O dia das bruxas está aí e trazemos para hoje dois curtas brasileiros, um deles inspirado na lenda urbana “A Loira do Banheiro” e outro no próprio dia das Bruxas. Ambos são de Rafael Baliú, que é roteirista audiovisual e de histórias em quadrinho. O curta acima Blondie (A Loira do Banheiro), levou o prêmio de Melhor Terror no My Rode Reel (online) em 2016 e o curta Um Estranho Bate a Porta (abaixo) recebeu os prêmios ABCs of Death 2 -Search for the 27th director – 3º lugar e Curta integrante da Antologia Internacional “ABCs of death 2.5”. O Curta foi lançado em 2012.
Mas e o que vocês sabem sobre a lenda brasileira da Loira do Banheiro?
Dizem que ela aparece em banheiros de escolas, geralmente após alguém realizar uma sequência de ações pré-determinadas: pode ser gritar seu nome três vezes na frente do espelho, chutar a privada e falar palavrões ou mesmo dar a descarga com um fio de cabelo no vaso sanitário. Dependendo da escola onde a lenda é contada, pode ser tudo isso junto.
Quem conhece essa lenda imaginava que a loira pudesse existir de fato? Pois é andamos pesquisando e há quem acredite que ela se chamava Maria Augusta de Oliveira, nascida no final do século 19, em Guaratinguetá, São Paulo. Dizem que ela seria filha do Visconde de Guaratinguetá, que teria a obrigado casar-se aos 14 anos com um homem influente. Na época, isso ainda era considerado “normal”. Mas Maria parece que era uma mulher a frente do seu tempo, não satisfeita com o casório aos 18 anos vendeu todas jóias que tinha e resolveu fugir para Paris. Morreu aos 26 anos de causa desconhecida. Com a notícia da morte, sua família pediu que o corpo retornasse ao Brasil e fosse colocado em uma urna de vidro na casa da família até que o túmulo ficasse pronto. Mas, mesmo após a sepultura estar pronta para receber o corpo, a mãe de Maria Augusta não quis enterrá-la. Foi só após ser acometida por diversos pesadelos enquanto o corpo estava na casa que ela consentiu em sepultar a jovem. Algum tempo depois, em 1902, o casarão em que viviam deu lugar à escola estadual Conselheiro Rodrigues Alves, onde dizem que seu espírito vaga até hoje, aparecendo com frequência nos banheiros femininos. A história ganhou força após um incêndio misterioso acometer a escola, em 1916, fazendo com que o prédio tivesse que ser reconstruído.
Então se você ver a loira do banheiro por aí, fica com medo não, troca uma ideia com ela, que parece que ela tem muito o que ensinar. Só não vale deixar de apreciar os filmes de terror brasileiros, que por sinal estão muito bem produzidos, né?
ASSISTA TAMBÉM O CURTA “UM ESTRANHO NA PORTA”
Rafael Baliú – autor dos curtas
Seus longa-metragens são Asco, Drama da Paixão e O Diabo Mora Aqui. Seus curtas são Meta, Children of the Cosmos, Blondie – A Loira do Banheiro, Um Estranho na Porta e O Último Jokenpo. Também escreveu a web-série Nerd of the Dead e as HQs Ninja e Aranha. Trabalhou nos programas Conversa de Gente Grande e Quem fica em Pé, pela Rede Bandeirantes. Fez os cursos Story e Genre com Robert McKee pelo Programa Globosat de Roteiristas. Atualmente trabalha na Split Studio, escrevendo o desenho WeeBoom, para o canal Boomerang.
Saiba mais em: www.rafaelbaliu.com.br