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10 POEMAS DE ANA MARIA CASTELO BRANCO


A certeza do amar e ser amado 

Ei, olha para mim

Fixa em mim o teu ser… 

Escuta:

─ O quê? 

─Eu te amo! 

─Para sempre? 

─Não! Eu te amo hoje, agora! 

Conjugando o verbo amar 

Na primeira pessoa 

Sempre conjuguei o verbo amar 

Eu te amo. Eu te amo. 

Eu, sempre eu! 

E ele? Ele me ama? 

E tu? Tu me amas? 

E vós? Vós me amais? 

E eles? Eles me amam? 

Chega! 

Não usarei o oblíquo te 

Trocarei por um me 

Quer saber? 

Eu me amo! Eu me amo! Eu me amo! 

Castelo de amores

 

Talvez, além da noite

E depois deste pôr do sol

A lua venha nos encontrar

E esperaremos o arrebol

Depois deste pôr do sol

E muito longe daqui…

Haverá castelos de amores

Jardins ornados com flores

Tudo em perfeita harmonia

Sem dores nem dissabores

Paixão 

Essa que de mim faz desdém… 

No coração não desejo tal sentimento 

Queria expulsá-lo para outro lugar 

Ah! Se do meu peito a levasse o vento 

Apenas você existe em meu mundo 

Não me traz alegria, só tormento 

Amar quem não me ama, oh! Vida de lamento 

És tu Amor, a causa do meu sofrimento? 

Nobre ilusão, minha primavera de vida 

Um passado morto que em mim renasce 

É nessa solidão, que me sinto perdida 

Esperar-te a vida toda, jamais poderia 

Você que me fez bem um dia 

Eu não entendo, mas isso é a vida

Meus versos e reversos

Pensa! Os que acham as tuas lutas formidáveis
Não sabe o quanto este teu coração dilacera.
Ao ver o desamor que na sociedade impera
Ingratidão, inveja, juntas e  inseparáveis!

Sabes bem, o que do outro lado te espera!
Nesta terra todos somos miseráveis,
Nos rodeamos de feras, todas execráveis
Paira a maldade humana nesta atmosfera

Corres o mundo usando este manto!

És bizarro sem causar qualquer espanto,
Mas, se te desvias, tens a cabeça na bandeja

Só não te importes com quem limpa a tua chaga,
Ou com os que, o teu ego sempre afaga,
É maldita toda a alma que rasteja.

A carona

Peguei carona numa nuvem

Do  alto de uma montanha

Segui dançando ao vento

A poesia me embalava

Uma música em meus ouvidos

Ora clássica, ora eclética

O poema me conduzia

Seguindo pelo universo

Lá de cima tudo mágico

Adentrei as órbitas planetárias

Poetizei as luas de Júpiter

Girei nos anéis de Saturno

E escrevi uma prosa poética

De repente, vi um Drone

Fruto ou não do acaso

Segurei-me em suas asas

E me vi de volta à Terra

Nessa grande aventura

A poesia me faz dançar

Surfei num vento gostoso

Que pairava em todo verso 

E no balanço das árvores

Elevei  a minha alma

No poema solfejei 

E vez ou outra eu fiz rimas

Quando bem levemente 

Dancei ao sabor do vento

Há uma fogueira em teu olhar

Lá fora, olho o céu

e noite  escura,

às vezes, me causa medo

Nem sempre tem luar

E  hoje, não há pontos 

brilhantes pelo céu afora.

Sinto-me então,

atraída pela luz

que vem do teu

olhar.

Ela me guia, me seduz.

Acende-me!

Porque há uma fogueira

em teu olhar.

Uma fogueira,

que queima meu corpo,

que incendeia a minha alma

e que explode em cores

numa fonte de calor.

Aquece o meu corpo

Acaricia meu pensamento

E afaga minha’lma

Há uma fogueira em 

teu olhar,

não mais me importa

o escuro da noite.

Já não me importa,

se não tenho o luar.

Amor em meu peito

Trago o amor em meu peito

Vívido em qualquer idade

Como a inocência da criança

Que experimenta a maldade

Como a maturidade dos adultos

Que só deseja a liberdade

Trago o amor em meu peito

Carente de peraltices… 

Carente de outros amores, 

que preze pela honestidade

 num entrelace de fé 

e muita generosidade…

Trago o amor em meu peito

Livre de preconceitos

Livre de mau-homores

De dores e dissabores

Trago o amor em meu peito

Como uma prosa poética

Curando-nos de todo o mal

Com fé, ciência e ética

Amar é infinito

Sei que o tempo é infinito

Assim, devo logo te dizer

Te amarei eternamente

Serás o meu bem-querer

Na vida e na pós-vida

Contigo eu quero viver

Amar também é infinito

Te amo hoje, agora

Te amarei eternamente

Serei a tua senhora

Segura firme em minha mão

E vamos pelo mundo afora

Faço versos, faço rimas

Faço o que preciso for

Para que estejas comigo

E sejas sim, o meu amor

Eu estarei ao teu lado

Na alegria e na dor

Amor é estado de graça

Que dele possamos viver

Viveremos o amor Philos

Ele nos dará prazer

Beijo tua boca e tua face

Agora e ao amanhecer

Pois na vida e na pós-vida

Como algo inexplicável

Quero ser o teu bem querer

E de mãos dadas no infinito

Contigo permanecer

Dor de amor

Sabe aquela dorzinha

Que só você sente

Começar dentro do peito 

Invadir ventre e estômago

Necessitando acalanto?

Uns a chamam dor de AMOR

Outros dizem da paixão

Só sei que me faz querer

Extrair o coração

Não me perguntes onde dói

Pois, dói todo o meu ser

E a cura dessa dor

Só você pode fazer

Venha logo me sarar

Disso que me faz sofrer

Arranque o meu coração

E leve-o com você

Ana Maria Castelo Branco é natural de Passira/PE. Casada, professora, escritora, poetisa, contadora de histórias. Gosta de admirar a natureza ─ do nascer ao pôr do sol; olhar o céu, a lua, as árvores, o mar… Também gosta de  dias chuvosos com relâmpagos e trovoadas. Aprecia objetos dourados. Acredita em Deus, no Amor e na Vida Eterna. Membro Fundadora da Academia Internacional Mulheres das Letras. Participa de diversas antologias e prêmios literários, tendo conquistado o primeiro lugar em premiações por três vezes. Autora dos livros: “O sumiço de Lili”, “Nessa rua mora Ana?”, “O casamento da raposa”, “Felpuda, a aranhinha diferente”, “Oba! Um amigo”. Escreve para revistas e jornais. Atualmente mora em Recife-PE.

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