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34. RASURAS…

Uma página em branco e diversos pensamentos
Sem tempo, sem coragem, sem vontade
Um cigarro entre os dedos e a coca-cola no caneco
Tempos modernos da cafeína

Dores passadas, lembranças e mágoas
Silêncio profundo, medo do escuro
Fumaça

Mais um gole, uma palavra
Sem criatividade no momento
Coisa de gente retardada, letárgica ou acomodada?

Logo virão novas frases
Respostas e perguntas
Medos e angústias
Futuro
Fim desse pensamento de aquecimento
Pós tempo

….

Escrevi tanto no último semestre
Que me cansei de ver a tela branca
Voltei no tempo do papel e da caneta
Sem borracha, só rasuras
O problema é querer passar a limpo
De lá pra cá
Não há nada mais chato que ler e digitar
As próprias palavras

Meu coração confuso
Embriagado de amor
Procura sossego
No teu colo
Meu parceiro

Tuas angústias são minhas
Não há como negar
Se não sorrir, estou aqui pra te ensinar

Vejo longe um camelo
A andar pelo deserto
A procura de água e sombra
Leio os pensamentos
Ele vê o mar, sabe que o encontrará

….

Não há mais música em casa
Só cantorias de alguns trechos em vozes desafinadas
O silêncio perturba e ensina
O desconhecido infinito

Sem música perco a inspiração
Ou a encontro
Ou me deixo levar por qualquer palavras
Sem ritmo, sem melodia
Que tédio
Como disse hoje uma rima

O mundo carece de nós
Pessoas bonitas e vazias
Que transformam o que está demais
Em palavras ditas
Escritas, rabiscadas, poemas, poesias…
Que encontraram um tranqüilizante natural
Uma terapia talvez
Um doutor ou algo enlouquecedor
Afinal quem são os poetas
Senão aqueles que transformam dores em flores
Viva a alquimia
A química da escrita
O lixo da alma que de tão cheia
Quis ficar vazia

02/02/2008

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