Poema de Melina Guterres / Mel Inquieta
Guarda no peito o poeta
A lamuria,
O choro do artista
A valsa e rima
Guarda no peito o poeta
Uma “coisa” que se acumula
Uma força que imunda
Um ódio que cresce
Uma pétala de margarida
Guarda no peito o poeta
O urro que emudece
A voz que não se escuta
A forma que não se vê
Realidade e fantasia
Guarda no peito o poeta
Seu jeito de ver.
Solta no papel o poeta,
Para quem como ele não vê,
A dor da maioria que finge,
Não sentir, não perceber.
A esperança do poeta é que ao ler,
Eles possam acordar e se reconhecer.