Poema de Melina Guterres / Mel Inquieta
Lá vai o menino com sua pipa na mão escrever nos muros da felicidade
Sua paixão
Sua vida vadia de casa em casa sem muito a dizer
Já basta sua imagem, seu pedido por qualquer tostão
E cresce e corre entre os carros, vidrado nas vitrines
Que um dia pensa em poder não apenas olhar
Esse encanto bate na sua porta e ninguém lhe escuta
É só mais um menino na rua, mas ele não desiste de não ser
Cada dia que passa a briga é maior e a resposta de onde vem?
Ele é só mais um…
E quem se importa?
Negro, mulato veste trapos, vive pelas ruas, marginalizado?
As luzes a sua volta brilham mais do que sua presença
Suas lágrimas ninguém vê, seu choro ninguém escuta, seus olhos …
Sobe no chafariz da praça e canta para esconder a solidão
– menino louco, vadio, desce daí! – diz a mulher que passa
Agora ele já tem um nome e alguém se importa …
Ri sozinho, gargalhadas tristes saí da água sem casa para voltar
A fome agora é sua maior companheira , e segue cambaleando atrás de sapatos brilhantes
Cinderela da rua, menino de rua, sonha divaga no conto que ouviu de outra menina
Onde ele será que ele deixou de ser um príncipe? Cadê toda aquela magia?
– Em pensamentos sou príncipe, tenho um castelo, brinco com meu cavalo, almoço, janto,
tenho mãe, pai, irmão –
Acorda deitado entre jornais no chão
Pega a pipa, com sorriso no rosto, segue o destino. Pela noite ele teve um sonho bom.
Sua paixão
Sua vida vadia de casa em casa sem muito a dizer
Já basta sua imagem, seu pedido por qualquer tostão
E cresce e corre entre os carros, vidrado nas vitrines
Que um dia pensa em poder não apenas olhar
Esse encanto bate na sua porta e ninguém lhe escuta
É só mais um menino na rua, mas ele não desiste de não ser
Cada dia que passa a briga é maior e a resposta de onde vem?
Ele é só mais um…
E quem se importa?
Negro, mulato veste trapos, vive pelas ruas, marginalizado?
As luzes a sua volta brilham mais do que sua presença
Suas lágrimas ninguém vê, seu choro ninguém escuta, seus olhos …
Sobe no chafariz da praça e canta para esconder a solidão
– menino louco, vadio, desce daí! – diz a mulher que passa
Agora ele já tem um nome e alguém se importa …
Ri sozinho, gargalhadas tristes saí da água sem casa para voltar
A fome agora é sua maior companheira , e segue cambaleando atrás de sapatos brilhantes
Cinderela da rua, menino de rua, sonha divaga no conto que ouviu de outra menina
Onde ele será que ele deixou de ser um príncipe? Cadê toda aquela magia?
– Em pensamentos sou príncipe, tenho um castelo, brinco com meu cavalo, almoço, janto,
tenho mãe, pai, irmão –
Acorda deitado entre jornais no chão
Pega a pipa, com sorriso no rosto, segue o destino. Pela noite ele teve um sonho bom.
30/06/2006
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