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Dias Desnorteados

Mesmo assim, não deixei de pensar

Que era outra coisa o viver

Pois não há sofrimento que sempre perdure

Nem noite, sem um amanhecer…

 

Cada dia que passava

Era um dia que perdia

Os vícios e os medos

Transformavam os momentos em agonia

 

E não pensava em outra coisa

Senão nas intensas dores adquiridas

Nas angustiantes noites sem sono

E nas desesperanças de abertas feridas

 

E os prejuízos transformavam

Os sonhos em pesadelos

E as incertezas se acumulavam

Desolando a mente e arrepiando os cabelos

 

E o amor partiu noutra carruagem

Deixando um abismo sentimental

Enquanto que o corpo foi estremecendo

Prevendo um cataclisma existencial

 

Mesmo assim, não deixei de pensar

Que era outra coisa o viver

Pois não há sofrimento que sempre perdure

Nem noite, sem um amanhecer

 

Mas aqueles foram dias terríveis, para esquecer

De tormentos sem piedades, sútil enlouquecer

De dúvidas sem esperanças, insuportável perecer

De dias que oxalá não voltem mais, um novo amanhecer.

 

PS: Para citar este Poético Perecer:

Cargnin dos Santos, Tadany. Dias Desnorteados.

 

 

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Photo by Eugenio Camporato on Unsplash

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