“Há uma necessidade urgente de resgatarmos a sensatez, a racionalidade e, principalmente, o debate esclarecido sobre projetos de sociedade”
Márcio Bernardes
Na terça, 25, a partir das 20h, no Old School Pub, acontece o lançamento do livro “CRÔNICAS EM TEMPO DE PESTE” DE MÁRCIO BERNARDES. Este é o segundo livro do autor, natural de Pelotas-RS e que vive em Santa Maria-RS atuando como advogado e professor universitário.
O livro apresentando por Cândido Ribeiro (o Candinho), reúne crônicas publicadas no jornal Diário de Santa Maria em 2020 e 2021, período mais forte da pandemia.
“A Covid-19 fez com que repensássemos o mundo, as relações humanas, a vida e suas fragilidades”, afirma Bernardes.
Medos, angústias, reflexões sobre democracia, autoritarismo e resistências, críticas políticas, direitos humanos, linguagens e, especialmente, a frágil condição humana, foram compondo as crônicas que, olhando para trás, servem como uma espécie de diário de bordo desta difícil travessia e que podem ser lidas no livro de Bernardes.
A edição é mais resultado da parceria da Rede Sina, com a editora Bestiário de Porto Alegre. O livro também estará disponível na livraria e banca da Cesma durante a Feira do Livro, que acontece de 28 a 13 de maio e também para compra online através dos sites da Bestiário e Rede Sina.
No dia 13 de maio, sábado, às 15h, o autor vai estar autografando os livros na Praça Saldanha Marinho durante a feira do livro.
AUTOR:
MÁRCIO DE SOUZA BERNARDES
Nascido na cidade de Pelotas, RS, em 1974, no início da adolescência veio com a família para Santa Maria, RS, cidade onde vive desde então. Formou-se no curso de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Concluiu o curso de Mestrado em Direito já Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), e o Doutorado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É advogado há 23 anos. Já foi Procurador da Câmara Municipal de Vereadores de Santa Maria. É Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Subseção de Santa Maria, da OAB/RS. É Professor de Direito, com ênfase nas disciplinas de Direitos Humanos, Direito Ambiental e Constitucionalismo contemporâneo. Já lecionou na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA), nos cursos de Graduação, e em diversos cursos de Especialização (FADISMA, UCS, UNIVALI, FAPAS, IMED, UFN). Há 12 anos desenvolve as atividades de pesquisador e de professor universitário junto à Universidade Franciscana (UFN). Tem diversas publicações em obras coletivas e em artigos científicos na área do direito. Na literatura, participou de algumas obras coletivas como Ponto de Cinema, Crônicas e Poesias de Bar (1999); Ponto de Cinema, Crônicas e Poesias de Bar, Tomo II (2001), nas modalidades de crônicas e de poesias; O Maquinista Daltônico, Poesias (2007). Lançou seu livro de poesias, Tardes de Espelho para Vida de Menino, em 2019, pela Editora Penalux
SINOPSE:
Por aproximadamente quase dois anos, entre 2020 e final de 2021, vivemos tempos sombrios. A escalada do ódio na política, a destruição sistemática e proposital de instituições e princípios democráticos, a progressiva ameaça de golpe, o obscurantismo, somavam-se à pior crise sanitária vivida por esta geração. A Covid-19 fez com que repensássemos o mundo, as relações humanas, a vida e suas fragilidades. Foi nestes tempos sombrios que foram sendo escritos, semanalmente, para uma coluna do jornal Diário de Santa Maria, os textos que compõe as crônicas dos tempos da peste. Medos, angústias, reflexões sobre democracia, autoritarismo e resistências, críticas políticas, direitos humanos, linguagens e, especialmente, a nossa frágil condição humana, foram compondo as crônicas que, olhando para trás, servem como uma espécie de diário de bordo desta travessia difícil e dolorosa que, a bem da verdade, não devemos esquecer.
Editora Bestiário:
A editora Bestiário, de Porto Alegre, atua no mercado literário há mais de 20 anos sob o comando de seu editor Roberto Prym. Publicou nos últimos 5 anos, 382 livros, sendo 18 autores de outros países.
DADOS DO LIVRO:
Título: CRÔNICAS DOS TEMPOS DA PESTE
Autor: Márcio de Souza Bernardes
ISBN: 978-65-85039-53-6
Formato: 14 x 21
Páginas: 114
Gênero: Crônicas
Publicação: Bestiário/Rede Sina, 2023
Preço: R$ 48,00
Compra online: https://bestiario.com.br/livros/cronicas_dos_tempos_da_peste.html
LANÇAMENTO CRÔNICAS DOS TEMPOS DA PESTE DE MÁRCIO BERNARDES
Dia: 25 de abril – terça – 20h
Local: Old School Pub | (Niederauer 1613)
Reservas: 55 99649-4298
Entrada gratuita
Mais informações em: www.redesina.com.br/editora
LEIA UMA DAS CRÔNICAS DO LIVRO:
DOS TEMPOS DA PESTE
Entre os meses de maio de 2020 e abril de 2021, integrei um grupo de colunistas semanais do jornal Diário de Santa Maria, na produção de textos, em um espaço chamado Plural, onde articulistas, com posições políticas diferentes, tratavam de temas de livre escolha. Na minha primeira participação, agradeci ao convite em minha coluna e, logo, ocupei-me de um tema que achava de imensa relevância para o momento: a ascensão de uma possível milícia protofascista, que se intitulava 300 do Brasil. Era o segundo ano de governo de Jair Bolsonaro, que assumira a Presidência da República em janeiro de 2019. Já na primeira participação, meu texto não poderia deixar de tratar de questões que, no meu entender, eram relevantes e que estavam relacionadas ao dia a dia da política e da vida cotidiana. Assim, meus textos ganharam um contorno de “crônicas políticas”, semanalmente veiculadas, às quartas-feiras, no Diário de Santa Maria.
Para além do aprofundamento cotidiano dos absurdos políticos, que jamais poderíamos imaginar após redemocratização e Constituição Federal, de 1988, ainda estávamos inseridos num contexto de profunda estranheza à nossa geração. Em 11 de março de 2020, a OMS passou a considerar a Covid-19 como uma Pandemia. Com mobilidade reduzida (lockdown, quarentenas, “fique em casa”, trabalhos remotos, etc.), decorrente da crise planetária, gerada pelo então novo coronavírus, entre 2020 e 2021, convivíamos diariamente com o medo, a insegurança, a tristeza pelo número crescente de mortes (muitas delas de parentes, amigos, conhecidos) e, sobretudo, com a incerteza quanto ao futuro. Tempos que, se não tivéssemos vivenciado, seriam apenas imaginados pela literatura, como no livro A Peste, de Alberto Camus, ou pelo cinema, como no filme de 2011, intitulado Contágio, dirigido por Steven Soderbergh.
Vivemos tempos tenebrosos. Com início em 2019, “a peste” alastrou-se pelo Brasil e pelo mundo e contagiou muita gente. A ciência acabou dando uma resposta histórica e, em conjunção internacional de esforços e em tempo recorde, descobriu formas de imunização e proteção ao vírus, trazendo uma certa sensação de alívio a partir da segunda metade de 2021, apesar da dificuldade que foi o ano de 2022. Contudo, lentamente, instaurou-se uma nova normalidade. Uma normalidade com sequelas que permanecerão como chaga na história da humanidade. Apesar de tudo, ainda que mais amena, a peste continua presente entre nós, em 2023, momento em que este livro é pensado e projetado. E por que organizar um volume com a coletânea de crônicas, publicadas em um jornal diário de uma cidade do interior do Brasil?
Os textos foram apresentando, naturalmente, uma certa harmonia entre si, especialmente, porque se referem a críticas e análises pontuais, outras mais amplas, sobre a condição humana nestes tempos difíceis, além de permitir um olhar sobre algumas datas, eventos e notícias, que circulavam na semana ou no período em que os escrevi. Assim, as crônicas foram formando uma espécie de “diário de bordo” de uma travessia em mar revolto. Lendo-as dois anos depois, após a travessia (pelo menos por enquanto) da peste, julguei que seria importante publicá-las em formato de livro, de forma que não se perdessem, totalmente, na bruma do tempo ou nas edições de um jornal antigo e que, em certa medida, pudessem contribuir como relato da história e como registro à memória, por meio do olhar de um colunista semanal, entre maio de 2020 e abril de 2021: tempo em que convivemos intensamente com “A Peste”.