Olá queridos apreciadores do portal Rede Sina. Bem vindos!
A coluna do Guga estava que nem água de poço ( hehe), confesso que por procrastinações minhas, porém, vim dar uma agitadinha nesse poço, opa nessa coluna. É uma grande satisfação ser um colaborador deste portal tão diversificado e rico de conteúdos e informações.
Agradeço à minha amiga jornalista e mentora do Sina pela paciência (rsrs) e oportunidade.
Bom, introduções e formalidades concluídas vamos lá?
Aqui na Coluna Guga, vocês verão muitos assuntos relacionados à moda ( no início até comecei com a proposta de abordar sobre moda masculina somente, mas a gente vai se reinventando “amém senhor!”)porém, tentando fugir daquele formato clichê de dicas e tendências, como se todas as pessoas tivessem nascido na mesma forma, com os mesmos gostos, ignorando a individualidade e a diversidade como um todo.
Para este recomeço eu estava preparando outro material, que em breve estará circulando por aqui, mas, aconteceu no último sábado (já madrugada de domingo) o evento Miss Brasil 2017 e, para minha felicidade uma negra belíssima representante do Piauí, Monalysa Alcantara recebeu a coroa e faixa das mãos de outra negra lindíssima, Raissa Santana ( um marco na trajetória do concurso miss Brasil, duas negras coroadas consecutivamente).
Na qualidade e auto-estima elevadíssima sendo negro e ciente da realidade brasileira (um país de racismo velado, pré-conceitos estabelecidos e mesquinhas, um país onde o machismo ainda atrapalha o desenvolvimento sócio-cultural, um país repleto de estigmas no imaginário coletivo) não poderia deixar de tornar público meu orgulho em ver coroada uma mulher negra, nordestina e belíssima, diferente dos padrões até pouco repetidos em concursos de misses.
Monalysa, mais uma vez quebra paradigmas , depois da “estréia” de Deise Nunes no trono brasileiro de Miss Brasil em 1986 e de Raissa Santana(30 anos depois)em 2016.
Os concursos de beleza tem passado por mudanças tanto em seus teores e formato (atualmente repleto de marketing) o que era de se esperar, pois a cultura não é algo estático, ela muda e se transforma, afinal como cantava o poeta:” O tempo não para!”. Falando em marketing, podemos analisar que, as misses sempre “venderam algo” e falando de Brasil, elas sempre venderam um padrão de beleza da mulher brasileira para o mundo, o que é muito delicado.
Os tempos mudaram, os concursos mudaram, as misses mudaram (tanto fisicamente, quanto em discurso e preparação) pois acompanham as belíssimas e necessárias conquistas sociais e histórico-culturais das mulheres nos últimos tempos. Ainda temos muito o que avançar enquanto sociedade brasileira.
Os discursos são necessários, não para “provar” ou justificar que a Monalysa é linda e tem potencial ( bem como todas as outras candidatas, sem dúvidas) mas, para elucidar mais uma vez meu orgulho em ver outra miss Brasil negra, representando a cultura de uma nação.
Se ela não trouxer a coroa de Miss Universo para o Brasil, ok! Ela não deixará de ser Miss Brasil e seguirá representando a beleza todas as mulheres brasileiras, afinal tantas outras nesses últimos anos foram até o miss universo e trouxeram a coroa? não “né”?
Não tenho dúvidas que o Brasil está bem representado e não desmereço as outras candidatas (inclusive a nossa Miss RS Juliana Mueller que ficou em 2° lugar).
Pelo que percebi, Monalysa parece ser uma mulher bastante empoderada, ciente de sua realidade, ciente da realidade brasileira e com certeza fará uma linda trajetória no papel de miss Brasil.
Vai lá Miss Brasil 2017! Se você não trouxer a coroa de Miss Universo, você seguirá sendo a nossa Miss Brasil, elevando a auto-estima das mulheres negras e representado a beleza da mulher brasileira em seu reinado.
Aguardando ansiosamente para ver depois de tantos anos, outra miss Rio Grande do Sul negra (pós Deise Nunes, pois os outros estados já acordaram!).
Ai gente! é uma surra de beleza, ver essa negra lacrando e sambando bem na nossa cara, coroada e com a faixa de miss Brasil 2017 ainda.
Vrááááááá! Aceitem!
Gustavo Rocha ou “Guga Rocha” como é conhecido e gosta de ser chamado é natural de Santa Maria/RS. Estudou Ciências Sociais na UFSM, focando mais na Antropologia.
Nosso novo colunista é apaixonado por assuntos que envolvem moda, como sentido de expressão e comunicação. O cara também é muito ligado em música, principalmente eletrônica, porém não dispensa um bom samba de raiz e adora dançar até pingar.
Guga também simpatiza com as causas de diversos movimentos sociais, onde tem se engajado ultimamente, como militante no combate contra o racismo, o machismo e a homofobia.
Atualmente ele é comissário de voo e semanalmente, Guga aterrissará aqui na página da REDE SINA, fazendo algumas abordagens sobre o universo que envolve a moda masculina.