualmente, Ministério das Minas e Energia – a desistir de liberar a exportação desse material.
Walter Ilha também colaborou com a UFSM por meio de pesquisas e convênios. Suas ações incentivaram a criação de uma lei que tornou obrigatório o ensino introdutório de paleontologia nas escolas municipais. Não bastasse tudo isso, Walter Ilha ainda se dedicava a ações de filantropia, tendo colaborado com o Lar de Joaquina, em Santa Maria, e com o Lions Clube de São Pedro do Sul. Mas a luta pela preservação do patrimônio paleontológico também gerou reações contrárias e ressentimentos. A esfossilização de sua história vai resgatar a complexidade e as contradições desse importante personagem, revitalizando sua memória e seu legado.

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GRAVAÇÕES: MARÇO/2024

SÃO PEDRO DO SUL: 11,12,13, 14, 21, 22

PORTO ALEGRE: 18, 19

SANTA MARIA: 20, 21

PELOTAS: 25 

 

PERSONAGENS/ENTREVISTADOS:

Ary Otavio Canabarro dos Santos – servidor público aposentado
Luiz Francisco Flores – Chicão – proprietário do Paradouro Pôr do sol
Rubi Claro – pecuarista
Luiza Gutheil – jornalista, ex-diretora do Museu Fernando Ferrari e do Museu Paleontológico e Arqueológico Professor Walter Ilha
Editi Piussi – aposentada
Otaviano Francisco de Santana – aposentado, ex-gerente da Construtora Continental, empresa que construiu a rodovia BR 287
Almerindo Pereira Machado – Seu Almerindo – aposentado
Gilberto Porto Filho – cuidador de idosos e acompanhante de enfermos
Otávio José Binatto – médico
Adi Henrique Gaussman – contador e proprietário da Padaria Gaussman
Margot Guerra Sommer – paleontóloga e paleobotânica, professora aposentada da UFRGS
Átila Augusto Stock da Rosa – geólogo, professor da UFSM
Luiz Fernando Bresolin – aposentado, ex-sócio da empresa Madepedras
Luiz Fernando Minello – biólogo, professor da UFPEL

 

SOBRE O DIRETOR:


Silnei Scharten Soares, graduado em Comunicação Social, especialista em Produção Cinematográfica, mestre e doutor em Comunicação. Corroteirista e codiretor do curta metragem “A vida do outro” (1998), premiado nos festivais de cinema de Gramado e Brasília. Foi professor universitário de 1998 a 2017 em cursos de Comunicação e Design no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e no Distrito Federal, ministrando disciplinas de Roteiro, Linguagem cinematográfica e História do cinema, e orientando trabalhos de produção audiovisual. Coordenou a área de vídeo do NEAD/UAB (Núcleo de Educação a Distância/Universidade Aberta do Brasil) da UNICENTRO (Universidade Estadual do Centro Oeste) no Paraná. Atualmente, atua como redator e roteirista, e desenvolve trabalho voluntário em São Pedro do Sul coordenando o Clube de leitura e o ciclo de vídeos Cine no cofre.

 

FICHA TÉCNICA:

Diretor: Silnei Scharten Soares
Assistente de direção: Laédio José Martins
Diretor de fotografia: Fabiano Foggiato
Diretor de produção: Larissa Essi
Técnico de som direto: Ronaldo Palma
Edição: Fabiano Foggiato
Making Off: Lucas Barbara
Desing: Diego de Grandi

Assessoria de Imprensa: Rede Sina |Melina Guterres

FINANCIAMENTO:

LEI PAULO GUSTAVO 2024 | MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO DO SUL-RS

SOBRE O MUSEU WALTER ILHA
Desde sua criação, o Museu Walter Ilha é um dos pontos turísticos mais visitados de São Pedro do Sul, guardando em seus acervos alguns dos mais valiosos bens que o município possui, entre eles uma rica coleção de fósseis, réplicas e esculturas de fósseis animais são-pedrenses, além de um abundante número de fósseis vegetais (madeiras petrificadas), que datam entre 245 e 205 milhões de anos. Além de acervos Mineralógicos, onde se encontram amostras de minerais de São Pedro do Sul, do Rio Grande do Sul e de outras partes do país e Arqueológicos, com artefatos de indígenas antigos que contam muito dos costumes e da vida em sociedade ao longo da história de São Pedro do Sul.

Atualmente, o Museu Walter Ilha está localizado às margens da rodovia BR 287, na localidade da Carpintaria, a 11 km da sede de São Pedro do Sul. Mesmo com diversas mudanças o museu sempre manteve a busca por seu ideal inicial, a preservação, estudo e divulgação do patrimônio paleontológico e arqueológico são-pedrense. Para isso, além das exposições, várias atividades de cunho educativo e sociocultural são realizadas e apoiadas pelo museu.

Facebook: Museus Fernando Ferrari e Walter Ilha
Instagram: @museussps
Telefone e Whatsapp: (55) 32766145
E-mail: museusaopedrodosul@gmail.com
Site: www.dpculturasps.wixsite.com/saopedrodosul

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Línguas de Fogo – Ensaio sobre Clarice Lispector (Nova edição/ 2023) | por Cátia Castilho Simon   https://redesina.com.br/linguas-de-fogo-ensaio-sobre-clarice-lispector-nova-edicao-2023-por-catia-castilho-simon/ https://redesina.com.br/linguas-de-fogo-ensaio-sobre-clarice-lispector-nova-edicao-2023-por-catia-castilho-simon/#respond Fri, 08 Mar 2024 02:42:07 +0000 https://redesina.com.br/?p=120937 A primeira vez que tive contato com o livro Línguas de Fogo, da pesquisadora e escritora Claire Varin, foi na saída do Museu de Língua Portuguesa, quando visitava a exposição relativa à obra de Clarice Lispector, em meados de 2007. Do outro lado da rua, quase em frente à Pinacoteca de SP um vendedor ambulante …

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A primeira vez que tive contato com o livro Línguas de Fogo, da pesquisadora e escritora Claire Varin, foi na saída do Museu de Língua Portuguesa, quando visitava a exposição relativa à obra de Clarice Lispector, em meados de 2007.

Do outro lado da rua, quase em frente à Pinacoteca de SP um vendedor ambulante oferecia uma esteira de livros. Fiquei extasiada com o vermelho da capa e o título já conhecido. Peguei-o como joia preciosa. Já o havia procurado, mas estava esgotado nas boas casas do ramo. A edição é de 2002, pela editora Limiar/SP.

O livro traça o percurso do encontro da autora canadense, iniciado quando ainda era estudante de letras, com a obra da nossa escritora, Clarice Lispector. Com uma linguagem fluida e ensaística, Claire diz da sedução pela escrita clariceana e nos induz a ouvir também aos silêncios, às elipses e a segui-las.

A pesquisadora veio ao Brasil, encontrou pessoas caras à Lispector e visitou lugares por onde ela viveu. Para concluir a pesquisa ficou 16 meses em nosso país, retornando várias outras vezes, segundo Otto Lara Resende no prefácio do livro.  As notas introdutórias da primeira edição e da nova que, saem 20 anos depois, são assinadas pela professora, escritora e tradutora, Lúcia Peixoto Cherem. Durante o processo de tradução e publicação estabeleceram-se laços de uma grande amizade entre ambas, sem declinarem do espírito profissional, resultando em outras parcerias de estudos clariceanos para além do Brasil e do Canadá.

A nova edição/2023 saiu pela editora Nós/SP e chegou a mim, pelas mãos de sua tradutora. Tive a oportunidade e sorte de conhecer a Lúcia Cherem através da escritora e professora Marilia Kubota que sabia do meu trabalho de pesquisa sobre a obra de Clarice Lispector, no mestrado e doutorado. O Mulherio das Letras tem nos proporcionado essa ampliação de laços e horizontes.

Tanto Claire Varin quanto Lúcia Cherem são pesquisadoras da obra de Clarice Lispector e reconhecidas pela excelência de seus trabalhos. Ambas são versadas em vários idiomas, assim como Clarice. Essa afinidade tramada em fios sonoros da diversidade linguística e cultural, alarga visões de mundo. A sensibilidade ao espírito das línguas propicia a veiculação de contundentes singularidades presentes em suas obras.

A fim de reafirmarmos a grandeza da literatura brasileira, é de suma importância instigarmos a circulação dos livros da escritora, bem como os estudos clariceanos que fazem a diferença.

Finalizo com uma das epígrafes do livro, convidando a quem tiver ouvidos que ouça e, claro, busque o livro: “Ide às chamas do vosso próprio fogo e às brasas que vós acendeis.” Isaías 50,11

 

Cátia Castilho Simon

Poeta e escritora

Vice-presidenta cultural

AGES 2023/2024

 

 

 

 

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 As Ruínas do Bosque Vermelho | um conto de Carolina de Sá Schirmer https://redesina.com.br/as-ruinas-do-bosque-vermelho-um-conto-de-carolina-de-sa-schirmer/ https://redesina.com.br/as-ruinas-do-bosque-vermelho-um-conto-de-carolina-de-sa-schirmer/#respond Fri, 08 Mar 2024 02:10:16 +0000 https://redesina.com.br/?p=120943 As ruínas do Bosque Vermelho, localizado na Malásia, era um local sagrado, mas também considerado assombrado pelo que todos diziam. Ao mesmo tempo que aparentava um ar angelical, possuía barulhos intensos que se misturavam com sons de animais. A história era carregada e transmitida de boca a boca pelos moradores que ali viviam, possuía o …

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As ruínas do Bosque Vermelho, localizado na Malásia, era um local sagrado, mas também considerado assombrado pelo que todos diziam. Ao mesmo tempo que aparentava um ar angelical, possuía barulhos intensos que se misturavam com sons de animais.

A história era carregada e transmitida de boca a boca pelos moradores que ali viviam, possuía o nome de Bosque Vermelho por causa de suas características.

Grandes árvores que chegavam até o topo, algumas folhas carregavam a cor avermelhada de folhas de outono, além de um liquido vermelho que era extraído dos troncos das mesmas.

Na época ela era aberta, era um lugar lindo que chamava atenção de quem chegava, muitos forasteiros acreditavam que havia ouro naquele lugar, entravam e dali nunca mais saíam. Porém, naquele tempo ninguém sabia disso, até que um soldado resolveu entrar para impressionar os seus superiores, ele tinha um preço a pagar, por isso prometeu a si, que quando chegasse às ruínas faria de tudo para encontrar a tal riqueza que muitos acreditavam, mas assim que entrou nunca mais foi visto.

Os moradores foram avisados que aquele lugar era assombrado, desde então fecharam. Por muito tempo ficou fechado, mas uma certa vez um grupo de jovens de outro continente resolveram atravessá-la para ver o que esperava pelo outro lado, lá tinha muitos triângulos, esculturas, coberto pela mata verde que trazia junto às suas cobras venenosas que talvez por este motivo muitos não tenham voltado, continuaram a caminhar preparados com roupas e equipamentos para o que viesse.

O grupo de jovens era integrado por quatro estudantes universitários suecos que tinham a curiosidade de saber o que acontecia no seu interior.  Eles queriam entender o que realmente se passava nessa floresta e como trazer ela para a comunidade, abrir ao público, pois desconfiavam que pudesse ser algum jogo político.

Um dos jovens se chamava Gustav, tinha 23 anos, estudante de biologia, queria explorar a famosa floresta a qual por acaso ouviu falar na universidade. Queria saber se existiam criaturas realmente diferentes das quais estão habituados, queria observar e descrever as espécies que abrangiam o local

Possuía cabelos castanhos-claro liso, olhos verdes.

A outra se chamava Blenda, tinha 26 anos, estudante de química, queria conhecer o poder que a floresta carregava.

Apaixonada pelo poder da natureza, queria um momento de relaxamento e meditação já que ouviu falar que a mesma era sagrada.

Ela tinha cabelos pretos ondulados abaixo dos ombros e um belo par de olhos azuis.

O outro se chamava Christian, era irlandês,26 anos também e já morava na Suécia há mais de dez anos, era arqueólogo, queria contar com as suas próprias palavras a história surreal daquela floresta, com o seu amigo Stefan jornalista que tinha curiosidade pelo líquido vermelho extraídos das árvores

Christian tinha cabelos mais crespos e um tom de loiro escuro, enquanto Stefan tinha o cabelo bem liso e bem loiro. E Stefan era o mais velho do grupo com 29 anos.

Conseguiram entrar no bosque, embora houvesse obstáculos que impediam o acesso.

Em seguida, foram cortando as matas para avistar o que vinha pela frente, caminharam muito, parecia que o lugar não tinha fim, foi quando avistaram diversos triângulos em cima das rochas brilhosas, ficaram fascinados e se aproximaram, quando menos esperava um Xamã apareceu, o problema é que tentaram se comunicar com ele, mas a língua parecia ser diferente, afinal muita coisa havia mudado desde que os cidadãos foram habitando, este mesmo chegou perto deles e começou os analisar, fazendo gestos e citando palavras. Eles ficaram assustados, pois não entendiam nada.

Em seguida se aproximou outro Xamã que parecia falar a mesma língua deles,

___ Posso saber o que fazem aqui?

___ Viemos em busca de conhecimento.—Respondeu Christian.

___Eu quero aprender com essa floresta, muitos costumam comentar sobre ela.. — Blenda respondeu.

___ Vocês não estão em busca do misterioso líquido vermelho?— indagou o Xamã

___ Bom, eu ouvi falar que ele pode mudar a vida totalmente de quem o utiliza— disse Christian.

___ Sim, ele tem propriedades curativas, entre outras funcionalidades… muitos que aqui entraram vieram a sua procura para enriquecer e mudar de vida.

___ Vim com materiais apropriados para extraí-lo. — disse Christian

___ Meu jovem, esse líquido está onde ele deve estar.

___ Bom, eu tenho tempo.

___ Só lhe digo que tudo que aqui existe pertence aos deuses e a natureza.

___ Mas se está aqui na Terra também nos pertence e devemos utilizar para alcançar mais pessoas que possam ser beneficiadas pelo seu poder curativo.

___ Se eu fosse vocês, apenas contemplava o momento presente e a beleza que esse lugar esconde. É algo único, mas só vocês que tem o poder de fazer valer cada segundo.

___ Desde que passei entre essas árvores pude notar um ar diferente que preenche um lugar, é uma sensação de sofrimento…—disse Blenda.

___ Eu também sinto uma certa curiosidade, já vejo a matéria perfeita para sair na mídia, tão pouco divulgado com seus mistérios e eu tive a honra daqui explorar e conhecer pessoalmente. — disse Stefan.

___ Só digo a vocês que esse bosque tem sentimentos, cada folha caída tem sua história, o soar do vento carrega o suspiro de sofrimento, cada ser que aqui está tem sua função de proteger o seu lar.

___ É por esta razão que não consigo me conectar completamente com ela. É como se ela tentasse se expressar…—disse Blenda.

___ Ela tenta, mas muitos não a escutam e acabam se perdendo.

___ Como podemos nos comunicarmos com ela? — Indagou Blenda

___ Então, vocês vão precisar sentir e seguir os espíritos da natureza.

Depois de receberem os conselhos, eles seguiram o caminho, porém cada membro do grupo tinha um pensamento diferente, Blenda queria entender porque todo esse bosque carregava esse ar de sofrimento, tão sombrio e perturbador. Enquanto Gustav queria saber se realmente tinha tantas diversidades de flora e fauna.

Já Stefan e Christian, queriam realmente extrair o líquido vermelho para fazerem experimentos e compartilhar comercialmente para a população. Afinal, descobriram algo único e de valor que poderia mudar a história da humanidade.

Blenda contemplou a natureza, levantou seus braços e sentiu o sopro do vento, mas não notou nada diferente. Sentou-se em silêncio em posição de meditação, esperava que a floresta respondesse.com algum tipo de sinal.

___ Não adianta nada!- disse Stefan interrompendo o silêncio.

Blenda apenas ignorou e se manteve intacta na mesma posição enquanto os três seguiram adiante, naquela ocasião por acaso avistaram algo se mexer entre as matas, um deles se aproximou para ver o que era, mas quando chegou perto nada apareceu, por conseguinte um pequeno lagarto surgiu do meio das folhas, não ligaram e continuaram tentando buscar os sinais dos espíritos, novamente algo se mexeu entre as árvores e de trás saiu uma ninfa. Eles acharam ela uma figura tão encantadora nunca vista antes, resolveram se aproximar para fotografá-lá, no entanto, ela se movimentou para longe ficando um borrão na imagem.

Eles foram correndo atrás dela, talvez fosse ela que a levariam para a saída. Porém se enganaram, pois foi tão rápida que a perderam de vista.

Estavam sedentos,  por sorte encontraram um lago, quando se aproximaram viram uma sereia a se banhar nele, eles se ajoelharam no chão e começaram a tomar a água com as palmas das mãos, um fauno apareceu trazendo a eles um recipiente  em formato de guampa com água,  em seguida outros faunos apareceram tocando flautas e berrantes que eram tocados a cada pausa longa da melodia.

Outro ser esquisito apareceu e pegou seus equipamentos enquanto eles estavam distraídos.

Ficaram assustados, pois era uma música sombria, e por isso continuaram a sua viagem à procura da saída, perceberam que estavam sendo seguidos por umas figuras semelhantes a um sátiro a quais se veem em filmes, mas eles não estavam com uma aparência tanto amigáveis, por essa razão o grupo se obrigou a andar mais depressa…

Gritavam pelos Xamãs para que eles aparecessem, porém, nenhum sinal deles.

De repente avistaram algo no ar em movimento linear, perceberam que podia ser o tão falado espirito da natureza, e apareceu Blenda atrás deles.

___Vejam!-—ela gritou.

Outros seres continuaram a segui-los e o som dos instrumentos ressoava uma melodia melancólica, enquanto o grupo seguia os espíritos, até chegarem nas famosas ruínas  a qual avistaram um portal.

O portal simplesmente se formou e em volta dele luzes apareceram piscando como luzes natalinas, um som agudo soou tão alto a ponto de irritar seus ouvidos.

Stefan sugeriu para entrarem, mas os outros não concordaram porque prometeram encontrar a saída e faltava tão pouco para saírem dali. Além disso, eles conheceram o lugar misterioso que muitos não tiveram a chance de sair.

Mas, mesmo assim teimou e entrou sozinho no portal que consequentemente se fechou,

Os outros ficaram inquietos com a situação e resolveram seguir a viagem, enquanto caminhavam tentavam entender o que tinha acontecido, e pensavam em como deveriam agir em relação ao amigo e ao bosque.

Pareciam ter chegado ao fim do bosque, porque foram acolhidos por Xamãs a qual os aguardavam e um deles falou:

___ Esta é a primeira vez que alguém me escuta, muitos resolveram ficar por causa do liquido tão raro, estes nunca mais saíram daqui, ficaram presos em um reino assombroso, junto a seres não muito amigáveis.

___ O quê? Mas não podemos deixar nosso amigo ficar! — disse Gustav

___ Se ele conseguir escutar as almas do bosque vermelho é capaz de mudar de ideia para encontrar a saída, mas se ele escutar os dragões encantados ficará preso para sempre, mas apenas a natureza poderá guiá-lo, para isso terá que senti-la

___ Não tem como voltarmos para salvá-lo? O Xamã olhou  em seus olhos e teve uma ideia na qual pegou uma pena de uma ave e disse:

___ Deixe uma mensagem a esta pena que voará até ele e mostrará o caminho de volta.

___ Ele vai escutar?—Christian indagou.

___ Claro! Tudo está conectado e tem seu propósito.— ele respondeu.

A escolha deles posteriormente ao conselho, foi de retornar para encontrarem o amigo, pois não compreendiam o verdadeiro poder desta pena mensageira a qual teriam que enviar para seu amigo.

Porém, essa decisão resultou no desaparecimento de todos os membros do grupo e após investigações no local em busca do desaparecimento dos jovens, nenhum corpo foi encontrado, assim como nenhum Xamã foi visto e nem seres mitológicos…

Desde então em homenagens a estes jovens corajosos foi colocado uma estátua deles em frente às Ruínas, que ficou aberta por um tempo para que estudantes e pesquisadores analisassem o belo lugar.

A única coisa que permaneceu mesmo após anos foi uma tal pena que nunca parou de voar pelo local e também encontraram uma bota antiga.

Embora tenham curiosos que foram lá posteriormente, contam que as árvores estavam com aspectos estranhos com seus troncos tortos, e dizem que durante as investigações por detrás dos jovens foi visto silhuetas e sombras que não pareciam ser identificáveis, além de sons perturbadores que ressoavam.

Várias repercussões de que eles lá ficaram presos na obscuridade, guiado pelos dragões pela razão de terem sido gananciosos.

Pois Stefan queria se apoderar do líquido extraído e usar para o bem próprio. E enriquecer mediante recursos naturais do bosque

Porém, seus amigos não queriam deixar ele para trás, pois ele era importante para o grupo. O que supõe um interesse que poderia realmente ser o desaparecimento do amigo ou a curiosidade por detrás das Ruínas.

A grande questão é qual o preço que você paga para se satisfazer da riqueza e de uma possível vida melhor?

Você está disposto a arriscar algo tão alto como sua própria vida e suas crenças?

Até que ponto a ganância pode influenciar para poder provar o quão destemido você é?

Aquilo que pertence à natureza por alguma razão deve ser mantido no seu local de origem, sem haver interferência humana, não é só porque está na Terra que deve ser dominado pelo homem. Desde uma pequena pedra, sendo retirada do seu local de origem pode causar tremendas alterações ao ambiente.

Algumas verdades devem ser mantidas no seu devido lugar porque nem todos usariam para o bem comum e nem entenderiam

 

 

Carolina de Sá Schirmer, nascida em Santa Maria, no estado do Rio Grande Sul. Graduanda em terapia Ocupacional pela UFSM, finalizando a graduação em 2024. Amante da escrita desde jovem, criadora de histórias de ficção, mistério e fantasia. Recentemente em 2023 publicou seu primeiro E-book sobre a Escrita Terapêutica.

 

 

 

 

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