Por que 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra? Nesse dia, em 1695, morreu Zumbi, o líder negro do Quilombo de Palmares. Um bandeirante, comandado por Domingos Jorge Velho, foi o responsável pelo assassinato do líder quilombola.
Por que falarmos de Consciência Negra? Porque temos um compromisso público, ético e democrático de combate ao racismo, forma vil de atacar, ofender e discriminar os não brancos, especialmente, os afrodescendentes.
Temos, em nossa história de nação, o traço da vergonha, por termos sido um país que traficava pessoas para escravizá-las, na atitude mais repulsiva de desumanidade. Os navios negreiros não mais atracam em nossos portos, mas isto não significa que tenhamos atingido, em plenitude, a consciência da igualdade e da liberdade entre todas as pessoas. Não temos, ainda, uma democracia racial.
Nossa questão de análise não deriva para colocar cor na consciência, mas para fazer um registro de que o povo negro precisou se reunir, reivindicar seus direitos como humanos, tendo se organizado, a partir de uma consciência étnica de direitos e de integração social plena, combatendo preconceitos e denunciando violências.
Por tais razões, comemorar o Dia da Consciência Negra significa reconhecer a imprescindível necessidade de superar privilégios, de denunciar preconceitos, de combater atitudes discriminatórias e, especialmente, de lutar para que o racismo e seus desdobramentos sejam banidos da sociedade, que se pretenda civilizada.
Saudamos o povo negro, nas suas lideranças, que lutam para preservar sua cultura e enfrentar as desigualdades diárias nos locais em que estudam e trabalham. Nosso grito de protesto contra os que insistem em pronunciamentos e atitudes preconceituosas. Nosso respeito e solidariedade pela perda de tantas vidas negras. Não deixemos que os feitores, com seus chicotes, continuem a dizimar o o povo negro. Nenhuma palavra de zombaria será aceita e desculpada.
Nosso respeito por sua luta. Caminhemos juntos!