Sinceramente não sei
Que absurdo disparate de vida
Me presenteou com tanta ferida
Que não sei como aguentei
Talvez tenha aguentado caminhando sozinho
Sem correr desesperado, andando devagarinho
Como quem pisa num ninho
Ou abre os olhos em descaminho
E quando pensei que tudo era alegria
A vida me mostrou outra alegoria
E enquanto a nova tempestade ainda nem começava
Eu tremendo engatinhava
Nas dúvidas da desesperança
Sem entender a tenebrosa lambança
Que ora se apresentava
E foi um choro infinito
Seguido de berro e de um tremendo grito
Daqueles que acordam até defunto
Pois me sentia um decaído presunto
E precisa dalgum encanto
Para livrar-me daquele pranto
Daquele testamento maldito
E a fome quando aparece
Traz visitas com sua presença
Eu me agarrei as rezas
Que aprendi na adolescência
Para evitar a insolvência
Daquele miserável viver
E oxalá amanhecer
Com um pouco mais de esperança
Na vida e suas riquezas
Porque naquela horrenda pobreza
Preferia a morte, esta natural ausência
Do que os pesares de um horrível padecer
Onde a sobrevivência, se aparenta à um viver
E de dor, já tinha partido
Juntei forças na alma
Com medo, angústia e calma
Para abandonar esta essência
E partir, sem descendência
Pr’outras desconhecidas querências
Talvez até para melhores quimeras
Onde sorrisos e abundância
Não fossem apenas ilusões de criança
Mas um fato irrevogável
De uma eterna pujança
Onde a vida faz sentido
E estar vivo, não cansa.
Como citar este Poema:
Cargnin dos Santos, Tadany. Disparates da Vida. www.tadany.org ®
Sobre o autor…
Executivo Internacional. Cidadão Global. Palestrante. Poeta. Escritor. Pensador. Counsellor. Espiritualizado. Alegre. Curioso. Dinâmico. Profundo. Agradecido. Aventureiro. Tadany é formado em Administração de Empresas pela UFSM. Já trabalhou em vários países ao redor do mundo e, atualmente, é Gerente de Globalização na IBM Índia. Ademais, por 3 anos, ele também estudou Advaita Vedanta num monastério nos Himalayas (Índia) com o Swamy Dayananda Sarasvati (www.dayananda.org).