A certeza do amar e ser amado
Ei, olha para mim
Fixa em mim o teu ser…
Escuta:
─ O quê?
─Eu te amo!
─Para sempre?
─Não! Eu te amo hoje, agora!
Conjugando o verbo amar
Na primeira pessoa
Sempre conjuguei o verbo amar
Eu te amo. Eu te amo.
Eu, sempre eu!
E ele? Ele me ama?
E tu? Tu me amas?
E vós? Vós me amais?
E eles? Eles me amam?
Chega!
Não usarei o oblíquo te
Trocarei por um me
Quer saber?
Eu me amo! Eu me amo! Eu me amo!
Castelo de amores
Talvez, além da noite
E depois deste pôr do sol
A lua venha nos encontrar
E esperaremos o arrebol
Depois deste pôr do sol
E muito longe daqui…
Haverá castelos de amores
Jardins ornados com flores
Tudo em perfeita harmonia
Sem dores nem dissabores
Paixão
Essa que de mim faz desdém…
No coração não desejo tal sentimento
Queria expulsá-lo para outro lugar
Ah! Se do meu peito a levasse o vento
Apenas você existe em meu mundo
Não me traz alegria, só tormento
Amar quem não me ama, oh! Vida de lamento
És tu Amor, a causa do meu sofrimento?
Nobre ilusão, minha primavera de vida
Um passado morto que em mim renasce
É nessa solidão, que me sinto perdida
Esperar-te a vida toda, jamais poderia
Você que me fez bem um dia
Eu não entendo, mas isso é a vida
Meus versos e reversos
Pensa! Os que acham as tuas lutas formidáveis
Não sabe o quanto este teu coração dilacera.
Ao ver o desamor que na sociedade impera
Ingratidão, inveja, juntas e inseparáveis!
Sabes bem, o que do outro lado te espera!
Nesta terra todos somos miseráveis,
Nos rodeamos de feras, todas execráveis
Paira a maldade humana nesta atmosfera
Corres o mundo usando este manto!
És bizarro sem causar qualquer espanto,
Mas, se te desvias, tens a cabeça na bandeja
Só não te importes com quem limpa a tua chaga,
Ou com os que, o teu ego sempre afaga,
É maldita toda a alma que rasteja.
A carona
Peguei carona numa nuvem
Do alto de uma montanha
Segui dançando ao vento
A poesia me embalava
Uma música em meus ouvidos
Ora clássica, ora eclética
O poema me conduzia
Seguindo pelo universo
Lá de cima tudo mágico
Adentrei as órbitas planetárias
Poetizei as luas de Júpiter
Girei nos anéis de Saturno
E escrevi uma prosa poética
De repente, vi um Drone
Fruto ou não do acaso
Segurei-me em suas asas
E me vi de volta à Terra
Nessa grande aventura
A poesia me faz dançar
Surfei num vento gostoso
Que pairava em todo verso
E no balanço das árvores
Elevei a minha alma
No poema solfejei
E vez ou outra eu fiz rimas
Quando bem levemente
Dancei ao sabor do vento
Há uma fogueira em teu olhar
Lá fora, olho o céu
e noite escura,
às vezes, me causa medo
Nem sempre tem luar
E hoje, não há pontos
brilhantes pelo céu afora.
Sinto-me então,
atraída pela luz
que vem do teu
olhar.
Ela me guia, me seduz.
Acende-me!
Porque há uma fogueira
em teu olhar.
Uma fogueira,
que queima meu corpo,
que incendeia a minha alma
e que explode em cores
numa fonte de calor.
Aquece o meu corpo
Acaricia meu pensamento
E afaga minha’lma
Há uma fogueira em
teu olhar,
não mais me importa
o escuro da noite.
Já não me importa,
se não tenho o luar.
Amor em meu peito
Trago o amor em meu peito
Vívido em qualquer idade
Como a inocência da criança
Que experimenta a maldade
Como a maturidade dos adultos
Que só deseja a liberdade
Trago o amor em meu peito
Carente de peraltices…
Carente de outros amores,
que preze pela honestidade
num entrelace de fé
e muita generosidade…
Trago o amor em meu peito
Livre de preconceitos
Livre de mau-homores
De dores e dissabores
Trago o amor em meu peito
Como uma prosa poética
Curando-nos de todo o mal
Com fé, ciência e ética
Amar é infinito
Sei que o tempo é infinito
Assim, devo logo te dizer
Te amarei eternamente
Serás o meu bem-querer
Na vida e na pós-vida
Contigo eu quero viver
Amar também é infinito
Te amo hoje, agora
Te amarei eternamente
Serei a tua senhora
Segura firme em minha mão
E vamos pelo mundo afora
Faço versos, faço rimas
Faço o que preciso for
Para que estejas comigo
E sejas sim, o meu amor
Eu estarei ao teu lado
Na alegria e na dor
Amor é estado de graça
Que dele possamos viver
Viveremos o amor Philos
Ele nos dará prazer
Beijo tua boca e tua face
Agora e ao amanhecer
Pois na vida e na pós-vida
Como algo inexplicável
Quero ser o teu bem querer
E de mãos dadas no infinito
Contigo permanecer
Dor de amor
Sabe aquela dorzinha
Que só você sente
Começar dentro do peito
Invadir ventre e estômago
Necessitando acalanto?
Uns a chamam dor de AMOR
Outros dizem da paixão
Só sei que me faz querer
Extrair o coração
Não me perguntes onde dói
Pois, dói todo o meu ser
E a cura dessa dor
Só você pode fazer
Venha logo me sarar
Disso que me faz sofrer
Arranque o meu coração
E leve-o com você
Ana Maria Castelo Branco é natural de Passira/PE. Casada, professora, escritora, poetisa, contadora de histórias. Gosta de admirar a natureza ─ do nascer ao pôr do sol; olhar o céu, a lua, as árvores, o mar… Também gosta de dias chuvosos com relâmpagos e trovoadas. Aprecia objetos dourados. Acredita em Deus, no Amor e na Vida Eterna. Membro Fundadora da Academia Internacional Mulheres das Letras. Participa de diversas antologias e prêmios literários, tendo conquistado o primeiro lugar em premiações por três vezes. Autora dos livros: “O sumiço de Lili”, “Nessa rua mora Ana?”, “O casamento da raposa”, “Felpuda, a aranhinha diferente”, “Oba! Um amigo”. Escreve para revistas e jornais. Atualmente mora em Recife-PE.