PARTIDOS
Marcelo foi a Dakar.
Voltou.
Celene morou em Paris,
no Quartier Latin.
Pobre coração,
queria conhecer o mundo,
mas não coube em si.
Tão só.
Dó de Laura que partiu.
Viu o mundo e só.
Dentro de si não cabia
tanta solidão.
UMA CASA
Quatro paredes não são uma casa.
Quatro paredes sob um teto não são uma casa.
Uma casa é onde um coração dorme em paz.
Uma casa pode ter uma lareira e não ser um lar.
Quatro paredes não protegem ninguém.
Às vezes, é melhor não trancar a porta.
Maria Alice Bragança nasceu em Porto Alegre, RS. Jornalista, diplomada pela FABICO/UFRGS, mestre em Comunicação Social pela PUCRS, redatora e editora de emissoras de rádio e de jornais, como Correio do Povo e Zero Hora, foi também professora de comunicação social e artes visuais nos cursos na Universidade Feevale. Como pesquisadora da área de comunicação e do jornalismo, possui artigos publicados em revistas e anais de congressos nacionais e internacionais. Atualmente, é diretora de Comunicação da Associação Gaúcha de Escritores (AGES), gestão 2019/2020.
Escreve poesia desde a adolescência, tendo publicado poemas em jornais, em antologias nacionais e em Portugal, além dos livros de poesia: Quarto em quadro, pela Shogun Arte, e Cartas que não escrevi, pela Casa Verde. Mantém, sem periodicidade, o blog “Alice & Labirintos” (alicelabirintos.blogspot.com) e é uma das fundadoras e organizadoras do coletivo feminista de escritoras Mulherio das Letras RS, participando também, além do grupo nacional do coletivo, do Mulherio das Letras Portugal e Mulherio das Letras Europa. Tem poemas publicados nas revistas literárias Gente de Palavra, Germina, InComunidade (Portugal), Literatura & Fechadura, Ser Mulher Arte e Mallarmargens.