Confira iniciativas importantes e sustentáveis em 3 grandes cidades
LEI EM NY: TETO VERDE OU PAINÉIS SOLARES
Uma das medidas aprovadas em 2019 determina que todas as novas construções comerciais e residenciais de Nova York tenham telhados verdes ou painéis solares.
Nos meses de julho e agosto, o pico do verão no Hemisfério Norte, a temperatura da cidade fica na casa dos 30ºC. O problema é que a sensação térmica é muito mais alta. Em 2016, a onda de calor na cidade foi responsável pela morte de 140 pessoas.
Além de reduzir a temperatura, já que plantas absorvem a luz que seria transformada em calor, telhados verdes liberam vapor d’água e ajudam a melhorar a qualidade do ar. A vegetação nos telhados também é importante para cortar os custos com energia, já que auxilia termicamente as construções e reduz a necessidade do uso de aparelhos de ar condicionado. Segundo um estudo publicado pelo National Research Council of Canada, a instalação de telhados verdes pode cortar em até 75% os gastos com energia em prédios.
Para ajudar os novaiorquinos a cumprir as novas determinações, a prefeitura anunciou a criação de um programa de empréstimos e subsídios. “Aprovamos uma legislação que não apenas tornará os céus de Nova York mais bonitos, mas irá melhorar a qualidade de vida da população para esta e as próximas gerações”, afirmou Rafael Espinal, membro do conselho da cidade.
A nova lei exige ainda que edifícios de grande e médio porte, que representam quase um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa de Nova York, baixem suas emissões em 40% até 2030 e 80% até 2050. Saiba mais sobre a LEI DE MOBILIZAÇÃO DO CLIMA (Fonte: Conexão Planeta)
Assista também a reportagem: NOVA YORK FICA MENOS POLUÍDA E MAIS VERDE – Ambiente melhor atraiu novas espécies de animais selvagens. JORNAL HOJE 4 min. Exibição em 3 jan 2022
MILÃO QUER PLANTAR 30 MILHÕES DE ÁRVORES ATÉ 2030
Projeto visa frear crise climática ao passo que melhora a qualidade de vida da população.
Um ambicioso projeto de reflorestamento urbano está em curso em Milão. O objetivo é plantar três milhões de árvores até 2030 – levando mais áreas verdes para espaços públicos e privados – a fim de mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Ruas, praças, telhados e fachadas residenciais: o plantio deve tomar conta de todos os cantos da cidade que quer se tornar a “Capital Verde da Itália”. Batizado de ForestaMi, o projeto é promovido pela gestão municipal e pelo Conselho Regional da Lombardia. Trata-se do resultado de uma pesquisa realizada pela Universidade Politécnica de Milão. Por dois anos, de 2018-2020, o estudo buscou entender a situação atual do território da cidade e sua vegetação urbana. “Em primeiro lugar, o estado e a porcentagem de cobertura da vegetação natural foram analisados e avaliados, chegando-se a uma cobertura estimada do dossel (a área ocupada pelas copas das árvores em todo o território) de 16%. O estudo subsequente de vazios urbanos (zonas que sofrem de falta de vegetação natural) lançou luz sobre o potencial para iniciativas de replantio e possíveis projetos-piloto”, detalha o site oficial da iniciativa.
Além de mapear áreas estratégicas de plantio, a pesquisa também aponta quais atividades precisam ser colocadas em prática a curto prazo (até 2023), tais como a “realização de estudos sobre o impacto da silvicultura urbana na saúde e no bem-estar psicofísico da população”.
Uma das metas objetivas do ForestaMi é aumentar a cobertura da copa das árvores em 5%, passando de 16% para 21% em toda a área metropolitana até 2030. O trabalho é grande e busca envolver entidades públicas, associações, empresas privadas, além, é claro, da própria população. Com 268 páginas, o estudo agora serve de guia para o desenvolvimento de políticas e estratégias florestais urbanas. Entre os pontos a serem desenvolvidos, podemos destacar:
- Criar uma infraestrutura verde na cidade metropolitana por meio do estabelecimento de uma rede de corredores verdes e azuis para conectar parques, florestas, agricultura e arquitetura verde;
- Melhorar a agricultura urbana e periurbana e promover a criação de hortas urbanas;
- Promover a transformação de pátios escolares, universidades, vazios urbanos de condomínios e hospitais em oásis verdes
- Aumentar o número e as superfícies de telhados verdes;
- Recuperar solos abandonados e poluídos por meio de processos de fitorremediação.
Em suma, são medidas que podem facilmente inspirar outros gestores públicos, sobretudo, das grandes cidades. Uma das questões citadas, que atingem inúmeras áreas urbanas, é o efeito “ilha de calor”, que pode ser amenizado com o plantio de árvores: ajudando a refrescar os bairros e reduzir o uso de ar condicionado.
O programa ForestaMi é considerado por seus desenvolvedores a “maneira mais eficaz, econômica e envolvente de desacelerar o aquecimento global, reduzir o consumo de energia e limpar o ar, melhorando assim o bem-estar dos cidadãos”. Ou seja, reconhecem os benefícios ambientais, econômicos e até mesmo para a saúde mental.
Desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de profissionais, entre ecologistas, paisagistas, agrônomos, engenheiros florestais, planejadores urbanos, sociólogos, pedólogos e engenheiros, a pesquisa científica teve a coordenação de Stefano Boeri, aclamado arquiteto do mundialmente famoso bosque vertical, e pode ser conferida na íntegra aqui. Por enquanto, já foram plantadas mais de 280 mil árvores. Você confere o andamento do programa no site oficial da iniciativa. (Fonte: CicloVivo)
Arquitetura e sustentabilidade: Edifício Bosco Verticale em Milão
“O arranha- céu mais bonito e inovador do mundo ”, de acordo com uma classificação compilada pelo“ Council on Tall Buildings and Urban Habitat ”.
Assista a reportagem do Jornal Hoje: Bosque vertical é respiro em meio aos prédios de Milão, na Itália – A ideia é um projeto de reflorestamento metropolitano. O arquiteto Stefano Boeri é o criador do bosque vertical e tentava unir a natureza e a arquitetura em um grande projeto. 07/09/2019 15h07
RIO DE JANEIRO TERÁ A MAIOR HORTA URBANA DO MUNDO COM 110 MIL m²
A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou a expansão do cultivo de hortaliças em terrenos que pertencem ao município, às margens da linha férrea do Parque Madureira.
O espaço vai receber já em 2022 aquela que deve ser a maior horta urbana do mundo, com 110 mil metros quadrados.
O objetivo principal é gerar renda e segurança alimentar para 50 mil famílias de baixa renda, por safra, até 2024. Além de ter um corredor verde de hortaliças ao longo do Parque Madureira até Guadalupe, em uma parceria com a Embrapa e com a Light, porque parte dos cultivos fica debaixo das torres de energia da empresa.
“É bom a gente devolver essa subsistência pessoal, isso significa uma questão de agricultura urbana, que é um tema muito importante nos dias de hoje. Tem a ver com sustentabilidade social, com geração de renda para as famílias daqui. A gente tem que continuar valorizando esse espaço”, destacou o Prefeito Eduardo Paes.
Resgate da cultura local
Segundo a prefeitura, a nova horta recupera uma vocação agrícola histórica de Madureira e bairros vizinhos. Um memorial fazendo alusão aos antigos moradores do local – o “Quilombo Agrícola Madureira” – será erguido na entrada da horta. Uma homenagem que atende a uma reivindicação do setor cultural da região.
“A ideia é que os frequentadores conheçam a história dessa região, um centro produtor agrícola para o Mercadão de Madureira e outros mercados. Fortalecer a agricultura carioca é o caminho para uma cidade mais igualitária”, disse Eduardo Cavaliere, secretário municipal de Meio Ambiente.
Hortas Cariocas
O Hortas Cariocas, programa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, produz por ano cerca de 82 toneladas de cultivos. Em toda a cidade, o programa abrange 3.720 canteiros, com 24 hectares de áreas cultivadas, em 25 escolas e 24 comunidades. Aipim, cebolinha, coentro e manjericão estão entre os alimentos mais produzidos. Ao todo, 220 hortelãos e hortelãs ganham bolsas para manter as produções.
Vale lembrar que o Rio de Janeiro já abriga atualmente a maior horta comunitária da América Latina, localizada na comunidade carioca de Manguinhos. Curitiba é outra cidade que se destaca em políticas de incentivo e implementação de hortas comunitárias.