No dia 1.º de agosto de 2018, um grupo se reuniu para pensar uma ação pública, em face das ameaças ao patrimônio histórico e cultural de nossa cidade, com as mudanças havidas no novo Plano Diretor.
Uma vez definida a ação, um Coletivo começou a tomar corpo, com o lançamento do Manifesto em defesa do Patrimônio Histórico, Cultural e Arquitetônico de Santa Maria, fato que ocorreu na Praça Saldanha Marinho, dia 4 daquele mês. Desde então, nesses dois anos de sua existência, tem sido o propósito do Coletivo Memória Ativa – identificação adotada em 27-3-2019 – dar apoio ao COMPHIC (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural); propor uma discussão ampla e democrática para constituir uma nova Lei Municipal de proteção ao Patrimônio Cultural; e trabalhar pela adoção de mecanismos de amparo oficial aos proprietários de bens tombados.
O nome do Coletivo deve-se ao entendimento de que a defesa do Patrimônio Cultural exige que seja, cada vez maior, o esforço da coletividade: cidadãos, entidades, empresas e poder público constituído. Todos agindo em favor da autoestima cidadã, pois a alma da cidade são as pessoas, e é da história pessoal que se faz a história do Município. Sem a sua gente, a cidade está fadada à ruína. É da memória afetiva de cada um que se constrói a memória da cidade. Nesse sentido, o coletivo adotou como Missão: “Sensibilizar a comunidade de Santa Maria em prol da preservação dos valores do seu patrimônio cultural.” A Visão que o grupo pretende para sua organização é: “Ser reconhecida como entidade que busca inserir Santa Maria no circuito mundial da defesa do patrimônio cultural.” Para tanto, são elencados os Valores de sua identificação: Integridade, Liberdade, Diálogo, Identidade, Afetividade.
Foram muitas as atividades do Coletivo Memória Ativa, mas destacam-se ações como abraço simbólico a prédios históricos (Palacete Batista Seroni e Museu Gama D’Eça, por exemplo); caminhadas guiadas pelo Centro Histórico; formação da Força-Tarefa para auxiliar no inventário dos 135 imóveis tombados pelo Decreto Executivo 84/2018, envolvendo as IES UFN, Ulbra e UFSM, além de membros do Coletivo; sugestões para a construção da Lei do Patrimônio Cultural do Município; Manifesto em favor da destinação cultural e preservação da Memória Ferroviária da Gare.
Uma cidade não se desenvolve apenas pela expansão em termos econômicos, pela abertura de novas ruas, implantação de novos empreendimentos, construção de novos prédios. Também vai-se tornando grande e promissora, pelo permanente progresso cultural de sua gente. Se os índices materiais dão a feição da cidade, a cultura é a sua alma. Não é eliminando os vestígios do passado que vamos dar uma cara nova a Santa Maria, simplesmente estaremos eliminando de sua essência o que a torna viva: a memória da construção de sua identidade. Para que se possa ter efetividade na condução de políticas públicas, é preciso estimular nos santa-marienses a sua autoestima cidadã. Para cuidar da cidade, ajudar a manter sua beleza e fazê-la crescer, é preciso fomentar a ideia de pertencimento, de amor por este lugar de convívio. Amar implica conhecer: as pessoas não esquecem o que amam, e só amam de verdade o que conhecem. Cooperar nesse esforço tem sido a essência do Coletivo Memória Ativa.
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